Se a Justiça em Portugal funcionasse e se fosse tempestiva, os Srs. do BES qua andam a brincar às fugas de informação, deviam estar com os ossos colados a uma cadeira a prestar esclarecimentos a uma entidade judicial.
Como não funciona, assistimos a este triste espectáculo com sérias penalizações para os investidores ( e Clientes ) incautos e incrédulos com a novela.
O fim de semana promete novos folhetins
se a justica funciona-se achas que existia estes casos todos :
Casos e casos em cima de casos ....
É sempre bom relembrar algumas das investigações de que o BES foi alvo, a saber:
O caso Portucale, que meteu o abate de sobreiros numa zona protegida, após a aprovação de empreendimentos imobiliários em contra-relógio, em vésperas das legislativas de 2005, por parte de ministros do CDS-PP;
O caso dos submarinos, onde se suspeitou de financiamento partidário por parte do consórcio vencedor;
O caso Mensalão, mais financiamento partidário, desta vez do PT de Lula da Silva (as notícias do caso levaram a um corte de relações entre o BES e a Impresa);
O caso das contas de Pinochet, com dinheiro do ditador chileno a passar, segundo uma investigação americana, pelo banco português, via Miami;
O caso das fraudes na gestão dos CTT, incluindo a mediática venda de um prédio em Coimbra, valorizado em mais de cinco milhões de euros num só dia;
A interminável Operação Furacão, megaprocesso de investigação de fraude fiscal;
O caso Monte Branco, onde Ricardo Salgado constava da lista de clientes da Akoya, rede suíça de fraude fiscal e branqueamento de capitais;
O caso dos 8,5 milhões de euros que Salgado se esqueceu de declarar ao fisco, detectados na sequência das investigações à Akoya, e que teria recebido por alegados serviços de consultadoria prestados a um construtor português a actuar em Angola;
O caso da venda das acções da EDP pelo BES Vida, feita dias antes da aprovação da dispersão em bolsa da EDP Renováveis, o que levantou suspeitas de abuso de informação privilegiada;
O caso do BES Angola, uma investigação por branqueamento de capitais que acabou por transformar Álvaro Sobrinho, antigo presidente do BESA, num dos inimigos de Ricardo Salgado (o BES, por sua vez, veio acusar Sobrinho de utilizar os jornais da Newshold – o i e o Sol – para ataques pessoais ao presidente do banco);
O caso da recente multa (1,1 milhões de euros) em Espanha, devido a infracções “muito graves” de uma norma para a prevenção de branqueamento de capitais (em 2006, a Guardia Civil já havia feito uma rusga a uma dependência espanhola do BES).