Para os colegas Zenith e Visitante, imaginem que eram Finlandeses e vos diziam que tinham de pagar X por ano para os gregos (o que significa abdicarem de algo nas vossas vidas ou trabalharem mais umas horas por mês) e depois sabiam que os tipos tinham cabeleireiros e massagistas com reformas aos 50 anos, tipas que recebem pensão vitalícia por serem filhas de militares, desde que sejam solteiras, programas de férias para pobres, gastos militares mirabolantes, obras públicas faraónicas, etc. Continuavam a achar bem essa solidariedade ?
Isto faz lembrar quem critica o Alberto João Jardim pelo despesismo e por ter deixado uma palete de dívidas (gestão à grega) e, depois, pede solidariedade para com os gregos.
O problema nestas discussões é que ao discutir a terapeutica se traz sempre á baila a culpa e portanto se é culpado não merece que seja ajudado. É a mesma coisa que um fulano aparecer num hospital ferido devido a um acidente de automovel, mas completamente embriagado e os médicos ao verem isso, verem que também há feridos graves de um carro contra o qual o bêbedo embateu e que foram vítimas inocentes, começarem a tecer juizos morais, que ele tinha o que merecia e que se não sbrevivesse até era capaz de ser melhor para toda a gente já que não iria causar mais vitimas inocentes.
O problema aqui da liderança politica era ver qual a melhor terapeutica para a Europa. A solução usada não resolveu nenhum problema dos paises intervencionados, não fortaleceu a Europa como um todo e até Alemanha que pensava que ser o oasis parece que já não é assim tanto oasis. Por isso agora BCE vai agora tentar outra solução. Mesmo em Portugal o ideologo V. Gaspar acabou por reconhecer que tinha enveredado pelo caminho errado e resolveu ir embora.
Mas é um pouco supreendente que tudo o que é cientifico, desde a biologia, á medicina e engenharia aponta para que situações de descontrolo requeiram soluções de amortecimento suave, no caso da economia apesar dos progressos desde o Keynes continua a haver uma franja considerável a acreditar nos tratamentos de choque. Porque é que a economia tinha de ser diferente? Afinal a economia é um produto do homem o qual é um produto da natureza. Apesar da complexidade não pode ser uma coisa exclusiva.
Na evolução da medicina, durante muitos séculos as curandices misturadas de superstição também em grande medida recorriam a tratamentos de choque submetendo paciente a stress e privaçoes (para ver se espirito do mal saia). Com a descoberta da bacteriogia compreensão dos equilibrios quimicos quer a nível do corpo quer do cérebro, é hoje mais ou menos aceite que uma reposição de equilibrios tem de ser gradual e até injectando bacterias para causar imunologia é aceite. Fico com ideia que muitos dos economistas ainda tem uma visão de curandeiros religiosos em que o mal é fruto do pecado e tem de ser extirpado com força e violência.