Aqui vai mais uma tentativa, não para convencer mas para explicar a minha posição.
Argumento de autoridade. Parece-me que disse uma coisa óbvia. Aguém que está numa instituição ou empresa deve ter um conhecimento melhor de como ela funciona do que alguém que não tem nada a ver. Deve saber qual hierarquia, qual procedimento para convocar reuniões, tomar decisões, qual maneira de reportar, maneira de fazer chegar as analises às reunioes decisórias, análise de resultados etc etc, se está a muito tempo na empresa ou instituição já dever ter uma razoavel conhecimento do caracter e interesses de colegas ou delegados. Francamente não estou a ver o que isso tem a ver com argumento de autoridade. Mas se alguém que nunca meteu um pé na Microsoft acha que se sabe melhor que um engenheiro ou finceiro que trabalaha na MS, como se organizam as equipas de desenvovilmento de software, como o marketing se relaciona com desenvolvimento, como se faz debug das falhas, quem sou eu para o contradizer.
Francamento não estou a ver como dizer uma coisa tão óbvia é invocar argumento de autoridade
Até te dou razão realmente o Strauss Kahn sabe mais disso tudo. Mas existe um pequeno problema: Nada disso estava em debate, e o teu argumento usou o Strauss Kahn e a sua posição para refutar OUTROS pontos que não esses.
Não sei se vês o problema. Foi um argumento de autoridade puro. Foi o mesmo que dizeres: O Strauss Kahn foi o director do FMI por isso sobre qualquer coisa que involva o FMI o Strauss Kahn está certo e tu estás errado. É quase a definição de argumento de autoridade.
O FMI entrou como um dos elementos de uma troika, não estou a ver o que o impede de fazer recomendações ou aconselhamento nas reuniões. Não tem é qq poder para forçar as coisas. Imagino que a Lagarde pode pegar no telefone e discutir com Merkel. Pode é não conseguir convece-la que solução A é melhor que B.
Quanto ao equilibrio de pagamentos externos não estou a ver qual o problema. Quando se nomeiam funcionários de segunda e evidente que tem de seguir a receita padrão. Se houver envolvimento ao mais alto nível (e neste momento a Lagarde parece estar directamente envolvida nas negociações), imagino que o director pode discutir soluções alternativas com os parceiros envolvidos e com os membros chave do FMI (USA), mantendo o mesmo objectivo.
É possivel que o DSK não conseguisse impor as suas ideias, agora não me parece que o funcionamento do FMI esteja de tal forma pre-programado que essas ideias nem sequer podiam constar na agenda de uma reunião!!!
Embora estando no contexto da Troika o FMI continua a funcionar segundo os seus princípios. E outra coisa que podes estar certo é que ESSE ponto de vista esteve presente.
Nas reuniões, concordo.
Em todo o caso o funcionamento do FMI não vai ser alterado, porque a sua base é extremamente simples. Tal como o princípio de funcionamento do DIP financing não vai ser alterado. Nem princípios de senioridade, nem nada do género. Se há algum "leeway", este está apenas em que o devedor funcionar é algo subjectivo e portanto sujeito a um nível de negociação em todos os casos.
Agora a "receita da austeridade" é íntrínseca ao modo de funcionamento, seja em países, seja em empresas, porque urge reestabelecer a viabilidade rapidamente.
E mais, pensar que mais dívida é a receita não faz um sentido incrível quando o problema é invariavelmente resultado de se ter utilizado essa lógica no passado. Ou a dívida não se tinha acumulado.
(Uma coisa, eu nunca disse que visões dessas não possam aparecer em reuniões e afins. Pelo contrário, acredito que apareçam por todos os lados, e é até algo incrível que a Instituição continue a ser tão consistente no que faz não obstante isso)
Continuas com mesma coisa.
Ainda sobre argumento de autoridade.
Eu chamei a atenção para o texto do Strauss Kahn porque é recente (acho que foi publicado ontem ou sexta) e nalguns aspectos apresenta concordância com opinioes ja aqui expressas.
Além disso como vem de alguem que no inicio do processo esteve envolvido (ao mais alto nível) é algo que não pode ser desprezado, porque esse alguém de certeza participou em reunioes onde se discutiram dúvidas e certezas, se elaboraram planos, e depois ao ver como as coisas evoluiram deve ser das pessoas mais bem colocadas para avaliar se resultado correspondem ás expectativas iniciais e se não quais as premissas erradas na concepção ou quais as falhas na execução. Da mesma forma se o Bush se meter agora a escrever sobre a guerra do Irak a opinião dele não pode ser ignorada quer se goste / concorde ou não com o homem.
Não veja nada mais óbvio que isso e não percebo o que isso tem a ver com o "magister dixit".
Mas mesmo que eu escrevesse, que o DSK era o messias tanto esperado, e portanto tinham de se curvar perante a verdade verdadeira proferida por tal sumidade, em que é que isso alterava as propostas dele?
Podiam achar que uma admiração tão hiperbólica indiciavam fortes limitações na capacidade de pensar por si próprio e até lamentar a sorte do homem por ter discípulos tão broncos, mas se calhar por educação até evitavam a gozação trivial e focavam-se nas propostas.
Deixando agora o argumento da autoridade passamos ao seguinte
Depois continuas a invocar que propostas do DSK não devem ser consideradas porque fogem á ortodoxia do FMI. Isso nada diz quanto ao valor das propostas. Em ultima analise se DSK convencesse a UE da bondade das suas soluções mas FMI não pudesse acompanhar invocando uma rigidez inflexível no mandato que tem, o FMI retirar-se ia, e UE/Eurogrupo/BCE em conjunto com Grécia avançavam sozinhos.
A argumentação resume-se assim: as propostas em si não devem ser discutidas, porque foram apresentadas por um forista como argumento de autoridade e além disso FMI é muito ortodoxo.
Acabo por perder meu tempo a tentar rebater trivialidades, que nem sequer são sobre o tema, mas sobre os mecanismos psicológicos que estão por detrás da maneira como surgiu o post, e qq seja a interpretação que cada um possa fazer é completamente irrelevante para a análise do texto do DSK . Não é por se desviar a atenção da mensagem para o mensageiro, que a mensagem vem modificada.