Vejo por aqui algumas bocas continhas, e devo desde já reforçar que por mim todas as mulheres deviam ser livres de usar aquilo que querem. Tal como não defendo que sejam as leis de um país a determinar o que elas devem vestir, também NÃO defendo obviamente que sejam outras pessoas a determiná-lo, sejam essas pessoas os pais, os irmãos, os namorados ou os maridos. Simplesmente, acho que não se combate proibições com outras proibições. Acho que devem haver regras lógicas naquilo que implica a liberdade dos outros, de resto o conceito de liberdade deve permanecer, e ser estimulado. Tenho a certeza de que esta miúda, se crescer em Portugal, num ambiente receptivo, amigável, de integração e respeito, com amigos portugueses e amigas que não tapam a cabeça mas que a aceitam no seu grupo de amigas, vai acabar por perceber que não faz sentido andar com aquela merda na cabeça, nem com o corpo tapado o tempo todo. Ela não vai depender dos pais para sempre. Os próprios pais, se formarem amizades com outros pais de crianças vão acabar por perceber que aquilo que exigem à sua filha não faz sentido. É por isso que é importante não guetizar os imigrantes, mas sim integrá-los. Não é a criar a ideia de que eles e a religião deles e a cultura deles são um alvo a abater, o inimigo, que eles se vão integrar. Pelo contrário, vão-se tentar defender, e por vezes isolar junto daqueles que "os compreendem", levando à continuação e até à exponenciação da sua identidade cultural e religiosa. Pelo menos é a forma como eu vejo as coisas, cada um terá a sua. As pessoas, em liberdade, vão sempre procurar viver da forma mais confortável que puderem, com a melhor qualidade de vida que conseguirem atingir.