A evolução da bolsa portuguesa nas duas últimas semanas foi marcada por duas notícias. Em 3/7/2013, “Bolsa em queda e juros da dívida a subir depois da demissão de Paulo Portas”. E em 11/7/2013, “Bolsa em queda e juros da dívida a subir depois do Presidente da República rejeitar uma remodelação governamental.”
Das duas notícias, a primeira foi a que teve maior impato. Depois da demissão de Paulo Portas, a bolsa portuguesa abriu em forte baixa. Abriu a desvalorizar 6,22% em relação ao fecho do dia anterior. Foi o segundo maior “gap down” da bolsa portuguesa. Dei-lhe o nome de “Paulo Portas gap down”.
O maior “gap down” aconteceu em 28/10/1997. O PSI 20 abriu a desvalorizar 18,42% e encerrou a desvalorizar 6,20%. Foi um dia estranho. Essa semana foi negativa e as duas semanas seguintes também foram negativas, mas o valor mínimo da abertura desse dia não foi atingido nas semanas seguintes, nem sequer o valor máximo desse dia foi atingido nas semanas seguintes. E depois subiu até ao dia 28 de Abril de 1998.
Escrevo isto porque penso que a história pode repetir-se, ou seja, o valor do mínimo (5136,22) e o valor do máximo do dia 3 de Julho de 2013 (5256,61), podem também não ser atingidos. Este é o meu pensamento.
Os investidores continuam a questionar-se sobre se a bolsa portuguesa está em bull market. Há quem diga que já não está, e há quem diga que não está desde 2008 e que o que aconteceu desde o dia 14 de Junho de 2012 foi um ressalto.
Eu, mesmo com a média móvel de 50 dias quase a cruzar com a média móvel de 200 dias no gráfico diário, continuo a pensar que a bolsa portuguesa está em bull market.
Desde o ponto mais alto do dia 7 de Maio de 2013 (6384,78) até ao ponto mais baixo do dia 3 de Julho de 2013 (5136,22), a bolsa portuguesa desceu 19,56%.
Como escrevi no tópico em 29/6/2013, para estar em bear market tem que se verificar 4 regras e uma delas é o índice descer mais de 20% desde o ponto mais alto, o que ainda não se verifica.
Neste momento, o índice está entre a zona de resistência 5633,44 e a zona de suporte 5136,22. Penso que a zona de resistência vai ser rompida e a zona de suporte não vai ser quebrada. Como sempre, a decisão é do mercado.
Penso que as próximas duas ou três semanas serão decisivas para a evolução da bolsa portuguesa (e da carteira).
Veremos se o bull market irá sobreviver.