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Autor Tópico: Neoliberalismo e psicopatia:  (Lida 31254 vezes)

Incognitus

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #80 em: 2013-07-16 00:35:56 »
E para que não se esqueçam do desenho completo:



"As políticas económicas neoliberais provocam a deterioração crescente das condições de vida de milhões de mulheres e homens sobre o planeta, atirando-os á precariedade e á pobreza; atentam contra a convivência; favorecem a intolerância, o racismo e a xenofobia, e abrem as portas a perigosos conflitos de alcance inimaginável. O Neoliberalismo é uma ideologia aparentada á psicopatia.

Os seres humanos sensatos devem opor-se com ênfase no desenvolvimento e imposição de políticas Neoliberais, pois foram concebidas e estão sendo executadas por indivíduos que se opõem frontalmente ao processo civilizador, de progresso e justiça, que deveria caracterizar as sociedades do Sec. XXI.

As grandes maiorias populares democraticamente organizadas e mobilizadas e em pleno exercício dos seus direitos, são as únicas que têm a possibilidade de neutralizar o Neoliberalismo, afastar os seus executores e produzir uma mudança radical na maneira de entender o mundo e fazer as coisas. O bem-estar e a felicidade do ser humano, e a sobrevivência da civilização, dependem disso.”


Eh pah, se está escrito na internet, então é verdade!  :D
« Última modificação: 2013-07-16 00:36:13 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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John_Law

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #81 em: 2013-07-16 00:47:15 »

mgom

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #82 em: 2013-07-16 00:51:43 »
E para que não se esqueçam do desenho completo:



"As políticas económicas neoliberais provocam a deterioração crescente das condições de vida de milhões de mulheres e homens sobre o planeta, atirando-os á precariedade e á pobreza; atentam contra a convivência; favorecem a intolerância, o racismo e a xenofobia, e abrem as portas a perigosos conflitos de alcance inimaginável. O Neoliberalismo é uma ideologia aparentada á psicopatia.

Os seres humanos sensatos devem opor-se com ênfase no desenvolvimento e imposição de políticas Neoliberais, pois foram concebidas e estão sendo executadas por indivíduos que se opõem frontalmente ao processo civilizador, de progresso e justiça, que deveria caracterizar as sociedades do Sec. XXI.

As grandes maiorias populares democraticamente organizadas e mobilizadas e em pleno exercício dos seus direitos, são as únicas que têm a possibilidade de neutralizar o Neoliberalismo, afastar os seus executores e produzir uma mudança radical na maneira de entender o mundo e fazer as coisas. O bem-estar e a felicidade do ser humano, e a sobrevivência da civilização, dependem disso.”


Eh pah, se está escrito na internet, então é verdade!  :D


È esse o único argumento que encontras para que não seja?
Então é verdade,  com certeza!


Já agora.
estão a aprender rápido com os piores exemplos, do John Law não esperava uma tontice dessas.

« Última modificação: 2013-07-16 00:56:07 por mgom »
"Nunca discutas com um estúpido.  Te fará  descer ao seu nível e aí te ganhará  por experiência".

Incognitus

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #83 em: 2013-07-16 00:56:44 »
mgom, tu és um tipo pronto a acreditar em qualquer baboseira. Não creio que argumento nenhum servisse para te convencer seja do que for. E também me parece bastante errado que alguém de natureza tão duvidosa esteja na posição de rotular os outros de psicopatas.
 
De resto, o principal argumento a favor do liberalismo é que dentro dele podes depois ter outro sistema qualquer que te agrade mais, sem que interfiras com outras pessoas que queiram algo diferente.
 
Dito isto, mesmo hoje ninguém te impede de te juntares com pessoas que partilham tudo num clima de igualdade. Porque é que não o fazes?
« Última modificação: 2013-07-16 00:57:57 por Incognitus »
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mgom

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #84 em: 2013-07-16 01:08:01 »




As máscaras vão-se degradando e a realidade das pessoas vai-se revelando.



« Última modificação: 2013-07-16 01:10:34 por mgom »
"Nunca discutas com um estúpido.  Te fará  descer ao seu nível e aí te ganhará  por experiência".

Zel

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #85 em: 2013-07-16 01:11:43 »
nem mais
« Última modificação: 2013-07-16 01:12:36 por Zelture »

Zel

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #86 em: 2013-07-16 01:21:21 »
O mgom nao vai poder ser feliz enquanto os neoliberais estiverem a destruir o seu planeta

Mas por azar viemos para ficar, gostamos muito da Terra e a invasao planetaria e' para durar ! Desde que o nosso planeta ficou destruido por excesso de capitalismo que procuravamos um planeta para ficar e governar.
« Última modificação: 2013-07-16 01:23:02 por Zelture »

Incognitus

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #87 em: 2013-07-16 01:23:57 »
Não vale a pena responder mais ao mgom...
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itg00022289

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #88 em: 2013-07-17 14:59:42 »
Imagino que esta notícia dê aso a mais uma boa troca de argumentos.

Citar
Homem mais rico da China diz que reduzir desigualdades não é prioridade

AFP 17/07/2013 - 13:21
Zong Qinghou tem uma fortuna pessoal calculada em quase 8,6 mil milhões de euros.

 
"Se toda a gente fosse rica, a sociedade seria harmoniosa", pensa Zong WANG ZHAO/AFP
 
O patrão do grupo Wahaha, Zong Qinghou, considerado o homem mais rico da China, afirmou, nesta quarta-feira, que não há “qualquer necessidade” de atacar o fosso crescente entre ricos e pobres no país, desde que cada um tenha possibilidade de enriquecer.

“Não temos necessidade de atacar o problema das diferenças de riqueza, é preciso resolver o problema da prosperidade comum”, disse à imprensa Zong Qinghou, que tem uma fortuna pessoal calculada em 11,3 mil milhões de dólares (quase 8,6 mil milhões de euros).

“As pessoas ricas devem ajudar o conjunto da população a tornar-se mais próspera”, disse Zong, fundador de um gigantesco grupo de bebidas não alcoólicas, que alargou a actividade aos leites para crianças e vestuário infantil.

“Se toda a gente fosse rica, a sociedade seria harmoniosa e mais confortável”, declarou o empresário de 67 anos, numa conferência que assinalou o lançamento de uma série de centros comerciais.

“Se instaurássemos o igualitarismo […] nem toda a gente teria o suficiente para matar a fome. É melhor encorajar as pessoas a criarem riqueza”, disse Zong, numa alusão ao período maoista. O empresário apelou a uma descida dos impostos para estimular o investimento.

Zong entrou no mundo dos negócios há 40 anos, vendendo bebidas gasosas para crianças. Os media dizem que nessa altura tinha tão pouco dinheiro que chegava a dormir debaixo de uma ponte, em Pequim.

A empresa que criou, a Wahaha (que significa algo como “Criança risonha”) conheceu um êxito fulgurante até se tornar a terceiro maior companhia de bebidas não alcoólicas do país, segundo a empresa de estudos de mercados de consumo Euromonitor International.

A fortuna atribuída a Zong pela revista chinesa Hurun Report faz dele o homem mais rico da China e um dos mais abastados da Ásia.

Os principais indicadores internacionais mostram que o fosso entre pobres e ricos na China se alarga cada vez mais. Um centro de pesquisa sobre economia familiar financiado pelo Governo de Pequim considerava, em Dezembro, a China como um dos 15 países mais desiguais do mundo

http://www.publico.pt/mundo/noticia/homem-mais-rico-da-china-diz-nao-que-reduzir-desigualdades-nao-e-prioridade-1600479
.

Zenith

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #89 em: 2013-07-17 15:26:38 »
O titulo não reflete aquilo que li.

Pelo que está escrito ele não diz que se deve reduzir as desigualdades mas que que se deve eveitar cair no dogma do igualitaismo.
Ele diz
Citar
s pessoas ricas devem ajudar o conjunto da população a tornar-se mais próspera
, que imagino na optica dele possa ser alcançado em transferindo parte da riqueza para educação, disponibilização de capital a empreendedores pobres etc

itg00022289

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #90 em: 2013-07-17 16:29:01 »
Sim concordo, o título diz algo que uma boa parte das pessoas "gosta de ouvir" (imagino que o jornalista não o fez de forma inocente) mas não reflete o conteúdo da notícia.

O homem diz algo que muitas vezes as pessoas com posições mais esquerdistas (à falta de melhor termo) tendem a não querer reconhecer:

Citar
“Se instaurássemos o igualitarismo […] nem toda a gente teria o suficiente para matar a fome. É melhor encorajar as pessoas a criarem riqueza”, disse Zong, numa alusão ao período maoista

Luisa Fernandes

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #91 em: 2014-01-18 14:16:09 »
Citar
Em Novo Tinha Uma Vizinha De Que Os Nossos “Liberais” Muito Gostariam

… pois era a quinta ou sexta essência da mentalidade submissa aos poderosos, capaz apenas de chatear a vida aos pares, em especial os próximos que com ela tinham de se cruzar ou conviver, por pouco que fosse, pois a mentalidade tacanha é coisa que – acreditem ou não – tem enormes poderes peganhentos.

ToinoEm nada se destacava do infeliz anonimato numa multidão, excepto pelo ar patusco do marido Tóino que ela atazanava sem parar acerca das suas incapacidades – ao ponto de o fazer emigrar em contra-ciclo, nos anos 70, até ao homem voltar da Alemanha com uma größe grippe que o ia deixando maleitado para o resto dos tempos – ou pela gritaria associada a cada refeição da sua filha (ainda viva, da minha geração e ainda com voz estridente) que insistia em não engolir a comida e guardá-la na boca, junto ao maxilar inferior, provavelmente pela razão de ser pouco comestível.

Mas não nos afastemos do essencial da mensagem dessa minha vizinha sábia, entalada entre gente proletária que trabalhava nas grandes unidades industriais da margem sul e era assustadoramente comunista e gente mais prudente e temerosa, dependente dos pequenos comércios e unidades fabris de bairro ou freguesia.

A sua mensagem era que não se deveria contestar os patrões pois eram eles que nos davam o pão, através do ordenado. Os empregados deveriam estar agradecidos a quem lhes pagava – nos tempos de hoje chamam-se job creators – pois o que interessava era ter um empregozinho e era muito pior não ter nada, pelo que a obediência era muito bonita e aqueles cartazes todos nas paredes em meados de 70 uma coisa incompreensível, a par das greves e manifestações que só gente mal educada e ingrata poderia fazer ou apoiar.

A minha vizinha, que não me lembro alguma vez ter trabalhado em algo a não ser a infelicidade do próprio marido Tóino, era inflexível na condenação de tudo o que lhe cheirasse a comunista, mesmo quando o marido foi posto na rua sem indemnização já em idos dos anos 80 (após a fracassada aventura alemã), por falência pouco transparente da fábrica de cortiça onde trabalhava, tamanha a sua fúria com os restantes colegas de trabalho do Tóino, incapazes da inabalável subserviência que ele sempre manifestara, não fazendo greves, aceitando como tenças as migalhas que lhe davam e agradecendo, no fundo, que o deixassem descansadinho.

Nessa altura, quando a sobrevivência familiar ficou dependente de uma aposentação conseguida ainda em idade útil, com alegadas razões de défice respiratório que o médico adequado conseguiu entrever de forma oportuna, graças à legislação conseguida pelos arruaceiros esquerdistas anos antes, a tal minha rica vizinha deveria ter-se recusado a receber dinheiro não dado directamente pelos patrões, muito pelo contrário, mas sim dinheiro da Segurança Social, conseguido com o pagamento de todos para valer aos que dele necessitavam.

A minha vizinha seria, nos tempos que correm, a cidadã ideal do país idealizado pelos nossos liberais de ocasião: submissa ao patrão, encorajadora da emigração em detrimento do desenvolvimento interno, aproveitadora dos dinheiros públicos quando os privados optam pelo incumprimento das suas obrigações.

Penso que, a título póstumo, Pires de Lima Júnior lhe deveria atribui uma qualquer medalha de mérito.


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Zel

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #92 em: 2014-01-18 16:35:32 »
e' o conhecido argumento da superioridade moral dos comunas, depois resulta em campos de concentracao na siberia

Incognitus

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #93 em: 2014-01-18 16:49:20 »
Uma ideologia que se baseia em recusar a liberdade dos outros, naturalmente resulta em recusar a liberdade dos outros. Esta fúria toda contra o "neoliberalismo" é basicamente uma fúria contra a liberdade dos outros. De resto idêntica à fúria contra os "mercados", porque os "mercados" são simplesmente o resultado das opções livres dos outros.

O problema são, basicamente, os outros. Não admira que alguns regimes colectivistas acabem a matar milhões de outros, pois se eles são tão obviamente o problema.
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Luisa Fernandes

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #94 em: 2014-01-19 20:45:37 »
Grande  COMUNISTA  :D

Citar
O aumento da desigualdade no rendimento a que se assiste um pouco por todo o Mundo constitui uma amaça à estabilidade e à sustentabilidade, defendeu este Domingo a directora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Numa entrevista ao Financial Times, Christine Lagarde fez um apelo aos líderes políticos e empresariais que, a partir da próxima quarta-feira, se irão reunir em Davos, para mais uma edição do Fórum Económico Mundial que se realiza nesta localidade suíça.

"Os líderes presentes no Fórum Económico Mundial devem lembrar-se que em demasiados países os benefícios do crescimento estão a ser aproveitados por um número de pessoas demasiado pequeno. Esta não é a melhor receita para a estabilidade e a sustentabilidade", afirmou.

A pobreza e a desigualdade é um dos temas que estará na agenda do encontro de Davos deste ano, numa altura em que em diversos países, onde se ensaia uma retoma nas suas economias, aumentam as tensões provocadas por um aumento da desigualdade na distribuição dos rendimentos.

Os países onde a troika (que inclui o FMI liderado por Lagarde) implementou programas de ajustamento económico estão entre aqueles que, por via do aumento do desemprego e da contracção dos salários e das prestações sociais, têm visto a desigualdade na distribuição da riqueza mais se agravou.
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Zel

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #95 em: 2014-01-19 21:28:34 »
eu so descanso quando tiver o dinheiro todo da luisa na minha conta bancaria, a troika vai ajudar...

Luisa Fernandes

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #96 em: 2014-01-28 19:37:13 »
OLHEM O Pseudónimo da maior parte dos utilizadores deste fórum   :D

ALGUMAS PÉROLAS DO PENSAMENTO DE BERNARDO LOUBET DA NÓBREGA, personagem fictícia










« Última modificação: 2014-01-28 19:44:38 por Luisa Fernandes »
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Zel

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #97 em: 2014-01-28 19:51:26 »

como eh que se chama a alguem que diz que quer dar TUDO a todos e tb diz que sai de GRACA ?

muze

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #98 em: 2014-02-04 23:38:57 »
essa ideia dar mais bolsas para áreas mais produtivas e menos para áreas menos produtivas nem é disparatada, afinal a faculdade serve para melhorar a vida das pessoas...assim como as bolsas de investigação e douturamento também deviam ter como principal objectivo melhorar a vida de alguém, e quando digo alguém não estou a falar de quem recebe a bolsa :D

Automek

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Re:Neoliberalismo e psicopatia:
« Responder #99 em: 2014-11-03 08:50:48 »
O valentão comunista do parlamento deu lugar a um cordeirinho, subjugado aos gananciosos dos credores e agiotas

Citar
O comunista neoliberal

A conversão de Bernardino Soares à austeridade esclarece o equívoco sobre a contenção orçamental ser uma opção ideológica. Se um comunista governa tal neoliberal não há alternativa ao rigor orçamental

Loures é, hoje, uma espécie de Portugal dos pequenitos. Não é, de modo algum, depreciação. É mesmo elogio: de acordo com o que se lê na imprensa, perante grandes dificuldades financeiras, o executivo municipal tem levado a cabo um exigente compromisso de contenção orçamental. Um trabalho de igual mérito ao que o Governo do país reclama. Sugere-se, assim, a quem não tiver a paciência para seguir os debates nacionais sobre o Orçamento de Estado para 2015 (OE2015), que acompanhe a discussão política neste município da Grande Lisboa. As questões-chave são as mesmas. E as soluções austeras também. Apesar da diferença: é que se o país é governado pela coligação de direita, Loures é liderada por um comunista.

Mas as diferenças acabam aí. É, pelo menos, o que transparece no discurso com que Bernardino Soares, ex-líder parlamentar do PCP, assinalou o seu primeiro aniversário à frente da Câmara Municipal de Loures, onde recupera para si a argumentação do Governo. E até a oposição reage da mesma forma.

Bernardino Soares colocou a credibilidade no cimo das prioridades – “podemos dizer que há um ganho, que não se mede em euros, nem em estradas, nem em obras, mas que é a nossa maior conquista: a recuperação da credibilidade”. Orgulha-se de falar verdade – “ninguém duvida que estamos próximos das pessoas e lhes falamos verdade”. Aponta o dedo às dificuldades financeiras – “é evidente que este ano de mandato foi muito marcado pela difícil situação financeira – que de resto se continuará a fazer sentir nos próximos anos”.

Acusa os socialistas de fazerem a ‘festa’ com os dinheiros públicos – “o executivo anterior fez a ‘festa’ e deixou cá a conta para pagar”. Cortou nas ‘gorduras’ orçamentais – “tomámos importantes medidas de racionalização da despesa, eliminando despesas supérfluas – por exemplo, nalgumas avenças e viagens –, procurando reduzir outras, designadamente de funcionamento”.

E reconhece que não tem folga orçamental para fazer o que gostaria – “a dimensão do problema faz com que o município não tenha folga orçamental para dar resposta a investimentos essenciais”. A réplica da oposição (PS) é aquela que se ouve em todos os debates quinzenais na Assembleia da República: “a pretensa situação financeira do município serviu (…) de desculpa fácil, para pouco ou nada fazer neste primeiro ano de mandato”.

Não exageremos. É óbvio que o rigor orçamental de Bernardino Soares seguirá opções de aplicação diferentes das de Passos Coelho. E é evidente que algumas dessas opções relevam do que os distingue ideologicamente. Mas qual é a margem para que essas diferenças sejam mesmo significativas? Muito pouca. Afinal, quando não há dinheiro, não há dinheiro. E não pode ser só coincidência que o discurso de Bernardino pareça plagiado de qualquer um de Passos Coelho, Paulo Portas ou até Vítor Gaspar.

É por isso mesmo que a conversão de Bernardino Soares à chamada ‘austeridade’ é duplamente interessante. Primeiro, ela esclarece um grande equívoco: o de quem acha que a contenção orçamental é uma opção ideológica. Não é. É uma imposição da realidade. E a palavra não é aleatória, porque é precisamente essa a tecla em que tanto se carrega: em 3 anos de legislatura, os cortes orçamentais valeram a Passos Coelho dezenas de diagnósticos de irrealismo. Será também Bernardino um irrealista?

Provavelmente, não. E aí está o segundo motivo de interesse. A governação de Bernardino em Loures é a prova definitiva do grande impasse político em que vivemos: se até um comunista tem de governar como um neoliberal, não há mesmo alternativa ao rigor orçamental. Ou seja, não há mesmo espaço para divergências políticas, para promessas ou para combates ideológicos. Na oposição, cada um que diga o que quiser. Mas, no poder, comunistas, socialistas e sociais-democratas, todos serão “neoliberais” enquanto tiverem contas por pagar.

No fundo, é isto: depois da ‘festa’ vem sempre o rigor orçamental. Governe quem governar. Bernardino está aí para o demonstrar. Não admira, pois, que António Costa ande tão calado.
http://observador.pt/opiniao/o-comunista-neoliberal/