Mas exactamente o que é que contestas para ser mais fácil debater?
O seguinte são factos:
* Os rendimentos mais baixos têm mais filhos;
* Existe uma correlação entre rendimento e QI;
* O QI tem uma componente forte hereditária (a maioria).
O erro é pensar que essas coisas são imutáveis. Em vez disso, elas flutuam e muito. Por ex, a tua primeira frase está longe de ser um facto imutável. Os afro-americanos têm tido consistentemente um QI 15 pontos abaixo dos brancos (embora subindo com o Efeito Flynn também) e no entanto não se reproduzem mais. A proporção deles na população tem estado mais ou menos estática desde há décadas. Os Hispânicos, por outro lado, têm QIs ligeiramente acima dos afro-americanos mas têm mais natalidade. A razão é que são imigrantes mais recentes e os imigrantes mais recentes tendem a reproduzir-se mais.
Outra coisa importante, ainda sobre a tua 1ª frase, é a Transição Demográfica (TD). Muitos países transitaram para um padrão em que as pessoas têm muito menos filhos, pois querem ter só 1 ou 2 e apostar na sua educação. Ora isto aconteceu a muitos países mais ainda não a todos. Os que ainda mantêm culturas mais tradicionais continuam a ter muitos filhos, os outros não. Como os países chegaram à TD em épocas diferentes, não podes simplesmente estar a compará-los sem ter isso em conta. Idem para classes sociais. Tinhas classes como a operária europeia que se "reproduziam como coelhos" (e eram chamados degenerados, bêbados, etc, pelos Spencers, Galtons, Fishers) e passada 1-2 gerações já não se reproduzem assim, e o alcoolismo desceu. Todas estas variáveis mudam muito. O mais importante é o Desenvolvimento, e este conduz à TD. Até nas cidades africanas modernas, as gentes urbanas já estão a passar essa TD, embora os rurais ainda não. Isso é muito mais preditivo do que simplesmente a espúria correlação entre QI e reprodução.