Qual a razão desta vitória em condições, à partida, adversas e com a ameaça e a chantagem (sobre a Hungria e também sobre a Polónia, que está na linha da frente a receber o grosso dos refugiados da Ucrânia) da senhora von Der Leyen de lhes cortar os fundos europeus de Reconstrução, a Bazuca, alegando a “corrupção”? Não deixa de ser extraordinário que, numa União Europeia onde as acusações de corrupção e os casos de corrupção se multiplicam, seja a “iliberal” Hungria a única a ser formalmente visada e acusada: o que e é que se passa?
É certo que a Europa Central e Oriental, que esteve sujeita aos regimes comunistas, ganhou à própria custa outras defesas contra este tipo de agressões culturais; e que o congelamento destas sociedades num modelo totalitário as conservou, também pela resistência, num quadro de valores nacionais e conservadores, sem as doçuras e as agruras individualistas e libertárias do Ocidente euroamericano do último meio século.
Talvez também por isto o conflito aberto na Europa com a ofensiva de Bruxelas para impor uma Agenda contrária à vontade popular nos ex-países comunistas – que, independentemente das ideologias específicas dos seus governos, são nacionalistas em política e conservadores em costumes – tenha tudo para não acabar bem.