A moeda Brasileira flutua livremente e não a estão a imprimir. O problema no Brasil é diferente (para já).
não sabia, então como se está a dar este pico de inflação?
O Banco Central admitiu nesta quarta-feira (24) que a inflação deve atingir 9% em 2015 e, com isso, estourar o teto do sistema de metas de inflação. Além disso, o BC também admitiu que a economia brasileira deve "encolher" 1,1% neste ano – a maior contração em 25 anos. Os dados fazem parte do relatório de inflação do segundo trimestre deste ano. No relatório do primeiro trimestre, o BC estimava uma contração de 0,5% na economia de 2015.
Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, a principal mensagem do relatório é que a política monetária esteja e se mantenha “vigilante para assegurar a convergência da inflação à meta de 4,5% ao final do ano de 2016”. O documento reconhece inflação elevada em 2015 e reitera a “necessidade de determinação e perseverança no combate à inflação no curto, médio e longo prazos”.
Nos três primeiros meses de 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) teve retração de 0,2% e dados do próprio BC indicam que o nível de atividade iniciou o segundo trimestre de 2015 em queda. Com isso, não pode ser descartada uma possível recessão técnica na economia brasileira – que se caracteriza por dois trimestres seguidos de recuo do nível da atividade econômica.
A previsão do Banco Central para o PIB de 2015, porém, ainda está melhor que a dos economistas do mercado financeiro, que esperam uma contração de 1,45% no PIB. Se confirmado, será o maior recuo desde 1990. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia.
"O processo de ajuste macroeconômico em curso na economia brasileira – necessário e essencial para a consolidação de fundamentos que favoreçam a convergência da inflação para a meta no final de 2016 – associado a efeitos de eventos não econômicos têm impactado negativamente o dinamismo da atividade no curto prazo", avaliou o Banco Central.
De acordo com o BC, no médio prazo, os impactos das mudanças no ambiente macroeconômico advindas com os ajustes em curso contribuem para a recuperação da confiança de empresas e famílias, com reflexos na evolução do consumo e do investimento. "Esse fator, associado ao maior crescimento global – perspectiva que gradualmente se consolida – tende a conferir maior dinamismo à atividade doméstica", acrescentou.
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Inflação em 2015
A previsão do Banco Central para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 7,9%, em março, para cerca de 9% no relatório de inflação divulgado nesta quarta-feira. A estimativa do BC está um pouco acima dos 8,97% previstos pelo mercado financeiro para 2015.
No cenário de referência (juros e câmbio estáveis), cuja previsão era de 7,9% em março, a estimativa avançou para 9% em 2015. No cenário de mercado (que considera as previsões dos analistas dos bancos para câmbio e juros nos próximos meses), a estimativa do BC, que estava em 7,9% em março, passou para 9,1% neste mês.
Segundo o Banco Central, a probabilidade de a inflação ficar acima do teto do sistema de metas, em 2015, é de cerca de 99% tanto no cenário de referência quanto no de mercado.
Em maio, a inflação oficial, calculada pelo IPCA, ficou em 0,74%, a maior taxa para o mês desde 2008, quando ficou em 0,79%. Nos últimos 12 meses, o índice atingiu 8,47% – maior taxa para 12 meses desde dezembro de 2003, quando foi de 9,3%.
Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, ainda tem sido registrada.
"O Comitê [de Política Monetária do Banco Central] reitera os efeitos da ocorrência de um processo de realinhamento entre preços administrados e preços livres. Em outra perspectiva,
o Comitê nota que o real se depreciou nos últimos três anos em relação às moedas de importantes parceiros comerciais do Brasil e, dessa forma, também reitera os efeitos da ocorrência de um processo de realinhamento entre preços domésticos e preços internacionais", informou a autoridade monetária.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/06/banco-central-preve-inflacao-de-9-em-2015-e-possivel-recessao.html
Relativamente à impressão de reais podem consultar o site abaixo de um instituto de estudos brasileiro
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=21552) Expansão do crédito dos bancos estatais
Esse segundo fator decorre diretamente do primeiro. Com a eclosão da crise financeira ao final de 2008, que começou com a quebra do Lehman Brothers, houve um congelamento no mercado de crédito global. Ato contínuo, os bancos privados brasileiros, por causa desse cenário de grande incerteza, se tornaram mais cautelosos.
Consequentemente, com o intuito de manter o consumo a todo custo, o governo fez com que os bancos estatais — que estão sob o comando da Fazenda — assumissem uma postura acentuadamente contracíclica. O Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES abriram as torneiras e mantiveram o crédito. Resultado: o crédito no Brasil passou a ser concedido majoritariamente via bancos estatais, e quase sempre a juros abaixo da própria taxa SELIC.
O gráfico abaixo mostra a expansão do crédito ocorrida no Brasil desde a criação do real. A linha azul mostra o total de crédito concedido pelos bancos privados (Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Citibank e outros pequenos). A linha vermelha mostra o total de crédito concedido pelos bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco do Nordeste e outros bancos públicos estaduais, como Banrisul, BRB, Banco da Amazônia, Banestes).
É nítida a forte inclinação adquirida pela linha vermelha a partir de meados de 2008, assumindo um formato de crescimento exponencial. Entre 2009 e 2015, o crédito concedido pelos bancos estatais praticamente quadruplicou.