Talvez, eu acho que o mundo deveria ser mais simples e portanto bastante mais radical na implementação deste género de medidas basicamente justas.
Mas não estou debaixo de ilusão nenhuma. As pessoas gostam (pelo menos as que desenham os sistemas) de complicação, de muitas regras, de arbitrariedade, de transições, de dificuldades.
Aliás, do ponto de vista de quem manda isso é o que faz sentido, pois é o que lhe dá mais poder e valor. Sistemas simples, claros e transparentes sem arbitrariedade não servem a quem decide.
É o mesmo fenómeno que faria um comunista lutar pelo socialismo mas não pelo comunismo. Ou que faz do socialismo uma ideologia intrinsecamente corrupta, arbitrária, favorecedora, penalizante. É o que faz um socialista detestar o mercado livre - porque o mercado livre são os outros, a decidir livremente. Que poder isso lhe dá? Nenhum. Não há como obrigar os outros.
Daí que o socialista seja a favor de cultura subsidiada, e dentro desta, subsidiada arbitrariamente. E que seja a favor de educação gratuita ... para quem for para o sistema por si decidido e não para os outros. E saúde gratuita ... da mesma forma. E por aí adiante. É sempre o mesmo padrão. Manter o poder, manter a arbitrariedade, decidir pelos outros. Fazer os outros desiguais se não optarem como decidido centralmente -- isto é particularmente impressionante quando de base a ideologia é suposto ser equalitária, e é tudo menos isso.