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Autor Tópico: Rendimentos mundo ocidental estagnados nos últimos 30/35 anos? Causas? Soluções?  (Lida 40174 vezes)

Zark

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porquê essa intervenção tão agressiva num post absolutamente trivial do peluto?
já estás dizer que ele 'não compreende'. que é uma coisa tão óbvia que quem não a vir ..... é escolher os abor do dia.
já começaram os parágrafos a bold.

O peluto, candidamente, até se declarou de direita no outro dia. Não é direita suficiente para ti?

Z
If begging should unfortunately be your destiny, knock only at the large gates.

Arabian Proverb
--------------------------------------------------
You've got to know when to hold 'em
Know when to fold 'em
Know when to walk away
And know when to run
You never count your money
When you're sittin' at the table
There'll be time enough for countin'
When the dealin's done

Kenny Rogers – The Gambler
------------------------------------------
It is not enough to be busy; so are the ants. The question is: What are we busy about?
Henry David Thoreau

Incognitus

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porquê essa intervenção tão agressiva num post absolutamente trivial do peluto?
já estás dizer que ele 'não compreende'. que é uma coisa tão óbvia que quem não a vir ..... é escolher os abor do dia.
já começaram os parágrafos a bold.

O peluto, candidamente, até se declarou de direita no outro dia. Não é direita suficiente para ti?

Z

Para mim é irrelevante se é de direita ou não. A intervenção não é agressiva, a desinformação que o peluto partilha sobre o FMI é largamente partilhada por milhões e milhões de pessoas.
 
Não significa porém que nós não possamos aqui colocar as coisas direitas.
 
A parte a bold no final não está assim para ser agressiva. Está assim porque o meu post é longo e pode não ser lido. Assim, preciso de enfatizar que a própria opinião não tem coerência interna (porque a intervenção do FMI é opcional, logo se os alvos acham que existe uma opção melhor podem tomá-la, logo o problema nunca seria do FMI NEM que o FMI estivesse errado -- que não está -- e sim de quem opta por essa opção).
 
É um assunto bicudo porque a opinião que o peluto tem -- incrivelmente errada -- está enraízada na população em geral deste e muitos outros países e é profunda.
 
--------
 
Pensa assim, aquela opinião é grosso modo o mesmo que culpar um financiador DIP no contexto de uma falência, como sendo o culpado quer pela falência, quer pelos despedimentos que este advoga durante a mesma para tentar reestruturar a empresa falida e trazê-la de volta à viablidade.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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peluto

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Muito se tem escrito, em tão pouco tempo deste tópico, sinal que é um tema quente. A nível académico e internacional, usando um termo de direito, "a doutrina divide-se", pelo que, espanta-me, ver por aqui tantas certezas.
Se me permitem, queria deitar mais uma acha para a fogueira.
Crêem que existe algum nexo de causa/efeito, o facto de, na transição de economias para o capitalismo, os países que questionaram a  forma FMI/Washington (por exemplo a China e a Índia) e optaram por inserir-se na globalização, de forma independente, mais gradual, sem aderir ao Consenso de Washington, vieram a obtiver melhores resultados, económicos e sociais. Ao invés, aqueles que não questionaram a forma FMI/Washington, e, aderiram de forma incondicional e consensual, acabaram como a Argentina ou o Brasil, com graves crises financeiras. A própria Rússia, que seguiu à risca o tratamento de choque apregoado pelo FMI, enfrentou sérias dificuldades económicas e sociais. Já a Polónia, que optou por uma abordagem mais gradual e de transição, saiu-se bem melhor.
Há aqui alguma causa/efeito, ou é obra do acaso?
Bom fim de semana.

Há uma causa/efeito mas não é a que pensas.

O Brasil e a Argentina não acabaram com graves crises financeiras devido ao FMI. Foram sim as suas graves crises financeiras que levaram à entrada do FMI. As dificuldades económicas e sociais eram garantidas antes de o FMI entrar, e o FMI só entra para que esses países se mantenham funcionais até serem reequilibrados. A alternativa seria um reequilibrio de choque, substancialmente pior em termos económicos e sociais (mas, diga-se, também mais rápido na resolução dos problemas).

A ìndia não é exemplo para ninguém.

E a China ainda nunca precisou do FMI. O FMI quando é necessário é porque já está tudo torto, não é nenhuma opção "na ausência de problemas".

-------

E a Rússia não seguiu à risca o plano do FMI, aliás, aparentemente até $5 biliões do plano do FMI foram roubados e as reformas propostas não foram implementadas ...

-------

É no entanto necessário entender que antes da entrada do FMI seja onde for, já existe um desequilíbrio que VAI provocar no curto prazo uma crise económica grave (que geralmente já estará parcialmente em curso quando o FMI entra). Portanto as pessoas associam a entrada do FMI a essa crise, da mesma forma que associam o Passos Coelho às medidas de austeridade em Portugal.

Isso é um erro. O que dita essa implosão económica é o que PRECEDE a intervenção do FMI (ou o Passos Coelho). A intervenção em si apenas tenta financiar a transição enquanto se aplicam reformas que retomam a sustentabilidade. Só que isso ocorre no meio da crise que as pessoas associam ao FMI. A realidade é que sem essa transição, e portanto com MENOS financiamento, essa crise teria necessariamente que ser mais profunda. Inevitável, se-lo-o sempre.

Isto não é difícil de compreender. Se esse financiamento do FMI fosse evitável, os países evita-lo-iam e fariam esse outro caminho alternativo "melhor". Não o fazem, não obstante toda a gente colocar as culpas no FMI, quando o FMI é uma coisa opcional que ninguém é obrigado a aceitar. Portanto MESMO que se achasse que o FMI era o problema (um erro), o verdadeiro culpado seria quem optasse pelo FMI em vez de pela tal "alternativa melhor".

Ou seja, tudo isto não faz sentido nenhum. Manter esse género de opinião é como aquela cena do BE a berrar contra as agências de rating por baixarem o rating num momento, e a dizer que a dívida é insustentável no momento seguinte.

Incognitus, talvez me tenha explicado mal. Penso que dá para perceber nos meus posts que sou pró globalização, o que não me impede de perceber que, de muitos dos benefícios que trouxe de melhoria tais como o desenvolvimento económico de vários países através do comércio internacional e aumento das exportações, acesso a um conhecimento que estava além do alcance de muitas pessoas, etc. etc. estávamos aqui a manhã toda a descrever vantagens, também se percebe que, a nível económico, há algo a melhorar, pois, a miséria em África mantém-se, a estabilidade económica continua um problema com as sucessivas crises. A este nível (económico) há algo a melhorar, quer-me parecer.
Vamos lá ver, óbvio que, estas economia, antes do FMI entrar eram desequilibradas, e é aqui, que, mesmo tu não querendo, me das a razão. Todas as que enunciei, à data eram desequilibradas, umas, como dizes, escolheram aceitar o dinheiro FMI e a correspondente receita (Argentina, Brasil, Rússia, mas há mais). Outras, como a China, a Índia, a Polónia, que, precisando do FMI, escolheram outro caminho, o da integração no capitalismo mais lenta, faseada, em velocidade que consideraram adequadas, face às características das suas economias, e estas, é inegável, tiveram muito mais sucesso económico e social. Só me das razão quando dizes que podiam ter escolhido outro caminho que não o FMI. E não é que algumas escolheram mesmo, e não é que os resultados destas são melhores.
O que me espanta a mim (e ao Nobel da economia) é que, a receita FMI/Washington, que na grande maioria é igual para todos e sabemos qual é, dentro de portas, nos EUA, quando há desequilíbrios, a receita é inversa (como estamos a presenciar desde 2008). É aqui que entra a hipocrisia.
A manutenção da minha opinião é fundamentada na obra de um Nobel da Economia, conselheiro económico do governo Clinton e ex economista chefe do Banco Mundial, não creio que seja, como dizes, isolada de um tendência académica, e comparável com acções do Bloco de Esquerda. O que é um facto é que, de entre as economias desequilibradas que necessitaram do FMI, umas, escolheram o caminho sozinhas e sem FMI/Receita FMI e outras não, e as que escolheram ir sozinhas, apresentam melhores resultados, económicos e sociais. Outro facto é que, nas crises nos EUA, a receita que apresentam aos outros, para consumo interno (redução de taxas, sem austeridade fiscal, maior regulamentação mercado capitais, etc.) o inverso do que advogam para os outros desequilibrados.
Portanto, para que fique claro, gosto muito do capitalismo, tem e trouxe grandes vantagens ao mundo, mas, as económicas que inicialmente advogava e prometia, ainda vão estando por cumprir. Quando vir que as crises e a consequente desestabilização social deixa de ser constante, que a miséria em África foi erradicada, que as promessas de transição para um capitalismo global foram cumpridas, etc. etc. posso-te dar razão, espero que possamos chegar lá.
Estou com falta de tempo para me alongar mais, tarefas familiares :), mas, mais tarde, se necessário, volto ao tema.
Fiquem bem.... Thanks Lark  :)
« Última modificação: 2015-05-23 09:15:19 por peluto »
Mais vale estar fora de um trade e querer estar dentro, que estar dentro e querer estar fora.

vbm

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Comércio internacional e pagamentos
« Responder #103 em: 2015-05-23 09:43:24 »
[ ]
Portanto, para que fique claro, gosto muito do capitalismo, tem e trouxe grandes vantagens ao mundo, mas, as económicas que inicialmente advogava e prometia, ainda vão estando por cumprir. [ ]


Não é para gozar, mas acho graça a teres-te exprimido assim: «gosto muito do capitalismo», lol.

Uma vez tive um patrão que queria ter um avião privado para se deslocar. E pediu-o ao administrador-delegado; que estudou o pedido, concluiu que não valia a pena; e que era perigoso, o patrão podia morrer nalgum desses voo do avião. De modo que, não aprovou a despesa. O patrão ficou amuado e para se 'vingar' convidou para almoçar com ele os quatro directores operacionais e não o administrador-delegado. Passou todo o almoço praticamente calado e macambúzio. Por fim, à sobremesa, exclamou: «Que se lixe! Eu gosto é de gajas!». LOL De modo que me lembrei desta historinha, por teres dito, surpreendentemente, «gosto muito do capitalismo» :)). Mas não estou a gozar, peluto, não fiques chateado, o fórum é divertido, assim, informalmente.

E quanto à questão de fundo, da globalização, um ponto fraco da economia clássica sempre foi o tratado por David Ricardo, relativo ao comércio internacional e sistema de pagamentos entre os países. O problema é que, em estádios diferentes de desenvolvimento, o país menos desenvolvido é o mais vulnerável aos obstáculos a tal desenvolvimento, se o comércio for livre sem restrições. Isso foi logo percebido no século 19, e o Reino Unido e os Estados Unidos foram sempre os que mais se opuseram a restrições que os prejudicariam. Não sei que tipo de sistema monetário Keynes propôs, mas o de Bretton Woods de 1946, não é totalmente a sua proposta. De qualquer modo, Reagan e Thatcher encarregaram-se de desmantelar Bretton Woods nos anos 80. Mas eu não conheço estas matérias, embora sejam fundamentais para perpetrar grandes "golpadas" na falsificação do valor e do dinheiro.
« Última modificação: 2015-05-23 09:46:37 por vbm »

Incognitus

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Não, peluto. Tu basicamente queres acreditar que o FMI é o problema e então constróis uma narrativa de acordo com essa tua vontade à priori.

Os países que chamam ou não chamam o FMI estão em vários estágios de "problemático". Uns são forçados a chamar o FMI porque não têm mais alternativa nenhuma, outros estão em estágios "salváveis" sem FMI, pelo que podem optar não o chamar. É perfeitamente natural que quem seja obrigado a chamá-lo vá passar por uma crise (que já se terá iniciado ANTES de o chamar) muito mais profunda do que quem não o chame.

Para veres como isto funciona, podes usar o paralelo do financiamento DIP. Este é um tipo de financiamento que as empresas que passam por uma insolvência e reestruturação usam para se financiar durante o processo de falência. As empresas que necessitam de financiamento DIP vão ter que falir, vão ter que reestruturar, etc. As que podem passar sem o financiamento DIP podem estar em dificuldades, mas à partida as dificuldades são menores até ao ponto de poderem nem sequer falir.

Se à posteriori olhares para essas situações, estarás a dizer "Reparem, TODOS os que faliram tiveram lá o FMI! E estes, que também estiveram quase a falir, não tiveram! Deram-se melhor!". Só que isso não faz sentido nenhum. No entanto essa é a base do teu raciocínio acima quanto ao FMI.

Sobre "haver escolha", eu coloquei isso como uma hipótese para mostrar o absurdo dessa visão. Porque se HOUVESSE escolha e o FMI fosse tão mau como o pintam, então AINDA assim a culpa seria não do FMI mas de quem faz a escolha. Mas não, nos casos que acabam com o FMI lá dentro não há escolha (excepto o falir sem financiamento nenhum).

---------

Sobre nos EUA poderem praticar outra coisa, isso é em parte verdade e em parte não. Para os Estados não é bem verdade, esses geralmente necessitam de adaptar o seu orçamento a uma base zero. Para o Estado Federal pode ser, mas os EUA têm uma vantagem que os outros países todos sujeitos ao FMI também usariam se tivessem: têm moeda própria que podem imprimir continuando ela a ser aceite! E muitos dos outros países TENTAM essa hipótese em alternativa ao FMI. O problema é que a moeda deixa de ser aceite, implode, e a inflação dispara.

---------

Sobre a globalização não funcionar para África. Não funcionou até ao momento não por falha da globalização (que no fundo, nem sequer "existe", é apenas uma abertura de portas ao comércio) porque a globalização/capitalismo não ajuda a quem não se ajuda a si próprio. Ou seja, tudo o que o capitalismo faz é dar a quem dá aos outros, reciprocamente. O que o capitalismo não faz (para pessoas ou países) é dar algo a quem não produz para os outros, reciprocamente. África não sai do buraco simplesmente porque não produz o suficiente para os outros, e nada mais.

A miséria em África será erradicada quando em África se produzirem coisas em quantidade e valor suficiente para os outros (que até podem estar dentro de África). E não antes.

Repara, embora não seja por grande mérito próprio, a situação de Angola estava a melhorar rapidamente. Porquê? Porque estava a produzir algo em quantidade e valor para os outros: petróleo. É tão básico quanto isso, não necessita de ser petróleo, pode ser outra coisa qualquer, mas tem que ser uma coisa qualquer. Não há milagres políticos ou económicos aqui: o nível de vida de um país, de uma pessoa, etc, vem do valor que produz para os outros, para obter dos outros igual valor. É a base de todo o sistema.
« Última modificação: 2015-05-23 09:54:18 por Incognitus »
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Zel

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uma das grandes vantagens do fmi eh poder ser usado como um bode espiatorio para politicas impopulares.

eh tal e qual como contratar consultores externos para uma empresa que precisa de implementar cortes, a culpa eh dos consultores..

dito isto nao faco ideia se nao poderiam fazer melhor o seu trabalho
« Última modificação: 2015-05-23 12:49:40 por Neo-Liberal »

peluto

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Não, peluto. Tu basicamente queres acreditar que o FMI é o problema e então constróis uma narrativa de acordo com essa tua vontade à priori.

Os países que chamam ou não chamam o FMI estão em vários estágios de "problemático". Uns são forçados a chamar o FMI porque não têm mais alternativa nenhuma, outros estão em estágios "salváveis" sem FMI, pelo que podem optar não o chamar. É perfeitamente natural que quem seja obrigado a chamá-lo vá passar por uma crise (que já se terá iniciado ANTES de o chamar) muito mais profunda do que quem não o chame.

Para veres como isto funciona, podes usar o paralelo do financiamento DIP. Este é um tipo de financiamento que as empresas que passam por uma insolvência e reestruturação usam para se financiar durante o processo de falência. As empresas que necessitam de financiamento DIP vão ter que falir, vão ter que reestruturar, etc. As que podem passar sem o financiamento DIP podem estar em dificuldades, mas à partida as dificuldades são menores até ao ponto de poderem nem sequer falir.

Se à posteriori olhares para essas situações, estarás a dizer "Reparem, TODOS os que faliram tiveram lá o FMI! E estes, que também estiveram quase a falir, não tiveram! Deram-se melhor!". Só que isso não faz sentido nenhum. No entanto essa é a base do teu raciocínio acima quanto ao FMI.

Sobre "haver escolha", eu coloquei isso como uma hipótese para mostrar o absurdo dessa visão. Porque se HOUVESSE escolha e o FMI fosse tão mau como o pintam, então AINDA assim a culpa seria não do FMI mas de quem faz a escolha. Mas não, nos casos que acabam com o FMI lá dentro não há escolha (excepto o falir sem financiamento nenhum).

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Sobre nos EUA poderem praticar outra coisa, isso é em parte verdade e em parte não. Para os Estados não é bem verdade, esses geralmente necessitam de adaptar o seu orçamento a uma base zero. Para o Estado Federal pode ser, mas os EUA têm uma vantagem que os outros países todos sujeitos ao FMI também usariam se tivessem: têm moeda própria que podem imprimir continuando ela a ser aceite! E muitos dos outros países TENTAM essa hipótese em alternativa ao FMI. O problema é que a moeda deixa de ser aceite, implode, e a inflação dispara.

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Sobre a globalização não funcionar para África. Não funcionou até ao momento não por falha da globalização (que no fundo, nem sequer "existe", é apenas uma abertura de portas ao comércio) porque a globalização/capitalismo não ajuda a quem não se ajuda a si próprio. Ou seja, tudo o que o capitalismo faz é dar a quem dá aos outros, reciprocamente. O que o capitalismo não faz (para pessoas ou países) é dar algo a quem não produz para os outros, reciprocamente. África não sai do buraco simplesmente porque não produz o suficiente para os outros, e nada mais.

A miséria em África será erradicada quando em África se produzirem coisas em quantidade e valor suficiente para os outros (que até podem estar dentro de África). E não antes.

Repara, embora não seja por grande mérito próprio, a situação de Angola estava a melhorar rapidamente. Porquê? Porque estava a produzir algo em quantidade e valor para os outros: petróleo. É tão básico quanto isso, não necessita de ser petróleo, pode ser outra coisa qualquer, mas tem que ser uma coisa qualquer. Não há milagres políticos ou económicos aqui: o nível de vida de um país, de uma pessoa, etc, vem do valor que produz para os outros, para obter dos outros igual valor. É a base de todo o sistema.

Não Incognitus, não tenho o mínimo interesse em que o FMI seja o cerne do problema, até porque sei que não o são. Esse problema, como dizes, são as políticas nacionais/falta delas que levam aos tais desequilíbrios. O que eu não advogo é que o FMI, ao longo dos tempos, tenha sido a solução para esse problema, essa é a nossa grande diferença. 
Repara que, mesmo tu, já não contestas os factos que eu menciono, antes, vais-os justificando, justificas que os EUA fazem internamente diferente do que advogam via FMI para os outros, por questões de desvalorização da moeda e continuação da sua aceitação. Justificas a aceitação ou não das políticas recomendadas pelo FMI pelos países em dificuldades, consoante o grau de "doença" das suas economias, etc.. e eu nem contesto, mas não tenho como aferir isso. Não sei com demonstrar que a economia Chinesa, a Polaca ou a Indiana, estavam, à data dos factos, em pior estado que a Brasileira ou a Argentina. O que me leva a concluir que, também tu, não querendo culpar o FMI (e como eu te disse, não os considero culpados, mas, também não os considero os médicos/curadores que tu consideras), possas também, estar a construir a tua narrativa de forma a justificares a tua pré concebida ideia.

Neo, grande verdade, mas, não me posso incluir nesse lote. Os grandes culpados da vinda a PT, à Grécia ou à Irlanda do FMI, não são, de todo, o próprio FMI, agora, também não creio que o tenham sido os salvadores da pátria, não creio que, não sendo a nossa doença igual à Grega ou à Irlandesa, a aplicação do mesmo remédio a todas seja a solução, nem sequer creio que, o objectivo tenha sido ele próprio, apenas e só, recuperar a economia e gerar crescimento de riqueza nacional, mas também, poderem as empresas Europeias e Americanas, retirar elas também dividendos e vantagens, da maior liberalização, flexibilização, redução de regulação, alterações mercado trabalho, privatizações, etc., etc. Já não tenho idade para acreditar em contos de fadas.
« Última modificação: 2015-05-23 14:52:03 por peluto »
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Incognitus

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Se compreenderes o que o FMI é, o equivalente para nações inteiras de um financiamento DIP para uma empresa a entrar em processo de falência, verás que a posição que procuras defender não tem sentido.

O FMI:
* Financia quando já ninguém quer financiar;
* E advoga medidas para repor a viabilidade externa e, secundariamente, interna, do país.

Nada mais. Não há aqui mais nada para adivinhar. Se alguém quiser financiar um país em alternativa ao FMI pode fazê-lo, tal como um financiamento DIP para uma empresa é obtido num mercado competitivo. Naturalmente, para um país inteiro é mais complicado achar quem o queira fazer, até porque no incumprimento de uma empresa podem-se obter garantias reais e no de um país não.

Pecuno, a posição que estás a defender é:
* Extremamente, mas mesmo muito extremamente popular;
* Extremamente errada.

A ideia de que um credor "podia fazer diferente", que o que um credor pede ou exige "não funciona", etc, é absurda de base, também. Isto porque o credor é que determina o que é importante para si e o que acha que funciona. Ou seja, nem é preciso entrar naquilo que o FMI faz ou deixa de fazer para se saber que tens aí uma opinião popular extremamente absurda (mas muito espalhada). Não é culpa tua, isso é repetido à exaustão em todos os locais até ao ponto de as pessoas serem convencidas.

----------

Por outro lado, todos os "accionistas" do FMI são certamente livres de sugerirem alterações à forma como os programas são aplicados. Podes ver aqui o "voting power" dos diversos países, não existe ninguém com a maioria nem perto:

http://en.wikipedia.org/wiki/International_Monetary_Fund#Leadership

-----------

Sobre contos de fadas, deverias olhar para aquilo que estás a defender sobre o FMI, porque aí é que está o conto de fadas. E não no facto de se liberalizar, facilitar despedimentos, etc produzir efeitos positivos a prazo.

Basta pensar o que estava a falar sobre os jovens noutro tópico. Se os jovens pudessem deslocar pessoas mais velhas dos seus empregos mais facilmente, por serem mais produtivos OU mais baratos, as empresas resultantes seriam mais competitivas. Sendo mais competitivas teriam maiores lucros, cresceriam mais e contratariam mais. No final terias mais pessoas empregues, maiores salários e melhor níveil de vida.

Mas tudo isso parece uma coisa lixada e anti-social (excepto para os jovens). Em vez disso opta-se por ter as pessoas nos lugares com menos stress, menos produtivas e mais caras. É uma opção, mas lá está, maior liberalização e maior facilidade em despedir produziria um país mais rico e com mais emprego (mas também e pelo menos inicialmente, com mais stress, e no curto prazo até com mais desemprego devido ao despedimento de toda a lenha que não se pode despedir).
« Última modificação: 2015-05-23 16:09:16 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Para simplificar:
* O FMI é o equivalente a DIP financing para países. É preciso compreender o conceito de DIP financing: um empréstimo com senioridade sobre os restantes que é dado a uma empresa para esta tentar retomar a sua viabilidade no contexto de uma falência. Um financiamento do FMI destina-se a manter um país a funcionar até lhe devolver a viabilidade;
* O credor de DIP financing (neste caso o FMI) não é exclusivo. Se outra entidade quiser pode tentar competir com ele. Se o devedor falido quiser pode tentar não utilizar DIP financing;
* O programa de assistência ou o DIP financing são negociados com o devedor, muito embora naturalmente o financiador tenha o maior poder negocial;
* A própria estrutura dos programas de assistência do FMI é objecto de discussão interna ao FMI, onde nenhum país tem a maioria dos votos para mandar no mesmo.

Portanto:
* A assistência é opcional, se há algum culpado é o decisor do país que a aceita ou não nos termos negociados;
* O credor faz o melhor possível, na sua ideia, para que o programa tenha sucesso, mas este não é imposto ao devedor;
* O conceito do caminho para o "melhor possível" de um tal programa é definido via votos dentro do próprio FMI.
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Zenith

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Poderia ser verdade para alguns paises nomeadamente Portugal, mas para USA e paises masis desenvolvidos da Europa não me parece muito convicente. A % de pessoas a trablahar nas industrias que marcaram a entrada da China e outros paises asiaticos nos mercados já era uma pequena fracção da classe média e pode explicar o empobrecimento ou estagnação dessa franja mas não de toda a classe média.

Mas o empobrecimento que existiu foi das camadas com menores rendimentos. O titulo deste tópico não se aplica a uma boa parte da população mesmo nos EUA, aplica-se somente às camadas com menores rendimentos (os 40% do fundo, grosso modo).

Não se trata só das pessoas a concorrer com a China, mas também de todas as ocupações associadas e do género de empresas que substituiu essas ocupações em termos de ocupação, como empresas de retalho, fast foods/restaurantes, etc, que pagam bastante mal em média.

Não acredito muito no nº de 40% prejudicados pela entrada da China no comércio internacional, mas a ser verdadeiro e ser a globalização o principal factor +e caso para questionar a comptência ou honestidade dos politicos do bloco ocidental.
A globalização foi uma iniciativa do mundo ocidental e não um lobbying de chineses, filipinos ou indonésios que enviavam todas as semanas ministros pelas capitais europeias e norte americanas para pedir abertura dos mercados. Foi especilamente uma iniciativa norte american que durante 200 anos foram o pais mais proteccionista no mundo ocidental, e que chegaram aos anos 80 numa posiação de liderança ou paridade em todas as áreas do futuro e acharam que já não havia que recear abertura dos mercados.
Se os 40% são verdadeiros e tovermos nºs do género 40% empobreceram, 30% estagnaram, 20% subiram ao ritmo da economia (que foi significativamento inferior ao dos 30 anos anteriores) e 10% enriqueceram a um ritmo superior então os politicos ou foram criminosos relativamente aos povos que representavam ou foram incompetentes. Pode-se também dizer que foram os socialistas mais bem sucedidos já que não hesitaram em sacrificar uma parte significativa do seu povo para ajudar os povos mais pobres (reforçando os privilégios dos 10% da nomenklatura).
Até ao início da 1ª guerra mundial o mundo já estava numa era de globalização bastante apreciavel (em moldes diferentes da atual) que só deve ter sido novamente alacnaçda nos anos 90, mas nessa globalização os perdedores foram os asiaticos (e africanos). Se a causa agora for novamente a globalização os papeis foram invertidos.

Agra a relação ente igualdade e desenvolvimento. Em toda a história do mundo ocidental o periodo de maior crescimento foi o de 45-73 que coincidiu com aformação ou solificação de uma calsse média forte com as desigualdades fortemente esbatidas. Em termos de dinâmica na inovação terá sido também um dos periodos mais ferteis .

tommy

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Citar
NEW HAVEN – In his First Inaugural Address, during the depths of the Great Depression, US President Franklin Delano Roosevelt famously told Americans that, “The only thing we have to fear is fear itself.” Invoking the Book of Exodus, he went on to say that, “We are stricken by no plague of locusts.” Nothing tangible was causing the depression; the problem, in March 1933, was in people’s minds.
The same could be said today, seven years after the 2008 global financial crisis, about the world economy’s many remaining weak spots. Fear causes individuals to restrain their spending and firms to withhold investments; as a result, the economy weakens, confirming their fear and leading them to restrain spending further. The downturn deepens, and a vicious circle of despair takes hold. Though the 2008 financial crisis has passed, we remain stuck in the emotional cycle that it set in motion.

It is a bit like stage fright. Dwelling on performance anxiety may cause hesitation or a loss of inspiration. As fear turns into fact, the anxiety worsens – and so does the performance. Once such a cycle starts, it can be very difficult to stop.
According to Google Ngrams, it was during the Great Depression – around the late 1930s – that the term “feedback loop” began to appear frequently in books, often in relation to electronics. If a microphone is placed in front of a loudspeaker, eventually some disturbance will cause the system to produce a painful wail as sound loops from the loudspeaker to the microphone and back, over and over. Then, in 1948, the great sociologist Robert K. Merton popularized the phrase “self-fulfilling prophecy” in an essay with that title. Merton’s prime example was the Great Depression.
But the memory of the Great Depression is fading today, and many people probably do not imagine that such a thing could be happening now. Surely, they think, economic weakness must be due to something more tangible than a feedback loop. But it is not, and the most direct evidence of this is that, despite rock-bottom interest rates, investment is not booming.
In fact, real (inflation-adjusted) interest rates are hovering around zero throughout much of the world, and have been for more than five years. This is especially true for government borrowing, but corporate interest rates, too, are at record lows.
In such circumstances, governments considering a proposal to build, say, a new highway, should regard this as an ideal time. If the highway will cost $1 billion, last indefinitely with regular maintenance and repairs, and yield projected annual net benefits to society of $20 million, a long-term real interest rate of 3% would make it nonviable: the interest cost would exceed the benefit. But if the long-term real interest rate is 1%, the government should borrow the money and build it. That is just sound investing.
In fact, the 30-year inflation-indexed US government bond yield as of May 4 was only 0.86%, compared with more than 4% in the year 2000. Such rates are similarly low today in many countries.
Our need for better highways cannot have declined; on the contrary, given population growth, the need for investment can only have become more pronounced. So why are we not well into a highway-construction boom?
People’s weak appetite for economic risk may not be the result of pure fear, at least not in the sense of an anxiety like stage fright. It may stem from a perception that others are afraid, or that something is inexplicably wrong with the business environment, or a lack of inspiration (which can help overcome background fears).
It is worth noting that the US experienced its fastest economic growth since 1929 in the 1950s and 1960s, a time of high government expenditure on the Interstate Highway System, which was launched in 1956. As the system was completed, one could cross the country and reach its commercial hubs on high-speed expressways at 75 miles (120 kilometers) an hour.
Maybe the national highway system was more inspirational than the kinds of things that Roosevelt tried to stimulate the US out of the Great Depression. With his Civilian Conservation Corps, for example, young men were enlisted to clean up the wilderness and plant trees. That sounded like a pleasant experience – maybe a learning experience – for young men who would otherwise be idle and unemployed. But it was not a great inspiration for the future, which may help to explain why Roosevelt’s New Deal was unable to end America’s economic malaise.
By contrast, the apparent relative strength of the US economy today may reflect some highly visible recent inspirations. The fracking revolution, widely viewed as originating in the US, has helped to lower energy prices and has eliminated America’s dependency on foreign oil. Likewise, much of the rapid advance in communications in recent years reflects innovations – smartphone and tablet hardware and software, for example – that has been indigenous to the US.
Higher government spending could stimulate the economy further, assuming that it generates a level of inspiration like that of the Interstate Highway System. It is not true that governments are inherently unable to stimulate people’s imagination. What is called for is not little patches here and there, but something big and revolutionary.
Government-funded space-exploration programs around the world have been profound inspirations. Of course, it was scientists, not government bureaucrat, who led the charge. But such programs, whether publicly funded or not, have been psychologically transforming. People see in them a vision for a greater future. And with inspiration comes a decline in fear, which now, as in Roosevelt’s time, is the main obstacle to economic progress.

Read more at http://www.project-syndicate.org/commentary/economic-growth-after-2008-global-financial-crisis-by-robert-j--shiller-2015-05#rBVGubSAWyGoIuLr.99


Genericamente não concordo com esta abordagem, mas adoro ler Robert Schiller, e cheguei até a começar (não acabei) aqueles cursos online do coursera sobre mercados financeiros da univ. Yale. Adorei aquelas aulas...aprendi bastante, mas acabei por não conseguir levar até ao fim - falta tempo.
« Última modificação: 2015-05-23 21:43:27 por tommy »

Incognitus

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Não é apenas a globalização. A globalização é um factor, a demografia outro, a welfarização outro, etc. A globalização apesar de tudo deve ser o maior.

Os 40% são os que estagnaram ou cairam em termos reais. O quintil acima disso já mostra um crescrimento real baixo, e depois os outros 2 quintis mostram um crescimento mais elevado.

O crescimento a seguir à 2ªGG teve imensos factores diferentes a ajudar, também. Veio após muitos anos onde o consumo e a formação de famílias foi adiada pela guerra, o baby boom, etc. Com muita tecnologia a permitir produzir mais barato, etc. Ali e principalmente com a guerra, existiria sempre um boom gigantesco.
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Zenith

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Sacrificar 40% para enriquecer 10% é criminoso.
Demografia é treta. Houve crescimento das mulheres no mercado de trabalho, emigração. Poderá vir a ser a ser no futuro (mas China está muito pior), mas até pelo menos 2000 não foi problema e muito menos nos USA.




Incognitus

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Sacrificar 40% para enriquecer 10% é criminoso.
Demografia é treta. Houve crescimento das mulheres no mercado de trabalho, emigração. Poderá vir a ser a ser no futuro (mas China está muito pior), mas até pelo menos 2000 não foi problema e muito menos nos USA.

A demografia são muitos efeitos diferentes. Por exemplo nos últimos anos tem estado a sair uma brutalidade de gente da força de trabalho (a reformarem-se). Isso tem efeitos no emprego, no rendimento (fora do Estado as reformas muitas vezes não são grande coisa), etc.

E não enriqueceram 10%, em vários graus enriqueceram 40-60% em termos reais. É claro que o quintil do meio enriqueceu muito pouco. O quintil superior enriqueceu bastante, mas também é uma amostra à posteriori de quem se deu melhor ...

(O gráfico engana um pouco por usar valores absolutos, tb. Por exemplo o ganho do 2º quintil é de cerca de 33%)
« Última modificação: 2015-05-23 22:49:37 por Incognitus »
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vbm

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G. G.
« Responder #114 em: 2015-05-23 23:07:59 »
[ ]
O crescimento a seguir à 2ªGG [ ]

"Vendo-te", gratuitamente, o que me ensinarem.
G. G.- Grande Guerra foi só uma, a de 1914-18.

Só essa Guerra Mundial, os historiadores
denominam "Grande Guerra".

A de 1939-45 é chamada 2ª G.M.
- Segunda Guerra Mundial, mas não
Grande Guerra, designação
reservada à 1ª G. M.

mig

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Re: Rendimentos mundo ocidental estagnados nos últimos 30/35 anos?
« Responder #115 em: 2015-05-24 01:08:45 »
Se compreenderes o que o FMI é, o equivalente para nações inteiras de um financiamento DIP para uma empresa a entrar em processo de falência, verás que a posição que procuras defender não tem sentido.

O FMI:
* Financia quando já ninguém quer financiar;
* E advoga medidas para repor a viabilidade externa e, secundariamente, interna, do país.

http://en.wikipedia.org/wiki/International_Monetary_Fund#Leadership




Pois..pois, isso é a parte romântica da coisa.
O Fmi através dos "assassinos económicos" estimula o endividamento dos países, coisa fácil de fazer em países corruptos. depois...bem...depois é fácil. entram como salvadores da pátria, compram os recursos dos países por "tuta e meia" e impõe mão de obra mal paga, caminho fértil para a nata do fmi engordar cada vez mais.
« Última modificação: 2015-05-24 01:10:07 por mig »

Zel

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se o FMI eh assim tao mau porque eh que o chamam ?
aceitam-se teorias da conspiracao de todo o tipo  :D

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Re: Rendimentos mundo ocidental estagnados nos últimos 30/35 anos?
« Responder #117 em: 2015-05-24 02:07:52 »
Se compreenderes o que o FMI é, o equivalente para nações inteiras de um financiamento DIP para uma empresa a entrar em processo de falência, verás que a posição que procuras defender não tem sentido.

O FMI:
* Financia quando já ninguém quer financiar;
* E advoga medidas para repor a viabilidade externa e, secundariamente, interna, do país.

http://en.wikipedia.org/wiki/International_Monetary_Fund#Leadership




Pois..pois, isso é a parte romântica da coisa.
O Fmi através dos "assassinos económicos" estimula o endividamento dos países, coisa fácil de fazer em países corruptos. depois...bem...depois é fácil. entram como salvadores da pátria, compram os recursos dos países por "tuta e meia" e impõe mão de obra mal paga, caminho fértil para a nata do fmi engordar cada vez mais.

 
Mig isso não faz sentido por um monte de razões diferentes, incluindo:
* A alguém comprar os recursos, compra-os alguém bem colocado internamente e não alguém do FMI ou associados;
* Depois os recursos em si, explorados, possuem mercados líquidos para onde são vendidos. E novamente, a alguém ficar com uma fatia devido à corrupção, será alguém interno;
* Estimular o endividamento é uma coisa sem sentido por si própria. O único endividamento que poderia ser estimulado seria o do Estado, os credores num tal cenário ficariam no fim a berrar e ninguém os estimularia para isso. Fora do Estado ainda mais facilmente os credores ficavam a berrar.
 
Enfim. Compreendam uma coisa. Essas teorias populares não fazem sentido nenhum. E quem detém o FMI são um magote de países, o maior dos quais tem menos de 17% do poder de voto.
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Os fmi's
« Responder #118 em: 2015-05-24 06:28:47 »

Mig isso não faz sentido por um monte de razões diferentes, incluindo:
* A alguém comprar os recursos, compra-os alguém bem colocado internamente e não alguém do FMI ou associados;
* Depois os recursos em si, explorados, possuem mercados líquidos para onde são vendidos. E novamente, a alguém ficar com uma fatia devido à corrupção, será alguém interno;
* Estimular o endividamento é uma coisa sem sentido por si própria. O único endividamento que poderia ser estimulado seria o do Estado, os credores num tal cenário ficariam no fim a berrar e ninguém os estimularia para isso. Fora do Estado ainda mais facilmente os credores ficavam a berrar.
 
Enfim. Compreendam uma coisa. Essas teorias populares não fazem sentido nenhum. E quem detém o FMI são um magote de países, o maior dos quais tem menos de 17% do poder de voto.

Parece-me um todo arrazoado lírico!

A burocracia-fmi não é a interessada,
é a empregada ao serviço de interesses.
Os quais não são ditados por 83% dos votos
mas sim por 17% de votos influentes nos demais.

Os privados não ficam a arder nem a berrar coisa nenhuma;
os governos seguram os créditos que outorgam aos privados
quer para exportarem para os países explorados, quer
para garantir os investimentos directos
que neles façam.

Quem paga os incumprimentos são os contribuintes
dos governos garantes dos empréstimos.

As burocracias executantes das políticas
dos países investidores, exportadores
e as dos países assistidos,
incluindo os fmi's todos,
auferem os seus
salários de boa
remuneração,
engordada
ou não
por luvas que beneficiam
decisores
quer enquanto corruptores
quer enquanto corruptos,

tudo pago por massas
de contribuintes
tributados sem
apelo nem agravo!
« Última modificação: 2015-05-24 06:31:26 por vbm »

Incognitus

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É óbvio que a tal opinião popular altamente espalhada não vai mudar.

Eu já disse o que tinha que dizer para quem quisesse aprender qualquer coisa sobre o que FMI é e faz.

Se o FMI é assim tão mau e existem tantas formas melhores de resolver os problemas, não deixa de ser estranho que esses governos falidos optem pelo FMI. Deveriam vociferar contra esses governos falidos, quer pelas suas más escolhas para falirem, quer pelas suas péssimas escolhas de depois se socorrerem do monstro do FMI.
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