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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 392945 vezes)

Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #480 em: 2015-10-16 12:45:17 »
Isto explica bastante da nossa desgraça (e dos gregos).
Citar
Partidos comunistas há muitos, mas na União Europeia o PCP é o que tem mais votos. E, logo a seguir, o grego é o que tem melhores números.


Comunistas na Europa. O PCP é o que mais resiste


No UK tiveram pouco mais de mil votos, caramba nem os militantes votam! :D


nos países anglo-saxões, tradicionalmente bipartidários, a esquerda radical costuma estar 'dentro' do partido democrata/labour. não há tradição de partidos comunistas ou partidos de esquerda radical.

no UK e nos US, é muito claro onde está a esquerda radical: é ler o post corbyn & sanders neste forum.

L
« Última modificação: 2015-10-16 12:46:22 por Lark »
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Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #481 em: 2015-10-16 13:31:31 »
E levantou algumas duvidas quanto à possibilidade do presidente manter o governo em gestão no caso da moção de rejeição ser aprovada no parlamento. Não disse abertamente que não o podia fazer, mas questionou. Eu tb tenho duvidas nisto.

Ouvi outras pessoas sobre isto e disseram que pode. Vou assumir que pode.
A esquerda é que tem algum receio que o Cavaco decida fazer isso.
Neste momento, a esquerda tem mais receio que haja eleições antecipadas do que a direita.

Pip-Boy

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #482 em: 2015-10-16 13:45:57 »
E levantou algumas duvidas quanto à possibilidade do presidente manter o governo em gestão no caso da moção de rejeição ser aprovada no parlamento. Não disse abertamente que não o podia fazer, mas questionou. Eu tb tenho duvidas nisto.

Ouvi outras pessoas sobre isto e disseram que pode. Vou assumir que pode.
A esquerda é que tem algum receio que o Cavaco decida fazer isso.
Neste momento, a esquerda tem mais receio que haja eleições antecipadas do que a direita.

Li, penso que no Observador, que algumas das leis introduzidas com a troika terminavam a 31 Dezembro e portanto teriam que ser reintroduzidas para 2016 num novo orçamento anual, coisa que um governo de gestão não poderia fazer porque trabalha em duodécimo, mês a mês.
Seria um argumento apresentado pelo PS para tirar a hipótese de governo de gestão ao Cavaco, portanto não sei até que ponto terá validade.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #483 em: 2015-10-16 13:51:00 »
Numa pesquisa rápida, ate o Passos Coelho falou neste problema dos duodécimos

Citar
Vamos a alguns pontos mais concretos. O Governo deixou 600 milhões em aberto para o próximo Orçamento, sem medida prevista, mas na área das pensões. Tendo em conta que o Orçamento de 2016 só estará em vigor em Março, é possível que a primeira medida do próximo Governo tenha que ser um imposto sobre as pensões?

Espero em primeiro lugar que o Orçamento possa entrar em vigor mais cedo.

Não é fácil, como sabe.

… E espero que seja mais cedo até por uma razão prática: é que enquanto não tivermos novo orçamento nós teremos de viver num regime de duodécimos relativamente ao orçamento anterior, mas sem a aplicação de medidas extraordinárias. O que significa que todas as medidas que hoje vigoram, quer do lado da receita, quer do lado da despesa (e que hoje vigoram) caem…

Corte de salários da função pública, por exemplo?

Por exemplo. E a sobretaxa, por aí fora. Portanto, isso representaria seguramente – tal como o Conselho de Finanças Públicas disse – um défice excessivo claro e um desequilíbrio externo. Portanto, eu espero que seja possível…


http://observador.pt/especiais/passos-coelho/
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Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #484 em: 2015-10-16 14:48:59 »
E levantou algumas duvidas quanto à possibilidade do presidente manter o governo em gestão no caso da moção de rejeição ser aprovada no parlamento. Não disse abertamente que não o podia fazer, mas questionou. Eu tb tenho duvidas nisto.


Ouvi outras pessoas sobre isto e disseram que pode. Vou assumir que pode.
A esquerda é que tem algum receio que o Cavaco decida fazer isso.
Neste momento, a esquerda tem mais receio que haja eleições antecipadas do que a direita.


Li, penso que no Observador, que algumas das leis introduzidas com a troika terminavam a 31 Dezembro e portanto teriam que ser reintroduzidas para 2016 num novo orçamento anual, coisa que um governo de gestão não poderia fazer porque trabalha em duodécimo, mês a mês.
Seria um argumento apresentado pelo PS para tirar a hipótese de governo de gestão ao Cavaco, portanto não sei até que ponto terá validade.

Sim, ontem deixei uma noticia com isso:
Citar
Na discreta conversa em Bruxelas, o secretário-geral do PS insistiu por mais do que uma vez que PCP e Bloco não vão colocar em causa os compromissos europeus. E apontou um risco para o país, que virá se Cavaco quiser dar posse ao Governo PSD/CDS, mesmo havendo um acordo maioritário à esquerda. Eis, portanto, o trunfo: Há medidas extraordinárias em vigor que vão cair, a 31 de dezembro, se não for aprovado rapidamente um orçamento para 2016. E só a esquerda, dirá Costa, estará em condições de aprovar rapidamente esse orçamento – garantindo o cumprimento das metas orçamentais.


Mas isso é uma opinião politica. É como dizem um trunfo que o Costa acha que tem. A minha duvida era mais jurídica. Questionava se o Cavaco estava obrigado a dar posse um governo de esquerda depois da moção de rejeição fazer cair o governo, e pelas opiniões que ouvi não está.

Sobre a questão do OE que tem de ser enviado até dia 31 de Dez, a União Europeia já está a pedir neste momento um esboço do OE, mesmo sem haver um governo novo, o que o Passos se está a recusar a fazer, mas parece ser por decisão politica e não por impossibilidade legal.

O Passos disse que:
Citar
“Não faria sentido que o Governo que está de saída apresentasse o projeto de um orçamento que não vai fazer”.
Passos não aponta para uma data de entrega e diz que não tem condições para o fazer. Espera, no entanto, que o Governo que venha a ser formado envie o documento “com um mês de antecedência em relação à data estimada para aprovação pelo parlamento”, permitindo que a Comissão e o Eurogrupo se pronunciem antes do orçamento ser aprovado. “E isso Portugal não deixará de fazer”, acrescenta.
http://jornaldeportugal.pt/passos-espera-que-o-proximo-governo-assuma-os-compromissos-com-a-ue/

A questão do OE talvez se resolva, mas se não se resolver, há tb quem diga que Portugal se aguenta por um tempo sem ter o OE aprovado.
Citar
A opinião é de Bagão Félix.

O ex-ministro das Finanças acredita ainda que governar sem um Orçamento aprovado e em duodécimos, por pouco tempo, não é grave, graças à almofada financeira de 15 milhões que Maria Luís Albuquerque garantiu ter nos cofres do Estado e que permite fazer face a qualquer evolução negativa.

A política de incentivos do Banco Central Europeu, que "é uma aliada que antes nao havia" também ajuda a manter a calma ao país.
http://www.noticiasaominuto.com/politica/469167/governo-de-gestao-nao-coloca-pais-em-bancarrota
« Última modificação: 2015-10-16 15:59:52 por João-D »

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #485 em: 2015-10-16 15:01:02 »
Se o Cavaco der posse a um novo governo em breve, depois o "esboço" do OE que agora a UE está a pedir já pode ser enviado.

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #486 em: 2015-10-16 15:33:42 »
Ontem a Manuela Ferreira Leite foi muito dura com o Costa, e ela costuma ter uma opinião coincidente com a do Cavaco, como a própria já reconheceu antes, ela disse "que do ponto de vista político nunca sentiu nenhuma divergência de fundo com Cavaco Silva."
Isso tb me faz pensar que mesmo que haja acordo à esquerda as coisas não vão ser fáceis para o Costa...

Citar
“O que António Costa está a fazer é um verdadeiro golpe de Estado”

Comentário de Manuela Ferreira Leite no programa “Política Mesmo” da TVI24

“Estamos perante um país em estado de choque, uma grande parte em grande pânico, pela interpretação que está a ser dada aos resultados eleitorais (…) que é uma interpretação do meu ponto de vista absolutamente abusiva e que corresponde a um verdadeiro golpe de Estado”, afirmou.

“O Dr. António Costa, se tinha na sua mente que ia aliar-se ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda, só tinha legitimidade para fazer essa negociação se tivesse dito isso em campanha eleitoral. Não disse. Nunca anunciou tal. Não teve nenhum resultado eleitoral que não estivesse à espera e, portanto, não tem nenhuma legitimidade para estar a interpretar os votos nele como um mandato. Ele não tem mandato para se ir aliar à esquerda. O povo português, 70%, não quer”, defendeu.

http://www.tvi24.iol.pt/opiniao/comentario/manuela-ferreira-leite-o-que-antonio-costa-esta-a-fazer-e-um-verdadeiro-golpe-de-estado
« Última modificação: 2015-10-16 15:37:23 por João-D »

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #487 em: 2015-10-16 18:15:02 »
Logo hoje que o Costa vai dar uma entrevista na TVI é que libertam o Sócrates.  :D

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #488 em: 2015-10-16 18:19:14 »
Ontem a Manuela Ferreira Leite foi muito dura com o Costa, e ela costuma ter uma opinião coincidente com a do Cavaco, como a própria já reconheceu antes, ela disse "que do ponto de vista político nunca sentiu nenhuma divergência de fundo com Cavaco Silva."
Isso tb me faz pensar que mesmo que haja acordo à esquerda as coisas não vão ser fáceis para o Costa...

Citar
“O que António Costa está a fazer é um verdadeiro golpe de Estado”

Comentário de Manuela Ferreira Leite no programa “Política Mesmo” da TVI24

“Estamos perante um país em estado de choque, uma grande parte em grande pânico, pela interpretação que está a ser dada aos resultados eleitorais (…) que é uma interpretação do meu ponto de vista absolutamente abusiva e que corresponde a um verdadeiro golpe de Estado”, afirmou.

“O Dr. António Costa, se tinha na sua mente que ia aliar-se ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda, só tinha legitimidade para fazer essa negociação se tivesse dito isso em campanha eleitoral. Não disse. Nunca anunciou tal. Não teve nenhum resultado eleitoral que não estivesse à espera e, portanto, não tem nenhuma legitimidade para estar a interpretar os votos nele como um mandato. Ele não tem mandato para se ir aliar à esquerda. O povo português, 70%, não quer”, defendeu.

http://www.tvi24.iol.pt/opiniao/comentario/manuela-ferreira-leite-o-que-antonio-costa-esta-a-fazer-e-um-verdadeiro-golpe-de-estado



Percebo a indignação da senhora, mas por esta ordem de ideias, então o PS também não tem "legitimidade" para acordos com a coligação---e neste caso ainda é pior, porque a mensagem de "fim da austeridade" foi repetida ad-nauseum pelo Costa durante a campanha, bem como a ideia de que o Orçamento de Estado não iria passar.
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

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purehawk

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #489 em: 2015-10-16 18:46:03 »
Essa interpretação de Ferreira Leite também é válida, ao lado da interpretação que a esquerda faz dos resultados eleitorais.
Essas interpretações politicas a Constituição parece permitir.

Depois, cada eleitor, de acordo com as suas convicções tem mais facilidade ou dificuldade em aceitar as duas interpretações com peso igual e normalmente pende mais para uma e menos para outra.

No confronto entre essas duas interpretações, há uma condicionante decisiva, que vem de um "arbitro" que decide e tem legitimidade constitucional para decidir em última instância, independentemente das críticas que lhe possam ser dirigidas quando decidir. Esse "arbitro" é o Presidente da Republica que já marcou a sua condição: Os compromissos internacionais têm de ser respeitados.

Caso "os compromissos internacionais" não sejam respeitados por esta nova coligação de esquerda, com tudo o que isso implica de mais ou menos austeridade, o Presidente da Republica não aceitará esse governo de coligação de esquerda pós-eleitoral, mesmo que tenha maioria absoluta no Parlamento. Preto no branco.

Portanto... o BE e o PCP é que têm de se adaptar às condições impostas pelo Presidente (e pelos vistos também pelo PS que concorda com o Presidente) e ceder na parte em que os "compromissos internacionais" sejam respeitados mesmo que isso signifique a manutenção de um grau de austeridade ainda elevado, na perspectiva do BE e do PCP.

No fundo, o que o PS quer é que seja corrigido (reduzido) aquela margem do ter "ido mais além da Troika" no grau de austeridade levado a cabo pelo governo PSD-CDS.

Eu apenas me pergunto se o impacto nos números, na economia e nas pessoas, será melhor, pior, igual... a médio, a longo prazo... mas para isso é que existem economistas e financeiros qualificados...


    :D

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #490 em: 2015-10-16 18:52:58 »
Essa interpretação de Ferreira Leite também é válida, ao lado da interpretação que a esquerda faz dos resultados eleitorais.
Essas interpretações politicas a Constituição parece permitir.

Depois, cada eleitor, de acordo com as suas convicções tem mais facilidade ou dificuldade em aceitar as duas interpretações com peso igual e normalmente pende mais para uma e menos para outra.

No confronto entre essas duas interpretações, há uma condicionante decisiva, que vem de um "arbitro" que decide e tem legitimidade constitucional para decidir em última instância, independentemente das críticas que lhe possam ser dirigidas quando decidir. Esse "arbitro" é o Presidente da Republica que já marcou a sua condição: Os compromissos internacionais têm de ser respeitados.

Caso "os compromissos internacionais" não sejam respeitados por esta nova coligação de esquerda, com tudo o que isso implica de mais ou menos austeridade, o Presidente da Republica não aceitará esse governo de coligação de esquerda pós-eleitoral, mesmo que tenha maioria absoluta no Parlamento. Preto no branco.

Portanto... o BE e o PCP é que têm de se adaptar às condições impostas pelo Presidente (e pelos vistos também pelo PS que concorda com o Presidente) e ceder na parte em que os "compromissos internacionais" sejam respeitados mesmo que isso signifique a manutenção de um grau de austeridade ainda elevado, na perspectiva do BE e do PCP.

No fundo, o que o PS quer é que seja corrigido (reduzido) aquela margem do ter "ido mais além da Troika" no grau de austeridade levado a cabo pelo governo PSD-CDS.

Eu apenas me pergunto se o impacto nos números, na economia e nas pessoas, será melhor, pior, igual... a médio, a longo prazo... mas para isso é que existem economistas e financeiros qualificados...


    :D

A questão aqui é saber se o PR confia o suficiente na estabilidade e solidez de uma proposta da esquerda (seja ela qual for) a ponto de lhe passar o poder para as mãos, mesmo que essa "proposta" afirme que respeita os compromissos internacionais.  O suficiente, ou pelo menos mais do que numa proposta à direita com minoria parlamentar.
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Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #491 em: 2015-10-16 18:58:10 »
minha duvida se eleitores da esquerda radical vao engolir

isso  implantar  austeridade..

Mais depressa um comunista se  junta aos Nazis penso eu...
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

purehawk

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #492 em: 2015-10-16 19:26:31 »
A questão aqui é saber se o PR confia o suficiente na estabilidade e solidez de uma proposta da esquerda (seja ela qual for) a ponto de lhe passar o poder para as mãos, mesmo que essa "proposta" afirme que respeita os compromissos internacionais.  O suficiente, ou pelo menos mais do que numa proposta à direita com minoria parlamentar.

Existe sempre o risco dessa "estabilidade e solidez" da coligação se esfumar no futuro.
Só o tempo o dirá. Acho que nem o próprio Presidente pode garantir em absoluto a "estabilidade" no futuro.



minha duvida se eleitores da esquerda radical vao engolir

isso  implantar  austeridade..

Mais depressa um comunista se  junta aos Nazis penso eu...

Os eleitores nesta altura são parte menos importante da equação.
Os eleitores já esgotaram o seu papel: colocar a cruz no dia das eleições.
Daqui a 4 anos, a época já será outra...

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #493 em: 2015-10-16 19:33:09 »
Agora à direita ... :D

Vasco Polido Valente profetiza um dilúvio, no Público (http://www.publico.pt/politica/noticia/antes-do-diluvio-1711271?frm=opi):

Citar
Antes do Dilúvio

A realidade não se inventa com uma aritmética duvidosa e meia dúzia de frases sibilinas.

António Costa não percebeu o essencial, ou seja, que um Governo como o que ele se prepara para fabricar com o PCP e o Bloco é impossível em democracia e só se aguenta, e mal, em ditadura. Com um Parlamento aberto e uma oposição a meia dúzia de votos da maioria absoluta; com liberdade de expressão e de reunião; com um regime judicial, apesar de tudo, independente; com partidos sólidos nas câmaras de mais de metade do país; com uma economia de mercado; e com uma Igreja Católica intocável: é um contra-senso e uma loucura. A cada erro, a cada fracasso, haverá uma tempestade geral e Costa não tem, fora da sua geringonça, em quem se apoiar. E mesmo no PC e no Bloco não vai ser fácil encontrar quem queira partilhar o desastre. A realidade não se inventa com uma aritmética duvidosa e meia dúzia de frases sibilinas.

Além disto, que chega e sobra, o Governo PS não pode dispensar uma disciplina rigorosa no seu próprio partido, que sempre viveu de uma larga tolerância, e nos partidos da extrema-esquerda em que não manda e são uma quantidade desconhecida, jurem agora o que jurarem. Costa andará sempre a olhar por cima do ombro e cairá dia a dia em qualquer armadilha que lhe estenderem. A boa-fé, que ele também não observou, não é uma das virtudes do radicalismo, por muito cândida que a dra. Catarina pareça. A intriga endémica da esquerda crescerá sem parar, com a ajuda dos grupinhos que nasceram ultimamente e um batalhão de comentadores à procura do seu lugar ao sol. Imerso neste caldeirão, o Governo, sem meios para impor a sua autoridade, irá muito depressa cair numa irremediável barafunda.

E, por fim, Costa não tem dinheiro para pagar os compromissos do PS e os que vier a tomar para angariar os votos do PC e do Bloco. Em vários tons, os papas da economia já avisaram que, nesse capítulo, o programa do PS leva a uma segunda catástrofe. Para não os citar todos, basta falar da sra. dra. Teodora Cardoso, presidente de um organismo respeitável, o Conselho das Finanças Públicas. Previne a senhora que “o regresso a uma política de estímulo ao consumo privado pode agravar o défice externo”, “o défice orçamental” e, logicamente, “o grau de endividamento” do país. E, para não deixar dúvidas, Teodora Cardoso não hesita em dizer que a estratégia de Costa cria o “risco” de provocar uma “nova crise”. Se criar, como de resto pessoalmente acredito, não se tornará a ouvir em Portugal o nome do PS.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #494 em: 2015-10-16 20:38:40 »
Citação de: VPV
Se criar, como de resto pessoalmente acredito, não se tornará a ouvir em Portugal o nome do PS.



não vai criar puto - já me fartei de repetir que não há grande espaço de manobra dentro do euro - assim como esta estratégia é a única que garante a sobrevivência ao PS.
Chamar a si a esquerda radical.
Se o não fizesse e deixasse passar um governo PSD/CDS ou pior, entrasse num governo com eles, sucedia ao PS o mesmo que ao PASOK e ao BE o mesmo que ao Syriza.
Ao PCP não sucedia nada como não sucedeu ao partido comunista grego.
Quem o PS quer bem pertinho de si é o BE. o PCP é só para fazer número.



L


PS: ah... e o VPV é um péssimo forecaster. nunca o vi acertar uma. para além de ter ficado um velhote velhaco e mal humorado. é pena. espero não vir a envelhecer assim.
« Última modificação: 2015-10-16 20:40:22 por Lark »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #495 em: 2015-10-16 21:16:25 »

O Costa pensa que ainda está em campanha e que as eleições ainda não aconteceram....

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #496 em: 2015-10-16 22:08:27 »
Ontem a Manuela Ferreira Leite foi muito dura com o Costa, e ela costuma ter uma opinião coincidente com a do Cavaco, como a própria já reconheceu antes, ela disse "que do ponto de vista político nunca sentiu nenhuma divergência de fundo com Cavaco Silva."
Isso tb me faz pensar que mesmo que haja acordo à esquerda as coisas não vão ser fáceis para o Costa...

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“O que António Costa está a fazer é um verdadeiro golpe de Estado”

Comentário de Manuela Ferreira Leite no programa “Política Mesmo” da TVI24

“Estamos perante um país em estado de choque, uma grande parte em grande pânico, pela interpretação que está a ser dada aos resultados eleitorais (…) que é uma interpretação do meu ponto de vista absolutamente abusiva e que corresponde a um verdadeiro golpe de Estado”, afirmou.

“O Dr. António Costa, se tinha na sua mente que ia aliar-se ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda, só tinha legitimidade para fazer essa negociação se tivesse dito isso em campanha eleitoral. Não disse. Nunca anunciou tal. Não teve nenhum resultado eleitoral que não estivesse à espera e, portanto, não tem nenhuma legitimidade para estar a interpretar os votos nele como um mandato. Ele não tem mandato para se ir aliar à esquerda. O povo português, 70%, não quer”, defendeu.

http://www.tvi24.iol.pt/opiniao/comentario/manuela-ferreira-leite-o-que-antonio-costa-esta-a-fazer-e-um-verdadeiro-golpe-de-estado



Percebo a indignação da senhora, mas por esta ordem de ideias, então o PS também não tem "legitimidade" para acordos com a coligação---e neste caso ainda é pior, porque a mensagem de "fim da austeridade" foi repetida ad-nauseum pelo Costa durante a campanha, bem como a ideia de que o Orçamento de Estado não iria passar.


Acho que é uma situação diferente, pq:

a) o PS não ganhou as eleições, nem colocou a hipótese de se coligar com o resto da esquerda em campanha eleitoral
b) em 2011, PSD falou da hipótese de coligar com CDS, na campanha eleitoral, antes de se coligar
c) haver acordos pontuais entre a coligação de direita e o PS são historicamente normais, mas não se passa o mesmo entre PS e o resto da esquerda
d) os programas eleitorais entre a coligação de direita e o PS têm mais em comum do que os programas eleitorais entre PS e o resto da esquerda, isso mesmo foi dito por quem está à esquerda do PS na campanha eleitoral. Por exemplo, Jerónimo de Sousa disse:"Ao contrário do que a torrente de comentadores e analistas se apressaram a difundir, a propósito do documento programático do PS, não só é falsa a ideia de uma divergência de propósitos políticos entre o PS e o atual Governo, como o que esse documento revela é a impossibilidade de romper com o que designam de austeridade"
e) aquilo que parece é que o Costa quer ser primeiro ministro a "qualquer preço", expressão até usada por socialistas. Mais do que politica, parece estar em causa o seu "próprio umbigo". A maneira como ele ganhou as eleições ao Seguro já tinha mostrado um pouco isso. Ele terá muitas dificuldades de se aguentar como líder do partido se não for para o governo.
f) neste momento, existe uma divisão no PS e os mesmos argumentos usados pela MFL são usados tb por pessoas ligadas ao PS


Mas a importância que dou às palavras da MFL é mais pq ela costuma pensar de forma similar ao Cavaco.
Se ela pensa assim, acho que o Cavaco tb deverá pensar assim, e isso não parece bom para o Costa.
« Última modificação: 2015-10-16 22:39:38 por João-D »

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #497 em: 2015-10-16 23:00:29 »
Ontem a Manuela Ferreira Leite foi muito dura com o Costa, e ela costuma ter uma opinião coincidente com a do Cavaco, como a própria já reconheceu antes, ela disse "que do ponto de vista político nunca sentiu nenhuma divergência de fundo com Cavaco Silva."
Isso tb me faz pensar que mesmo que haja acordo à esquerda as coisas não vão ser fáceis para o Costa...

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“O que António Costa está a fazer é um verdadeiro golpe de Estado”

Comentário de Manuela Ferreira Leite no programa “Política Mesmo” da TVI24

“Estamos perante um país em estado de choque, uma grande parte em grande pânico, pela interpretação que está a ser dada aos resultados eleitorais (…) que é uma interpretação do meu ponto de vista absolutamente abusiva e que corresponde a um verdadeiro golpe de Estado”, afirmou.

“O Dr. António Costa, se tinha na sua mente que ia aliar-se ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda, só tinha legitimidade para fazer essa negociação se tivesse dito isso em campanha eleitoral. Não disse. Nunca anunciou tal. Não teve nenhum resultado eleitoral que não estivesse à espera e, portanto, não tem nenhuma legitimidade para estar a interpretar os votos nele como um mandato. Ele não tem mandato para se ir aliar à esquerda. O povo português, 70%, não quer”, defendeu.

http://www.tvi24.iol.pt/opiniao/comentario/manuela-ferreira-leite-o-que-antonio-costa-esta-a-fazer-e-um-verdadeiro-golpe-de-estado



Percebo a indignação da senhora, mas por esta ordem de ideias, então o PS também não tem "legitimidade" para acordos com a coligação---e neste caso ainda é pior, porque a mensagem de "fim da austeridade" foi repetida ad-nauseum pelo Costa durante a campanha, bem como a ideia de que o Orçamento de Estado não iria passar.


Acho que é uma situação diferente, pq:

a) o PS não ganhou as eleições, nem colocou a hipótese de se coligar com o resto da esquerda em campanha eleitoral
b) em 2011, PSD falou da hipótese de coligar com CDS, na campanha eleitoral, antes de se coligar
c) haver acordos pontuais entre a coligação de direita e o PS são historicamente normais, mas não se passa o mesmo entre PS e o resto da esquerda
d) os programas eleitorais entre a coligação de direita e o PS têm mais em comum do que os programas eleitorais entre PS e o resto da esquerda, isso mesmo foi dito por quem está à esquerda do PS na campanha eleitoral. Por exemplo, Jerónimo de Sousa disse:"Ao contrário do que a torrente de comentadores e analistas se apressaram a difundir, a propósito do documento programático do PS, não só é falsa a ideia de uma divergência de propósitos políticos entre o PS e o atual Governo, como o que esse documento revela é a impossibilidade de romper com o que designam de austeridade"
e) aquilo que parece é que o Costa quer ser primeiro ministro a "qualquer preço", expressão até usada por socialistas. Mais do que politica, parece estar em causa o seu "próprio umbigo". A maneira como ele ganhou as eleições ao Seguro já tinha mostrado um pouco isso. Ele terá muitas dificuldades de se aguentar como líder do partido se não for para o governo.
f) neste momento, existe uma divisão no PS e os mesmos argumentos usados pela MFL são usados tb por pessoas ligadas ao PS


Mas a importância que dou às palavras da MFL é mais pq ela costuma pensar de forma similar ao Cavaco.
Se ela pensa assim, acho que o Cavaco tb deverá pensar assim, e isso não parece bom para o Costa.


Eu estava mais a criticar os argumentos que a Ferreira Leite usou, porque me parece que dão para os dois lados (e há ali um em concreto que é pura demagogia - dos "70% do povo não quer."). Mas passo a comentar os teus pontos:

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a) o PS não ganhou as eleições, nem colocou a hipótese de se coligar com o resto da esquerda em campanha eleitoral


Certo. É factual. Estes factos não podem é ser usados como argumento de que a hipótese de acordo (ou mesmo coligaçã)o---anunciada agora como hipótese--- não é válida. Isto parece-me óbvio. Pode não agradar a muita gente, e pode ter apanhado outros de surpresa, mas nada disto a torna ilegítima.

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b) em 2011, PSD falou da hipótese de coligar com CDS, na campanha eleitoral, antes de se coligar


Também é factual. Neste caso, o facto apenas indica um comportamento diferente por parte de outras forças políticas (foram mais "bem comportados", mas mais mal comportados noutras vertentes). Nada mais. Não tem importância prática nem influência directa sobre a situação actual.

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c) haver acordos pontuais entre a coligação de direita e o PS são historicamente normais, mas não se passa o mesmo entre PS e o resto da esquerda


Não é impeditivo de uma tentiva de acordo à esquerda. Mais, este hábito histórico não deve ser invocado como uma barreira, nem como prenúncio de catástrofe. Não há dados concretos que o indiquem. Apenas especulação. Mas assim com há os profetas da desgraça, também há os da bonança.

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d) os programas eleitorais entre a coligação de direita e o PS têm mais em comum do que os programas eleitorais entre PS e o resto da esquerda, isso mesmo foi dito por quem está à esquerda do PS na campanha eleitoral. Por exemplo, Jerónimo de Sousa disse:"Ao contrário do que a torrente de comentadores e analistas se apressaram a difundir, a propósito do documento programático do PS, não só é falsa a ideia de uma divergência de propósitos políticos entre o PS e o atual Governo, como o que esse documento revela é a impossibilidade de romper com o que designam de austeridade"


Outro facto. E outro facto que não impede que, por via de concessões, uma aliança de esquerda não possa ser legitima(da)---e até fazer com que um acordo programático final torne as divergências de opinião mais próximas do que a proximidade entre PS e coligação. Não esqueçamos que as maiores divergências de todas---a adesão à UE e os compromissos internacionais já assumidos---não são negociáveis.

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e) aquilo que parece é que o Costa quer ser primeiro ministro a "qualquer preço", expressão até usada por socialistas. Mais do que politica, parece estar em causa o seu "próprio umbigo". A maneira como ele ganhou as eleições ao Seguro já tinha mostrado um pouco isso. Ele terá muitas dificuldades de se aguentar como líder do partido se não for para o governo.


Acerca do "querer ser Primeiro Ministro a qualquer preço", o Coelho dá lições ao Costa. Basta ir pesquisar ao youtube pela expressão "As mentiras de Passos Coelho". A ambição e o instinto de sobrevivência são características comuns a todos os políticos que pretendem chegar ao poder. Onde está a linha que as separa do egoísmo cego? Depende de cada político e depende do julgamento pessoal que fazemos deles. Ou seja, é algo completamente subjectivo e enviesado pelas nossas crenças e conhecimentos particulares.
(vou dar uma ajuda: https://www.youtube.com/watch?v=gNu5BBAdQec    ;D)

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f) neste momento, existe uma divisão no PS e os mesmos argumentos usados pela MFL são usados tb por pessoas ligadas ao PS


Outro facto. O que não se conhece é a extensão dessa divisão. Os argumentos são usados por todos os que se opõem a uma aliança de esquerda e refutados por todos os que concordam com ela.  :D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #498 em: 2015-10-16 23:05:15 »
E contudo ainda há quem acredite  que esta instabilidade política não vai ter repercussões muito negativas na economia portuguesa.
A fool with a tool is still a fool.

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #499 em: 2015-10-16 23:08:41 »
Citar
O povo português, 70%, não quer.

Acerca disto, e de uma outra "máxima" proferida pelo ilustre Durão há uns dias atrás ("É sabido que quem votou no PS apoia um acordo com a coligação."), é a mais pura demagogia manipulatória (passe o pleonasmo). Nem tenho de explicar isto, por tão estúpido e óbvio que é,  mas com que direito se colocam estes dois ilustras na mente de TODOS os vontantes? Como podem afirmar que todas as pessoas que votaram PS desejam uma coligação à direita? Ou que 70% do eleitorado não quer um acordo à esquerda?

Uns quererão, outros não, outros ainda (a maioria, creio) nem sequer pensou no assunto quando estava a votar.

Interrogo-me para quem será dirigido este tipo de discurso... ???
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