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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 397496 vezes)

McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1440 em: 2015-11-03 17:25:15 »
programa de governo do PS era QUASE  igual  PSD/CDS

o que vai sair daqui vai ser bem mais estilo do PCP

O PCP pretende essencialmente 3 coisas:

1- Aumento do salario minimo para os 600€
2- Reversão das concessões e das privatizações realizadas
3- Defesa da Contratação Colectiva.

Penso que seja a primeira que neste momento deverá estar a dar muitos problemas....


Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1441 em: 2015-11-03 17:28:04 »
O homem escreve bem, mas usa argumentos "fabricados", que aparentemente derivam apenas do seu desprezo por um governo de acordo entre as esquerdas. Muito em concreto, quando fala em "regra"---essa regra de que fala não existe (existe antes um hábito), tal como não existem os alicerces democráticos para a sustentar.

Por acaso hoje no Público saíram dois ou três artigos de opinião que seria interessante partilhar para contrapor a esse. Não só do ponto de vista argumentatitvo, mas do ponto de vista do olhar de esperança que oferecem sobre os novos horizontes que se aproximam.

Se o PS for para o governo sozinho não será só uma situação que nunca aconteceu em Portugal, como será uma situação rara na Europa, e desconheço se já aconteceu alguma vez.

Se o PS fosse para o governo com CDU e BE, embora se pudesse criticar o PS por não ter falado da hipótese da coligação de esquerda na campanha eleitoral, era aceitável pq PS + CDU + BE tinham mais deputados do que PSD+CDS, mas o PS tirar a hipótese do PSD+CDS governarem, quando o PS tem menos votos e menos deputados do que PSD + CDS, e depois decidir ir para o governo sozinho, sem a CDU+BE, é muito pouco aceitável, pelo menos do ponto de vista moral e ético, e acho que o PS poderá pagar por isso numas próximas eleições.

João,

Vamos lá encerrar essa falácia.
O que o PS tem que cumprir é o programa de governo com que se apresentou a eleições.
Se para tal, precisa de se coligar como BE e o PCP, está a fazer tudo o que pode, para cumprir esse programa.
Essa é a única promessa que é para cumprir.
As alianças que tem que fazer, são meios, para cumprir esse programa. Sem coligação haveria zero possibilidades de cumprimento.

Vou dizer outra vez: a única promessa que qualquer partido tem que fazer, é o cumprimento integral do  seu programa de governo.
nenhum partido tem que avisar ou deixar de avisar que fará tudo para cumprir essa promessa, incluindo coligações. Está implícito!
neste caso, a única forma que o Costa encontra para cumprir o programa, é coligar-se.

A ver se essa falácia se extingue, de uma vez por todas.

L

Lark, lê melhor o que escrevi. Eu não critiquei a coligação, antes pelo contrário, disse que a coligação PS + CDU + BE era aceitável.
O que disse que era muito pouco aceitável era o PS governar sozinho, não coligado no governo com CDU e BE, quando teve menos votos e tem menos deputados do que PSD+ CDS.

O que falam na comunicação social é que vai haver um acordo de incidência parlamentar e que o PS vai para o governo sozinho, e isso não é uma coligação.
« Última modificação: 2015-11-03 17:37:10 por João-D »

Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1442 em: 2015-11-03 17:36:48 »
se PS se prepara para governar com um programa que não foi sufragado

quando  programa era quase igual PSD/CDS


para eleitores e fraude.


Se para tal, precisa de se coligar PSD/CDS,  NAO  está a fazer tudo o que pode
« Última modificação: 2015-11-03 17:43:36 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1443 em: 2015-11-03 17:38:09 »
Lark,

As coligações podem implicar uma alteração nos Programas de Governo.

Aliás, se o PS conseguir o apoio do PCP e do BE, deverão facilmente existir várias alterações ao Programa do PS que apresentou nas legislativas.

Mesmo no caso da PaF, e como se poderá antecipar, o Programa de Governo está neste momento a ser "trabalhado" para tentar ir mais ao encontro da aceitação pelo PS.

Podem, claro.
e aí poderá haver razão de dizer que o PS se prepara para governar com um programa que não foi sufragado.
não torna o governo ilegítimo, mas pelo menos poder-se-á dizer isso.
dizer que o PS não avisou que se ia coligar, é que é completamente irrelevante.

L

Percebo o argumento.

Não considero que seja errado o PS tentar coligar-se para tentar formar governo - se o governo da PaF cair.

Considerava errado se a PaF - tendo sido a força mais votada, não fosse chamada a tentar formar governo primeiro. E também considerava errado que o PS ou outra força partidária, tentasse formar governo sem ele próprio poder ser uma alternativa real (coligado ou sozinho).

Considero errado também (por outras razões) que o PS e a PaF não tenham tentado realmente criar um entendimento tendo como objectivo o interesse do país.

Considero errado rejeitar um Governo apenas por ser de "direita", como anunciaram imediatamente o PCP e o BE logo na noite das eleições e sem haver uma tentativa primeiro de tentar algum entendimento ou negociação.

Mas se o Programa de Governo cair, não houver hipótese de eleições e se o PS realmente conseguir formar uma alternativa real, então não posso deixar de aceitar o resultado e de considerar isso como parte das regras do "jogo".

« Última modificação: 2015-11-03 17:40:04 por McKricas »

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1444 em: 2015-11-03 17:42:58 »
As coligações podem implicar uma alteração nos Programas de Governo.

Aliás, se o PS conseguir o apoio do PCP e do BE, deverão facilmente existir várias alterações ao Programa que o PS apresentou nas legislativas.

Mesmo no caso da PaF, e como se poderá antecipar, o Programa de Governo está neste momento a ser "trabalhado" para tentar ir mais ao encontro da aceitação pelo PS.

É normal os partidos alterarem o Programa de Governo uma vez eleitos. Foi feito em quase todas as legislativas.
Exacto. Daí que um partido que altere o programa de governo no qual os eleitores votaram já é, por si só, uma fraude porque não foi naquilo que os eleitores votaram. Isto é inquestionável. Se um programa tem a medida A + B e no final vão fazer C + D é uma fraude eleitoral, por muito parecido que seja ao inicial.
Pior ainda se na campanha não dizem que podem vir a coligar-se com outros partidos e ter de adaptar o programa.

Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1445 em: 2015-11-03 17:45:13 »
O homem escreve bem, mas usa argumentos "fabricados", que aparentemente derivam apenas do seu desprezo por um governo de acordo entre as esquerdas. Muito em concreto, quando fala em "regra"---essa regra de que fala não existe (existe antes um hábito), tal como não existem os alicerces democráticos para a sustentar.

Por acaso hoje no Público saíram dois ou três artigos de opinião que seria interessante partilhar para contrapor a esse. Não só do ponto de vista argumentatitvo, mas do ponto de vista do olhar de esperança que oferecem sobre os novos horizontes que se aproximam.

Se o PS for para o governo sozinho não será só uma situação que nunca aconteceu em Portugal, como será uma situação rara na Europa, e desconheço se já aconteceu alguma vez.

Se o PS fosse para o governo com CDU e BE, embora se pudesse criticar o PS por não ter falado da hipótese da coligação de esquerda na campanha eleitoral, era aceitável pq PS + CDU + BE tinham mais deputados do que PSD+CDS, mas o PS tirar a hipótese do PSD+CDS governarem, quando o PS tem menos votos e menos deputados do que PSD + CDS, e depois decidir ir para o governo sozinho, sem a CDU+BE, é muito pouco aceitável, pelo menos do ponto de vista moral e ético, e acho que o PS poderá pagar por isso numas próximas eleições.

João,

Vamos lá encerrar essa falácia.
O que o PS tem que cumprir é o programa de governo com que se apresentou a eleições.
Se para tal, precisa de se coligar como BE e o PCP, está a fazer tudo o que pode, para cumprir esse programa.
Essa é a única promessa que é para cumprir.
As alianças que tem que fazer, são meios, para cumprir esse programa. Sem coligação haveria zero possibilidades de cumprimento.

Vou dizer outra vez: a única promessa que qualquer partido tem que fazer, é o cumprimento integral do  seu programa de governo.
nenhum partido tem que avisar ou deixar de avisar que fará tudo para cumprir essa promessa, incluindo coligações. Está implícito!
neste caso, a única forma que o Costa encontra para cumprir o programa, é coligar-se.

A ver se essa falácia se extingue, de uma vez por todas.

L

Lark, lê melhor o que escrevi. Eu não critiquei a coligação, antes pelo contrário, disse que a coligação PS + CDU + BE era aceitável.
O que disse que era muito pouco aceitável era o PS governar sozinho, não coligado no governo com CDU e BE, quando teve menos votos e tem menos deputados do que PSD+ CDS.

O que falam na comunicação social é que vai haver um acordo de incidência parlamentar e que o PS vai para o governo sozinho, e isso não é uma coligação.

joão,
a falácia que eu estou a referir é apenas
Citar
embora se pudesse criticar o PS por não ter falado da hipótese da coligação de esquerda na campanha eleitoral
.
não pode. não faz sentido.
o PS coligar-se-á para poder cumprir o seu programa de governo.
que é a única coisa deve ser exigido, a qualquer partido.

se para cumprir tem que fazer acordos, de governo ou parlamentares, não está  a fazer mais do que a sua obrigação para com o eleitorado.

L
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1446 em: 2015-11-03 17:50:01 »
so  se for  eleiturado com tachos  ;D

porque  mudar para politicas a PCP?


quando o centro psd/cds/ps defende a mesma coisa
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1447 em: 2015-11-03 17:51:00 »
O homem escreve bem, mas usa argumentos "fabricados", que aparentemente derivam apenas do seu desprezo por um governo de acordo entre as esquerdas. Muito em concreto, quando fala em "regra"---essa regra de que fala não existe (existe antes um hábito), tal como não existem os alicerces democráticos para a sustentar.

Por acaso hoje no Público saíram dois ou três artigos de opinião que seria interessante partilhar para contrapor a esse. Não só do ponto de vista argumentatitvo, mas do ponto de vista do olhar de esperança que oferecem sobre os novos horizontes que se aproximam.

Se o PS for para o governo sozinho não será só uma situação que nunca aconteceu em Portugal, como será uma situação rara na Europa, e desconheço se já aconteceu alguma vez.

Se o PS fosse para o governo com CDU e BE, embora se pudesse criticar o PS por não ter falado da hipótese da coligação de esquerda na campanha eleitoral, era aceitável pq PS + CDU + BE tinham mais deputados do que PSD+CDS, mas o PS tirar a hipótese do PSD+CDS governarem, quando o PS tem menos votos e menos deputados do que PSD + CDS, e depois decidir ir para o governo sozinho, sem a CDU+BE, é muito pouco aceitável, pelo menos do ponto de vista moral e ético, e acho que o PS poderá pagar por isso numas próximas eleições.

Concordo, esse É um cenário que o Presidente poderia bloquear, e seria justo se o fizesse. E curiosamente neste momento também parece o cenário mais provável ...
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1448 em: 2015-11-03 17:53:00 »

Uma coisa que poderão fazer diferente (e também o atual governo de direita) é serem um pouco menos arrogantes. Não falo dos Ministros e secretários de Estado, mas sim dos tachos de nomeação política (dirigentes de topo e intermédios). Os tipos que foram para lá eram extremamente arrogantes, e aparentemente achavam que os funcionários públicos que tutelavam eram todos um bando de preguiçosos inúteis. E isto foi-me relatado por vários amigos que são técnicos na função pública, em diversos serviços. Até podem achar que um Estado mais pequeno é mais vantajosos (concordo), e que há excesso de FP em algumas áreas (tb concordo),. não podem é chegar aos serviços e humilhar todos os subalternos, tratando-os como madraços incompetentes. Não há ambiente de trabalho e produtividade que resistam...


O próximo governo, seja ele qual for, terá de ter mais cuidado nas nomeações.
É um excelente ponto karnuss. Em países com estados fortes e que funcionam (Suécia ou Bélgica, por exemplo), os directores gerais (e abaixo, claro) são funcionários de carreira e não de nomeação. São pessoas que fazem a sua carreira na administração pública, com o objectivo de servir o cliente (neste caso o cidadão) e seguem as orientação com igual empenho, sejam qual for o partido que estiver no poder.

Cá esses lugares são distribuídos com base em relações, que muitas vezes se iniciam nas juventudes partidárias e concelhias e sobem por aí fora nas estruturas partidárias. Basta ver esta CRESAP que, concorde-se ou não, foi criada para supostamente tornar a administração publica mais independente das nomeações politicas e que tem sido sistematicamente ultrapassada. Então no ministério da SS parece que é um escândalo.

Concordo plenamente. Infelizmente em Portugal deu-se cabo das Direcções Gerais (que funcionavam como descreves lideradas por funcionários de carreira, com um conhecimento profundo sobre as matérias técnicas e os recursos humanos), e substituíram-nas por institutos e empresas públicas, para facilitar a atribuição de tachos - muitas vezes estas empresas e institutos são lideradas por "paraquedistas" sem qualquer conhecimento do local que estão a liderar, das matérias que lá se discutem e das pessoas que lá trabalham. Quando finalmente aprendem e dominam verdadeiramente as questões técnicas/administrativas, mudam de poiso por novo tacho ou mudança de governo. E lá começa tudo de novo... É frustrante ter de estar sempre a começar do início, explicar como funciona, a um chefe "paraquedista" que ainda para mais nos despreza por questões ideológicas.

É devido ao fenómeno que debatem que existem milhares de tachos para distribuir. E também é devido a existirem milhares de tachos para distribuir, que "político" é uma carreira viável e que muitas pessoas se baseiam nisso para conseguirem um melhor nível de vida para si.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1449 em: 2015-11-03 17:54:56 »
Nem pensar que o Cavaco indigita o Costa sem um acordo com algum detalhe, que envolva a maioria do parlamento. Seria um verdadeiro golpe de estado. Isso nunca vai acontecer. Ficariam estes em gestão até vir o próximo presidente.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1450 em: 2015-11-03 17:55:11 »
“Não está nenhum acordo fechado”, diz Carlos César

porra, nunca mais


Sim, essa noticia é interessante:

Citar
"Enquanto não existir um acordo firmado com o PCP e Bloco de Esquerda, não vale a pena valorar o estado das negociações como estando a 90 ou a 40 por cento".

"Quando houver esse acordo, ele deverá ser comunicado e é importante que esse acordo seja aclarado, evidentemente, antes da discussão do programa do Governo [que se inicia na segunda-feira], porque é esse o compromisso do PS. Nós só nos constituiremos como uma força política que contribui para o derrube do Governo PSD/CDS se formos simultaneamente portadores de uma alternativa responsável, estável, com sentido duradouro e que proporcione aos portugueses um sentimento de tranquilidade e de confiança", afirmou.

O presidente do Grupo Parlamentar insistiu neste ponto: "Não votaremos nem apresentaremos nenhuma moção de rejeição se não tivermos em simultâneo a garantia que temos uma alternativa acordada e consolidada com os restantes partidos políticos".

Continuo a considerar que um "acordo de mínimos" entre o PS, BE e o PCP já deve existir. Mas este discurso do Carlos César parece-me indicar uma alteração na posição do PS... é um recuo face ao que ouvimos anteriormente e depois do PS ter estado nos últimos dias muito contido nos discursos.

É claramente um discurso mais moderado e até volta a colocar a "hipótese" de que o PS poderá viabilizar este governo.

Muito interessante...

Pode ser uma eventual alteração da estratégia (uma tentativa de voltar ao discurso e à posição inicial) ou apenas uma forma de valer-se deste argumento para pressionar o PCP a não andar para trás.

Uma estratégia viável seria deixar o PSD aprovar o OE e DEPOIS derrubá-lo com uma desculpa qualquer. Isto seria bastante confortável para o PS, BE E PCP, pois nenhum deles teria que viabilizar a manutenção das medidas "temporárias" (OE) de austeridade.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1451 em: 2015-11-03 17:57:38 »
As coligações podem implicar uma alteração nos Programas de Governo.

Aliás, se o PS conseguir o apoio do PCP e do BE, deverão facilmente existir várias alterações ao Programa que o PS apresentou nas legislativas.

Mesmo no caso da PaF, e como se poderá antecipar, o Programa de Governo está neste momento a ser "trabalhado" para tentar ir mais ao encontro da aceitação pelo PS.

É normal os partidos alterarem o Programa de Governo uma vez eleitos. Foi feito em quase todas as legislativas.
Exacto. Daí que um partido que altere o programa de governo no qual os eleitores votaram já é, por si só, uma fraude porque não foi naquilo que os eleitores votaram. Isto é inquestionável. Se um programa tem a medida A + B e no final vão fazer C + D é uma fraude eleitoral, por muito parecido que seja ao inicial.
Pior ainda se na campanha não dizem que podem vir a coligar-se com outros partidos e ter de adaptar o programa.

Sim, embora na prática sejam poucos os que votam tendo em atenção o "Programa de Governo".

Não temos esse nível de literacia na política.

Mas concordo que deveria ser submetido na Assembleia exactamente o mesmo programa sem alterações assim que um partido é eleito.

Não quer dizer que esse Programa não venha a sofrer alterações. É perfeitamente normal haver mudanças no decorrer da governação. Nada é imutável.

Mas deveriam haver razões fortes para serem aceites essas alterações.

Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1452 em: 2015-11-03 18:00:40 »
Não temos esse nível de literacia na política.

pois nao 
Mas o  povo sabe  diferença entre   politicas comunistas

e politicas  social democrata


« Última modificação: 2015-11-03 18:07:48 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1453 em: 2015-11-03 18:02:08 »

Uma estratégia viável seria deixar o PSD aprovar o OE e DEPOIS derrubá-lo com uma desculpa qualquer. Isto seria bastante confortável para o PS, BE E PCP, pois nenhum deles teria que viabilizar a manutenção das medidas "temporárias" (OE) de austeridade.

O que referes é o que acontece "normalmente" nas situações de governos minoritários.
O último governo do Sócrates foi exactamente isso que aconteceu.

É o deixar arder o governo em "lume brando" até chegar a altura certa que é controlada pela partido na oposição...

Neste caso essa hipótese tem o problema que obriga o António Costa a ter que demitir-se e abrir espaço para outro secretário geral.

Tridion

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1454 em: 2015-11-03 18:16:21 »
O homem escreve bem, mas usa argumentos "fabricados", que aparentemente derivam apenas do seu desprezo por um governo de acordo entre as esquerdas. Muito em concreto, quando fala em "regra"---essa regra de que fala não existe (existe antes um hábito), tal como não existem os alicerces democráticos para a sustentar.

Por acaso hoje no Público saíram dois ou três artigos de opinião que seria interessante partilhar para contrapor a esse. Não só do ponto de vista argumentatitvo, mas do ponto de vista do olhar de esperança que oferecem sobre os novos horizontes que se aproximam.

Jsebastião, eu considero-me uma pessoa ponderada, sou muito curioso e gosto de ouvir a opinião de todos. Por isso, se me permites a liberdade, gostaria de saber a tua opinião do que poderia ser um bom governo de esquerda? Ou indo mesmo mais longe, um que superasse as expectativas.

Estou sem tempo agora para uma resposta mais longa, e responderei com gosto mais tarde.

Um primeiro ponto que me parece essencial para um bom governos de esquerda: entendimento, abertura, confiança e respeito entre todas as parte envolvidas, de modo a poder haver condições para criar compromissos duradouros. Sem estas bases, não pode haver um "bom governo de esquerda".

Uma coisa que poderão fazer diferente (e também o atual governo de direita) é serem um pouco menos arrogantes. Não falo dos Ministros e secretários de Estado, mas sim dos tachos de nomeação política (dirigentes de topo e intermédios). Os tipos que foram para lá eram extremamente arrogantes, e aparentemente achavam que os funcionários públicos que tutelavam eram todos um bando de preguiçosos inúteis. E isto foi-me relatado por vários amigos que são técnicos na função pública, em diversos serviços. Até podem achar que um Estado mais pequeno é mais vantajosos (concordo), e que há excesso de FP em algumas áreas (tb concordo),. não podem é chegar aos serviços e humilhar todos os subalternos, tratando-os como madraços incompetentes. Não há ambiente de trabalho e produtividade que resistam...


O próximo governo, seja ele qual for, terá de ter mais cuidado nas nomeações.

A má educação, a arrogância, a falta de humildade é transversal à direita e à esquerda. A título de exemplo, o anterior presidente da CML "convidou"  funcionário da autarquia a irem para as juntas. E não ouve grande hipótese de negociação, explicando-lhes que podiam acabar na mobilidade.

Outro exemplo, é que os primeiros cortes efectuados nos salários foi feito pelo governo PS.

E há mais casos, como os cartazes na campanha do PS, que utilizaram empregados em situação precária.

Por isso, esse argumento para mim não pega.

Prefiro uma besta que diga ao que venha, do que um dissimulado que nos lixa nas costas.

Concordo, contudo, que todas as lideranças devem ser um exemplo. Mas isso não chega para ser um bom governo.

______________________________________
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Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1455 em: 2015-11-03 18:35:37 »
O homem escreve bem, mas usa argumentos "fabricados", que aparentemente derivam apenas do seu desprezo por um governo de acordo entre as esquerdas. Muito em concreto, quando fala em "regra"---essa regra de que fala não existe (existe antes um hábito), tal como não existem os alicerces democráticos para a sustentar.

Por acaso hoje no Público saíram dois ou três artigos de opinião que seria interessante partilhar para contrapor a esse. Não só do ponto de vista argumentatitvo, mas do ponto de vista do olhar de esperança que oferecem sobre os novos horizontes que se aproximam.

Se o PS for para o governo sozinho não será só uma situação que nunca aconteceu em Portugal, como será uma situação rara na Europa, e desconheço se já aconteceu alguma vez.

Se o PS fosse para o governo com CDU e BE, embora se pudesse criticar o PS por não ter falado da hipótese da coligação de esquerda na campanha eleitoral, era aceitável pq PS + CDU + BE tinham mais deputados do que PSD+CDS, mas o PS tirar a hipótese do PSD+CDS governarem, quando o PS tem menos votos e menos deputados do que PSD + CDS, e depois decidir ir para o governo sozinho, sem a CDU+BE, é muito pouco aceitável, pelo menos do ponto de vista moral e ético, e acho que o PS poderá pagar por isso numas próximas eleições.

João, em caso de "não acordo", defendo que o PS não chumbe o governo da Paf, de acordo com o que o próprio PS afirmou que faria. Seria uma pena deixar passar tamanha oportunidade, mas é com isso que estou a contar, e aí, sim, passo a considerar ilegítima qualquer solução de governação que com o PS à cabeça.
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1456 em: 2015-11-03 19:05:42 »
Se o PS for para o governo sozinho não será só uma situação que nunca aconteceu em Portugal, como será uma situação rara na Europa, e desconheço se já aconteceu alguma vez.

Se o PS fosse para o governo com CDU e BE, embora se pudesse criticar o PS por não ter falado da hipótese da coligação de esquerda na campanha eleitoral, era aceitável pq PS + CDU + BE tinham mais deputados do que PSD+CDS, mas o PS tirar a hipótese do PSD+CDS governarem, quando o PS tem menos votos e menos deputados do que PSD + CDS, e depois decidir ir para o governo sozinho, sem CDU+BE, é muito pouco aceitável, pelo menos do ponto de vista moral e ético, e acho que o PS poderá pagar por isso numas próximas eleições.

Concordo, esse É um cenário que o Presidente poderia bloquear, e seria justo se o fizesse. E curiosamente neste momento também parece o cenário mais provável ...

Tb acho que seria justo, mas pelas noticias parece que Portas e Passos estão convencidos de que o Cavaco não vai bloquear.
Fala-se que eles planeiam ir para a oposição, o que não é muito normal. Não é muito normal um ex-primeiro ministro ir para a oposição depois de ter estado no governo. Eles provavelmente planeiam isso pq acham que o governo PS não irá durar até ao fim da legislatura e que o PS pagará o preço nas eleições seguintes.

Mas antes da fase de bloquear ou não, vai ser a fase da moção de rejeição ser aprovada ou não.

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1457 em: 2015-11-03 19:48:36 »
João, em caso de "não acordo", defendo que o PS não chumbe o governo da Paf, de acordo com o que o próprio PS afirmou que faria. Seria uma pena deixar passar tamanha oportunidade, mas é com isso que estou a contar, e aí, sim, passo a considerar ilegítima qualquer solução de governação que com o PS à cabeça.

A questão que coloco não é essa.
A questão é simplesmente se o PS planeia ir para o governo sozinho ou acompanhado.
Se for coligado, pode-se aceitar facilmente, pq há várias situações dessas na Europa, mas se for sozinho e só com acordo parlamentar, o Cavaco terá muitos motivos para bloquear o governo PS, pq isso não é normal. Não é normal o partido que perdeu eleições ir governar sozinho tirando a coligação que ganhou as eleições, independentemente desse partido ter conseguido a "proeza" de ter um acordo parlamentar com outros partidos.

Na hipótese do Cavaco não bloquear, ele irá quase de certeza dizer no discurso da tomada de posse do António Costa como primeiro ministro que só não bloqueia pq não pode marcar novas eleições e que as alternativas tinham custos para Portugal. Ele não irá poupar o Costa no discurso que fará, e mais tarde quando houver novas eleições os portugueses poderão decidir de novo.
« Última modificação: 2015-11-03 19:50:58 por João-D »

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1458 em: 2015-11-03 20:08:33 »
“Não está nenhum acordo fechado”, diz Carlos César

porra, nunca mais

Já ouvi as declarações.

Seria muito caricato o PS dizer que o acordo estava fechado e depois 8 deputados do PS não votarem favoravelmente à moção de rejeição e com isso o governo não cair. Para não cair são precisos 8 deputados do PS e um do PAN não votarem favoravelmente.

Acho que o PS só vai anunciar que o acordo está fechado se a moção de rejeição for aprovada no parlamento.

Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1459 em: 2015-11-03 22:52:57 »
"PS pressiona BE e PCP a concluírem acordo"

como eh que isto bate certo com as criticas ao cavaco por nao indigitar o costa?
a politica tem mentira a mais