Porém aquilo parece tudo uma colecção de intenções baseada numa visão dirigista da realidade.
"“O país tem de passar de uma ótica de obsessão de liderança pelo custo, em que não é possível competir num mundo global e num país sem política monetária”, para um modelo assente na diferenciação, defendeu Gonçalo Brás."
É a opinião do homem.
Isso não significa que queira impôr isso a quem quer que seja.
Dizer que o país tem mais probabilidades de desenvolvimento pela diferenciação e sofisticação do que pelo baixo custo, é dirigista?
Se é, já percebi de onde é que vêm todas as tiradas contra os colectivistas.
Pelo que me parece, na tua opinião, é proíbido ter uma opinião sobre o sistema produtivo do país. ou aparentemente sobre outra coisa qualquer que tenha a ver com política/economia.
L
Não compreendeste. Não se trata de ele querer impor seja o que for. Aquilo que ali fala nem sequer é "imponível".
Trata-se de ter uma visão dirigista da realidade. Quer dizer, pensar que aquilo que ali fala são opções a nível nacional.
As opções NÃO são aquelas. As opções são outras, por políticas de educação, laborais, fiscalidade, burocracia, riscos de empreendedores vs riscos de trabalhadores, justiça funcional, etc. Dessas opções depois nasce um dado ambiente e ecosistema de empreendimentos.
Mas ninguém opta a nível nacional "agora queremos competir pelos custos". "Agora queremos competir por outra coisa qualquer".
Aliás, se algo se observa a nível internacional é que praticamente toda a gente começa por competir pelos custos (fora dos centros mais avançados tecnologicamente) e só depois evolui para algo mais.
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É o mesmo género de pensamento que se vê muitas vezes ... "portugal devia apostar nos Oceanos". "Portugal devia apostar nisto", "Portugal devia apostar naquilo". Quem faz essas apostas são as pessoas, não Portugal. As pessoas apostam no que acham que vai dar dinheiro, para o qual conseguem obter recursos suficientes e que sabem como fazer (ou esperam aprender rapidamente).
Onde é que Portugal pode realmente apostar? Em facilitar o "dar dinheiro", em tentar facilitar o "conseguem obter recursos suficientes" e em ensinar mais de forma a que as pessoas possam saber mais. Já seria um passo retirar a ênfase de coisas como demonstrações matemáticas, autores xpto, gramáticas em grande detalhe, etc, etc e colocá-las em matemática "mais" prática, saber escrever e compreender textos, cartas, documentos, argumentos, etc. Isto são apenas exemplos avulsos.
Já agora, diz-me a minha filha que a lógica esteve afastada do programa de matemática durante alguns 20 anos. Inacreditável.