O racional investir 1x por ano é simplificar muito o procedimento de investimento. Para que se eu falecer, a minha mulher possa continuar de forma fácil e acessível, sem se preocupar com os mercados. Já utilizo o degiro. Custos de transação são muito baixos. Só irei considerar mudar se a degiro apresentar algum problema.
A questão do crédito é mais pela família. Há sempre alguma satisfação, em verificar a descida da prestação e dos custos associados (como os seguros de vida por exemplo). Eu francamente não me importo, pois liberta mais capital. No longo prazo dificilmente irei amortizar quando CH estiver abaixo dos 70 ou 60k. Além disso com taxas variáveis, se os estímulos vierem em força e isso gerar inflação, a taxa de juro irá rapidamente acompanhar, aumentando a prestação.
Em relação ao 1x por ano, isso nos primórdios era mais defensável, devido aos elevados custos de negociação fixos (o que era um obstáculo a meter pequenas quantia mensais - as comissões comissão uma % não aceitável do reforço).
Hoje em dia, contudo, com corretoras como a DeGiro ou IB, esse valor fixo mínimo de comissões é de tal forma baixo, que permite muito mais reforços. Ou seja, a ideia teórica da eficiência (um DCA - dollar cost averaging - mensal ou diário ou horário ou ao segundo) já não está assim tão inacessível e é bem mais eficiente do que 1x ano.
Por outras palavras, se definires um valor de segurança, como já percebi que tens (para eventualidades), conseguias fazer mensalmente ou trimestralmente reforços de todo o dinheiro que tenhas acima desse valor e optimizares, assim, o DCA, sobretudo quando os mercados estão muito voláteis, como aconteceu recentemente.
Se, por acaso, te acontecesse alguma coisa, bem, a tua mulher nunca ficaria pior porque seguiria com 1x por ano. Mas enquanto fosses tu a tomar conta disto, seria mais eficiente ter uma coisa mais regular, sem que isso seja um grande trabalho. Eu digo isto porque sei que tu conheces a vantagem do DCA.
Sobre os CH penso que o único problema é o que o Balotelli referiu. Eu quando fiz o comentário era tendo em conta todos os custos, claro, porque se for só baseado nas taxas de juro (negativas ou flat) a questão nem se colocava. Seria sempre melhor não amortizar, a não ser que a expectativa do investimento passivo fosse negativo. Diga-se, igualmente, que aqui pode sempre mudar-se de táctica se as taxas de juro subirem devido a inflação. A partir daí amortizar-se-ia.
Mas compreendo que nem sempre temos de fazer o que é 100% "correcto" do ponto de vista meramente teórico (já deste o exemplo dos dividendos tributados que recebes, emboras tenhas consciência que fiscalmente são ineficientes).
Também é bonito dizermos que vamos reforçar quando o mercado cair, mas depois no momento o medo de o fazer ou a ganância que querer meter ainda mais abaixo acaba por influenciar o plano feito calmamente no sofá sem pressão.