Concordo que seria uma solução melhor do que aquilo que existe, mas ainda assim muito imperfeita.
Um licenciado em sociologia ou ciências musicais, que esteja empregado num hipermercado ou num call centre, não aparece nas estatísticas de desemprego. No entanto, gastou um enormidade de recursos à sociedade que não foram canalizados para outras áreas.
No essencial aquilo que tu estás a defender, se bem percebi, é que o jovem decida apenas em função da sua vocação, sem se preocupar com o facto de ter de pagar o curso além do mínimo indispensável (propinas), chamando a sociedade, como um todo, a ser solidária na parte remanescente.
Eu respeito essa opinião mas parece-me bastante injusto porque muitas das pessoas que irão contribuir para que o jovem não tenha de se preocupar com o pagamento do curso são, precisamente, pessoas que andam a fazer coisas de que não gostam. Pessoas que pagam IRS e que trabalham por necessidade e não por gosto.
Que direito temos nós de pedir a essas pessoas que trabalhem contrariadas uma parte do seu tempo para que o jovem possa escolher o que lhe dá prazer, sem ter de pensar se isso lhe trará sustento no futuro ?
Eu percebo que o ideal era que todos trabalhassem naquilo que gostam mas duvido que uma pessoa ande a reparar fotocopiadoras, a conferir papeis num tribunal, a aturar clientes mal educados ou a conduzir autocarros o façam por vocação e por prazer.