As escolas de qualidade não sei a que te referes. Se é a instalações, há coisas boas no interior. Se é a classificações, isso vem da matéria prima (alunos + professores). Não se criam por decreto. Idem para cuidados de saúde (instalações razoáveis mas cheios de médicos espanhóis que não conseguiram emprego em Espanha ou de colombianos e cubanos importados).
Eu, se bem percebi a tua tese, o estado deve ser a locomotiva. Ou seja, criar condições para as pessoas se fixarem, nomeadamente criar estruturas de escolas, de saúde, ligações viárias (que já são razoáveis), ordenamento do território, assumindo que depois o resto vai atrás. É isto ?
Eu compreendo o teu ponto de vista mas, caramba, esta discussão começou com aldeias de 30 pessoas isoladas no pinhal (agora eucaliptal). Há limites para tudo. O estado não pode ter uma escola para 3 alunos. Um centro de saúde para 10 consultas diárias. Um hospital para exames em todas as vilas. Ou uma estrada para chegar a todos os pontos (isso até temos com os resultados que sabemos).
Há limites à dispersão que podemos suportar.
A ideia é essa. As casas que estão isoladas não são ilegais, os idiotas das câmaras aprovaram a construção, e em alguns casos obras de restauração. Se assim é têm que lhe garantir as condições de urbanidade como a um habitante do centro de Lisboa. A lei de urbanização é a mesma. Quando dizem que o poder local teve um papel relevante no desenvolvimento do território, isso é um mito. O poder local por regra é incompetente, não percebe de ordenamento do território, não tem gente formada nessa área, no entanto são os municípios que elaboram os Planos Directores Municipais. Como é possível isto? Claro que os PDM são óptimos instrumentos para alimentar a clientela corrupta.
É necessário criar entidades administrativas intermédias, com representantes eleitos por voto directo, com equipas competentes e mérito reconhecido (não, não é para albergar mais uns incompetentes dos partidos políticos) para pensarem o ordenamento destes territórios de forma integrada, e retirar competências às câmaras municipais. Vão ver os currículos de quem está a gerir as câmaras no interior: presidentes, vereadores, deputados municipais, assembleias de freguesia. Isso basta para perceber a situação lastimável do interior. O interior com esta gente que o governa não tem capacidade para se regenerar em tempo útil.
Isso não existe, as pessoas competentes perante a necessidade dos votos tornam-se quase sempre imbecis.
Se fores um técnico competente, sem necessidade de votos, estarás sob a alçada de quem precisa de votos. Logo sugerem que faças aquilo que as pessoa que precisa de votos querem. Se não fizeres vem logo "outro mais competente".
Acho que depositar demasiada esperança em que alguns indivíduos resolvam os nossos problemas enquanto nação é como esperar que o D. Sebastião retorne e nos conduza ao 5.º império. Não vai acontecer.
O que o governo pode fazer é centrar a sua acção que no que é essencial. E a segurança das populações é essencial. E isso é ter capacidade operacional de resposta a catástrofes, com material a funcionar, pessoas organizadas e a saber o que fazer. É ter os recursos em máxima prontidão mesmo que nada aconteça durante anos. Só que isso não é muito popular e consome recursos, é muito melhor reduzir o IVA na restauração.
Expandir a administração pública não trará grandes ganhos, diminuí-la e tornando-a mais dotada e capaz em sectores essenciais tem o potencial de libertar mais dinheiro para o que realmente importa. Nem que seja dar mais dinheiro às pessoas para que consigam limpar as suas matas ou irem viver para o interior, mas sabendo que têm dinheiro para passar um fim-de-semana cultural na capital.
e problema como interior tem menos pessoas pode competir com forte maquina de berrar mais que existe na Capital!
em lisboa o problema foi eucalipto..... o que pessoas vivem neste lugar dizem?
http://www.sabado.pt/portugal/detalhe/os-testemunhos-dos-que-viveram-a-tragedia-em-pedrogao-grandeLuisinho foi ouvido pela SÁBADO. Vive na Moita, e perdeu 700 pinheiros, alguns centenários, com o incêndio. Apesar de "as sortes" estarem limpas, de nada valeu. A SÁBADO também passou pelo Atlético Clube Avelarense, onde foi montado um verdadeiro dispositivo de ajuda popular.
http://www.sabado.pt/portugal/detalhe/pedrogao-grande-as-minhas-sortes-estavam-limpasFicou sem 700 pinheiros, alguns deles, centenários. Não estava junto a eles porque "anda aí uma lagarta". Porém, assegura que as suas "sortes", as porções de terreno que explorava, "estavam limpas".
"Ali o quintal do doutor, limpei-o há dois meses", diz enquanto olha para uma encosta toda queimada. Não chegou. "Ardeu todo."
Luís estima ter perdido 100 mil euros em árvores. Face às chamas, fugiu de casa durante a noite e correu para o meio da Moita. Na povoação, pelo menos 40 pessoas foram afectadas: uma serração que lhes dava emprego ardeu toda.