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Uma parte é racional. Mas mesmo a parte racional é condicionada pela apetência ao risco de quem os pratica.
Probabilidade 50% de ganhar 100K vs 20% risco de ir meia dúzia de anos para a choça. A avaliação dependerá da condição atual (se a vida for muito má 100K farão maior diferença) e da ousadia de cada um, que deve ter um grande componente genético. Ao longo da evolução, os demasiado afoitos (que avançavam com risco/benefício desfavorável), foram-se lixando (mesmo os maiores arruaceiros não se metem com todos aqueles com que se cruzam, não durariam muitos meses) e os demasiado receosos (que se acobardavam mesmo com risco/benefício muito favorável) foram perdendo oportunidades. Ficaram graus intermédios, ainda com alguma margem de variabilidade. A tendência genética pode ter diversas expressões fenotípicas. Uma delas pode ser a testosterona.
É essa análise de custo/benefício que está na base de alguns ditos populares: "a ocasião faz o ladrão", "é preciso ter dinheiro para se ter moral" e "todo o Homem tem o seu preço" (que pode não ser em $).
Isso faz sentido, mas não se está a ver por que é que deve variar com a raça. Outra coisa é que me parece que a dopamina é que é mais importante no risk-taking, não a testosterona.
Porque evoluíram em meios diferentes que favoreciam estratégias comportamentais diferentes.
É possível que quer a dopa, quer a testosterona tenham importância. E a ambas sejam influenciadas geneticamente.
Isso seria teoricamente plausível, mas na prática as diferenças de ambiente entre, por ex, climas frios ou quentes, no que respeita às pressões selectivas sobre a inteligência, são muito provavelmente nulas. Esquece as ideias dos Rushton e Lynn sobre isso, são lixo. Uma coisa é a intensidade da luz solar favorecer diferenças importantes na cor de pele, outra coisa é qualquer força que aja na rapidez de raciocínio. As pressões eram na sua maioria sociais e relacionadas com a caça e possivelmente guerra, e essas actividades são universais.
A ideia de que as pressões selectivas para sobre a inteligência seriam baixas é algo puxado de uma cartola.
A medida repetida de grupos diferentes com médias brutalmente diferentes, é um facto.
E a subida das média ao longo de décadas também é um facto. E mostra que, por ex, os afro-americanos de hoje têm tanto ou mais QI do que os brancos de há 100 anos, e no entanto há 100 anos também se dizia que a superioridade das civilizações dos brancos era devida a maior inteligência.
Ninguém diz que não há factores ambientais. Há 100 anos morria-se de fome na Europa, a mortalidade infantil era altíssima.
Mas existem também factores genéticos. Se fosse tudo pela alimentação, cuidados de saúde e combate à pobreza, provavelmente os escandinavos seriam os mais inteligentes, e não são.
Outro exemplo: os mexicanos que emigram para os EUA são mais pobres do que os afro-americanos, têm menos estudos, tiveram pior sistema de saúde, falam pior inglês e têm maior QI.
Claro que, como os povos com QI mais baixos geralmente acumulam base genética "fraca" (em termos de inteligência), com meio ambiente desfavorável, é muito provável que, eliminando as diferenças ambientais, as diferenças de QI médio entre populações se atenuassem, mas ainda seriam importantes.