Colocar o QI como variável dependente também é estranho, visto que a maior parte do QI é herdado. O estatuto sócio-económico é uma consequência do QI (daquilo que o QI mede), e não o contrário. Tal como o sucesso académico, e uma montanha mais de coisas.
Dito de outra forma, o sucesso da pessoa é uma função da sua inteligência. Um estudo que procure explicar a inteligência como função do sucesso é uma coisa obviamente sem sentido. É como procurar explicar a velocidade de um atleta como consequência do tempo que faz numa corrida, em vez de ver o tempo que faz numa corrida como sendo uma função da velocidade.
Não é assim: o estatuto sócio-económico é definido pela sociedade onde o individuo está imerso. Eu posso ter um grande QI (genótipo) mas o meio não permitir que o use (fenótipo).
Eu bem tento explicar-lhes esta coisa simples d dos genes versus ambiente ( que os miúdos estudam na escola) mas vocês não me ligam...
Vamos ver:
no meu DNA(genótipo) posso ter um gene que diz que sou alta; e não entanto ser uma pessoa baixa(fenótipo) porque por acaso na minha terra os alimentos são pobres em cálcio ( ou outra treta qq) e o meu corpo, apesar de potencialmente poder ser alto, na verdade acaba baixo.
ou seja,
os genes nem sempre se expressam- ás vezes as características genéticas ficam escondidas.
Assim, se eu viver numa região pobre, a minha família for pobre, não houver recursos como bibliotecas, se não houver estimulo e exemplo de leitura, etc, etc (tudo ambiental) eu até posso ter potencialmente um QI alto e ele não se desenvolver.
na escola há muita reprodução social - consequência do QI ou da pobreza?
Ou vice versa para os locais ricos.