Na minha opinião, para haver igualdade de oportunidades e meritocracia verdadeiras, o filho do varredor deveria ter exatamente a mesma probabilidade de vir a ser cirurgião, que o filho do cirurgião vir a ser varredor. Mas isto só se consegue se existirem "resets" geracionais, e cada nova geração criar-se sem os contactos, riqueza , etc dos seus pais.
A inteligência é hereditária, pelo que essa probabilidade não vai ser a mesma. Por outro lado, esse "reset" geracional já existe. Chama-se
meiose: os filhos recebem ao acaso metade dos genes de cada um dos pais. Além disso, não é óbvio que os genes assocciados à inteligência sejam
dominantes, muitos até poderão ser recessivos. Daí que o filho do varredor pode vir a ser cirurgião e o filho do cirurgião vir a ser varredor, embora a probabilidade não seja a mesma por causa dos genes dos pais.
Em poucas palavras, os genes de um indivíduo são como dois baralhos de cartas; a meiose retira ao acaso uma carta de cada par de cartas para produzir um novo baralho; e na fecundação o baralho de cartas herdado do pai e o baralho de cartas herdado da mãe são juntos.
Agora discriminação positiva ou negativa em função do estrato social, não é boa ideia. O casino da genética produz indeviduos inteligentes em qualquer estrato social. Até nos pobres, como por exemplo o
Fraunhofer, o
Faraday, ou o
Mendel. E como eles mudaram o mundo! Após uma educação tão gratuita quanto possível para que indivíduos como estes não se percam, a única moral a aplicar tem de ser mesmo: a cada um, segundo as suas obras.
Qualquer discriminação é caso para dizer: cuidado com o que desejas, pois pode-se concretizar. Toda e qualquer discriminação só vai substituir profissionais melhores por profissionais assim assim e os efeitos podem depois cair em cima de ti e dos teus:
- pode calhar aos teus filhos os professores assim assim que não desenvolvem o potencial máximo dos teus filhos e os condenam a tornarem-se varredores.
- pode calhar-te a ti o médico assim assim que ainda te piora o teu problema de saúde.
- no agregado, qualquer discriminação reduz a quantidade de profissionais excelentes, pelo que os empregadores terão de pagar mais para os obter -- fruto da lei da oferta e da procura -- os quais a seguir deixarão a fatura à tua porta via aumentos de preços.