https://observador.pt/especiais/como-os-caes-chegaram-a-portugal/caes sem donos deixam ser animais companhia, de caca ou que seja passam ser tipo
animais bravos como lobos afinal cao comecou por ser lobo
em lisboa sao tipo caes da "realeza" pouco sabem o que e cao selvagem ha varios seculos
varios seculos depoes vao comecar saber o que e cao virar lobo
Os relatos que nos ficaram dos estrangeiros que no século XVIII visitaram Portugal aludem aos milhares de cães que devoravam os restos de comida, exercendo, assim, uma verdadeira ação profilática a nível de limpeza urbana. Veja-se apenas um exemplo: em 1796, o francês Joseph-Barthélémy-François Carrère escreveu:
«Não há rua de Lisboa onde os estrangeiros não tenham a impressão desagradável que lhes é dada pela multidão de cães vadios, magros e escanzelados e tinhosos que as percorrem. O português, que já está acostumado, nem dá por eles. São cães sem dono, nem poiso certo; vivem nas ruas, alimentando-se com o que encontram e andam sempre famintos. Durante o dia correm as ruas, abrigam-se nos portais, no fundo dos pátios, nas cavalariças das seges de aluguer; à noite, quando chega a hora dos despejos, agrupam-se aos quarenta e cinquenta diante dos botequins e das tabernas, esperando o despejo dos lixos, dos excrementos, das cascas, dos ossos, das águas das lavagens da louça que se foram juntando durante o dia. Chegado o feliz momento, lançam-se vorazmente às imundícies, procurando saciar nelas a fome, devorando tudo o que encontram. Este banquete é sempre tumultuoso: o ruído das queixadas triturando ouve-se à distância, mutuamente se empurram, apertam e agridem, rosnam uns contra os outros, mordem-se, laceram-se na disputa dos restos que ficaram desprezados pelos animais domésticos. Nestas alturas é perigoso passar perto deles, pois enfurecem-se, no receio de que lhes roubem os miseráveis restos. O transeunte pode pagar a distração por algumas mordeduras. Finda a refeição, a canzoada dispersa-se; uns vão para os portais, para as esquinas ou para debaixo de qualquer arco, a fim de ali passarem a noite, até que ao nascer do dia de novo se espalham pelas ruas».
Sendo omnipresente, o cão entrava com frequência em igrejas, havendo uma pessoa responsável por o expulsar, o chamado perreiro, que se acha documentado, por exemplo, para a sé do Funchal nos séculos XVI a XVIII.
no mundo rural nao ha burguesia com restos.... ha apenas outros animais vivos para matar fome ficam lobos para sobreviver