D Antunes, agradecia links com os estudos da transmissão do vírus. Que doença provoca este vírus? Então quando o corpo demonstra sinais de carga viral elevada ( febre e tosse) a hipótese de contágio diminui? Num estudo para comprovar a eficácia das máscaras na filtragem de outros vírus respiratórios (rinovirus, influenza e outro coronavirus) expelidos por via aérea, foi necessário voluntários com sintomas para se conseguir detectar vírus expelidos. Ao fim de 10 meses e milhões gastos existe algum estudo com a quantidade de vírus expelidos por positivos assintomáticos e positivos sintomáticos?
Que doença provoca este virus?
Não sabes o nome da doença? Não sabes os sintomas? Não sabes as complicações?
Queres estimativas? Já as coloquei aqui. Da última vez que procurei, o melhor estimativa era que morrem uns 3 ou 4 em cada mil. Mais têm que ser ventilados. Uns 5% são internados.
Para comparares, a gripe sazonal mata uns 0,5 a 1 em mil.
É óbvio que a principal via é aérea. Ao espirrar, tossir e falar, emitimos gotículas de saliva que, por ação de gravidade, caiem ao solo. Não vão longe e duram pouco tempo. A máscara e o distanciamento evitam que vão diretamente para o gajo que está à frente. Isso é óbvio.
Depois tens aerossóis (micropartículas que ficam no ar mais tempo) que têm menos virus que as gotículas, mas podem transmitir (principalmente em ambientes fechados e pouco ventilados, elevadores, escritórios, salas de espetáculo, bares). As máscaras filtram apenas parcialmente (a percentagem depende do tipo de máscara, de como é ajustada). É assim tão difícil perceber que não é tudo ao nada? Uma máscara protege um pouco, ambos terem máscara protege mais, se não se proximarem melhor, se também arejarem a sala ainda melhor. O risco nunca é zero, mas vai reduzindo com as vãrias medidas. Se, em média, cada infetado infetar menos de 1 pessoa a doença vai reduzindo.
As viseiras são menos eficazes.
Existem estudos que mostram que uma percentagem significativa dos contágios é por assintomáticos. Já se sabe da transmissão por assintomáticos desde o final de 2019 (a China sabia e não disse logo à OMS). Pessoas que sairam de Wuhan e contagiaram outras com quem contactaram enquanto ainda estavam assintomáticas (é muito fácil, saiu de wuhan, apanhou autocarro de longa distância, parou num restaurante, chegou à terrinha, visitou os pais, no dia seguinte foi a casa dos tios, no outro dia esteve com amigos. É só ver qdo começou a contagiar e quando começou com os sintomas).
Em muitos virus que atacam os pulmões o contágio é apenas por sintomáticos. Nas constipações, o virur está nas fossas nasais e o contagio pode ser por assintomáticos. Este coronavirus tem a capacidade de contagiar na fase assintomática (ao contrário de outros coronavirus, como o que provoca o SARS, que é mais grave, mas foi mais controlável). Talvez por o novo coronavirus primeiro se instalar no nariz e depos nos pulmões. Isso são hipóteses de explicação. O que é importante e é um facto incontroverso é que contagia na fase assintomática.
Algumas pessoas têm uma resposta imunitária eficaz. Nunca têm muitos virus e são assintomáticas. Contagiam geralmente menos e por pouco tempo.
Outras pessoas têm mais virus. Começam a contagiar antes de ter sintomas (uns 2-3 dias antes). Depois começam os sintomas (tosse, febre). Tèm muitos virus e são muito contagiosas. Geralmente, o nível de contagiosidade diminui em poucos dias. Muitos sintomas são devidos à resposta ao virus. O nosso exército está lá com as tropas todas, já há poucos virus, mas há muitos sintomas porque o nosso exército está a bombardear em grande.
Apesar de se ser muito contagioso nos primeiros dias de sintomas, nessa altura já há maior isolamento (tens febre e tosse, não vais trabalhar ou os colegas afastam-se porque te ouvem a tossir, chegas a casa e dizes à mulher que é melhor não a cumprimentares com um beijo, não vais ao café ao fim do dia porque te sentes cansado). Também por este motivo, uma percentagem importante dos contágios dá-se durante a fase assintomática.