Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Banif - Tópico principal  (Lida 152321 vezes)

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #580 em: 2015-12-22 13:42:56 »
Segundo o Observador a pressa para resolver antes de 2016 deve-se a salvar os depósitos acima de 100 mil euros, um terço do total de depósitos (2 mil milhões num total de 6 mil milhões).

Impressiona-me um valor tao alto... Será que isto é tudo malta que nao le noticias ? Tem estado fora do planeta Terra nos últimos tempos ?

Citar
Salvar dois mil milhões em depósitos

A isto acresce a pressa das autoridades portuguesas. Quando a diretiva de resolução, já transposta para o ordenamento jurídico português, entrou em vigor no início do ano, esta previa uma cláusula de bail in em caso de resolução de um banco. Ou seja, antes de os contribuintes pagarem a fatura com a resolução de um banco, para além dos acionistas e dos detentores da dívida subordinada (que já eram chamados a pagar), também os detentores de outros tipos de dívida menos arriscada e os depósitos acima de 100 mil euros podem sofrer perdas, tudo isto antes de o Estado poder meter dinheiro no banco.

No caso do Banif, a principal razão é mesmo os depositantes acima de 100 mil euros. Dos seis mil milhões de euros de depósitos do Banif, cerca de um terço (dois mil milhões de euros) são depósitos superiores a 100 mil euros e entre estes estão incluídas as poupanças de muitos emigrantes portugueses.


http://observador.pt/2015/12/22/fatura-banif-26-mil-milhoes-ja/


Será que algum dinheiro não seria duvidoso, e mexer grandes montantes daria nas vistas?
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Zenith

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5268
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #581 em: 2015-12-22 14:11:56 »
Continuo sem perceber nada da resolução do Banif
Parece que
Citar
BCE recusou solução como no Novo Banco
. Porquê?
Parece que a resolução do BES era o primeiro ensaio das directivas da UE, governo andava orgulhoso com esse feito, governador do banco de Portugal dizia que em Portugal era criticado mas lá fora era elogiado, resolução também era elogiada aqui no forum!!! Afinal chegaram à conclusão que foi tudo mal feito? Que Surpresa!!! 
E que chatice lá se vão os elogios externos ao governador do BdP.

Agora no Banif parece que venderam a rede de balcões ao Santander, mas estado tem de lá meter o dinheiro para cobrir todos os depósitos? E os outros bancos (que já descontam para o FGD), também ajudam na garantia dos depósitos através do fundo de resolução? Santander ganha novos clientes e consegue que bancos concorrentes assegurem 25% do pagamento dos seus DPs e DOs!!!
Ainda não percebi bem o que é que o Santander comprou e a quem. Comprou a rede de bacões ao BAnif mas ss 150 milhões vão todos para o accionista estado que tem 49%? Comprou a instituição Banif com NIF xxxx? A quem?

Alguém percebeu alguma coisa até agora?
Parece coisa complicada !!!


« Última modificação: 2015-12-22 14:19:41 por Zenith »

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #582 em: 2015-12-22 14:18:48 »
Como perdas certas temos os 825 M euros que já vinham de trás. Mais os 1016 M euros usados para recapitalizar. E ainda há 750 M de garantia ao Santander em relação aos activos que eles assumem.
O Santader leva então uma rede bancária, os depósitos que estavam no Banif, mais 1016 M da recapitalização e uma garantia de 750 M de euros que deve servir para cobrir potenciais perdas na catrteira com que ficou (que já será o filet mignon).
Leva tudo isto por 150 M euros.
É o que eu percebo até agora.
« Última modificação: 2015-12-22 14:20:16 por Thunder »
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Vanilla-Swap

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5059
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #583 em: 2015-12-22 14:33:20 »
Esta me#da dos bancos nacionais serem supervisionados pelo banco de Portugal e este não tem poder de imprimir moeda para salvar os bancos. Depois cada  governo arranja estratagemas para fugir ao inevitável e depois disto tudo acaba o contribuinte por entrar. Os bancos devem ser resgatados pelo BCE e este deve imprimir moeda e acabem com o Banco de Portugal que nada serve, nem para saco de boxe.

Vanilla-Swap

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5059
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #584 em: 2015-12-22 15:14:18 »
Tenho que ler melhor este q&A


QE and central bank solvency

What’s at stake: The European Central Bank will most likely reveal on Thursday its plans for a program of sovereign bond buying, as it steps up its efforts to stave the eurozone off deflation. In a previous review, we addressed the question of whether the expansion of the money base should be temporary or permanent to have a meaningful impact on inflation. In this review, we provide background on the exacerbated concern of what would happen to the Eurosystem’s capital resources if a country defaults and, in particular, whether this would generate a fiscal transfer between members.

By:  Jérémie Cohen-Setton Date: January 20, 2015


What’s at stake: The European Central Bank will most likely reveal on Thursday its plans for a program of sovereign bond buying, as it steps up its efforts to stave the eurozone off deflation. In a previous review, we addressed the question of whether the expansion of the money base should be temporary or permanent to have a meaningful impact on inflation. In this review, we provide background on the exacerbated concern of what would happen to the Eurosystem’s capital resources if a country defaults and, in particular, whether this would generate a fiscal transfer between members.

Paul De Grauwe and Yuemei Ji write that the most important argument used by opponents of a government bond buying programme by the ECB is that such a program mixes monetary and fiscal policy. The argument goes as follows. When in the context of QE the ECB buys government bonds from fiscally weak countries it takes a credit risk. Some of these countries may default on their debt. This then will lead to losses for the ECB, which, in turn, means that the taxpayers of the fiscally sound member countries of the Eurozone will be forced to foot the bill. Thus, when the ECB buys government bonds, it creates a risk that future taxpayers will be liable to bear losses. Put differently, the ECB is, in fact, conducting fiscal policies in that it organizes fiscal transfers between member states. The ECB has no mandate to do so.

Hans Werner Sinn writes that buying low quality paper would increase the burden on taxpayers should default occur, since taxpayers will have to make up for the drop in the distribution of ECB profits to the respective treasury departments.



The basics of central bank accounting


Karl Whelan writes that commentaries along the lines of “the ECB is taking huge risks with its balance sheet”, “the ECB risks becoming insolvent, endangering the future of the euro” or that “Eurozone states may have to recapitalize the ECB at huge cost to taxpayers” are based on a widespread failure to understand that central banks are fundamentally different from commercial banks. Central banks do not need to have assets greater than liabilities and cannot “go bust” due to losses on asset purchases. That said, most of the international policy community seems happy to perpetuate this myth.

Paul de Grauwe and Yuemei Ji write that contrary to private companies, the liabilities of the central bank do not constitute a claim on the assets of the central bank. The latter was the case during gold standard when the central bank promised to convert its liabilities into gold at a fixed price. Similarly in a fixed exchange-rate system, the central banks promise to convert their liabilities into foreign exchange at a fixed price. The ECB and other modern central banks that are on a floating exchange-rate system make no such promise. As a result, the value of the central bank’s assets has no bearing for its solvency. The only promise made by the central bank in a floating exchange-rate regime is that the money will be convertible into a basket of goods and services at a (more or less) fixed price. In other words the central bank makes a promise of price stability.

Karl Whelan writes that if a central bank purchases assets that then decline in value, it could end up having negative capital.  When a commercial bank has negative capital, it is termed insolvent and either re-capitalized or shut down.  The “insolvent” terminology is sometimes applied to a central bank in this situation but central banks are unique organizations and this phrase isn’t particularly appropriate. Wolfgang Munchau writes that a NCB facing default could just go with negative capital. It might also claim some of the ECB’s future profits as part of its own capital. It is, after all, a shareholder in the ECB. It might also use some of its gold reserves to prop up its capital. What will happen will therefore depend on the size of the default, the size of the shareholding in the ECB and the size of any reserves.



QE and fiscal transfers


Paul de Grauwe and Yuemei Ji write that in a monetary union with no fiscal union a bond-buying programme leads to fiscal transfers among countries – but not the one common in the public perception. One often hears in the creditor countries that these would be the losers if one of the governments whose bonds are on the balance sheet of the ECB were to default. This is an erroneous conclusion.

Paul de Grauwe and Yuemei Ji write that an ECB bond-buying programme leads to a yearly transfer from the country whose bonds are bought to the countries whose bond are not bought. Take that the example of the ECB buying €1 billion of Spanish bonds with a 4% coupon. The fiscal implications are now as follows. The ECB receives €40 million interest annually from the Spanish Treasury. The ECB returns this €40 million every year to the EZ national central banks. The distribution is pro rata with national equity shares in the ECB. The national central banks transfer this to their national treasuries. For example, the ECB will transfer back 11.9% of the €40 million to the Banco de España. The rest goes to the other member central banks. The largest receiver is the German Bundesbank; with its equity share of 27.1%, it would get €10.8 million.

Paul de Grauwe and Yuemei Ji write that the ECB could implement a bond-buying programme that avoids fiscal transfers by buying national government bonds in the same proportions to the equity shares of the participating NCBs if interest rates were uniform across countries. But this would not eliminate all transfers because the interest rates on the outstanding government bonds are not the same. In fact the countries with the highest interest rates would in this weighted bond-buying programme be net payers of interest to the countries with the lowest interest rates. Thus even a bond-buying programme weighted by the equity shares would involve fiscal transfers from the weaker (debtor) countries to the stronger (creditor) countries.

Paul de Grauwe and Yuemei Ji write that in the case of default on the €1 billion of Spanish government bonds, the Spanish government would stop paying €40 million to the ECB. The ECB would stop transferring this interest revenue back to the member central banks pro rata. The German taxpayer, for example, would no longer receive the yearly windfall of €10.8 million. In no way can one conclude that German taxpayers, or any EZ taxpayer, would pay the bill of the Spanish default – except in the narrow sense that they would no longer be able to count on the yearly interest revenues.

 Paul De Grauwe and Yuemei Ji write that eliminating this type of transfers can be achieved by following a somewhat different interest distribution rule. Instead of pooling the interest payments the ECB receives and then distributing them according to the equity shares, one could also use a rule of ‘juste retour’. This would mean that the ECB redistributes the exact amounts of interest payments it has received from each member government back to the same government. If this rule is applied, there would be no net interest transfer before or after the default. Complete neutrality is restored and taxpayers are shielded from movements of the value of the bonds on the ECB’s balance sheet.

Paul de Grauwe writes that suppose that for reasons of reputation the member states decide to recapitalize the ECB. Will that not inevitably involve taxpayers in Germany, France, etc? The answer is no. This will just be a bookkeeping operation without involving taxpayers. When national governments decide to recapitalize the ECB to make up for the loss of €1 billion, they transfer bonds to the ECB worth 1 billion, allowing the ECB to increase its equity by €1billion. These transfers occur using the same capital shares. Thus the ECB holds government bonds worth €1 billion. As a result, each government pays interest to the ECB in the same proportion to its capital share. But at the end of the year the ECB transfers these interest revenues back to the same governments using the same capital shares




http://bruegel.org/2015/01/qe-and-central-bank-solvency/

Vanilla-Swap

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5059
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #585 em: 2015-12-22 15:44:03 »
Não consigo perceber esta parte.

Paul de Grauwe and Yuemei Ji write that an ECB bond-buying programme leads to a yearly transfer from the country whose bonds are bought to the countries whose bond are not bought. Take that the example of the ECB buying €1 billion of Spanish bonds with a 4% coupon. The fiscal implications are now as follows. The ECB receives €40 million interest annually from the Spanish Treasury. The ECB returns this €40 million every year to the EZ national central banks. The distribution is pro rata with national equity shares in the ECB. The national central banks transfer this to their national treasuries. For example, the ECB will transfer back 11.9% of the €40 million to the Banco de España. The rest goes to the other member central banks. The largest receiver is the German Bundesbank; with its equity share of 27.1%, it would get €10.8 million.

kitano

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 8677
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #586 em: 2015-12-22 18:57:44 »
Vi agora o galamba a dizer que depósitos abaixo de 100.000 eur eram cerca de 3.000.000 eur. Sendo que isso seria assegurado pelo défice do estado.

Se isto for verdade...justifica a resolução em detrimento da liquidação...ao menos salvam alguns obrigacionistas e todos os depositantes...

Custa-me é acreditar nesses números...
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30971
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #587 em: 2015-12-22 19:04:18 »
Vi agora o galamba a dizer que depósitos abaixo de 100.000 eur eram cerca de 3.000.000 eur. Sendo que isso seria assegurado pelo défice do estado.

Se isto for verdade...justifica a resolução em detrimento da liquidação...ao menos salvam alguns obrigacionistas e todos os depositantes...

Custa-me é acreditar nesses números...

Isso assim não faz sentido. O que salva primariamente os depósitos (abaixo de 100k) são os activos do próprio banco, que não são 0. O Estado para salvar esses depósitos só teria que colmatar o que os activos não salvassem, e mesmo aí apenas APÓS o FGD actuar (se este fosse insuficiente). Provavelmente nem teria que por nada.

Se o Galamba diz outra coisa que não isto provavelmente está a mentir, novamente usando a propensão das pessoas para acreditar (propaganda).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #588 em: 2015-12-22 19:42:49 »
Isto é só um sintoma. Os bancos portugueses desabam um após outro.

Os próximos podem ser não só o Montepio, mas o Novo Banco e o BCP.

No Japão, 1989-2003, foram 14 anos seguidos de coisas assim, e de cada vez que o Estado resgatava um banco pensava-se que era o último, mas foram 14 anos seguidos e os bancos todos.


Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30971
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #589 em: 2015-12-22 19:46:43 »
É um resultado possível, sim. Principalmente se o país não tentar mudar o seu modelo económico para algo que tenda a produzir mais facilmente crescimento. A resistência parece grande, vai até ao Tribunal Constitucional e incluí o povo tendencialmente de esquerda (por uma % maior do que a que parece, pois uma fatia grande dos votantes do PSD são igualmente de esquerda naquilo que defendem na prática, e possivelmente até dos do CDS).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #590 em: 2015-12-22 19:53:52 »
É um resultado possível, sim. Principalmente se o país não tentar mudar o seu modelo económico para algo que tenda a produzir mais facilmente crescimento. A resistência parece grande, vai até ao Tribunal Constitucional e incluí o povo tendencialmente de esquerda (por uma % maior do que a que parece, pois uma fatia grande dos votantes do PSD são igualmente de esquerda naquilo que defendem na prática, e possivelmente até dos do CDS).

E no fim, como é que ficam os rácios de dívida pública portuguesa? Como é qu se evita um novo resgate?

Isto só se safa com o BCE a ligar as impressoras e a enviar euros para cá com um oleoduto especial só para nós!



Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 14195
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #591 em: 2015-12-22 20:05:39 »
É um resultado possível, sim. Principalmente se o país não tentar mudar o seu modelo económico para algo que tenda a produzir mais facilmente crescimento. A resistência parece grande, vai até ao Tribunal Constitucional e incluí o povo tendencialmente de esquerda (por uma % maior do que a que parece, pois uma fatia grande dos votantes do PSD são igualmente de esquerda naquilo que defendem na prática, e possivelmente até dos do CDS).

E no fim, como é que ficam os rácios de dívida pública portuguesa? Como é qu se evita um novo resgate?

Isto só se safa com o BCE a ligar as impressoras e a enviar euros para cá com um oleoduto especial só para nós!

Para safar Portugal.... bastava darem 1% do orçamento da UE....

Para safarem a França e vao ter imprimir
« Última modificação: 2015-12-22 20:06:01 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

tommy

  • Visitante
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #592 em: 2015-12-22 21:04:57 »
É um resultado possível, sim. Principalmente se o país não tentar mudar o seu modelo económico para algo que tenda a produzir mais facilmente crescimento. A resistência parece grande, vai até ao Tribunal Constitucional e incluí o povo tendencialmente de esquerda (por uma % maior do que a que parece, pois uma fatia grande dos votantes do PSD são igualmente de esquerda naquilo que defendem na prática, e possivelmente até dos do CDS).

Isso só muda com 20 ou 30 anos de socialismo puro. Sem dinheiro dos outros, fundos europeus, empréstimos bonificados. Sem nada. Aí muda tudo para a direita.

Pip-Boy

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1245
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #593 em: 2015-12-22 21:35:25 »
Números do Centeno:

Citar
O Banif tinha 356.457 depositantes, sendo que desses, havia 7411 acima de 100 mil euros. E desses, 6374 eram de particulares. Segundo Centeno, o montante médio dos depósitos acima de 100 mil era 283 mil euros.

Só aqui já podiam poupar mil milhões ao contribuinte facilmente (6374 * 183 mil = 1.166 mil milhões)
The ultimate result of shielding men from the effects of folly, is to fill the world with fools.

5555

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5555
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #594 em: 2015-12-22 22:40:56 »
Citar
Governo quis integrar Banif na CGD mas foi impedido por Bruxelas

22 Dezembro, 2015 por ZAP
 
 O Governo pretendia recapitalizar o Banif e integrá-lo na Caixa Geral de Depósitos, uma solução que foi impedida pelas regras da Comissão Europeia.

A solução passava por recapitalizar o Banif e pela sua consequente integração na CGD, revelou esta terça-feira o ministro das Finanças no Parlamento.

“O Governo preferia uma outra alternativa, mas por restrições legais não foi implementada”, explicou Mário Centeno, citado pela agência Lusa.

As regras vindas de Bruxelas adiaram esta hipótese, uma vez que os dois bancos estão ainda a receber apoios.

Tanto o Banif como a Caixa Geral de Depósitos receberam apoio estatal em 2013 e a Comissão Europeia não permite novas ajudas antes de serem devolvidos os valores em causa.

Além disso, a CGD ficou ainda impedida de realizar aquisições, pelo que não pode neste momento ficar com o Banif. De acordo com o ministro, esta tinha sido uma boa opção em 2012, antes de se ter optado pela ajuda de Estado.

A notícia vem depois de Centeno ter confirmado que o Orçamento Retificativo para 2015 vai contar com uma injeção total de 2.255 milhões de euros para financiar a medida de resolução do Banif.

O ministro adiantou que esta situação vai refletir-se no défice em mais de 1 ponto percentual, levando-o para “perto dos 4%”.

A proposta para alterar a lei orçamental será discutida e votada na próxima quarta-feira na Assembleia da República.

O Partido Comunista já anunciou que vai votar contra esta proposta do Governo, uma vez que vai acabar por transferir para os contribuintes uma parte dos encargos.

o Bloco de Esquerda revelou que vai impor duas condições para aprovar esta proposta, a primeira das quais é a criação de uma nova lei de intervenção no sistema financeiro, com a constituição de uma nova autoridade nacional e a retirada de poderes ao Banco de Portugal.

A segunda garantia pretendida pelo Bloco é a de que o Novo Banco fica na esfera pública, com o Estado a assumir a direção do Fundo de Resolução e o fim da proteção aos chamados credores séniores.

Jsebastião

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1258
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #595 em: 2015-12-23 12:07:50 »
Números do Centeno:

Citar
O Banif tinha 356.457 depositantes, sendo que desses, havia 7411 acima de 100 mil euros. E desses, 6374 eram de particulares. Segundo Centeno, o montante médio dos depósitos acima de 100 mil era 283 mil euros.

Só aqui já podiam poupar mil milhões ao contribuinte facilmente (6374 * 183 mil = 1.166 mil milhões)

É isto que  não consigo compreender...
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

5555

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5555
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #596 em: 2015-12-23 12:27:16 »
Citar
Primeiro o caso Banif

Mário Centeno foi ao Parlamento explicar que se o Orçamento Retificativo for chumbado, a venda ao Santander é anulada e o Banif vai à falência.

Contou mais: que a sua opção era integrar o banco na CGD (mas que a Europa não o deixou), acrescentando que a sua prioridade foi proteger os mais de 7400 depósitos com mais de 100 mil euros que ficariam em risco. Os detalhes estão aqui registados:

http://observador.pt/2015/12/22/mario-centeno-explica-apoio-ao-banif-no-parlamento/

.....Assim sendo, quem vai viabilizar o Retificativo é... Passos Coelho.
« Última modificação: 2015-12-23 12:29:57 por Batman »

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30971
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #597 em: 2015-12-23 13:47:33 »
Bem, então chumbar a coisa é capaz de ser a melhor opção, com impacto negativo para:
* Obrigações séniores do Banif.
* Outros credores comerciais.
* Depósitos acima de 100k.
* FGD (se chegar a tanto).

Provavelmente em falência o problema não chega ao Estado/contribuintes.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

pedferre

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2599
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #598 em: 2015-12-23 15:08:00 »
Artigo interessante do observador sobre o tema.

http://www.thinkfn.com/forumbolsaforex/index.php?topic=828.580

Quem beneficiou com a morte do BANIF em 2015? Beneficiaram os detentores de depósitos superiores a 100.000€ e de dívida sénior, que ficaram salvaguardados. E beneficiou o bloco central de interesses.

Tópicos
BANCO DE PORTUGALANTÓNIO COSTAPASSOS COELHOBANIFCASO BANIF
“As finanças são uma arma. Política é saber quando puxar o gatilho”
Don Lucchesi, O Padrinho III

A principal actividade dos bancos é emprestar dinheiro, transformando passivos líquidos (depósitos bancários) em activos ilíquidos (empréstimos). A utilidade dos bancos, canalizar poupanças para créditos, é também a sua fragilidade. No momento em que a confiança se esvai, não há banco que resista a um pânico dos depositantes. Daí a resposta à pergunta que muita gente faz: por que raio são os contribuintes chamados a salvar bancos? São chamados para garantir a confiança de que o resto do sistema bancário precisa para continuar a operar. Até aqui, tudo simples e lógico. A partir daqui, percebo muito pouco.

Começo por não perceber porque se demorou tanto tempo a forçar uma solução para o BANIF. Quando um banco está em dificuldades, com a desconfiança gerada, só pode piorar. Que o tempo é dinheiro é um aforismo particularmente acertado. É bom que Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque não se tenham retirado da política. Vamos querer e poder ouvir as suas explicações. Também não entendo a passividade do regulador. Que eu saiba, entre as competências do Banco de Portugal não consta a gestão do ciclo eleitoral. Talvez o Departamento de Estudos do Banco de Portugal nos possa dar uma estimativa de quantas centenas de milhões de Euros custou esta demora.

A disparatada notícia da TVI só podia causar o que causou, uma corrida ao BANIF, com prejuízos de centenas de milhões de euros. Uma fuga de informação com esta gravidade tem de ser investigada. Quem ganhou com esta precipitação? Quem plantou a notícia, muito provavelmente, não queria que o banco chegasse a 2016. Isto porque, a partir de 1 de Janeiro de 2016, um novo quadro regulatório, mais favorável aos contribuintes, vai entrar em vigor. Nesse novo quadro, o Estado está impedido de pôr dinheiro no banco, antes de sacrificar depósitos superiores a 100.000€ e dívida sénior.

Uma resolução feita no próximo ano, no âmbito da união bancária, toda a banca europeia poderia ser chamada a cobrir os prejuízos do BANIF. Mas, claro, todo o processo seria liderado pelo BCE, ou seja, e teríamos aquilo que Horta Osório, presidente do colosso britânico Lloyds Banking Group, gostaria que tivéssemos: um “apuramento claríssimo das responsabilidades”. Para evitar esta transparência, seremos nós a suportar todo o custo, quando estávamos a 15 dias de poder usufruir da solidariedade europeia.

O governo português, que tão indignado fica por receber apenas 10 milhões de euros por uma empresa falida como a TAP, paga ao Santander 2.000 milhões para ficar com o BANIF. Mais valia nacionalizar o que falta e recapitalizar o banco. Ao menos este negócio fantástico seria para nós, em vez de ficar para o Santander, que, recorde-se, foi o banco que mais inflexível se mostrou com o Estado português no escândalo dos swaps. Roma sempre paga aos traidores.

Também não consigo perceber como um banco da (pequena) dimensão do BANIF precisa de tanto dinheiro público, nem percebo como é que o interesse nacional fica defendido com a solução encontrada. O Estado apenas está obrigado a uma garantia de 100.000€. 100.000€ de garantia é mais do que suficiente para assegurar a estabilidade do sector bancário. Alguém que distribua depósitos de 100.000€ por 10 bancos diferentes, facilmente consegue ficar com um milhão de euros protegidos por garantia do Estado. E abrindo contas em nome do marido, filhos e outros familiares, facilmente protege vários milhões de euros com o Fundo de Garantia de Depósitos. Ou seja, a opção de salvar depósitos superiores a 100.000€ é uma escolha política. O governo português resguardar-se atrás do interesse nacional é pura cobardia. Simplesmente, e mais uma vez, sacrificou o interesse geral ao interesse de alguns.

Todos percebemos de onde vem o dinheiro. Falta saber para onde vai. Para já, sabemos que Alberto João Jardim ficou muito contente com a solução e que Passos Coelho pensa que Costa encontrou uma solução muito inteligente. Bastou um problema com mais um banco do regime para o bloco de interesses emergir em todo o seu esplendor.

Resumindo. Quem beneficiou com a morte do BANIF em 2015? Beneficiaram os detentores de depósitos superiores a 100.000€ e os detentores de dívida sénior, que ficaram salvaguardados. Beneficiou o bloco central de interesses, porque conseguiu evitar que o BCE viesse ao BANIF fazer uma auditoria profunda aos seus negócios. Quem perdeu? Os portugueses.


rbrandaopereira

  • Newbie
  • *
  • Mensagens: 14
    • Ver Perfil
Re: Banif - Tópico principal
« Responder #599 em: 2015-12-23 20:57:59 »
Alguém sabe porque motivos, a CE, supostamente, não permitiu a venda a outros (p.e Apollo) que não o Popular e o Sandander?