Como é que passámos de PME portuguesas (que são a maioria do tecido empresarial)
incompetentes, gananciosas e que pagam mal para empresas dominadoras no mundo (duas ou três por industria) ?
E o que é que isto tem a ver com pessoas competentes (tipo um bom cirurgião, um bom engenheiro, etc.)
dever ganhar razoavelmente mais do que a sua empregada doméstica ? (que era aquilo que se estava a discutir)
Não percebo a relação.
Eu vejo um 'filme' possível que pode levar de um ponto ao outro, desta maneira:
No mercado de pequenas empresas com livre entrada no ramo de actividade,
e rápida saída por falência e quebras abruptas da procura, as empresas
mais resistentes vão compreendendo que sobreviverem
pode ter de ser de qualquer maneira
sem olhar a meios.
Assim se estreiam em absorver as concorrentes
em dificuldade e com despedimentos à bruta
dos empregados mais incompetentes,
desonestos, manhosos
ou preguiçosos,
desatam a buscar novas e mais promissoras
actividades que o mercado premeia com o êxito.
Deste modo vão alcançando posições dominantes;
com o que ganham conseguem educar e instruir
os filhos nas melhores escolas de cada país,
os quais, no começo das suas carreiras próprias profissionais,
facilmente exibem mérito real superior aos que aparentemente
tiraram cursos semelhantes ou parecidos, mas que de facto,
não sabem nada e vão vegetar toda a vida como
sabujos de pseudo-chefes da função pública,
no fundo ex-contínuos arvorados em chefes
de secção com cunhas de toda
a espécie, a sabotarem
todos que têm mérito.
As pseudodemocracias de partidos rotativos
no poder, e os minoritários nas oposições inócuas,
agravam este esquema de apadrinhamento
que já grassa de há décadas e séculos
na administração pública, e
enfeudam-se encartados
na mais descarada
transacção de tachos
políticos a leste de qualquer
sombra de mérito.
Junte-se a tudo isto uma justiça vendida inoperante
e aí temos uma sociedade cem por cento corrupta.