Engraçado como as pessoas que não gostam da ideia do liberalismo referem a má-fé do capitalistas, que concentram o poder, mas quando se fala no estado social a má-fé desaparece da sociedade.
Apesar de no estado social haver uma maior concentração de poder, no estado e nos capitalistas, a má-fé evapora-se porque magicamente a boa fé das pessoas no estado mitiga a má-fé dos capitalistas.
Depois de perceberem dos inúmeros casos que o estado não pode ter boa-fé porque vive em convívio com os capitalistas (o tradicional regulador ir jantar com o regulado) logo vem a solução de aumentar a dimensão do estado, ou mudar as suas regras, ou pregar que se podem ter melhores ou pessoas diferentes.
Com o crescer do estado e diminuição dos mercados o poder dos capitalistas vai desaparecendo - ninguém ganha um euro sem o carimbo do ministro/secretário/burocrata. A concentração de poder, traz a má-fé, e o ciclo fecha-se. Neste ponto do ciclo será difícil parar o crescimento de poder do estado pois ele é juiz e réu. Para além disso nem os apoiantes da ideia do estado, nem os que lá trabalham, iram acordar e pensar que este devia ter menos poder.
AH... mas a democracia!?
A democracia, é uma ideia razoávelzinha, mas tão frágil quanto as ideias da maioria. O estado e a maioria são os ditadores desta sociedade. Nesta sociedade não há realmente liberdade porque estes dois actores reclamam a si o domínio sobre tudo.
A única opção da minorias, seja quais forem, de conseguirem mais liberdade, ou direitos como os socialistas lhes chamam, é através da persuasão. Persuadir o estado ou a maioria é um pouco irrelevante porque ambos têm o poder para forçar o outro e o moldar.
Resumidamente, o problema da democracia é exactamente a sua "qualidade" o suposto governo pela maioria. Só numa sociedade utópica será possível conceber que 5 milhões de portugueses, que não fazem ideia de quem sou, iram sentir remorso ou culpa porque apoiam uma regra/lei/organização que me oprime. Mesmo que cheguem a saber da minha situação existe a sempre a desculpa fácil, o bem da comunidade, o bem superior, o bem da maioria, a preservação da cultura, a preservação da maioria...
Numa sociedade anarco-capitalista existirá na mesma o pior e o melhor do ser humano. Simplesmente quando alguém agir contra outro, individualmente ou a mando de uma organização, não poderá se vestir no véu da imunidade do bem público ou bem superior.