Do artigo do Visitante (3 razões de desincentivo ao crescimento).
O documento nota que as regulações existentes actualmente constituem um desincentivo ao crescimento das empresas. Entre essas regulações estão subsídios, benefícios fiscais, legislação laboral e regras ambientais. "Estas regras e políticas são frequentemente criadas com o intuito de favorecer as empresas mais pequenas e/ou estimular o empreendedorismo; no entanto podem operar, em determinadas situações, como uma forma de "imposto implícito" sobre a escala empresarial, constituindo um incentivo para as empresas não crescerem tanto como poderiam", refere a análise do CFP.
A lentidão da justiça portuguesa é outro problema. Estudos apontam para uma relação entre a eficiência do sistema judicial e a dimensão média das empresas. Por exemplo, um estudo feito em específico para Itália conclui que uma redução de 10% do tempo médio dos processos em tribunal resultaria num aumento de 2% do número de trabalhadores nas empresas. Se há país com problemas nesta área é Portugal. Entre 22 países europeus, Portugal tem a segunda justiça mais lenta, com um tempo médio de resolução de processos não criminais de 710 dias face a uma média europeia de 217 dias.
Outro factor menos discutido é a qualidade da gestão. O nível de formação dos gestores portugueses é baixo quando comparado com outros países avançados: mais de dois terços têm nove ou menos anos de escolaridade (nos EUA, por exemplo, apenas 14% está nessa situação). Um estudo do ano passado de Francisco Queiró conclui que "uma parte substancial das diferenças no crescimento das empresas portuguesas é atribuível a diferenças na educação dos gestores". Mais qualificações podem significar maior aposta em novas tecnologias, práticas mais avançadas de gestão e de recursos humanos.
As duas primeiras são responsabilidade do estado e a terceira também é, em parte, nomeadamente pelo sistema de ensino miserável e/ou legislação laboral rígida que torna a posição de empregado muito melhor do que a de empresário. Só mesmo quem não tem nada a perder é que se aventura (e, consequentemente, será alguém com poucas qualificações).