1º ninguém percebeu que o que eu defendo é uma alternativa à merda para quem não tem acesso à internet e tv por cabo, mas é normal, para quem defende este tipo de programação dos privados.
Percebemos e percebemos muito bem.
O que tu defendes é que essa alternativa seja fornecida pelo serviço público de televisão. Só que há um problema: custa dinheiro. Mais concretamente 260M, dos quais 187M cobrados na factura da luz e 73M via impostos.
Tu preferes deixar crianças com cancro em contentores ou pessoas a viajar em comboios apinhados, destinando antes esse dinheiro à televisão para que as pessoas tenham alternativas às mulheres nuas da SIC e da TVI.
O que é o incómodo de um miúdo com cancro ou pessoas sem transporte decente para virem trabalhar, quando comparado com o terrível flagelo da pessoa não ter nada para ver na televisão, a não ser sogras a escolherem uma noiva ao filho ?
É este o teu código moral, o qual deve ser salientado e exposto à frente de toda a gente.
Automek, não vou julgar o teu código moral pela forma com que distorces o dos outros com essas comparações absurdas. As crianças com cancro em contentores estariam à frente de tudo, seja o que for, não é isso obviamente que está em questão. A meu ver, escolher entre isso e a RTP não é algo necessário, pode ter-se os dois. Sim, pode.
Eu também posso seguir a mesma estratégia e dizer que preferia não rebentar com MILHARES DE MILHÕES em bancos privados, por exemplo.
Sim, a RTP actualmente é cara porque em muita coisa quer competir com os canais privados, quando não deve ser esse o objectivo. Por mim poderia existir apenas a RTP2 e RTP internacional, para os emigrantes, por exemplo. Acredito que sem "super-estrelas" de programas da manhã os custos se reduziriam bastante. Não me vou alongar mais numa conversa em que o outro lado apenas vê uns milhões a ser gastos quando podiam ficar no seu bolso mais uns 2 ou 3 euros por mês (sim, deixa-te de tretas hipócritas de que o teu problema são as crianças doentes deixadas em contentores quando essa tua ideologia bacoca nem um serviço nacional de saúde nem um sistema de educação pública defende). Menos.
Os recursos não são infinitos. Se fossem tinhas razão e toda a gente podia ter tudo.
Como não são, estás sempre a tirar de prioridades dos outros para enfiar nas tuas. E essas prioridades competem com os putos com cancro, também. Logicamente, até o problema dos putos com cancro estar resolvido, a alocação à RTP deveria ser zero.
Mas até isto é irrelevante, dado o que já expliquei:
se acreditas que todas as pessoas merecem ser tratadas igualmente, então não podes defender retirar a uns para dar a outros por uma mera questão de gosto.
Nota ainda que não se trata do montante que queres tirar a cada um. Trata-se do princípio. Basta que queiras tirar ALGUM montante, para dizer que uns são mais que os outros. Apenas fica a questão de "quanto mais uns são do que os outros".
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An anecdote starts with a man asking a cultured woman if she would have sex for him for 50,000 pounds. The woman reluctantly agrees. When he asks if she would do so for five pounds, she indignantly asks "What type of a woman do you think I am?" The man responds "We've pretty much settled that question, right now we're only haggling over the price."