Mas já compreendeste que se tiveres 20 reformados para 1 activo, então a reforma média não pode exceder 1/20 do salário médio, e isso já limparia o salário médio todo?
Ou ainda acreditas em algum tipo de milagre? (as contas são mais complexas do que aquilo, mas para ilustrar serve)
A questão é menos complexa do que ameaça ser.
É bem provável que haja 20 inactivos (reformados, menores
e outros sem trabalho) por cada activo. E não é por acaso
que o valor médio da reforma nos países avançados
é uma quantía módica que dá para viver
sem sobrecarregar os filhos.
Essa diferença é timbre
de um sistema sustentável.
Agora, o que salta à vista é que
o rendimento total (Y) de um país
se distribui por salários (W) e não-salários (L).
O rendimento médio da população (N), i.e.,
Y/N = W/N + L/N,
deve distribuir-se de modo que entre a população
os grupos mais (N1) e menos (N2) abastados
não tenham entre si um desequilíbrio tal que,
- com, Y1+Y2=Y -, Y2/N2 seja tão inferior a Y1/N1
que naquele grupo nem se consiga sobreviver.
E, porque no fundo, os monopólios são inevitáveis,
- face à lei dos rendimentos decrescentes,
e da produtividade desigual -,
a essência da acção política
é mesmo a de distribuição
do rendimento, como
David Ricardo
ensinou.