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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3508896 vezes)

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #5520 em: 2013-10-19 01:37:07 »
E um insulto para a maior parte das pessoas que alguem que leva para casa 5000 euros todos os meses  venha com lamurias de que nao consegue poupar.  Fez as opcoes dela em relacao ao colegio discutiveis porque nao lhe permitem poupar em troca de um possivel melhor futuro para os filhos, digo possivel porque a verdade e que a escola publica para quem quer aprender nao corta as pernas ao futuro de ninguem e nao faltam exemplo de  gente de sucesso formados em escolas publicas.

 
« Última modificação: 2013-10-19 01:41:55 por valves1 »
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."

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Re: Portugal falido
« Responder #5521 em: 2013-10-19 01:59:56 »
Se formos por aí, um adulto que no tempo dele só teve a oportunidade de fazer a quarta classe tem também todo o direito de exigir que lhe financiem a educação para tirar um cuso superior.
Até podemos conceber e desejar uma sociedade que de x em x anos dê uma ano de licença sabatica a todos os cidadãos para aperfeiçorem a educação ou tentar realizar aspirações intelectuais, artisticas ou espirituais próprias (tem algumas semelhanças com o que Rui vaz pretende). Essa sociedade poderá existir agora alguém que lute activamente para isso e até aplique na sua vida, não se pode sentir injustiçado porque essa busca de aperfeiçoamento lhe reduz os rendimentos relativamente ao vizinho, argumentando que basicamente não são anos dedicados ao ócio mas em actividades que se podem enquadrar no âmbito da educação e que ema ultima analise poderão beneficiar a sociedade
Se até tem dinheiro para de x em x anos se dedicar a estudar filosofia ou outra coisa qualquer é uma opção que os seus rendimentos lhe permitem. Muitos outros que tem mesmas aspirações não se podem dar ao luxo dessa opção.

A minha argumentação nada tem a ver com escola pública vs privada ou justiça / injustiça de haver cheque ensino ou não, era apenas contabilista.
Parece-me errado dizer que como um tem de pagar escola privada dos filhos o poder de compra de quem ganha 5000 ou 1500 Eur é quase igual. O pagamento da escola privada é um serviço que   o que ganha 5.000Eur adquire e que o que ganha 1.500 não tem possibilidade de la chegar. Pode-se discutir justiça ou injustiça que leva a a esse preço, mas o facto é que na sociedade actual o preço é esse e quem ganha 5.000 tem a opção de o adquirir ou não. Se adquirir esse bem de valor elevado vai-lhe obviamente sobrar menos para o resto.

Mas se a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita, então o que se está a dizer é que a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita desde que seja preta.

Enfim, é como é e cada um que faça o que puder para se salvar do esquema montado.

Podes discutir isso, e lutar pela mudança, agora não podes é com base em desideratos politicos alterar a definição de poder de compra ou rendimento disponível (até fica mal a alguem que lida com finanças e economia :-))

Eu não estou a alterar a definição. Uma família fica com o seguinte poder de compra
1 educação privada
1000 EUR líquidos para outras coisas

A outra fica com
1 educação pública
1000 EUR líquidos para outras coisas

Ou seja, acedem a cabazes muito similares, apenas com a diferença que uma das educações é privada e a outra, pública.

E isto é extraordinário. É uma variante do que eu tenho dito - dados os means tests, apoios, impostos, etc, começa a ser possível a pessoas com rendimentos mais baixos acederem a tantos ou mais bens e serviços que pessoas com rendimentos mais elevados.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #5522 em: 2013-10-19 02:01:58 »
E um insulto para a maior parte das pessoas que alguem que leva para casa 5000 euros todos os meses  venha com lamurias de que nao consegue poupar.  Fez as opcoes dela em relacao ao colegio discutiveis porque nao lhe permitem poupar em troca de um possivel melhor futuro para os filhos, digo possivel porque a verdade e que a escola publica para quem quer aprender nao corta as pernas ao futuro de ninguem e nao faltam exemplo de  gente de sucesso formados em escolas publicas.

É a tua opinião. Porém, seria de esperar que um sistema político fosse um pouco mais neutro face às opiniões de cada um, para um mesmo custo. Não é justo a tua opinião dar num custo 0 e a de outra pessoa que desaprovas, dar num custo brutal, para uma mesma coisa (educação), vista como essencial e por isso apoiada pelo Estado.
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Re: Portugal falido
« Responder #5523 em: 2013-10-19 02:48:33 »
Se formos por aí, um adulto que no tempo dele só teve a oportunidade de fazer a quarta classe tem também todo o direito de exigir que lhe financiem a educação para tirar um cuso superior.
Até podemos conceber e desejar uma sociedade que de x em x anos dê uma ano de licença sabatica a todos os cidadãos para aperfeiçorem a educação ou tentar realizar aspirações intelectuais, artisticas ou espirituais próprias (tem algumas semelhanças com o que Rui vaz pretende). Essa sociedade poderá existir agora alguém que lute activamente para isso e até aplique na sua vida, não se pode sentir injustiçado porque essa busca de aperfeiçoamento lhe reduz os rendimentos relativamente ao vizinho, argumentando que basicamente não são anos dedicados ao ócio mas em actividades que se podem enquadrar no âmbito da educação e que ema ultima analise poderão beneficiar a sociedade
Se até tem dinheiro para de x em x anos se dedicar a estudar filosofia ou outra coisa qualquer é uma opção que os seus rendimentos lhe permitem. Muitos outros que tem mesmas aspirações não se podem dar ao luxo dessa opção.

A minha argumentação nada tem a ver com escola pública vs privada ou justiça / injustiça de haver cheque ensino ou não, era apenas contabilista.
Parece-me errado dizer que como um tem de pagar escola privada dos filhos o poder de compra de quem ganha 5000 ou 1500 Eur é quase igual. O pagamento da escola privada é um serviço que   o que ganha 5.000Eur adquire e que o que ganha 1.500 não tem possibilidade de la chegar. Pode-se discutir justiça ou injustiça que leva a a esse preço, mas o facto é que na sociedade actual o preço é esse e quem ganha 5.000 tem a opção de o adquirir ou não. Se adquirir esse bem de valor elevado vai-lhe obviamente sobrar menos para o resto.

Mas se a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita, então o que se está a dizer é que a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita desde que seja preta.

Enfim, é como é e cada um que faça o que puder para se salvar do esquema montado.

Podes discutir isso, e lutar pela mudança, agora não podes é com base em desideratos politicos alterar a definição de poder de compra ou rendimento disponível (até fica mal a alguem que lida com finanças e economia :-))

Eu não estou a alterar a definição. Uma família fica com o seguinte poder de compra
1 educação privada
1000 EUR líquidos para outras coisas

A outra fica com
1 educação pública
1000 EUR líquidos para outras coisas

Ou seja, acedem a cabazes muito similares, apenas com a diferença que uma das educações é privada e a outra, pública.

E isto é extraordinário. É uma variante do que eu tenho dito - dados os means tests, apoios, impostos, etc, começa a ser possível a pessoas com rendimentos mais baixos acederem a tantos ou mais bens e serviços que pessoas com rendimentos mais elevados.

Isso entra no dominio do irracional.

Se os serviços ou bem este caso educação é o mesmo porque é que não mete os filhos na escola pública?
Se acha que há diferenças no serviço e isso justifica o diferencial de preço do privado tratou-se de uma opção perfeitamente capitalista. Fez as contas e viu que compensava, não houve nenhuma imposição obrigatória. Optou pelo bem mais caro porque achou que as vantagens que daí retira justificam algum sacrificio relativamente a outros bens.






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Re: Portugal falido
« Responder #5524 em: 2013-10-19 02:51:34 »
Se formos por aí, um adulto que no tempo dele só teve a oportunidade de fazer a quarta classe tem também todo o direito de exigir que lhe financiem a educação para tirar um cuso superior.
Até podemos conceber e desejar uma sociedade que de x em x anos dê uma ano de licença sabatica a todos os cidadãos para aperfeiçorem a educação ou tentar realizar aspirações intelectuais, artisticas ou espirituais próprias (tem algumas semelhanças com o que Rui vaz pretende). Essa sociedade poderá existir agora alguém que lute activamente para isso e até aplique na sua vida, não se pode sentir injustiçado porque essa busca de aperfeiçoamento lhe reduz os rendimentos relativamente ao vizinho, argumentando que basicamente não são anos dedicados ao ócio mas em actividades que se podem enquadrar no âmbito da educação e que ema ultima analise poderão beneficiar a sociedade
Se até tem dinheiro para de x em x anos se dedicar a estudar filosofia ou outra coisa qualquer é uma opção que os seus rendimentos lhe permitem. Muitos outros que tem mesmas aspirações não se podem dar ao luxo dessa opção.

A minha argumentação nada tem a ver com escola pública vs privada ou justiça / injustiça de haver cheque ensino ou não, era apenas contabilista.
Parece-me errado dizer que como um tem de pagar escola privada dos filhos o poder de compra de quem ganha 5000 ou 1500 Eur é quase igual. O pagamento da escola privada é um serviço que   o que ganha 5.000Eur adquire e que o que ganha 1.500 não tem possibilidade de la chegar. Pode-se discutir justiça ou injustiça que leva a a esse preço, mas o facto é que na sociedade actual o preço é esse e quem ganha 5.000 tem a opção de o adquirir ou não. Se adquirir esse bem de valor elevado vai-lhe obviamente sobrar menos para o resto.

Mas se a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita, então o que se está a dizer é que a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita desde que seja preta.

Enfim, é como é e cada um que faça o que puder para se salvar do esquema montado.

Podes discutir isso, e lutar pela mudança, agora não podes é com base em desideratos politicos alterar a definição de poder de compra ou rendimento disponível (até fica mal a alguem que lida com finanças e economia :-))

Eu não estou a alterar a definição. Uma família fica com o seguinte poder de compra
1 educação privada
1000 EUR líquidos para outras coisas

A outra fica com
1 educação pública
1000 EUR líquidos para outras coisas

Ou seja, acedem a cabazes muito similares, apenas com a diferença que uma das educações é privada e a outra, pública.

E isto é extraordinário. É uma variante do que eu tenho dito - dados os means tests, apoios, impostos, etc, começa a ser possível a pessoas com rendimentos mais baixos acederem a tantos ou mais bens e serviços que pessoas com rendimentos mais elevados.

Isso entra no dominio do irracional.

Se os serviços ou bem este caso educação é o mesmo porque é que não mete os filhos na escola pública?
Se acha que há diferenças no serviço e isso justifica o diferencial de preço do privado tratou-se de uma opção perfeitamente capitalista. Fez as contas e viu que compensava, não houve nenhuma imposição obrigatória. Optou pelo bem mais caro porque achou que as vantagens que daí retira justificam algum sacrificio relativamente a outros bens.

O que não faz sentido é pagar as educações dos filhos dos outros se os outros não colaboram para pagar a dos nossos sendo o custo similar. Simplesmente não faz sentido.

E o serviço, sendo diferente, continua a ser uma só educação.

(não sendo obrigatório, não deixa de ser coercivo: "esta é de borla, essa pagas tu toda e ainda pagas esta por cima")
« Última modificação: 2013-10-19 02:53:09 por Incognitus »
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Re: Portugal falido
« Responder #5525 em: 2013-10-19 03:01:31 »
E sinceramente não se compreende como é que alguém defende um sistema público de educação VERSUS um direito à educação. Isso é o mesmo que dizer que nem todos têm direito a uma educação - apenas os que optarem pelo sistema público têm esse direito, os outros têm que prescindir de parte do seu poder de compra para terem a mesma coisa.

É extraordinariamente injusto. No mínimo:
1) Ou apoiem quem opte por estar fora do sistema público já que também tem direito;
2) Ou isentem essas pessoas de pagar o sistema público já que dele não fazem uso e não têm direito a apoio nenhum para os seus filhos. (não se trata de não ter filhos e por isso não pagar - aqui tem-se filhos, tem-se a despesa, mas não se usa o sistema público nem se é apoiado).
« Última modificação: 2013-10-19 03:02:25 por Incognitus »
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gatogato

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Re: Portugal falido
« Responder #5526 em: 2013-10-19 11:53:32 »
Devo dizer que, de uma forma geral, acho que este OE é dos melhores que me lembro e, tendo em conta as condicionantes do país, dos melhores possíveis. Se passa ou não (no TC) é outra questão. Se tem defeitos ou incongruências, para todo e qualquer um, claro que tem, mas...

Mas o que queria fazer passar é o seguinte: li (noutro fórum) que num inquérito na TSF, cerca de 65% dos ouvintes votantes estavam de acordo com os cortes deste OE. O que, no mínimo, é surpreendente. Bem sei que o universo não é siginficativo nem representativo do país, mas mesmo assim não esperava - fosse onde fosse! - este tipo de aprovação ao OE.

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #5527 em: 2013-10-19 13:01:24 »
Se formos por aí, um adulto que no tempo dele só teve a oportunidade de fazer a quarta classe tem também todo o direito de exigir que lhe financiem a educação para tirar um cuso superior.
Até podemos conceber e desejar uma sociedade que de x em x anos dê uma ano de licença sabatica a todos os cidadãos para aperfeiçorem a educação ou tentar realizar aspirações intelectuais, artisticas ou espirituais próprias (tem algumas semelhanças com o que Rui vaz pretende). Essa sociedade poderá existir agora alguém que lute activamente para isso e até aplique na sua vida, não se pode sentir injustiçado porque essa busca de aperfeiçoamento lhe reduz os rendimentos relativamente ao vizinho, argumentando que basicamente não são anos dedicados ao ócio mas em actividades que se podem enquadrar no âmbito da educação e que ema ultima analise poderão beneficiar a sociedade
Se até tem dinheiro para de x em x anos se dedicar a estudar filosofia ou outra coisa qualquer é uma opção que os seus rendimentos lhe permitem. Muitos outros que tem mesmas aspirações não se podem dar ao luxo dessa opção.

A minha argumentação nada tem a ver com escola pública vs privada ou justiça / injustiça de haver cheque ensino ou não, era apenas contabilista.
Parece-me errado dizer que como um tem de pagar escola privada dos filhos o poder de compra de quem ganha 5000 ou 1500 Eur é quase igual. O pagamento da escola privada é um serviço que   o que ganha 5.000Eur adquire e que o que ganha 1.500 não tem possibilidade de la chegar. Pode-se discutir justiça ou injustiça que leva a a esse preço, mas o facto é que na sociedade actual o preço é esse e quem ganha 5.000 tem a opção de o adquirir ou não. Se adquirir esse bem de valor elevado vai-lhe obviamente sobrar menos para o resto.

Mas se a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita, então o que se está a dizer é que a Constituição proclama o direito a uma educação gratuita desde que seja preta.

Enfim, é como é e cada um que faça o que puder para se salvar do esquema montado.

Podes discutir isso, e lutar pela mudança, agora não podes é com base em desideratos politicos alterar a definição de poder de compra ou rendimento disponível (até fica mal a alguem que lida com finanças e economia :-))

Eu não estou a alterar a definição. Uma família fica com o seguinte poder de compra
1 educação privada
1000 EUR líquidos para outras coisas

A outra fica com
1 educação pública
1000 EUR líquidos para outras coisas

Ou seja, acedem a cabazes muito similares, apenas com a diferença que uma das educações é privada e a outra, pública.

E isto é extraordinário. É uma variante do que eu tenho dito - dados os means tests, apoios, impostos, etc, começa a ser possível a pessoas com rendimentos mais baixos acederem a tantos ou mais bens e serviços que pessoas com rendimentos mais elevados.

Isso entra no dominio do irracional.

Se os serviços ou bem este caso educação é o mesmo porque é que não mete os filhos na escola pública?
Se acha que há diferenças no serviço e isso justifica o diferencial de preço do privado tratou-se de uma opção perfeitamente capitalista. Fez as contas e viu que compensava, não houve nenhuma imposição obrigatória. Optou pelo bem mais caro porque achou que as vantagens que daí retira justificam algum sacrificio relativamente a outros bens.

O que não faz sentido é pagar as educações dos filhos dos outros se os outros não colaboram para pagar a dos nossos sendo o custo similar. Simplesmente não faz sentido.

E o serviço, sendo diferente, continua a ser uma só educação.

(não sendo obrigatório, não deixa de ser coercivo: "esta é de borla, essa pagas tu toda e ainda pagas esta por cima")

Da mesma forma que um Fiat e um Ferrari são ambos um carro, ou um T0 numa zona suburbana e uma mansão na costa algarvia são ambas casas.
O teu ponto  é uma questão politica. Agora depois disso que estás a fazer é uma desonestindade intelectual: querer alterar definições e formulas de calculo bem estabelecidas em função de desejos politicos..
Neste caso aguém acha que o diferencial privado publico vale os 2000Eur e resolve pagar, mesmo achando que  numa sociedade mais justa deveria ser reembolsado desse custo.

O rendimento disponivel é calculado para a sociedade que temos e não para outra que idealizamos ou tomamos como referencia. ´
Provavelmente até serias vítima da tua propria definição se resolvesses elaborar estatiticas. Mesmo que  o INE aceitasse a tua definição de que o rendimento disponivel deveria ser calculado depois de descontadas as despesas de educaçao, ao pegarem nas amostras de casais com 3 filhos em idade escolar e rendimento bruto de 5.000 eram capazes de verificar que 90% tinham os filhos na escola pública e então a média do poder de compra deste segmento populacional andaria de acordo com a tua definição á volta dos 2.500Eur e não dos 1.000 que mencionaste.
Claro que há alguns que lhes sobra menos porque tomaram a opção de investir numa educação mais cara, da mesma foram que a M. L. Albuquerque ao tomar a opção de comprar uma casa de luxo com emprestimo de 440.000Eur, também reduziu aquilo que lhe sobra para outras despesas ou investimentos adicionais.

« Última modificação: 2013-10-19 14:13:02 por Zenith »

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #5528 em: 2013-10-19 13:11:35 »
E sinceramente não se compreende como é que alguém defende um sistema público de educação VERSUS um direito à educação. Isso é o mesmo que dizer que nem todos têm direito a uma educação - apenas os que optarem pelo sistema público têm esse direito, os outros têm que prescindir de parte do seu poder de compra para terem a mesma coisa.

É extraordinariamente injusto. No mínimo:
1) Ou apoiem quem opte por estar fora do sistema público já que também tem direito;
2) Ou isentem essas pessoas de pagar o sistema público já que dele não fazem uso e não têm direito a apoio nenhum para os seus filhos. (não se trata de não ter filhos e por isso não pagar - aqui tem-se filhos, tem-se a despesa, mas não se usa o sistema público nem se é apoiado).

Eu sei que não consegues encaixar mas num país moderno, de 1º mundo e essencialmente com os valores humanos em alta consideração, existe uma coisa chamada estado social SOLIDÁRIO. Foi isso que permitiu a construção de uma Europa moderna, SEM GUERRAS e humanista.
Para isso exige-se que os povos desses estados contribuam solidariamente, numa de terem um estado social solidário, pelo menos no ramo da SAÚDE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA SOCIAL.

Talvez um dia quando a vida te correr mal (sim acontece a todos), e tiveres mais maturidade , percebas o que quero dizer.
Actualmente não te vou pedir esse esforço no entendimento, pq já sei o que a casa gasta.

ps- FORÇA TEA PARTY

« Última modificação: 2013-10-19 13:13:12 por Luisa Fernandes »
Quem não Offshora não mama...

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Re: Portugal falido
« Responder #5529 em: 2013-10-19 13:21:13 »
Devo dizer que, de uma forma geral, acho que este OE é dos melhores que me lembro e, tendo em conta as condicionantes do país, dos melhores possíveis. Se passa ou não (no TC) é outra questão. Se tem defeitos ou incongruências, para todo e qualquer um, claro que tem, mas...

Mas o que queria fazer passar é o seguinte: li (noutro fórum) que num inquérito na TSF, cerca de 65% dos ouvintes votantes estavam de acordo com os cortes deste OE. O que, no mínimo, é surpreendente. Bem sei que o universo não é siginficativo nem representativo do país, mas mesmo assim não esperava - fosse onde fosse! - este tipo de aprovação ao OE.

Isso é simples de perceber as pessoas chegaram a conclusão que existiam 2 tipos de cidadãos os pretos que trabalham no privado e os lords que trabalhavam no estado e teem  reformas  da CGA....e agora perceberam as enormes diferenças que havia entre ambos ....que eram uma barbaridade mas como era, venha a nós, nunca se queixaram e agora estão a igualar ( cmo quem diz ....) as coisas e claro nao gostam

Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #5530 em: 2013-10-19 14:15:05 »
O inc tem razao em parte.

Se o estado paga um fiat a toda gente porque é que quem não quer o fiat não pode receber o valor equivalente ao fiat. (o fiat custa dinheiro, não é gratis) no limite o inc receberia o fiat e depois vendia o no olx.

O que acho dificil é conseguir avançar para o esquema do cheque ensino sem se gastar mais dinheiro. Embora seja justo que o inc tenha direito ao valor do custo da filha dele na escola publica.

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #5531 em: 2013-10-19 14:23:12 »
Exemplos com a palavra solidário

Citar
Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização. Folha de São Paulo, 04/07/2009
Quem não Offshora não mama...

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #5532 em: 2013-10-19 14:24:27 »
O inc tem razao em parte.

Se o estado paga um fiat a toda gente porque é que quem não quer o fiat não pode receber o valor equivalente ao fiat. (o fiat custa dinheiro, não é gratis) no limite o inc receberia o fiat e depois vendia o no olx.

O que acho dificil é conseguir avançar para o esquema do cheque ensino sem se gastar mais dinheiro. Embora seja justo que o inc tenha direito ao valor do custo da filha dele na escola publica.

Mas isso não justifica que altere as definições de rendimento disponível ou poder de compra.
É a mesma coisa que alguém com intenção muito louvável de reforçar a segurança em elevadores resolvesse alterar a contante da gravidade de 9,8 para 98 para poder pintar um quadro mais negro das cobsequencias de uma quebra de cabos  ;D

Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #5533 em: 2013-10-19 14:41:32 »
pois, onde o inc está errado é no dramatizar de maneira pouco correta.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #5534 em: 2013-10-19 15:41:36 »
E sinceramente não se compreende como é que alguém defende um sistema público de educação VERSUS um direito à educação. Isso é o mesmo que dizer que nem todos têm direito a uma educação - apenas os que optarem pelo sistema público têm esse direito, os outros têm que prescindir de parte do seu poder de compra para terem a mesma coisa.

É extraordinariamente injusto. No mínimo:
1) Ou apoiem quem opte por estar fora do sistema público já que também tem direito;
2) Ou isentem essas pessoas de pagar o sistema público já que dele não fazem uso e não têm direito a apoio nenhum para os seus filhos. (não se trata de não ter filhos e por isso não pagar - aqui tem-se filhos, tem-se a despesa, mas não se usa o sistema público nem se é apoiado).

Eu sei que não consegues encaixar mas num país moderno, de 1º mundo e essencialmente com os valores humanos em alta consideração, existe uma coisa chamada estado social SOLIDÁRIO. Foi isso que permitiu a construção de uma Europa moderna, SEM GUERRAS e humanista.
Para isso exige-se que os povos desses estados contribuam solidariamente, numa de terem um estado social solidário, pelo menos no ramo da SAÚDE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA SOCIAL.

Talvez um dia quando a vida te correr mal (sim acontece a todos), e tiveres mais maturidade , percebas o que quero dizer.
Actualmente não te vou pedir esse esforço no entendimento, pq já sei o que a casa gasta.

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A solidariedade só faz sentido se for para todos. Não existe solidariedade em pagar a educação dos outros e os outros não pagarem a dos nossos filhos, e principalmente não existe solidariedade em pagar a educação dos nossos filhos E dos outros, simultaneamente.

Se assim é, então pelo menos isente-se quem tem que pagar a educação dos seus filhos, de ter que pagar também a dos outros.
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Re: Portugal falido
« Responder #5535 em: 2013-10-19 15:43:17 »
O inc tem razao em parte.

Se o estado paga um fiat a toda gente porque é que quem não quer o fiat não pode receber o valor equivalente ao fiat. (o fiat custa dinheiro, não é gratis) no limite o inc receberia o fiat e depois vendia o no olx.

O que acho dificil é conseguir avançar para o esquema do cheque ensino sem se gastar mais dinheiro. Embora seja justo que o inc tenha direito ao valor do custo da filha dele na escola publica.

Mas isso não justifica que altere as definições de rendimento disponível ou poder de compra.
É a mesma coisa que alguém com intenção muito louvável de reforçar a segurança em elevadores resolvesse alterar a contante da gravidade de 9,8 para 98 para poder pintar um quadro mais negro das cobsequencias de uma quebra de cabos  ;D

É uma má analogia.

Poderíamos discutir as diferenças de uma educação pública ou privada. Mas na prática e para o que interessa essas diferenças não existem, porque o que eu estou a defender é um CUSTO SIMILAR. O que significa que a questão é reduzida ao Estado discriminar uma sobre a outra, penalizando o poder de compra das famílias que optam pela forma que não é aprovada.

Colocando as coisas de outra forma:

Família A:
Rendimento bruto 5000 EUR
Rendimento líquido 3000 EUR
Consumo de "educação": 2000 EUR
Consumo de "tudo o resto": 1000 EUR

Família B:
Rendimento bruto 1500 EUR
Rendimento líquido 1000 EUR
Consumo de "educação": 2000 EUR PAGOS pelo Estado
Consumo de "tudo o resto": 1000 EUR


A família A e B consomem ambas 3000 EUR de bens e serviços, apesar do rendimento da família A ser mais de 3x superior.
« Última modificação: 2013-10-19 15:45:59 por Incognitus »
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Re: Portugal falido
« Responder #5536 em: 2013-10-19 16:01:43 »
E voltas a insistir
Temos também a familia C
Rendimento bruto 5000 EUR
Rendimento líquido 3000 EUR
Consumo de "educação":2000 EUR PAGOS pelo Estado
Consumo de "tudo o resto": 3000 EUR

A familia C partiu das mesmas condições da de A mas resolveu fazer opções diferentes. E creio que família C é muito mais representativa da média do que família A.
Como possivilmente das familias de rendimentos de 5.000Eur 90% tomam as mesmas opções que C, conclui-se que depois de descontadas as despesas de educação familias com 5.000 Eur de rendimento bruto ficam em média com 2.500Eur para tudo o resto.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #5537 em: 2013-10-19 16:12:07 »
E voltas a insistir
Temos também a familia C
Rendimento bruto 5000 EUR
Rendimento líquido 3000 EUR
Consumo de "educação":2000 EUR PAGOS pelo Estado
Consumo de "tudo o resto": 3000 EUR

A familia C partiu das mesmas condições da de A mas resolveu fazer opções diferentes. E creio que família C é muito mais representativa da média do que família A.
Como possivilmente das familias de rendimentos de 5.000Eur 90% tomam as mesmas opções que C, conclui-se que depois de descontadas as despesas de educação familias com 5.000 Eur de rendimento bruto ficam em média com 2.500Eur para tudo o resto.

Pintes a coisa como pintares, ambas as famílias têm um consumo de 2000 EUR de educação e 1000 EUR para tudo o resto.

Sim, uma das famílias gasta os 2000 EUR em educação ligeiramente diferente, continua a ser educação. É factualmente correcto dizer que ambas as famílias consomem 2000 EUR de educação.

O poder de compra também pode ser visto como o valor de tudo aquilo que uma pessoa pode consumir. E o que vemos aqui é que ambas as famílias consomem o mesmo valor.

Isto é diferente de dizer que uma família compra um ferrari e outra um fiat, e por isso ambas consomem "um carro", porque o ferrari custaria 10 fiats. Aqui isso não acontece. Ambas as famílias consomem 1 educação, e ambas as educações ficam em 2000 EUR.

(sim, é possível aumentar o poder de compra DESDE que se opte pela educação escolhida pelo Estado. Pode ter-se qualquer cor para a educação desde que seja preta)
« Última modificação: 2013-10-19 16:13:24 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #5538 em: 2013-10-19 16:14:30 »
Uma coisa, Zenith, simplesmente, tu não vês problemas em que as coisas sejam assim como são? Achas isto justo de alguma forma?
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #5539 em: 2013-10-19 16:29:47 »
Mas o que eu me esforcei de dizer é que não estava a analizar as questões de justiça mas apenas a querer que se discuta usando definições correctas.
Porque se formos então para questões de justiça usando casos particulares então arranjam-se exemplos para tudo, desde funanos que tem ordenados penhorados e que contam historias que mostram que é algo injusto devido a qq difuncionalidade do sistema  etc

Relativamente á educação publica vs privada e cheque ensino, é uma coisa relativamente á qual sou mais ou menos neutro. Nem um lado nem o outro me desperta convicções que me levassem a envolver-me num dos lados da barricada. Não tenho nenhum estigma relativamente á educação publica (sempre andei na publica e nunca senti que tal me tivesse criado um handicap), e embora ache que abertura generalizada ao privado  trará quanto muito uma pequena fracção dos beneficios apregoados, também não creio que terá efeitos catastroficos e por isso se quiserem tentar não tenho nada contra.