Sim, claro que nada pode crescer sempre. Mas pareceu-me que a afirmação de insustentabilidade, no post que tem os gráficos, se referia à discrepância entre o crescimento das despesas do Estado e o crescimento do PIB.
E é isso mesmo, essa discrepância a continuar torna-se insustentável, quanto mais não seja porque existiria um ponto onde as despesas do Estado excederiam o PIB (na realidade existiriam problemas irresolúveis antes mesmo disso).
Bem, mas isso eu tive em conta no meu exemplo, pois falei de que, no limite, a despesa do Estado poderia subir até 99% do PIB -- logo não disse que iriam acima dos 100%.
Mas claro que dei esse valor só para ajudar à discussão. É óbvio que, tal como a sociedade está hoje organizada, nunca poderia chegar lá, os problemas ficariam irresolúveis muito antes disso.
Mas mesmo assim não há nada de, à partida, absurdo em uma grande parte da economia passar pelo Estado, desde que em troca dos impostos, o Estado forneça às pessoas aquilo que elas querem -- bens e serviços. Por enquanto, o Estado não é bom a gerir negócios. No futuro, quem sabe.
Imaginemos que, no futuro, toda a indústria continua privada, tal como hoje, mas que emprega só 1% das pessoas, graças aos robots. E que a produção industrial toda, expressa em valor, é apenas 1% do valor de serviços sociais e de saúde. E que estes últimos continuam no Estado. Nesse caso teremos o cenário de só 1% da economia ser industrial e privada, e continuar a produzir todos os bens industriais que queremos. A indústria poderá ter 1% da mão de obra e 1% da riqueza. O resto do pessoal ou dá cuidados de saúde ou simplesmente vive a descansar, como desempregado ou reformado, e sem lhe faltar nada.
Embora isto ainda esteja longínquo, não é implausível.