[ ] Mais ainda, o trabalho ou a produção são ajudados, e cada vez mais, por máquinas e robôs especializados cuja produtividade pode exceder em muito a do ser humano e, contudo, tais "servos mecânicos" não são pagos.
Aquilo que pretendo dizer com isto é apenas que o conceito de "trabalho" tem variado ao longo dos tempos e terá obrigatoriamente de ser reequacionado na atualidade, pois cada vez menos é necessária a força de trabalho humana, não apenas nos setores primário e secundário, mas também no terciário. Obviamente, é aqui que entra a discussão do Rendimento Básico Incondicional que possa satisfazer as necessidades mínimas de sobrevivência de uma pessoa, pois estamos a entrar numa era em que muitos indivíduos irão deixar de produzir bens e serviços transacionáveis, naquilo a que Rifkin e outros anteveem como "the end of work".
Mais depressa perecerá o planeta
do que o género humano conservará
a sua dignidade com a simples assistência
do rendimento básico,
incondicional, imagine-se!
Também no que dizes acima de os "servos mecânicos"
não serem pagos, está errado: são pagos sim senhor,
pelo custo da sua produção.
O rendimento garantido sem nenhuma contrapartida
de serviços é um simples absurdo, salvo se o limitarmos
a doentes, deficientes, velhos, drogados, crianças e alienados mentais.
A pessoas sãs e verticais, é um rendimento indigno e desonroso.
Quanto à força de trabalho ser cada vez menos necessária socialmente,
isso é só parcialmente assim, porque quer a inteligência, quer a criatividade,
quer a força corporal em si, serão sempre muito necessárias planetariamente.
O que pode talvez dispensar-se é a gente a mais, e particularmente, os drogados
e os alienados incuráveis. O excesso de gente, tende a igualar-se a gente inútil
e inutilizável e, como tal, regressiva a estádios incivilizados e inumanos.