Re: BES - Tópico Geral
Mensagempor euro-born » 22/7/2014 21:54
PC05 Escreveu:
Aumento das perdas do BES no primeiro semestre atrasa aprovação das contas
O prejuízo do BES no primeiro semestre poderá ser superior a mil milhões de euros, cinco vezes mais do que estava previsto pelo mercado. Um cenário negativo que estará sobretudo relacionado com o aumento da exposição direta do BES ao Grupo Espírito Santo e que já ronda os €1,5 mil milhões. A Rioforte, sabe o Expresso, está a preparar um pedido de proteção de credores no Luxemburgo. Novo aumento de capital do BES só quando estiver resolvido o problema do BES Angola
TEXTO ANABELA CAMPOS, JOÃO VIEIRA PEREIRA e PEDRO SANTOS GUERREIRO
18:00 Terça feira, 22 de julho de 2014
O adiamento da aprovação de contas do BES de 25 para 30 de julho, o último dia possível, a véspera da Assembleia Geral onde será aprovada a nova administração, poderá estar relacionado com previsão de prejuízos superiores a mil milhões de euros no primeiro semestre de 2014. Um salto gigante nos prejuízos do BES que estará associado em parte ao reconhecimento imediato do aumento da exposição do BES ao Grupo Espírito Santo (GES) em mais 800 milhões no primeiro semestre. No primeiro trimestre deste ano o prejuízo do BES situou-se nos 89,2 milhões de euros, uma subida tão vertiginosa agora tem de ser explicada por factos novos com dimensão, dizem os analistas.
A nova administração do BES, liderada por Vítor Bento, está a antecipar que o banco tenha necessidades de capital de mais cerca de dois mil milhões de euros e que a operação possa vir a ser feita através de ações preferenciais, noticiou o Expresso no sábado. Mas nenhum aumento de capital será feito sem antes estar resolvido o problema do BES Angola (BESA), apurou entretanto o Expresso. Recorde-se que houve um aumento de capital de cerca de mil milhões de euros no BES há pouco mais de um mês e que o banco garante que tem uma almofada de 2,1 mil milhões de euros. O BESA é uma das maiores incógnitas que pesam negativamente sobre o banco e que o mercado tem exigido ver esclarecida.
A exposição direta do BES ao BESA atinge os três mil milhões de euros de uma linha de liquidez de curto prazo concedida pelo banco e que tem sido sucessivamente renovada. O BESA, detido em 55,7% pelo BES, tem ainda créditos de 5,7 mil milhões de dólares em risco. Créditos cobertos por uma garantia do Estado angolano. O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse hoje em Luanda que os bancos centrais de Angola e Portugal estão a trabalhar em conjunto no âmbito da situação do GES e as ramificações do banco nos dois países
PORQUÊ UM SALTO TÃO GRANDE NOS PREJUÍZOS?
O problema é que durante o primeiro semestre deste ano, a exposição do BES ao GES aumentou, conforme foi comunicado na semana passada pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A exposição direta do banco às holdings do GES era superior a 1,5 mil milhões de euros no primeiro semestre, sendo que destes 57 milhões de euros são de garantias. Soube-se assim que o BES financiou (indiretamente, através da ESFG) em mais cerca de 800 milhões de euros o Grupo Espírito Santo, aumentando assim a exposição.
Tendo em conta o pedido de proteção de credores anunciado para as holdings do Grupo e, portanto, uma perda esperada elevada para os credores, grande parte desta exposição deverá ser perdida. Nesse caso, os 800 milhões de aumento de exposição poderão ser outro tanto de prejuízo. Se for já assumido no primeiro semestre, o BES poderá fechar as contas de janeiro a julho com um prejuízo superior a mil milhões de euros.
Recorde-se que Vítor Bento resistiu em assumir a presidência executiva do BES antes de as contas do primeiro semestre estarem fechadas. Acabou por fazê-lo esta segunda-feira, 15 dias antes do previsto, para sossegar os mercados financeiros.
RIOFORTE PREPARA PEDIDO DE PROTEÇÃO DE CREDORES
A Rioforte, sabe o Expresso, está neste momento, a preparar um plano de proteção de credores, semelhante ao da Espírito Santo Internacional (ESI). O pedido da holding de topo do GES entrou na sexta-feira,no tribunal do Luxemburgo, sede da empresa.
Os acontecimentos no GES e no BES nas últimas semanas sucedem-se a um ritmo alucinante, e espera-se a qualquer momento que haja novidades em relação à Rioforte, empresa controlada pela ESI em 100%. A ESI fez o pedido ao abrigo do "regime de gestão controlada", o mesmo que deverá fazer a Rioforte.
Resta agora saber se o irá fazer também a Espírito Santo Financial Group, empresa que controla 20,1% do BES, e que deixou de fazer ontem parte do PSI20.
Ler mais:
http://expresso.sapo.pt/aumento-das-per ... z38EVsfgAx
EXCELENTE ARTIGO.
Em Setembro temos a situação resolvida.
BES ANGOLA
AC
Caminho livre....