A preocupação enquanto se acumulava dívida, uma parte da qual foi acumulada pela Grécia através de enganar contabilisticamente os parceiros Europeus, era aparentemente bem menor.
Não compreendo porque é que existe uma defesa tão grande da justiça de se eliminar essa dívida, mas uma preocupação tão pequena com a sua geração principalmente quando se sabe que parte foi gerada fraudulentamente.
os credores não foram enganados. fecharam os olhos e acharam que o crescimento ia resolver as coisas por si.
não esperavam a grande recessão e isso é que fez entornar o caldo.
os bancos credores sabiam bem ao que iam, tanyto na grácia como em portugal como em todo o lado.
tiveram foi uma avaliação de risco à lá Jamie Dimon.
tramaram-se.
cum contrato de crédito o credor tem a mesma responsabilidade do devedor.
é responsabilidade do credor acautelar-se quanto à capacidade de pagamento do devedor.
A grécia tem responsabilidades graves mas também as têm os seus credores.
os empréstimos feitos para supostamente manter a grécia solvente foram feitos são um conto de fadas.
mas novamente com uma gestão de risco incompreensível. qualquer economista olha para a aquilo e vê como o artigo da bbc viu, que não há forma de pagar aquilo.
cinquenta anos de austeridade? é doideira.
Z
Se calhar não há forma de pagar, mas isso é assim tão evidente?
O que os credores querem é que a Grécia consagre aí uns 3% do PIB anualmente para pagar a dívida. Ora isto significa que o consumo líquido dos gregos em média (que será, a longo prazo, praticamente igual ao seu PIB) poderia manter-se igual a 97% do PIB. Se os gregos suportaram a queda de 25% no seu PIB e no seu consumo que já tiveram, por que é que não haverão de suportar no futuro viver com 97% do que produzem em vez dos 100%?
Além disso, o pior será chegar à tal situação de superavit primário de 3%, isso implicará ainda alguma austeridade sim, mas em princípio pouca comparada com a queda de 25% que já tiveram. Ainda precisam de mais um bocadinho para chegarem ao dito superavit. A partir daí a austeridade pode parar, uma vez que o dito superavit não tem que necessariamente aumentar, pode manter-se constante e satisfazer os credores. Logo, não é evidente que o país fique condenado a 50 anos de austeridade. Pode é ficar 50 anos a entregar 3% do que produz para pagar a dívida, mas isso não é a mesma coisa.
Portanto o roadmap dos credores parece aceitável.