Defendendo o fim do euro como tal e criação de um novo euro só com as economias do sul porque as economias são diferentes e assim pode-se controlar melhor a taxa monetária, qual é o raciocínio para depois "peg"á-la?
Bem entendido que a ideia de um euro com peg 'atlântico' é uma mistura de escape ao euro alemão-continental que nem à Alemanha vai interessar sem um Sul a explorar. Porquê? Porque, só se continuará a comprar à Alemanha quando quisermos equipamentos que durem 40 ou 50 anos. Doutro modo, compramos na China. Ligar o euro atlântico ao dólar ou à libra é um modo de continuarmos a comprar petróleo a preço relativamente normal, fora de cuja divisa, tudo se encarece desmesuradamente. Um euro atlântico é uma moeda disciplinada e disciplinadora, não é uma moeda inconvertível: esta é um caminho de miserabilismo económico, com elevada dualidade social - sector exógeno exportador, sector interno tipo vida austera de pós-guerra - que nunca é o melhor meio de desenvolvimento. Agora, como fazer isto, que países integrar neste novo mercado livre, é matéria a negociar e a acautelar de modo a, desta vez, não ficarmos a perder. Isto é uma ideia. Não é um plano. Sobretudo, é uma ideia de deixar a Alemanha entregue ao seu
hinterland e, que se avenha com a Rússia e a Polónia e se divirta muito com o seu marco imbatível, a engolir o que deixará de exportar.