Claro que tens razão nessa conta-corrente de ganhos e perdas jovens desempregados versus reformados, a vinte anos de distância de morrerem, e pagos em moeda com deflação monetária. Lisboa já percebeu isso há muito; não há um pio de protesto pelo congelamento das pensões há mais de quatro anos - excepto, claro, a iluminária presidencial que não cessa o berreiro de a reforma não lhe chegar pró que gasta! Eu, há muito que culpei e culpo as empresas públicas e privadas por reformarem o pessoal cinquentenário para o substituir por novos recrutados à base de cunhas, partidárias, familiares e de compadrio, abusando das facilidades de pré-reforma generalizadas que havia no país. Todo o poder monopolista, das grandes empresas, do estado e dois sindicatos contribui nefastamente para o desempenho económico e agrava a injustiça social e a dignidade das pessoas.
Agora, o que eu te digo, é que a União Europeia jamais irá continuar com as regras que até aqui imaginou impor! Ganhe o syriza, ganhe a nova democracia e o pasok, a dita Europa das Nações ou se federa e subsidia as economias regionais ou tem de permitir que os governos nacionais se protejam da concentração monopolista dos grandes fabricantes e empórios comerciais de distribuição. Isto é, não vai ser possível governos locais impotentes perante as corporações multinacionais, quer europeias quer americanas, demolidoras de toda a economia e emprego das populações não imigradas para os grandes centros de empregabilidade.
Há grandes falhas nos regimes de mera democracia burguesoide: as pessoas ficam estúpidas, estão sempre a olha pró vizinho, ficam sem rumo se começam a pensar diferente da porcaria que os jornais e a televisão impingem como 'ideias' a 'mastigar'; os governos ajudam a vender a ideia de que não há alternativas credíveis às linhas de acção que prescrevem - claro, a mando das ditas corporações de interesses só vaga e frouxamente ao serviço das populações, por muito que o Incognitus acredite e propagandeie o contrário.
De modo que, acabou uma era.
E os gregos foram os coveiros.