Eu costumo comprar arte em viagem (países fora do radar turístico) mas estou quase sempre acompanhado de um especialista na matéria, com olho para encontrar peças com potencial de valorização. Depois uma estratégia de negociação para compra em quantidade faz o resto (
boa arte + bom preço). Em férias é habitual investir um ou dois dias à procura de oportunidades, e o que se nota é que com os anos e a experiência, o radar vai ficando mais apurado. As compras podem incluir quadros, estátuas, antiguidades, peças de utilização no dia a dia em risco de desaparecer devido ao desenvolvimento socio-económico, e até numa ocasião, um lote de gravatas
. A única coisa que não compramos são jóias porque não sabemos avaliar.
Numa dessas buscas há uns anos atrás um famoso pintor argentino lamentava-se que para os críticos de hoje basta um artista pegar numa coisa pequenina (por exemplo um bocado de papel amassdo) e depois recriá-la com uma dimensão gigante para ter sucesso. É "arte" com valor monetário presente e com exposição nos media (veja-se o sucesso de artistas plásticos como a Joana Vasconcelos), mas sem alma e sem o fuego y passión do Tango que está associado às peças intemporais.