Bom, já que se está a falar destes planos, aqui vai o meu.
Não é assim tão ambicioso como alcançar os 1%, os 3% já bastam para uma óptima vida.
Chegar aos 25 anos e ter uma licenciatura numa área técnica (engenharia, ITs, farmácia; mas não medicina ou outra coisa que ocupe o tempo todo), ou mesmo não-técnica, desde que o salário seja semelhante. Ir trabalhar para uma empresa e ganhar um salário médio -- se for mais que isso ainda melhor.
Todos os meses tirar 50 contos (há 25 anos... Agora talvez 300-350 euros) do ordenado para reforçar a carteira de acções nascente. Estou a assumir que se tem uns 5000 euros de carteira inicial, mas se se tiver mais ainda melhor.
Comprar só uma coisa: acções. Nada de DPs nem obrigações nem derivados. Não fazer trading. Em vez disso, adoptar uma estratégia de buy & hold.
Ter a todo o momento quase 100% do capital investido em acções. Fazer alguma análise para tentar optimizar o portfólio. Porém, se a análise não for perfeita não faz mal: compre-se blue-chips.
Desistir de tentar prever timings de entrada e saída.
Ficar assim uns 10-15 anos. Sempre investido em acções. Não as vender nem por 1 dia (na verdade, de vez em quando roda-se a carteira, analisando novas acções mas, nesse momento, levar o trabalho de casa feito, e fazer a operação de rodagem rapidamente, apenas algumas horas, para não correr o risco de estar fora das acções por mais de umas horas).
A carteira cairá de valor nos downturns, mas nunca a vender (excepto nas tais rodagens). Resistir às pressões e à emoção.
Não comprar carros nem casas com frequência, poupar bastante (na verdade não precisa de ser assim tão apertado, basta que se tenha um nível de poupança que permita tirar os tais 300-350 euros por mês para reforçar a carteira).
Investir os 3 meses extra (os subsídios de Natal e de férias mais o cheque que se recebe do fisco devido aos benefícios fiscais) todos no reforço da carteira.
Entre esforços para trabalhar mais no emprego para ser promovido, e aliviar desse trabalho não sendo promovido, mas ficando com mais tempo para estudar a Bolsa, escolher esta segunda hipótese.
A vantagem disto é que a carteira tem uma tendência de longo prazo fortemente ascendente devido a: 1) tendência das acções para suplantarem os outros investimentos; 2) reforços efectuados. Nos downturns ou até mesmo nos crashes a carteira cai, mas os reforços tendem a fazê-la recuperar rápido, e depois quando o mercado volta a subir os ganhos são redobrados.
Com este método, a probabilidade de se chegar aos 3% é muito grande. Em 25 anos eu diria que quase de certeza que se chega. Até se pode chegar surpreendemente rápido, em 5-7 anos, se se apanhar um bom bull market. Talvez alguns leitores fiquem surpreendidos com a facilidade com que o capital sobe dos 5,000 para os 50,000, por exemplo.