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Autor Tópico: Greve dos professores  (Lida 138546 vezes)

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Re:Greve dos professores
« Responder #560 em: 2013-06-19 15:18:04 »
E há quem aproveite o trabalho de preparação de outros professores.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Zakk

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Re:Greve dos professores
« Responder #561 em: 2013-06-19 16:07:14 »
Não, no ensino não funciona assim. As turmas são atribuidas e tu tens que dar as aulas. Podes é baixar a qualidade das aulas (não as preparando), mas isso acho que serão poucos a fazer isso, quem é bom prof será sempre bom prof.

Bem, o preparar das aulas é um problema dos primeiros anos, depois disso o professor já ganhou experiência e pode reutilizar as preparações dos anos anteriores. Falo por experiência própria de dar explicações e mesmo aí nem precisei de começar do zero, pois havia [e há] muito material na web que pudia reutilizar.

achas que o numero de horas nao-lectivas esta muito inflacionado ?

Acho que essa questão não é muito importante ( a proporcionalidade da componente letiva e não letiva). Tamos a falar de passar de 35 horas para 40 horas.

O que é curioso é que um prof contratado com horário completo (22 horas letivas) pode concorrer a mais 6 horas noutra escola. O que quer dizer que uns conseguem trabalhar mais e outros dizem que é impossivel. ;D

A contagem de tempo de serviço de um prof é por dias e para que um contratado consiga 365 dias por vezes tem que trabalhar mais essas 6 horas, porque em Julho ele é despedido e não se não tiver feito essas 6 horas não consegue os dias todos que pode ter num ano (365 dias). Essas 6 horas irão representar x dias ao fim de um ano. Trabalhar no privado tambem conta dias para a carreira no publico (com uma formula diferente de contagem de tempo, para pior).

Quantos mais dias tiveres mais perto estás de um dia seres um prof com direitos.:)

Não pensem que é facil lá chegar. :)

itg00022289

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Re:Greve dos professores
« Responder #562 em: 2013-06-19 16:29:44 »
Um professor dá aulas e Mário Nogueira não dá aulas há mais de 20 anos. Parece mentira, mas este senhor está num perpétuo horário zero há duas décadas. A sua "carreira" docente conta com 32 anos de serviço, mas, na verdade, o Glorioso Líder da Fenprof só deu aulas nos primeiros 10 anos de vida profissional. Os últimos 22 anos foram dedicados ao sindicalismo profissional. Não, Mário Nogueira não é professor, é sindicalista. O que me leva a uma pergunta óbvia: como é que alguém que não dá aulas há vinte anos pode representar com realismo as pessoas que dão aulas todos os dias?

E esta comédia sindical não se fica por aqui. Por artes burocráticas impenetráveis, Mário Nogueira tem sido avaliado como professor: recebeu o "Bom" correspondente à classificação de 7,9 obtida no agrupamento de escolas da Pedrulha, Coimbra (Correio da Manhã, Dezembro 2011). Mais uma vez, um camião de perguntas bate à porta: se não dá aulas, como é que este indivíduo pode ser avaliado como professor? Como é que se opera este milagre da lógica? Entre outras coisas, parece que conferências e artigos de jornal contam para a avaliação de Mário Nogueira. Fazer propaganda da Fenprof, ora essa, é igual ao confronto diário com turmas de vinte e tal garotos. Justo, justíssimo, justérrimo.

Se não é professor, quem é afinal Mário Nogueira? Na minha modesta opinião de contribuinte assaltado por horários zero e afins, Mário Nogueira é o verdadeiro ministro da educação. A cadeira do ministério vai mudando de dono, mas Mário Nogueira está lá sempre. Os governos sucedem-se, mas a Fenprof está lá sempre. E, com menor ou maior intensidade, as políticas educativas são determinadas pela Fenprof e não pelos governos democraticamente eleitos. A força das eleições nunca chega à tal escola pública, que é auto-gerida há décadas pela Fenprof. Curiosamente, TVs e jornais nunca fazem fogo sobre este sindicato. O poder da educação está ali, mas as redacções só sabem queimar ministros atrás de ministros. Nunca ouvi ou li uma entrevista a Mário Nogueira. Só vi e ouvi tempos de antena. Quem é Mário Nogueira? Um dos inimputáveis do regime.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/quem-e-mario-nogueira=f814448#ixzz2WcCue100


A resposta do Mário Nogueira ao artigo do Henrique Raposo

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Mário Nogueira responde a Henrique Raposo

Mário Nogueira
18:02 Terça feira, 18 de junho de 2013

Não vou perguntar quem é Henrique Raposo, simplesmente porque não me interessa conhecer quem, à falta de argumentos políticos, se dedica a ataques pessoais. Mas quero esclarecer o senhor Raposo, em primeiro lugar a propósito da pergunta que faz: quem sou eu; depois, sobre uma questão que, para ser compreendida, obriga a perceber o que é a democracia... mas tentar não custa.

Admitindo que não lhe interesse saber onde nasci, a minha filiação, as minhas habilitações académicas, a minha ficha clínica ou o nome do meu gato, limitar-me-ei a esclarecê-lo sobre três coisas:

1) A minha presença na atividade sindical decorre de processos eleitorais legais e democráticos, sendo que o cargo de Secretário-geral da FENPROF é por mim exercido há apenas dois mandatos. Iniciei o terceiro há pouco mais de um mês, na sequência de um Congresso Nacional que elegeu a direção da FENPROF. Dos 650 delegados presentes, 500 foram eleitos nas escolas pelos professores sindicalizados, tendo sido inequívoca a votação que elegeu esta direção.

2) A lei sindical a que a FENPROF e os seus dirigentes se sujeitam não é exclusiva para nós. É a mesma que se aplica a outras organizações respeitáveis como, no caso da Educação, a FNE, ou, num âmbito mais geral, as confederações sindicais CGTP e UGT;

3) A avaliação a que me sujeitei não se me dirige em particular. É a mesma que se aplica a todos os que, não estando na escola por desempenharem cargos fora dela, têm, contudo, de ser avaliados. Chama-se "ponderação curricular" e aplica-se aos dirigentes sindicais, aos deputados, aos membros do governo, aos autarcas, presidentes de câmara ou vereadores a tempo inteiro, e a outros docentes que em âmbitos diversos, exercem atividade fora da escola.

Feita a explicação, perguntar-se-á: pensaria Henrique Raposo que o país tinha uma lei especial para a FENPROF e, em particular, o seu Secretário-geral? Não parecendo ser assim, cabe então perguntar: por que não escolheu outro dirigente sindical, de outra organização, por exemplo, ou um deputado (há muitos que são professores), ou um presidente de câmara, ou um membro do atual governo ou até um dos seus muitos assessores que são professores?

A pergunta é retórica, claro, porque a resposta é óbvia: não lhe interessava. Em primeiro lugar porque, provavelmente, para si, a democracia só tem um lado, o do poder; depois, porque mesmo no que, eventualmente, considerará o lado oculto da democracia, eram a FENPROF e o seu Secretário-geral que pretendia atingir. Saiba o senhor Raposo que, sendo o ataque feito de forma tão pouco inteligente que deixa a nu o propósito, o que procurava ser um insulto acaba por ser deferência. A precisão da escolha significa que a FENPROF está a chegar onde era pretendido, pelo que, desorientados, os que se sentem atingidos deixam de reagir politicamente para desferirem ataques pessoais. São ótimos esses sinais e dão-nos ainda mais força para continuarmos. Fica, por isso, o agradecimento.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/mario-nogueira-responde-a-henrique-raposo=f814731#ixzz2WfzFotwB

itg00022289

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Re:Greve dos professores
« Responder #563 em: 2013-06-19 16:33:38 »
e uma boa pergunta (apesar de parecer demagogia tem alguma razão de ser):

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Deputados do PSD querem saber quanto custam os sindicatos de professores
SOFIA RODRIGUES 19/06/2013 - 12:52
Pergunta dirigida ao ministro da Educação foi entregue esta quarta-feira.


Um grupo de deputados do PSD (os oito da JSD) quer saber qual o valor transferido do Estado em 2012 para os sindicatos do sector da educação e quanto está previsto para o próximo ano.

"Numa altura em que a greve teve um impacto demasiado grande na vida dos alunos, queremos saber quanto é que custam aos portugueses os sindicatos da Educação. Num momento em que todos os portugueses fazem sacrifícios, temos de reduzir a despesa do Estado, temos de saber quanto é que custam, quanto é que foi transferido para os sindicatos", disse Hugo Soares, líder da JSD, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

O deputado considera a pergunta legitima, já que é também legítimo saber quanto custam ao Estado os representantes do povo na Assembleia da República ou os presidentes de câmara.

Questionado sobre se a pergunta (entregue hoje e dirigida ao ministro da Educação) pode prejudicar o diálogo social, Hugo Soares disse reconhecer "a importância dos parceiros sociais". "Mas isso não nos impede de perguntar", acrescentou.

Hugo Soares reconhece ainda que os custos dos sindicatos são custos da democracia. "Não tenho dúvidas sobre isso, mas não aceitamos que sindicalistas a acusem os partidos, a Assembleia da República de gastarem muito e que não se possa perguntar quanto é que custam esses sindicatos", afirmou.
« Última modificação: 2013-06-19 16:34:15 por itg00022289 »

tatanka

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Re:Greve dos professores
« Responder #564 em: 2013-06-19 16:52:10 »
e uma boa pergunta (apesar de parecer demagogia tem alguma razão de ser):

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Deputados do PSD querem saber quanto custam os sindicatos de professores
SOFIA RODRIGUES 19/06/2013 - 12:52
Pergunta dirigida ao ministro da Educação foi entregue esta quarta-feira.


Um grupo de deputados do PSD (os oito da JSD) quer saber qual o valor transferido do Estado em 2012 para os sindicatos do sector da educação e quanto está previsto para o próximo ano.

"Numa altura em que a greve teve um impacto demasiado grande na vida dos alunos, queremos saber quanto é que custam aos portugueses os sindicatos da Educação. Num momento em que todos os portugueses fazem sacrifícios, temos de reduzir a despesa do Estado, temos de saber quanto é que custam, quanto é que foi transferido para os sindicatos", disse Hugo Soares, líder da JSD, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

O deputado considera a pergunta legitima, já que é também legítimo saber quanto custam ao Estado os representantes do povo na Assembleia da República ou os presidentes de câmara.

Questionado sobre se a pergunta (entregue hoje e dirigida ao ministro da Educação) pode prejudicar o diálogo social, Hugo Soares disse reconhecer "a importância dos parceiros sociais". "Mas isso não nos impede de perguntar", acrescentou.

Hugo Soares reconhece ainda que os custos dos sindicatos são custos da democracia. "Não tenho dúvidas sobre isso, mas não aceitamos que sindicalistas a acusem os partidos, a Assembleia da República de gastarem muito e que não se possa perguntar quanto é que custam esses sindicatos", afirmou.

Os sindicatos pagam-se a si proprios.
Só com a greve de 2ªfeira, o estado forrou uns 5M€ (50€x100k)  :P
“I hate reality but it's still the best place to get a good steak.”
― Woody Allen

Incognitus

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Re:Greve dos professores
« Responder #565 em: 2013-06-19 17:05:38 »
Um professor dá aulas e Mário Nogueira não dá aulas há mais de 20 anos. Parece mentira, mas este senhor está num perpétuo horário zero há duas décadas. A sua "carreira" docente conta com 32 anos de serviço, mas, na verdade, o Glorioso Líder da Fenprof só deu aulas nos primeiros 10 anos de vida profissional. Os últimos 22 anos foram dedicados ao sindicalismo profissional. Não, Mário Nogueira não é professor, é sindicalista. O que me leva a uma pergunta óbvia: como é que alguém que não dá aulas há vinte anos pode representar com realismo as pessoas que dão aulas todos os dias?

E esta comédia sindical não se fica por aqui. Por artes burocráticas impenetráveis, Mário Nogueira tem sido avaliado como professor: recebeu o "Bom" correspondente à classificação de 7,9 obtida no agrupamento de escolas da Pedrulha, Coimbra (Correio da Manhã, Dezembro 2011). Mais uma vez, um camião de perguntas bate à porta: se não dá aulas, como é que este indivíduo pode ser avaliado como professor? Como é que se opera este milagre da lógica? Entre outras coisas, parece que conferências e artigos de jornal contam para a avaliação de Mário Nogueira. Fazer propaganda da Fenprof, ora essa, é igual ao confronto diário com turmas de vinte e tal garotos. Justo, justíssimo, justérrimo.

Se não é professor, quem é afinal Mário Nogueira? Na minha modesta opinião de contribuinte assaltado por horários zero e afins, Mário Nogueira é o verdadeiro ministro da educação. A cadeira do ministério vai mudando de dono, mas Mário Nogueira está lá sempre. Os governos sucedem-se, mas a Fenprof está lá sempre. E, com menor ou maior intensidade, as políticas educativas são determinadas pela Fenprof e não pelos governos democraticamente eleitos. A força das eleições nunca chega à tal escola pública, que é auto-gerida há décadas pela Fenprof. Curiosamente, TVs e jornais nunca fazem fogo sobre este sindicato. O poder da educação está ali, mas as redacções só sabem queimar ministros atrás de ministros. Nunca ouvi ou li uma entrevista a Mário Nogueira. Só vi e ouvi tempos de antena. Quem é Mário Nogueira? Um dos inimputáveis do regime.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/quem-e-mario-nogueira=f814448#ixzz2WcCue100


A resposta do Mário Nogueira ao artigo do Henrique Raposo

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Mário Nogueira responde a Henrique Raposo

Mário Nogueira
18:02 Terça feira, 18 de junho de 2013

Não vou perguntar quem é Henrique Raposo, simplesmente porque não me interessa conhecer quem, à falta de argumentos políticos, se dedica a ataques pessoais. Mas quero esclarecer o senhor Raposo, em primeiro lugar a propósito da pergunta que faz: quem sou eu; depois, sobre uma questão que, para ser compreendida, obriga a perceber o que é a democracia... mas tentar não custa.

Admitindo que não lhe interesse saber onde nasci, a minha filiação, as minhas habilitações académicas, a minha ficha clínica ou o nome do meu gato, limitar-me-ei a esclarecê-lo sobre três coisas:

1) A minha presença na atividade sindical decorre de processos eleitorais legais e democráticos, sendo que o cargo de Secretário-geral da FENPROF é por mim exercido há apenas dois mandatos. Iniciei o terceiro há pouco mais de um mês, na sequência de um Congresso Nacional que elegeu a direção da FENPROF. Dos 650 delegados presentes, 500 foram eleitos nas escolas pelos professores sindicalizados, tendo sido inequívoca a votação que elegeu esta direção.

2) A lei sindical a que a FENPROF e os seus dirigentes se sujeitam não é exclusiva para nós. É a mesma que se aplica a outras organizações respeitáveis como, no caso da Educação, a FNE, ou, num âmbito mais geral, as confederações sindicais CGTP e UGT;

3) A avaliação a que me sujeitei não se me dirige em particular. É a mesma que se aplica a todos os que, não estando na escola por desempenharem cargos fora dela, têm, contudo, de ser avaliados. Chama-se "ponderação curricular" e aplica-se aos dirigentes sindicais, aos deputados, aos membros do governo, aos autarcas, presidentes de câmara ou vereadores a tempo inteiro, e a outros docentes que em âmbitos diversos, exercem atividade fora da escola.

Feita a explicação, perguntar-se-á: pensaria Henrique Raposo que o país tinha uma lei especial para a FENPROF e, em particular, o seu Secretário-geral? Não parecendo ser assim, cabe então perguntar: por que não escolheu outro dirigente sindical, de outra organização, por exemplo, ou um deputado (há muitos que são professores), ou um presidente de câmara, ou um membro do atual governo ou até um dos seus muitos assessores que são professores?

A pergunta é retórica, claro, porque a resposta é óbvia: não lhe interessava. Em primeiro lugar porque, provavelmente, para si, a democracia só tem um lado, o do poder; depois, porque mesmo no que, eventualmente, considerará o lado oculto da democracia, eram a FENPROF e o seu Secretário-geral que pretendia atingir. Saiba o senhor Raposo que, sendo o ataque feito de forma tão pouco inteligente que deixa a nu o propósito, o que procurava ser um insulto acaba por ser deferência. A precisão da escolha significa que a FENPROF está a chegar onde era pretendido, pelo que, desorientados, os que se sentem atingidos deixam de reagir politicamente para desferirem ataques pessoais. São ótimos esses sinais e dão-nos ainda mais força para continuarmos. Fica, por isso, o agradecimento.



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Um sindicato de professores visa defender os interesses dos professores, que na matéria do seu custo e funções podem até ser antagónicos dos interesses dos contribuintes. Portanto um sindicato de professores (ou de outra profissão qualquer) deveria ser pago pelos próprios via cotizações.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Luisa Fernandes

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Re:Greve dos professores
« Responder #566 em: 2013-06-19 17:45:26 »
Caro Miguel

Desde já peço desculpa pela familiaridade do trato, mas como nos conhecemos tão bem sinto-me no direito de ser mais tu-cá-tu-lá consigo. Li o seu artigo sem adulteração, aquele do Expresso do último sábado, do dia 15 de Junho de 2013. Escrevo a data completa porque a quantidade de textos que debita poderiam criar na sua cabeça alguma confusão sobre o espaço temporal a que me refiro. Devo dizer que é um texto bem escrito, daqueles que se aprendem a escrever quando se tem uma professora à moda antiga, das que nos ensinam a amar o saber e fazer da vida uma busca continua desse mesmo saber, das que nos ensinam a ter espírito critico, das que nos ensinam a pensar e a usar com racionalidade essa fundamental característica que é uma das que nos distinguem das restantes espécies da Classe Mammalia. Como se deu ao trabalho de fazer uma breve introdução romanceada do seu percurso pelo primeiro ciclo, então escola primária, vou, também eu, essa breve introdução, sem as figuras de estilo que o Miguel usa, porque em mim a escritora não pode florescer por falta não de vocação que essa até tenho, mas de tempo, e a seu tempo entenderá o porquê. Então vejamos, em 1976 entrei na escola primária. A escola que me acolheu, uma das obras positivas do tempo assumidamente autocrático, era linda, branca, com casas de banho que por acaso não funcionavam mas estavam lá, com as paredes preenchidas pelos trabalhos de desenho dos meus colegas mais velhos que a minha arte ainda não se tinha manifestado. Sabe porque é que a minha escola era linda? Porque eu não sou filha de nenhuma escritora, nem nenhum deputado, nunca os meus olhos tinham visto tanto livro junto, e refiro-me a meia dúzia que havia lá pela minha escola de aldeia, longe de Lisboa e do Porto. Sabe Miguel, acredito que pense efectivamente que sabe, ou não tivesse sido aluno da D. Constança, as vivências da realidade são diferentes de ser humano para ser humano, e por isso o quadro feio e negro da escola do Miguel pode ser belo e muito colorido para alguns dos seus colegas de carteira. Mas deixemos isto e continuemos na saga do meu percurso escolar. Tal como o Miguel também na minha escola éramos muitos, tanto que nem me lembro do número, será porque isso nunca foi relevante? É que das pessoas ainda me lembro bem, das brincadeiras também, das aulas também… As duas salas estavam sempre cheias, como um ovo, havia dois turnos de aulas com 4 professoras, duas de manhã e duas de tarde. A mim calhou a D. Maria Isabel, uma mulher linda, com o seu cabelo cinzento e os lábios pintados de uma cor fabulosa, um tom de laranja doce. A D. Maria Isabel acabou de me ensinar a ler, que alguma coisa a minha teimosia já me havia feito aprender. Sabe Miguel, em algumas situações a teimosia é uma característica boa, de tal forma que no final do primeiro período já eu substituía a minha avó na leitura de “O amigo do Povo” às suas comadres analfabetas. Vou agora refrescar-lhe a memória em relação ao que era o primeiro período: – período de tempo que mediava entre Outubro e meados de Dezembro, suponho que entende o que lhe estou a dizer, mas se não informe-se junto de alguns psicólogos e pedagogos credíveis. Abreviando um pouco, e quase para terminar este parágrafo, devo dizer-lhe que a minha professora foi tão boa que em 3 anos resolveu comigo as questões que para muitos se resolviam em 4, e para outros muitos em mais de 4. Tal como a sua, também a minha deixou em mim um apetite voraz para as letras, chamava-me “papa livros” tal era a minha voracidade, e todas as semanas, levava de Coimbra para mim muitos livros. A minha professora Maria Isabel era uma mulher completa com marido, 3 filhos, sendo um surdo-mudo,  pais e sogros. Vivia do seu trabalho e como tal faltou algumas vezes, pois não tinha possibilidades económicas para delegar responsabilidades. Mas sabe o que lhe digo, foram muitos os alunos que mandou para a universidade, que hoje até lêem o que o Miguel escreve com espírito crítico. Neste momento poderia considera-lo um mentecapto e situar este comentário no seu texto brilhante, mas não o vou fazer, porque o Miguel também teve uma boa professora na escola primária.

Mudando de parágrafo e de assunto, tal como o Miguel, sei que o país está à beira da bancarrota, mas na minha família só o direito ao voto responsabiliza por essa situação, sabe porquê? Nunca nenhum dos meus progenitores ocupou lugar em nenhuma das cadeiras da Assembleia da Republica, por partido nenhum quanto mais por dois e ainda mais relevante, nunca nenhum dos meus progenitores foi ministro. Sinto muito Miguel por ter que lhe lembrar que algumas das responsabilidades da miséria que crassa por esse Portugal fora tem genes que lhe foram a si entregues. Mais ainda, na minha família toda a gente produz, desde tenra idade. Sobre trabalho o Miguel, por certo, teria muito a prender comigo e com os meus.

Voltemos agora ao ainda cerne desta questão, a greve dos professores. Sabe Miguel, depois de ler o seu texto, volto a dizer, sem adulterações, fiquei a pensar se o seu sistema digestivo seria igual ao dos restantes mamíferos. E confesso que esta duvida já me assaltou algumas vezes frente aos seus escritos. Em relação aos professores o Miguel não sabe nada do que pretende dizer, seria bom e revelador de algumas sinapses activas, que se calasse até conseguir saber sobre o que se pronuncia. Eu sou professora, há já muitos anos, executo a profissão que sempre quis ter, lá por causa da minha rica professora Maria Isabel, e trabalho que me desunho, e não falto, e estou disponível para os meus alunos até para ser mãe. O meu horário semanal ( e o da maioria) tem sempre muito mais do que as 40 horas agora na moda, tenho que me preparar, nem sequer para cada ano é mesmo para cada turma, pois são sempre diferentes os alunos e as suas interacções; tenho que os avaliar, e isso exige muito pois sou acérrima defensora da avaliação formativa; tenho que tentar manter-me actualizada pois lecciono uma disciplina das ciências mais vanguardista, e isso requer muito tempo ( percebe agora porque não me dedico mais à escrita?). Eles, os meus alunos, que são quem me importa, sabem disso! Acho de uma arrogância tola o Miguel vir pronunciar-se sem saber do que fala. Eu também sou leitora e agora vou aqui falar de um  escritor medíocre que já li. Vou tecer comentários sobre obras e escrita que conheço, não sobre números de origem duvidosa! O Miguel escreve com a qualidade necessária para ser comercial, isto é para ganhar dinheiro, muito por sinal. Quer assumir-se como um Eça? Sabe que está a anos luz, sobra-lhe a capacidade descritiva, mas falha nos pormenores, vou dar-lhe um exemplo concreto: descreve cenas de sexo/amor com minúcia, mas impraticáveis por imposição das leis da física. Tenta ser um critico social, mas o seu azedume natural tira-lhe a graça e a leveza que tornam Eça sempre actual. Poderia continuar mas acho que já consegui perceber onde quero chegar. O Miguel é um escritor medíocre, mas isso não faz com que todos os escritores de Portugal o sejam, repare a sua mãe até ganhou um prémio Camões. Até sei que vai pensar que estou a ser ressabiada, será um argumento de defesa legítima uma vez que o estou a atacar, mas totalmente desprovido de verdade. Entenda o que lhe quero dizer de forma clara, há professores medíocres mas a maioria é bastante boa, empenhada e esforçada. Esta greve serviu apenas para mostrar ao governo que o caminho da mentira e do enxovalhamento publico tem que acabar. Os direitos dos alunos estão a ser salvaguardados, é certo que temos menos alunos, mas também é certo que cada ano as turmas são maiores e os problemas sociais, que entram sempre pela sala de aula dentro, são cada vez mais. Sabe Miguel, seria mais proveitoso para os alunos trabalhar em salas com menos crianças/jovens e consequentemente menos problemas do que em salas cheias até à porta. Sabe que assim poderíamos desenvolver o espírito critico desses jovens e aí as coisas mudavam um pouco… Já  imaginou um pais em que a maioria dos cidadãos tivesse espírito critico? Imagina o destino que seria dado aos medíocres? Acha que haveria lugar a tantas PPP’s? Acha que o dinheiro do Estado Social  ( faço aqui um parêntesis para lhe dizer o que é o estado social, que eu sustento: EDUCAÇÃO, SAUDE e SEGURANÇA SOCIAL) seria desbaratinado em manobras  bizarras sem que fossem pedidas contas? Acha que os gestores das empresas publicas que acumulam prejuízos continuariam a ser premiados? Acha que se assistiria a uma classe politica corrupta, incompetente e desavergonhada de braços cruzados? Acha que haveria prémio para a mediocridade de textos que vendem como cerejas à beira do caminho? Ai Miguel depois destas questões até o estou a achar inocente… acabei de ficar com aquele sorriso que dou aos meus alunos travessos, mas simples, só que para eles é para os conduzir ao bom caminho, para si é mesmo com condescendência.

Falou no seu texto no estado calamitoso em que se encontram as contas públicas, e sou forçada a concordar consigo, só tenho pena que apenas consiga ver o erro, e lhe falte a coragem para imputar responsabilidades. O país está neste estado por causa dos decisores políticos e dos fazedores de opinião, entre os quais o incluo. A má gestão é que nos levou a este marasmo, não fui eu, nem os meus pais. Desde muito jovem que justifico o que como, foi assim que fui educada, é assim que educo os meus filhos e até os meus alunos, dentro do possível. Da má gestão posso ser responsabilizada por votar, mas sempre o fiz em plena consciência, acreditando que dava o meu voto a um ser humano digno. E continuo a fazê-lo! Quanto aos fazedores de opinião é um problema acrescido, porque esses nascem do nome que carregam, tal como o Miguel bem sabe. Por isso lhe digo em jeito de conclusão, este texto só será lido em blogues, porque o apelido Bragança não me abre as portas dos jornais. Fique bem Miguel e quando não conseguir mais dormir, por ter tomado consciência da sua responsabilidade pessoal no estado em que se encontra o país, não pense logo em suicídio, tome primeiro Valeriana e se não resolver tome Xanax.

Anabela Bragança, professora de Biologia, ainda com alegria e orgulho!

Coimbra, 19 de Junho de 2013
Quem não Offshora não mama...

Zel

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Re:Greve dos professores
« Responder #567 em: 2013-06-19 17:49:01 »
esse texto sem estrutura e nexo parece uma composicao dum aluno, ainda bem que a tipa nao eh prof de portugues
« Última modificação: 2013-06-19 17:51:51 por Zel »

pereira

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Re:Greve dos professores
« Responder #568 em: 2013-06-19 18:57:28 »
...
Bem, este tópico já parecem aquelas discussões da bola, onde vale tudo, para tentar "ganhar" ao adversario.
A Smog afirmou a coisa mais natural do mundo. Se lhe piorarem as condições de trabalho, obviamente a sua performance tende a diminuir (mesmo que seja uma quebra involuntaria).
Há algo mais obvio  que um professor tende a desempenhar melhor as suas funções, se tiver turmas mais curtas, e um horario menos carregado?

Eu compreendo que este seja um tema quente e que mexe com a sensibilidade das pessoas, leia-se professores que estão basicamente a defender os seus postos de trabalho e as suas regalias. Isto já foi dito inúmeras vezes mas repito-as para que quem se sinta afetado pelo que se vai dizendo não fique com a ideia que não entendo essa situação e a validade da sua luta.

É no entanto uma luta que só faz sentido para os profs, não para o resto da sociedade. E isso têm igualmente de aceitar como regra no jogo pelos ecos que lhes vão chegando por parte da sociedade, a qual já demonstrou claramente que não entende essa luta. Não que ignore as motivações que estão por detrás, mas sim porque apercebem-se claramente que se trata de uma classe que vive numa realidade que há muito não é a do resto do país.

Obviamente que se inverterem a pergunta e perguntarem se o ppl não gostaria de ter as suas condições laborais, ai aí certamente obteriam a confirmação, mas o inverso há que aceitar que será dificil que aconteça.

Quantos de nós, comuns portugueses estamos em empresas que hoje em dia funcionam com metade dos funcionários ou mesmo menos, e os serviços têm de funcionar. Não temos outra hipótese, nem os nossos empregadores. Também tivemos de nos ajustar, obviamente com prejuizo para as nossas famílias e tempo de ócio. Não podemos dizer que por estarmos assoberbados de trabalho desempenhamos mal as nossas funções, sob pena de sermos substituidos e não falta quem venha fazê-lo por menos dinheiro. Basta estar desempregado e eu conheço muita gente competente que está nessa situação dificil.

Não posso por isso aceitar que os professores digam (ou ameaçem) que se trabalharem mais horas e tiverem mais alunos não poderão desempenhar cabalmente as suas funções, porque então nesse momento penso que devem escolher outro emprego e dar a vaga a quem o possa fazer.

Desejo sinceramente que todos mantenham os seus empregos, tal como desejo que a taxa de desemprego do país diminua, mas acho que queixarem-se das suas condições de trabalho é como cuspir no povo que trabalha arduamente ou mais ainda nas pessoas que vivem situações dramáticas de querer dar de comer à sua familia e não poder simplesmente porque estão desempregadas

Desculpem-me mas não consigo aceitar, sejam eles professores, estivadores, médicos ou juizes.

Luisa Fernandes

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Re:Greve dos professores
« Responder #569 em: 2013-06-19 19:26:44 »
Começa a ser tempo para ver para além da forte poeira levantada nas últimas semanas em torno do conflito entre o Governo e os professores, ultrapassando as adjectivações e fulanizações tão úteis para o exacerbamento das falsas paixões e posições e à sua redução a caricaturas da situação real.

O que está em causa é demasiado importante para deixarmos o campo livre para aqueles que apenas pretendem mascarar os factos com argumentos não fundamentados mas apresentados com tamanha certeza discursiva que até quase nos fazem esquecer que estamos perante simples pre(con)ceitos ideológicos. Seja repetir até à exaustão a “Defesa da Escola Pública” como se explicasse tudo, seja usar até à náusea as fórmulas do “Vivemos acima das nossas possibilidades” e “Não há dinheiro” para justificar os cortes em sectores básicos das funções sociais do Estado enquanto permanecem os sorvedouros financeiros de contratos com interesses privados.

Tem interesse regressar a duas questões nucleares que estão na base da escalada de insatisfação – há muito latente – dos professores, mesmo se estão longe de esgotar todos os aspectos que explicam o clima de crispação que se vive. Trata-se da questão da mobilidade especial e da relativa às 40 horas de trabalho semanal.

Mas antes gostava de colocar duas questões preliminares mais amplas, mas essenciais para se compreender tudo o que enquadra o conflito em presença. Antes de mais, gostava de sublinhar o meu desacordo em relação a todas as formulações que, a coberto do princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei, optam por soluções legislativas concretas de cariz autoritário e quase totalitário, atropelando de forma cega as diferenças e tratando de forma igual aquilo que o não é. Para além disso, existe a afirmação de todas estas medidas resultarem do chumbo das normas do Orçamento de Estado pelo Tribunal Constitucional, o que é falso pois muito do que agora se apresenta já estava contido no discurso de diversos elementos ligados ao Governo, em particular a partir da divulgação no início deste ano do estudo encomendado pelo Governo ao FMI.

Mas passemos às duas questões centrais da nova investida governamental e das razões que levam os professores a resistir-lhes:

A mobilidade especial – a profissão docente é, no quadro da administração pública e mesmo num plano mais amplo, a carreira que apresenta um nível mais elevado de mobilidade geográfica, pois a larga maioria dos docentes, mesmo depois de pertencerem aos quadros, andam com enorme regularidade de escola em escola, de terra em terra. Essa é uma realidade que quase define o exercício da docência e que os concursos plurianuais não eliminaram, pois quase tudo permaneceu na mesma. Mais grave.

Oculta-se que o novo modelo de gigantescas unidades de gestão, em conjunto com a transformação dos quadros de escola em quadros de agrupamento, levou a que cada vez mais professores de carreira deixaram de ter um local de trabalho, passando a uma itinerância diária entre estabelecimentos de ensino do mesmo agrupamento, deslocando-se sem quaisquer ajudas de custo e com intervalos de tempo diminutos para percorrer, pelo seus meios, trajectos sem transportes públicos. Essa é uma realidade presente que quase ninguém destaca com clareza. Neste contexto, a mobilidade especial, tal como agora é apresentada, significa uma ainda maior pulverização da estabilidade do trabalho docente, em particular se cruzarmos essa medida com outras destinadas a reforçar a alegada autonomia da gestão escolar.

As 40 horas semanais de trabalho – já quase todos admitiram, de forma sincera ou hipócrita, que os professores trabalham efectivamente muitos mais de 40 horas por semana, não sendo esse referencial (na linguagem de alguns governantes) o que mais choca. O que está em causa é a falta de confiança acerca do que no futuro possa acontecer com a chamada componente lectiva, ou seja, do que é considerado trabalho efectivo com os alunos ou com as horas que os professores venham a ser obrigados a permanecer no espaço escolar. O MEC alega que no despacho de organização do próximo ano lectivo se mantiveram os 22 tempos lectivos (mais exactamente os 1100 minutos) e que os professores não têm razão para protestar, querendo fazer esquecer que esse total não poderia ser alterado sem revisão do Estatuto da Carreira Docente (o que não ocorreu) e que dessa componente lectiva foram retirados os tempos relativos à direcção de turma, que é o cargo mais importante que os professores podem desempenhar na ligação entre a escola e as famílias. Os governantes na área da Educação - e todos aqueles a quem tem apetecido falar sobre o assunto com escasso ou nulo conhecimento de causa – ocultam ainda que o tempo de permanência na escola pode ser aumentado, bastando considerar como não lectivas diversas tarefas realizadas com os alunos. Algo que tem acontecido com regularidade no passado recente, de forma transversal aos governos.

É impossível não recordar que Nuno Crato iniciou o seu mandato com a declaração de que era necessário os professores fazerem mais com menos. O problema é que os professores já fazem isso há muito, têm continuado a fazê-lo e cada vez se sentem os únicos pressionados para fazer mais com menos condições de trabalho. Um economista de formação deveria conhecer a clássica teoria dos rendimentos decrescentes, segundo a qual a pressão para o aumento da produção, em condições cada vez mais adversas, leva a uma diminuição gradual da produtividade. Esse ponto, no caso dos professores, já foi atingido e ultrapassado.

autor: Paulo Guinote
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pereira

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Re:Greve dos professores
« Responder #570 em: 2013-06-19 19:36:07 »
Os professores parece que vivem todos numa caverna, acorrentados pelos sindicatos que os vão alimentando e as sombras que vêm refletidas julgam ser as deles próprios, ignorando que há gente lá fora que leva a sua vida noutra dimensão.

Se alguém sai para fora e volta para lhes dizer que há vida lá fora, que existe de forma diferente, esse colega mais corajoso acaba por correr risco de vida.

Como diz o jingle... vale a pena pensar nisto  :)

Incognitus

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Re:Greve dos professores
« Responder #571 em: 2013-06-19 19:53:07 »
É uma luta para estar o mínimo tempo possível na escola, o mínimo tempo possível com os alunos, que até assusta.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

justin

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Re:Greve dos professores
« Responder #572 em: 2013-06-19 20:09:29 »
É uma luta para estar o mínimo tempo possível na escola, o mínimo tempo possível com os alunos, que até assusta.
... e ganhando o mais possivel tb...
não ligar aos trades que posto. o mais certo é correr mal.

Incognitus

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Re:Greve dos professores
« Responder #573 em: 2013-06-19 20:24:49 »
Ganhando o mais possível compreende-se sempre. Mas aquela tentativa constante de evitar o tempo na escola é que parece exagerada.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Luisa Fernandes

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Re:Greve dos professores
« Responder #574 em: 2013-06-19 20:46:43 »
Antes de dia 17:
Desmarcar exames seria um grave precedente...
O calendário de exames foi estabelecido de forma muito rigorosa, tendo em atenção os feriados, o equilíbrio entre os diferentes exames, as passagens de ciclo, o acesso ao ensino superior…
Nuno Crato, aos 1’00”.
2013 06 14 Nuno Crato conferência negociações SICnoticias


Hoje:
Exames de Matemática do 6.º e 9.º ano antecipados para dia 26

Conclusões :
-Afinal a não alteração da data de 17 foi mesmo uma questão política e uma birra pessoal.
-Encurtar o tempo de estudo é, claramente, beneficiar os alunos  :D

« Última modificação: 2013-06-19 20:47:35 por Luisa Fernandes »
Quem não Offshora não mama...

Smog

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Re:Greve dos professores
« Responder #575 em: 2013-06-19 20:51:40 »
Vinha postar isso mesmo. O Ministério aprendeu a lição.
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Smog

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Re:Greve dos professores
« Responder #576 em: 2013-06-19 20:57:33 »
É uma luta para estar o mínimo tempo possível na escola, o mínimo tempo possível com os alunos, que até assusta.
O que assusta é a tua falta de sensibilidade para o tema. A tua afirmação á falsa. Os professores estão cada vez mais em contacto com os alunos e na componete não-lecticva: apoios individualizados, salas de estudo, coadjuvações, tutorias, etc.
Assustas-me mesmo.
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Smog

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Re:Greve dos professores
« Responder #577 em: 2013-06-19 20:58:29 »
E há quem aproveite o trabalho de preparação de outros professores.
lol. fizese-me rir. isso é como aproveitar o estudo do colega para ir fazer exame.
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Smog

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Re:Greve dos professores
« Responder #578 em: 2013-06-19 20:59:50 »
Não, no ensino não funciona assim. As turmas são atribuidas e tu tens que dar as aulas. Podes é baixar a qualidade das aulas (não as preparando), mas isso acho que serão poucos a fazer isso, quem é bom prof será sempre bom prof.

Bem, o preparar das aulas é um problema dos primeiros anos, depois disso o professor já ganhou experiência e pode reutilizar as preparações dos anos anteriores. Falo por experiência própria de dar explicações e mesmo aí nem precisei de começar do zero, pois havia [e há] muito material na web que pudia reutilizar.

achas que o numero de horas nao-lectivas esta muito inflacionado ?

Acho que essa questão não é muito importante ( a proporcionalidade da componente letiva e não letiva). Tamos a falar de passar de 35 horas para 40 horas.

O que é curioso é que um prof contratado com horário completo (22 horas letivas) pode concorrer a mais 6 horas noutra escola. O que quer dizer que uns conseguem trabalhar mais e outros dizem que é impossivel. ;D

A contagem de tempo de serviço de um prof é por dias e para que um contratado consiga 365 dias por vezes tem que trabalhar mais essas 6 horas, porque em Julho ele é despedido e não se não tiver feito essas 6 horas não consegue os dias todos que pode ter num ano (365 dias). Essas 6 horas irão representar x dias ao fim de um ano. Trabalhar no privado tambem conta dias para a carreira no publico (com uma formula diferente de contagem de tempo, para pior).

Quantos mais dias tiveres mais perto estás de um dia seres um prof com direitos.:)

Não pensem que é facil lá chegar. :)
Os professores contratados são novos. Deixa-os chegar á minha idade para ver se continuam com espirito de cavalos de corrida.
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Smog

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Re:Greve dos professores
« Responder #579 em: 2013-06-19 21:03:27 »
...
Bem, este tópico já parecem aquelas discussões da bola, onde vale tudo, para tentar "ganhar" ao adversario.
A Smog afirmou a coisa mais natural do mundo. Se lhe piorarem as condições de trabalho, obviamente a sua performance tende a diminuir (mesmo que seja uma quebra involuntaria).
Há algo mais obvio  que um professor tende a desempenhar melhor as suas funções, se tiver turmas mais curtas, e um horario menos carregado?

Eu compreendo que este seja um tema quente e que mexe com a sensibilidade das pessoas, leia-se professores que estão basicamente a defender os seus postos de trabalho e as suas regalias. Isto já foi dito inúmeras vezes mas repito-as para que quem se sinta afetado pelo que se vai dizendo não fique com a ideia que não entendo essa situação e a validade da sua luta.

É no entanto uma luta que só faz sentido para os profs, não para o resto da sociedade. E isso têm igualmente de aceitar como regra no jogo pelos ecos que lhes vão chegando por parte da sociedade, a qual já demonstrou claramente que não entende essa luta. Não que ignore as motivações que estão por detrás, mas sim porque apercebem-se claramente que se trata de uma classe que vive numa realidade que há muito não é a do resto do país.

Obviamente que se inverterem a pergunta e perguntarem se o ppl não gostaria de ter as suas condições laborais, ai aí certamente obteriam a confirmação, mas o inverso há que aceitar que será dificil que aconteça.

Quantos de nós, comuns portugueses estamos em empresas que hoje em dia funcionam com metade dos funcionários ou mesmo menos, e os serviços têm de funcionar. Não temos outra hipótese, nem os nossos empregadores. Também tivemos de nos ajustar, obviamente com prejuizo para as nossas famílias e tempo de ócio. Não podemos dizer que por estarmos assoberbados de trabalho desempenhamos mal as nossas funções, sob pena de sermos substituidos e não falta quem venha fazê-lo por menos dinheiro. Basta estar desempregado e eu conheço muita gente competente que está nessa situação dificil.

Não posso por isso aceitar que os professores digam (ou ameaçem) que se trabalharem mais horas e tiverem mais alunos não poderão desempenhar cabalmente as suas funções, porque então nesse momento penso que devem escolher outro emprego e dar a vaga a quem o possa fazer.

Desejo sinceramente que todos mantenham os seus empregos, tal como desejo que a taxa de desemprego do país diminua, mas acho que queixarem-se das suas condições de trabalho é como cuspir no povo que trabalha arduamente ou mais ainda nas pessoas que vivem situações dramáticas de querer dar de comer à sua familia e não poder simplesmente porque estão desempregadas

Desculpem-me mas não consigo aceitar, sejam eles professores, estivadores, médicos ou juizes.
A docencia é especial porque mexe com crianças. Não nos podes comprar a estivadores. O mundo da criança tem especificidades que as outras profissões não compreendem mas que são desgantantes. Mas explicar isto a uma pessoa que olha para a docencia e a compara com um estivador é inútil.
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