Li aqui mais umas paginas do histórico deste tópico e até fiquei perplexo com as coisas que por aqui se escrevem.
A maior parte delas vindas do Thorn mas não só.
Ele é geradores Brownianos, ele é modelos matemáticos para determinar se houve churnning ou não, ele é balelas sobre o Risk management e sempre a tentar escamotear a realidade, ele é uma confusão atroz entre ordens de compra/venda com limite de preço e ordens ao mercado (ao melhor) com Bid e Ask à mistura e como fugir aos spreads de mercado e depois relacionar isto tudo com a execução de ordens sobre CFDs....
Enfim, um verdadeiro exercício de surrealismo que mais uma vez só beneficia quem quer claramente aqui neste forum branquear o comportamento da DIF na gestão de carteiras ou outras corretoras que de igual forma actuem.
Isto é tão simples que até enerva ver o nivel de complexidade e confusão que levantaram à volta disto.
Vamos lá ver se a malta se entende.
Negociar uma carteira de CFD´s sobre acções não é o mesmo que negociar uma carteira directamente sobre as mesmas acções.Um gestor com 100.000€ se for investir em acções só pode comprar títulos no valor máximo do capital que recebeu. Transforma assim liquidez em activos.
O mesmo gestor se for investir com CFD´s não tem esta restrição porque no fundo ele não está a comprar os CFDs com o dinheiro do cliente mas com dinheiro emprestado pelo MM.
Tendo em conta que a
exigência de margem dos CFDs em mercados liquidos anda em valores na casa dos
10% ou menos, significa que o gestor
com os mesmos 100.000€ pode numa assentada comprar CFDs no valor de 1.000.000€ ou mais. Ou seja
pode se alavancar 10X no mercado.
A
conta, que neste caso dos CFDs se chama conta margem, mantém se 100% em liquidez sendo que esse cash está cativo como colateral ao dinheiro emprestado pelo Saxo para comprar os ditos 1.000.000€ de CFDs.
Adicionalmente o cash está constantemente a ser ajustado com as perdas ou ganhos que as posições abertas tenham a cada momento.
È claro também que este milhao fica a pagar juros diarios.Se olharmos para a
conta do Nougud ( isto para não falar da minha onde a situação ainda é mais grave) a carteira tem sempre posições abertas em CFDs em valores muito superiores ao saldo da carteira.
Esta assim permanentemente alavancada, como é obvio.
Trabalhando
com um nivel de utilização da margem disponivel não superando aos 70% é muito facil estar permanentemente no mercado
alavancado 6 ou 7 vezes.
O que
resulta daqui é o seguinte:
Tendo em conta o exemplo dado e
numa situação de breakeven,
quando o tipo que investe em acções
fecha as posições o volume de negocio que gerou foi de 200.000€.( compras + vendas)
No caso do tipo que investiu em
CFDs, quando este fecha as posições gerou um volume de negocio de 2.000.000€.
È aqui que está todo o problema que eu reportei e é este efeito que a DIF usa para maximizar o fluxo de comissões.Senão vejamos:
Apesar daqueles spreads ou comissões (chamem-lhe o que quiserem) dos CFDs parecerem muito inocentes e até se poder alegar que se comparam com os valores de comissões no negocio de acções, o problema é que o efeito de alavancagem apresentado catapulta o valor total de comissões por negócio.
Voltando ao exemplo e tomando um comissionamento de 0,2%, nos 2 casos anteriores temos o seguinte:
1- Investimento em acções – comissões de transacção 200€ +200€
2- Investimento em CFDs - comissões de transacção 4000€ + Juros de financiamento( index+3%) considerando 1 mes de juros temos 4000+ 3300 = 7330€Temos num caso 400€ de comissões de transação e no outro 7330€ !!!!
Ambas as carteira rodaram apenas 1 vez só que no caso dos CFDs foi o equivalente a rodar 10 vezes o valor entregue ao gestor.
Ou seja
tudo roda à volta da alavancagem que permite gerar um volume de negocio brutalmente superior aquele que consigo investindo exclusivamente em acções é claro à custa dum aumento do risco na mesma proporção.
Volume de negocio significa comissões proporcionais.
Se olharem para a
conta do Nougud,
só no mes de Agosto de 2008 fez um
volume de negocios à volta dos 3,500.000€ ( O valor que ele apresenta só tem as aberturas de posição, se somar os fechos dará sensivelmente o dobro)
Tendo em conta que nesse mês a conta dele teve um saldo médio de
50.000€ foi como se tivesse
rodado a carteira
70vezes só num mês.
Se fossem CFD´s de cotadas europeias onde o spread é percentual e considerando um spread de 0,2%, teriamos só em comissionamento 7000€ ( 14% do valor da carteira).
Isto para não falar nos juros durante esse período que podiam ser algo da mesma ordem de grandeza ( o montante de juro pode baixar significativamente se o gestor fizer daytrade ou houver uma predominância de posições curtas).
Comparem este valor obtido num mês com as ditas comisões de gestão que aparecem no contrato ( comisão anual fixa de 1% e success fee de 20%)
A comissão fixa leva 1 ano até poder ser cobrada e pode dar neste caso qualquer coisa como 500 ou 600€ ( isto mantendo a carteira acima do breakeven o que não aconteceu)
O suscess fee ao fim de 1 ano de gestão, considerando uma mais valia hipotética de 30% ( 15.000€) seria qualquer coisa como 3000€.
As 2 comissões de gestão ao final de 1 ano somadas são apenas metade do comissionamento de trading conseguido num unico mês. È só para ver a disparidade das coisas.
Aquilo que o cliente pensa ser efectivamente os custos de gestão da sua carteira afinal são peanuts comparado com o que está a ser diariamente sacado da sua carteira com as comissões de trading.Volto a perguntar , a Dif tem carteiras de gestão onde não nogoceie CFDs?
Porque será?Continuem a acreditar nas balelas do Thorn....
A mistificação e as aldrabices / ignorância que por aqui tem sido vertidas é cabalmente desmentida pelos factos.
Fica aqui demonstrado que, ao gerir carteiras com CFDs, tenho uma forma facil de aumentar brutalmente o volume de negocio e dessa formar o comissionamento mas à custa de um risco estratosférido a que sujeito as carteiras dos clientes que inevitavelmente ficam condenadas no médio longo prazo a rebentar.
Mas enquanto durar a festa é dinheiro em caixa....
Quanto ao spread de mercado, possibilidade de juntar uma oferta ao bid ou ao Ask ( No fundo ordens limite)isso é indiferente para esta discussão:
A unica coisa que está garantida à cabeça é que o MM ganha pelo menos o spread adicional do CFD ( caso em que faz automaticamente o hedging no mercado regulamentado onde negoceia o activo subjacente) + os juros de financiamento das operações de compra/venda de CFDs. Estas 2 parcelas são posteriormente partilhadas com o parceiro de negócio através dos ditos Kickbacks.
A propósito vejam aqui uma boa definição do termo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Kickback_(bribery)Se o MM consegue ou não ganhar spreads de mercado isso tudo depende se ele faz hedging ou não de todas as posições o ou se faz internalização de ordens, etc.. No fundo é a gestão de risco do Saxo como MM de um produto OTC
Mas isso é um tema lateral, é o negocio do Saxo e já não reverte em proveito do parceiro.