Sim. O mais fácil é quando quiseres vender um activo com mais-valia venderes também (no mesmo ano) outro que tenha menos-valia. E depois podes voltar a comprar este último. Penso que em Portugal se pode fazer isso (mesmo que não seja permitido, parece fácil contornar isso).
Pensando melhor no assunto, não parece representar qualquer tipo de vantagem.
Ao vender a posicao perdedora, para contabilizar a menos-valia, estamos a baixar o seu custo de aquisição.
Logo, a vantagem é nula, é quanto muito um adiamento do imposto.
Potenciais vantagens:
-pode ser um a
diamento para o dia de Sâo Nunca à tarde. Vendes todas as posições que quiseres, umas com lucro, outras com prejuízo. Depois, das que queres manter, vendes parte do que tem prejuízo para limpar as mais-valias e tornas a reinvestir nisso (ou em algo semelhante).
Ao fim de vários anos, tens algumas posições ganhadoras que mantiveste a longo prazo e com mais-valias muito elevadas sobre as quais ainda não pagaste. À medida que os anos passam, manterás alguns investimentos que acumulam mais-valias elevadíssimas. Por exemplo, um fundo de acções emergentes daqui a 20 anos pode estar a valorizar 700% (basta subir 10,2% ao ano);
-
mesmo que pagues algum,
nunca pagas tudo. Se investires com posições a longo prazo, em qualquer momento tens algumas posições com mais-valias acumuladas. Haverá sempre uma parte adiada ad aeternum;
-em caso de
herança dá para limpar as mais-valias;
-por outro lado, com rendimentos compostos mesmo que acabes por pagar tudo,
quanto mais tarde melhor. Imagina que investes 1000 euros e tens uma valorização bruta de 10% durante 20 anos e que pagas 28% de imposto anualmente ou pagas 28% no fim sobre tudo. No primeiro caso chegas ao fim com 4017euros (10%-2,8%
=7,2% ao ano) e no segundo com 5124 euros (equivalente a
8,5% ao ano). E curiosamente, até pagaste mais euros de imposto no segundo caso, até o estado ganha (mas não os atuais políticos que, daqui a 20 anos, já não estarão no poleiro).