Em todo o caso, estamos ainda em terrenos de muita incerteza e dúvida face ao que o PR vai achar, quando a bola lhe for devolvida novamente para as mãos. Ou seja, com base nestes pressupostos que apontas, parece-me ainda bem possível que considere um Governo de Gestão (porque o acordo das esquerdas não cumpre os "requisitos mínimos" segundo a sua opinião, e seria pior ainda que uma solução de gestão por 6 meses)...
O problema principal com um Governo de Gestão é que obriga o país a entrar em duodécimos provavelmente sem a aplicação das medidas extraordinárias e pelo menos durante o 1º semestre de 2016 (até serem marcadas novas eleições).
Em termos económicos, isso significaria falhar por completo o Tratado Orçamental e meter o país à deriva.
É algo potencialmente muito mau. Acredito que possa mesmo ser pior do que a alternativa de um Governo PS.
A dúvida reside na questão se é ou não possível continuar a aplicar as medidas extraordinárias que vigoraram em 2015 num governo de gestão por este obrigar a que a despesa de um determinado mês seja igual à do mês homólogo (com as actuais medidas extraordinárias).
Mas sendo extraordinárias, elas também findam em 31 de Dezembro de 2015. O que significa que em 2016 não podem ser aplicadas.
Há manifestação de alguns constitucionalistas que indicam que é possível. Mas também há quem ache o contrário.
É uma matéria que o TC teria que ser chamado a pronunciar-se. E isso significaria mais um período de tempo para ser dado esse parecer.
Por isso, neste momento, acredito que o Presidente da República prefira nomear o António Costa como PM do que entrar por uma alternativa duvidosa e potencialmente destruidora.