Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 392720 vezes)

Joao-D

  • Visitante
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1480 em: 2015-11-04 00:36:58 »
Mais pontos que considero importantes para uma "boa governação à esquerda":

Respeito pelos compromissos europeus assumidos. O Presidente da República enumerou recentemente aquilo que considerava importante o novo governo respeitar, e o PS tem vindo a dizer, desde cedo, que estas questões não são hipóteses negociáveis no eventual acordo à esquerda. Em paralelo com essa ideia, interessa haver um esforço ao longo da legislatura para que as metas orçamentais sejam cumpridas, garantindo que os partidos assinantes do acordo não"roam a corda" ao mínimo pretexto.
...

O Cavaco tem falado dos compromissos europeus desde que pediu ao Passos para avaliar a possibilidade de formar governo, isso é sem duvida uma questão central para o Cavaco, mas se para haver acordo tivesse que estar escrito que CDU e BE tinham que respeitar os compromissos europeus, então acho que não haveria acordo nenhum.
BE e CDU rejeitam uma serie de compromissos europeus e já o repetiram depois das eleições, nomeadamente o Tratado Orçamental.
Eu só acho que isso pode não ser decisivo pq o que falam é que o PS vai para o governo sozinho. E como vai para o governo sozinho, na prática é só o PS que vai governar e pode garantir que vai respeitar os compromissos europeus.
Na minha opinião, o acordo de incidência parlamentar serve apenas para tirar a coligação de direita do governo e para garantir, de alguma forma, que o governo do PS não é depois derrubado, pelo menos durante uns meses, provavelmente um ano, até ao PS ter que apresentar o próximo orçamento de estado.
« Última modificação: 2015-11-04 00:55:03 por João-D »

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1481 em: 2015-11-04 01:58:18 »
Citar
Acordo à esquerda: já se conhecem as primeiras medidas

O JNegócios está a avançar as linhas gerais do acordo entre PS, PCP e BE, que pode ser fechado esta quarta-feira. TSU vai baixar para salários até 600€, pensões até 628€ terão aumento de 0,3%.

As linhas gerais do acordo entre PS, PCP e Bloco de Esquerda, que poderá ficar fechado esta quarta-feira, estão a ser avançadas pelo Jornal de Negócios na sua edição online. O mesmo jornal começou por noticiar que haverá uma reunião decisiva entre socialistas e comunistas e que o acordo está apenas dependente do “sim” final do PCP no que respeita ao grau de envolvimento dos comunistas numa solução de Governo.

Vamos então por pontos para se perceber o que já está fechado, segundo o Negócios.

IVA da restauração baixa — esta era uma bandeira comum aos três partidos, portanto ninguém teve de ceder. A ideia será repor o IVA da restauração nos 13% já no Orçamento para 2016. Já o IVA sobre a energia mantém-se inalterado, valendo aqui a posição dos socialistas

TSU desce só para salários até 600€ — o compromisso assumido pelo PS era a baixa generalizada da TSU, tanto para trabalhadores como para empresas. A medida que fica é portanto uma versão muito mitigada da inicial. A redução é feita faseadamente, em três anos, numa descida de 1, 3 pontos percentuais ao ano e só para os trabalhadores. Portanto, em 2016, a TSU para quem tem salários até 600€ baixa de 11% para 9, 7%. O corte é temporário. A partir de 2019, a TSU volta a subir. Ao contrário do que estava previsto no programa elaborado por Mário Centeno, esta redução na contribuição dos trabalhadores não terá efeitos nas pensões futuras dos mesmos, o que quer dizer que terá de ser o Orçamento do Estado a cobrir esse valor. O Jornal de Negócios refere que ainda não se sabe se os trabalhadores da Função Pública ficam abrangidos por este corte. Na proposta do PS ficavam de fora.

Pensões até 628€ atualizadas — o programa do PS previa apenas a subida das pensões mínimas, mas aqui PCP e Bloco levaram vantagem, conseguindo um aumento para as pensões até aos 628€, que estavam congeladas desde 2010. Este foi o limite abaixo do qual não houve cortes durante o Governo de Passos Coelho. Segundo o Jornal de Negócios, o aumento é indexado à inflação e pelas contas que o jornal fez, o aumento previsto para 2016 deve rondar os 0, 3%

Reposição integral dos cortes da Função Pública — fica confirmado o que já se sabia, que iria existir uma reposição integral dos cortes nos salários da Função Pública até ao final de 2016. Aqui o PS fez uma cedência no tempo em que a reposição vai ser feita. Em vez dos dois anos previstos, vai tudo acontecer num ano, mas não de uma vez. Depois cederam PCP e Bloco, que queriam a reposição imediata, mas que vai acontecer faseadamente: a cada trimestre, os funcionários públicos com salários acima dos 1500€ vão ver repostos 25% dos cortes

Outras medidas que já se conheciam eram a eliminação de metade da sobretaxa de IRS em 2016 e a outra metade em 2017 e a criação de um complemento salarial para trabalhadores pobres em sede de IRS — uma proposta do PS

IRC a mexer — no programa do PS apenas estava previsto parar a descida do IRC, mas segundo o que avança o Negócios, há outras alterações. Está prevista a subida do nível de participação mínima necessária para que os lucros distribuídos e recebidos fiquem isentos de IRC (ou seja, menos acionistas vão ter direito a isenção de IRC): era de 5% passa a 10%. Algumas das medidas que foram postas em marcha pela reforma fiscal de Lobo Xavier – e aprovadas por António José Seguro – vão ser revertidas, como os prazos para o reporte de prejuízos.

Há uma série de outras medidas que vão ser remetidas para a negociação em sede de concertação social. A saber:
medidas de combate à precariedade laboral como a penalização de empresas com excessiva rotatividade de trabalhadores ou a limitação do número e contratos a prazo;

diversificação do financiamento da Segurança Social, que inclui, por parte do PS, medidas como a criação de um imposto sucessório e alterações à TSU das empresas

imposto sobre heranças e grandes fortunas: nenhum vai avançar em 2016, o PS queria taxar as heranças, o PCP e o Bloco as grandes fortunas. Fica tudo para a concertação social.
http://observador.pt/2015/11/04/acordo-a-esquerda-ja-se-conhecem-as-primeiras-medidas/

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30962
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1482 em: 2015-11-04 02:36:24 »
Automek, entendo as tuas objecções, e percebo que para cada "medida" e "desejo" que eu possa enumerar encontram-se logo não sei quantas razões que justificam a sua não implementação, mas os "comos" devem ser reservados a quem faz as políticas---aos especialistas em cada área (que eu, manifestamente, não sou). Estou apenas a enunciar aquilo que espero de "um bom governo de esquerda" (já agora, concordo que há pontos "genéricos" que também seriam exemplos para um "bom governo de direita"---nada de anormal, dado que há aproximações entre os programas do PS e da coligação---e que há objectivos que são comuns).

As minhas propostas vão mais longe.

Eu proponho que sejam todos ricos e de boa saúde. Proponho também sexo de qualidade para todos, com pessoas sempre extremamente belas. Penso ainda que Portugal deveria levar à ONU uma proposta no sentido de se alcançar a paz mundial.

E já agora, proponho que as pessoas só trabalhem quando sentirem vontade, pois só nesse caso serão mais felizes e produtivas. Acho ainda que as grandes superficies devem ser obrigadas a baixar os preços para metade, em vez de se encherem com lucros indevidos. Se o Pingo Doce o fez é porque é possível fazê-lo e o resto são desculpas do grande capital.

----------

Um pouco à parte, propor menos impostos e mais rendimentos e o diabo a sete como estava ali para trás não faz sentido nenhum. É de um irrealismo sem limites, embora a população até acredite em tais coisas.

----------

Outra coisa, aquilo que achas que um bom governo deveria fazer é o que todos têm tentado fazer desde o 25 de Abril, excepto quando o FMI, malvado, os impede.
« Última modificação: 2015-11-04 02:38:24 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13562
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1483 em: 2015-11-04 02:38:46 »
Automek, entendo as tuas objecções, e percebo que para cada "medida" e "desejo" que eu possa enumerar encontram-se logo não sei quantas razões que justificam a sua não implementação, mas os "comos" devem ser reservados a quem faz as políticas---aos especialistas em cada área (que eu, manifestamente, não sou). Estou apenas a enunciar aquilo que espero de "um bom governo de esquerda" (já agora, concordo que há pontos "genéricos" que também seriam exemplos para um "bom governo de direita"---nada de anormal, dado que há aproximações entre os programas do PS e da coligação---e que há objectivos que são comuns).

As minhas propostas vão mais longe.

Eu proponho que sejam todos ricos e de boa saúde. Proponho também sexo de qualidade para todos, com pessoas sempre extremamente belas. Penso ainda que Portugal deveria levar à ONU uma proposta no sentido de se alcançar a paz mundial.

E já agora, proponho que as pessoas só trabalhem quando sentirem vontade, pois só nesse caso serão mais felizes e produtivas. Acho ainda que as grandes superficies devem ser obrigadas a baixar os preços para metade, em vez de se encherem com lucros indevidos. Se o Pingo Doce o fez é porque é possível fazê-lo e o resto são desculpas do grande capital.

----------

Um pouco à parte, propor menos impostos e mais rendimentos e o diabo a sete como estava ali para trás não faz sentido nenhum. É de um irrealismo sem limites, embora a população até acredite em tais coisas.

Eu  acredito nisso  quando tiver minas ouro / petrolio no quintal  8)
« Última modificação: 2015-11-04 02:40:17 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Zel

  • Visitante
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1484 em: 2015-11-04 05:54:20 »
esse artigo do JN nao tem suficientes medidas do lado da receita, ali ha gato

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1485 em: 2015-11-04 08:32:51 »
Um artigo de opinião interessante (não transcrevo porque tem vários gráficos e links)
A vantagem de ter Mário Centeno no governo

Qualquer dos quatro pontos parece bastante bons para estimular o emprego. Pena é que o BE seja tão anti-emprego.
Citar
1. descida da TSU para os trabalhadores, a fim de estimular formas de poupança alternativas à Segurança Social (mesmo que o programa do PS diga que é para estimular o consumo);

2. descida da TSU para as empresas (por contrapartida da diversificação de receitas da Segurança Social) para baixar os custos do trabalho, incentivando assim o emprego;

3. o processo conciliatório para cessação de contrato de trabalho, adicionando um novo mecanismo que aumenta a flexibilidade do mercado laboral (ideia importada da Alemanha);

4. o complemento salarial anual, um subsídio atribuído a trabalhadores cujas famílias tenham rendimentos abaixo de um determinado patamar. Ideia importada dos Estados Unidos, onde constitui uma das principais formas de combate à pobreza. Tem como objectivo apoiar trabalhadores de baixos rendimentos sem os efeitos perversos do salário mínimo.


O ponto 4. tem a particularidade de minimizar o que se tem falado tantas vezes aqui: a imoralidade de alguém trabalhar e ficar quase com o mesmo rendimento disponível que outra pessoa que não trabalha e recebe uma acumulação de apoios sociais.

tommy

  • Visitante
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1486 em: 2015-11-04 08:46:37 »
Mário Centeno se aplica as suas ideias, vai mais longe que a direita (e provavelmente com melhores resultados).

pcp e be aprovar isso? Esqueçam.  :D

Zel

  • Visitante
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1487 em: 2015-11-04 09:00:48 »
Mário Centeno se aplica as suas ideias, vai mais longe que a direita (e provavelmente com melhores resultados).

pcp e be aprovar isso? Esqueçam.  :D

acho que isso da TSU ja foi ao ar nas negociacoes com o BE, foi logo das primeiras coisas

5555

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5555
    • Ver Perfil

Tridion

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2928
    • Ver Perfil
    • Tridion.twitter.com
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1489 em: 2015-11-04 09:21:43 »
http://www.publico.pt/politica/noticia/afastamento-do-psd-do-centro-facilitou-acordo-a-esquerda-1713245


Por acaso acho o contrário, o PS teve que aliar-se à esquerda radical porque o PSD ocupou-lhe completamente o centro.
______________________________________
Bons Negócios
http://twitter.com/TridionTrader
http://theknownothinginvestor.com/

tommy

  • Visitante
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1490 em: 2015-11-04 09:23:32 »
Mário Centeno se aplica as suas ideias, vai mais longe que a direita (e provavelmente com melhores resultados).

pcp e be aprovar isso? Esqueçam.  :D

acho que isso da TSU ja foi ao ar nas negociacoes com o BE, foi logo das primeiras coisas

Ter que explicar as suas ideias a uma actriz e a um que não sabe a diferença entre 3% e 4% do défice.
Explicar ideias a 2 cassetes.

Deve ser lindo estas reuniões.  :D

Tridion

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2928
    • Ver Perfil
    • Tridion.twitter.com
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1491 em: 2015-11-04 09:27:40 »
"PS pressiona BE e PCP a concluírem acordo"

como eh que isto bate certo com as criticas ao cavaco por nao indigitar o costa?
a politica tem mentira a mais

E andam estes tipos a dizer que é uma perda de tempo porque vai cair. Perda de tempo ? Algum governo tem de haver, nem que seja em gestão. Nesse caso que seja o vencedor das eleições uma vez que ainda não há alternativa de governo no parlamento. Queriam que nomeassem o Costa para um governo de gestão enquanto não se entendia com os comunas ? Grandes aldrabões.

O Costa se não ceder ao PCP vai fazer uma enorme figura triste e sairá pela porta pequena do PS, o que seria mais do que merecido uma vez que foi o maior nabo político desde o 25 de Abril, ao perder a eleições mais fáceis que já se realizaram até hoje.


o PS veio hoje a publico ameacar o BE e PCP que sem acordo vao deixar a direita governar, haha
estao a ficar nervosos. as negociacoes nao podem estar a correr tao bem como andaram a dizer (mentir)


E olha quem veio logo a correr manifestar abertura a entendimentos...  Nervosos andam todos.

Amanhã, pelos vistos, há uma reunião supostamente decisiva para o acordo à esquerda.

---

Mais pontos que considero importantes para uma "boa governação à esquerda":

Respeito pelos compromissos europeus assumidos. O Presidente da República enumerou recentemente aquilo que considerava importante o novo governo respeitar, e o PS tem vindo a dizer, desde cedo, que estas questões não são hipóteses negociáveis no eventual acordo à esquerda. Em paralelo com essa ideia, interessa haver um esforço ao longo da legislatura para que as metas orçamentais sejam cumpridas, garantindo que os partidos assinantes do acordo não"roam a corda" ao mínimo pretexto.

Dinamização da Economia, do mercado de laboral e combate ao desemprego. Estancar a saída de jovens e mão-de-obra qualificada/especializada para o estrangeiro. Criar melhores condições de acesso ao mercado de trabalho para os jovens e para os desempregados de longa duração. Penalizar as políticas de contratação precária por parte das empresas. Terminar com as más práticas do Estado-empregador neste contexto.  Limitar o fosso das desiguldades nos salários---de modo a que não haja um desequilíbrio tão vincado entre quem ganha mais e quem ganha menos. Ter como meta o aumento do rendimento disponível das famílias, incidindo nas classes média e baixa, e contextualmente, em situações comprovadas de maiores dificuldades face ao contextos. Reposição de salários e pensões, e alivio da carga fiscal, pelo menos para os níveis próximos dos que existiam em 2011---reverter aquilo que o governo anterior decidiu fazer por sua exclusiva iniciativa, e que não estava previsto no memorando de entendimento com a Troika. Os aumentos da receita devem ser equacionados de outra forma, com impostos que incidam sobre rendimentos que não provenham exclusivamente do trabalho (capital e grandes fortunas na mira).


Essa retórica é muito interessante e concordo com ela a 100%. Diria que a sua implementação é que tem sido complicada, até porque muito do que está aí escrito é o que tem sido defendido pelos partidos da governação desde o 25 de Abril.

Parece que as políticas são sempre mal aplicadas ou mal interpretadas. Porquê é que achas que é desta vez que a união de esquerda, com o António Costa a PM, vão fazê-las funcionar?
______________________________________
Bons Negócios
http://twitter.com/TridionTrader
http://theknownothinginvestor.com/

5555

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5555
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1492 em: 2015-11-04 09:45:06 »
....ora aqui está a solução do "Queixadas".....eh.eh.... 8)

Citar
Passos disposto a ficar à frente de um governo de gestão

  Primeiro-ministro está a adaptar o programa à situação de Governo de minoria e está aberto a negociar com o PS. Mas já afirmou que continuará em gestão “até ser substituído”.

texto integral: http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-coelho-disposto-a-ficar-num-governo-de-gestao-1713228?frm=ult

Jsebastião

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1258
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1493 em: 2015-11-04 10:17:07 »
Automek, entendo as tuas objecções, e percebo que para cada "medida" e "desejo" que eu possa enumerar encontram-se logo não sei quantas razões que justificam a sua não implementação, mas os "comos" devem ser reservados a quem faz as políticas---aos especialistas em cada área (que eu, manifestamente, não sou). Estou apenas a enunciar aquilo que espero de "um bom governo de esquerda" (já agora, concordo que há pontos "genéricos" que também seriam exemplos para um "bom governo de direita"---nada de anormal, dado que há aproximações entre os programas do PS e da coligação---e que há objectivos que são comuns).

As minhas propostas vão mais longe.

Eu proponho que sejam todos ricos e de boa saúde. Proponho também sexo de qualidade para todos, com pessoas sempre extremamente belas. Penso ainda que Portugal deveria levar à ONU uma proposta no sentido de se alcançar a paz mundial.

E já agora, proponho que as pessoas só trabalhem quando sentirem vontade, pois só nesse caso serão mais felizes e produtivas. Acho ainda que as grandes superficies devem ser obrigadas a baixar os preços para metade, em vez de se encherem com lucros indevidos. Se o Pingo Doce o fez é porque é possível fazê-lo e o resto são desculpas do grande capital.

----------

Um pouco à parte, propor menos impostos e mais rendimentos e o diabo a sete como estava ali para trás não faz sentido nenhum. É de um irrealismo sem limites, embora a população até acredite em tais coisas.

----------

Outra coisa, aquilo que achas que um bom governo deveria fazer é o que todos têm tentado fazer desde o 25 de Abril, excepto quando o FMI, malvado, os impede.

Curioso... muitos dos pontos que foquei estão, de facto, de uma maneira ou de outra, presentes no artigo que está a anunciar as medidas em cima da mesa para acordo.

Não é verdade que todos têm tentado fazer isso desde o 25 de Abril. A excepção óbvia é este último governo de Passos Coelho, que foi mais além das exigências da Troika, evidenciando um consenso óbvio entre a sua ideologia neo-liberal e a vontade de seguir os mandamentos dos credores. Bem se queixa o Pacheco Pereira que os valores originais do PPD se perderam completamente neste último mandato.

Em todo o caso, ainda não terminei os pontos que quero abordar. Faltam a saúde, a educação e a tecnologia... (e o regresso do desenvolvimento do Simplex).

«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

zAPPa

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2377
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1494 em: 2015-11-04 10:23:07 »
....ora aqui está a solução do "Queixadas".....eh.eh.... 8)

Citar
Passos disposto a ficar à frente de um governo de gestão

  Primeiro-ministro está a adaptar o programa à situação de Governo de minoria e está aberto a negociar com o PS. Mas já afirmou que continuará em gestão “até ser substituído”.

texto integral: http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-coelho-disposto-a-ficar-num-governo-de-gestao-1713228?frm=ult

PPC já mudou de opinião.

http://www.rtp.pt/noticias/politica/passos-coelho-nao-vai-ficar-a-frente-de-um-governo-de-gestao_v869724
Jim Chanos: "We Are In The Golden Age of Fraud".

Local

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 15951
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1495 em: 2015-11-04 10:23:25 »
Foi para além da exigência da troika e mesmo assim não cumpriu com os objectivos propostos. :-\
Há por aí uma qualquer contradição...
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Jsebastião

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1258
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1496 em: 2015-11-04 10:24:37 »
Essa retórica é muito interessante e concordo com ela a 100%. Diria que a sua implementação é que tem sido complicada, até porque muito do que está aí escrito é o que tem sido defendido pelos partidos da governação desde o 25 de Abril.

Parece que as políticas são sempre mal aplicadas ou mal interpretadas. Porquê é que achas que é desta vez que a união de esquerda, com o António Costa a PM, vão fazê-las funcionar?

Não sei se vão ou não---mas quero que tenham a possibilidade de tentar. Mesmo que falhem os objectivos na maior parte das áreas (como é provável, não tenho grande ilusões), tenho a esperança que façam muito melhor do que eventualmente faria a Paf, que essa, sim, para mim falhou à grande nos últimos 4 anos.

«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

Jsebastião

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1258
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1497 em: 2015-11-04 10:29:19 »
Foi para além da exigência da troika e mesmo assim não cumpriu com os objectivos propostos. :-\
Há por aí uma qualquer contradição...

Dívida Pública.
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

tommy

  • Visitante
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1498 em: 2015-11-04 10:48:50 »
Essa retórica é muito interessante e concordo com ela a 100%. Diria que a sua implementação é que tem sido complicada, até porque muito do que está aí escrito é o que tem sido defendido pelos partidos da governação desde o 25 de Abril.

Parece que as políticas são sempre mal aplicadas ou mal interpretadas. Porquê é que achas que é desta vez que a união de esquerda, com o António Costa a PM, vão fazê-las funcionar?

Não sei se vão ou não---mas quero que tenham a possibilidade de tentar. Mesmo que falhem os objectivos na maior parte das áreas (como é provável, não tenho grande ilusões), tenho a esperança que façam muito melhor do que eventualmente faria a Paf, que essa, sim, para mim falhou à grande nos últimos 4 anos.

Problema de pessoas como tu, é que quando a esquerda voltar a falir o país - tu ou desapareces do fórum, ou começas com uma narrativa de que a culpa é da direita e do PEC IV, da Goldman Sachs, da Alemanha e dos mercados em geral.

Dizer que a direita "falhou à grande" quando teve 4 anos a limpar a merda que a esquerda fez é surreal.

Pior é que 62% pensa igual ou pior que tu. O que explicará as nossas próximas falências.

Local

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 15951
    • Ver Perfil
Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1499 em: 2015-11-04 10:50:17 »
Foi para além da exigência da troika e mesmo assim não cumpriu com os objectivos propostos. :-\
Há por aí uma qualquer contradição...

Dívida Pública.
Não percebi. O objectivo era ter o défice abaixo de 3% e com melhorias anuais. Nada disso foi cumprido e ainda acham que a austeridade foi excessiva e que o governo foi para além da troika.
Se há défice é normal que a dívida pública aumente. Não percebo a dúvida...
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu