Não, não posso argumentar com isso. Porque na questão do INC também estão salários, e está um "APENAS" em maiúsculas a apontar para um escalão específico.
Filhos e netos têm todos os pensionistas (passa o exagero na generalização).
Há qualquer coisa que não bate certo nesta ideia, ou nesta notícia, ou em qualquer interpretação que se tenha perdido algures no caminho.
Não ... não há nada que não bata certo -- isto acontece porque os cortes aconteceram essencialmente nos salários e pensões mais elevados (o que toda a gente parece esquecer), e portanto se repõem os cortes, repõem-nos onde aconteceram, ou seja, nos salários e pensões mais elevados.
Ah bom... isso é bem diferente de dizeres que "os salários e pensões que vão ser aumentados a sério são APENAS os mais elevados."
De qualquer forma, não conheço ainda o que vão fazer ao certo, nem as medidas paralelas que vão tomar em relação a rendimentos, pensões e impostos. Vamos aguardar. É cedo para estar a pegar em especificidades descontextualizadas e estar a fazer comentários.
É igual a injustiça de agora descerem o horário de trabalho de 40 para 35 horas só para alguns. Qual a lógica, ética, igualdade ou socialidade disso?
Nenhuma, estou de acordo contigo neste caso.
Jsebastião, simpatizo contigo porque eu também já fui esperançoso e acreditava em coisas porque queria acreditar. Se quiseres continuar assim, o melhor é deixares de frequentar este fórum porque se utilizares a racionalidade vai passar a concordar com muita coisa que por aqui é escrita.
E aí pufff acabaram-se o Pachecos, os Costas, as Catarinas, os Bagões e as ilusões em geral. Mas passas a ver mais claramente a realidade e aí garanto-te que começas a fazer muito mais dinheiro nos investimentos. Pelo menos foi assim comigo, mas isso vale o que vale...
Tridion, pela tua lógica, seria antes imensamente melhor para mim (no sentido Dante
iano do termo---"abandon all hope ye who enter here!") continuar a frequentar este fórum---afinal de contas, uma maneira de ficar "evangelizado" pela razão e pragmatismo dos seus frequentadores, e de perder crenças, ilusões e esperança, quando não todos os princípios ideológicos que, ao arrepio da matemática, fazem de mim uma alma perdida.
Fora de brincadeira, queria assegurar-te que concordo com muita coisa que por aqui é escrita (mesmo que as ideologias e as crenças dos intervenientes sejam diferentes das minhas), e se reparares bem nas minhas intervenções, não defendo cegamente os agentes políticos, ou sequer ideologias, quando considero que erram ou se desviam daquilo que considero que está certo. Há inúmeros casos para aí espalhados em que demonstro isso, e aceito de bom grado opiniões normalmente associadas a outros quadrantes políticos porque me identifico, contextualmente, mais com elas (a nossa própria democracia e sistema político, aliás, reflectem um caldeirão disforme de ideologias associadas a diversas orientações). Algo, que, curiosamente, não vejo (quase) mais ninguém a fazer por aqui (há algumas honrosas excepções a esta regra)---quando é para dar a mão à palmatória, preferem ficar em silêncio e passar a outros assuntos.
A propsósito da "esperança" com que acolho os próximos tempos---essa por enquanto (pelo menos) não em abandonou (nem é coisa que suceda por escolha própria, de resto), mas queria aqui recordar as dezenas ou centenas de intervenções, neste mesmo tópico, que vaticinavam a impossibilidade de um acordo do PS com o PCP, e que diziam que isso era "wishful thinking", e que quem imaginava tal cenário era o mais ignorante dos ignorantes, e não conhecia a irredutibilidade PCP, etc. etc. Estamos neste momento numa trajectória que aparentemente vai negar isso tudo. Ainda não é completamente certo, mas já houve um comunicado oficial do PCP a apontar para aí. É um primeiro grande sinal de que algo de facto mudou. Queria também recordar o resultado de uma sondagem que foi publicada hoje, e que nega de forma virtualmente absoluta a ideia de que os votantes no PS não queriam um acordo à esquerda (não perderam intenção de voto, até ganharam ligeiramente). São apenas dois pontos em que, afinal de contas, eu não estava no reino dos sonhos quando assumi as posições que assumi.