Em 14 de julho de 2021, Eduardo Oliveira e Silva dá-nos no jornal ‘I’, o triste retrato do nosso País, no vigésimo primeiro aniversário do vigésimo primeiro século d. C. Respigo para alfabetizados, a pintura mural e moral que para nossa desgraça Oliveira e Silva traça com verdade, sobre «o país que fomos e somos»:
«No ano 2000, ainda éramos uma promessa europeia, agora transformada num país à deriva. ( ) uma clique de gente ( ) esfrangalhou o país, ( ) organizou conluios, roubalheiras, golpadas e tudo o que se possa imaginar. ( ) Eram desonestos, ( ) eram incompetentes. ( ) Tentaram recompor-se, escondendo, comprando e vendendo a pataco para ocultar prejuízos e esconder ( ) o produto de desvios e as sobras das falências fraudulentas. ( ) Venda de milhões por tostões, cobertos pelos contribuintes e os depositantes bancários.
( ) Incharam até rebentar! Ao estoirar, espalharam sobre terceiros a amior parte da porcaria que fizeram, garantindo ( ) pés de meia nos colchões, nas offshores pessoais e em cofres espalhados pelo mundo. ( ) O facto, porém, é que muitos dos responsáveis pelos crimes, os seus facilitadores políticos e consultores passam incólumes por tudo isto.
Para dar um ar de eficácia, alguém (na justiça ou nas polícias) usa uma parafernália [tal] de equipamentos ( ) – motos, carrinhas escuras, escoltas, guarda-costas, pirilampos, sirenes, , metralhadoras, drones – [para] levar os suspeitos ao juiz de instrução ( ) enquanto cá fora jorram fontes que debitam notícias ao minuto. A justiça espectáculo disfarça incapacidades( ) Noutras latitudes, os que foram agarrados já foram ( ) julgados e condenados, Cá a procissão vai no adro.
A degradação dos regimes mede-se pela corrupção e a incapacidade da sociedade em estabelecer padrões de ética comummente aceites. Percebe-se bem que, por vezes, ( ) o povo seja invadido da vontade de tomar a Bastilha, num qualquer 14 de julho, em nome ( ) “liberdade, igualdade, fraternidade”.»