isso e tua Fe....
eu nunca gostei coisas centralizadas
tipo franca governo gordo e estado central manda naquilo
povo com pouco $
Comecemos pela educação. Todos os anos, milhares de professores têm de submeter — e submeter-se a — uma candidatura para um kafkiano processo de afectação de professores a escolas, que não raras vezes faz com que alguém de Bragança vá parar ao Montijo e alguém de Viseu a Alijó. Quando corre mesmo bem, apenas umas centenas de professores têm problemas com a sua colocação. Quando corre mal (recordemo-nos dos idos de 2004 e do episódio da Compta e da ATX, que atrasou o processo durante meses), a atribuição atrasa-se, até que sobram poucas semanas ou mesmo dias para que os professores façam as malas, aluguem uma casa no novo destino, se despeçam da família e rumem em direcção à escola que o algoritmo sito na 5 de Outubro deliberou. Acresce ainda que as escolas, a entidade empregadora de facto, nada têm a dizer. São entidades passivas em todo este processo
apenas indicando as suas necessidades. Aliás, segundo o último relatório PISA são mesmo das mais passivas de todos os países em análise, ocupando o fundo da lista no que concerne à autonomia das escolas na gestão dos seus recursos.Se alguém dissesse que era assim que funcionava nos EUA ou na Alemanha ninguém acreditaria. Ninguém no seu perfeito juízo, ou pelo menos que não tenha vivido na União Soviética, acreditaria que milhões de pessoas submetiam currículos para um qualquer ministério que depois distribuía as pessoas pelo país. E bem, porque de facto esta situação não se verifica em mais nenhum país do mundo Ocidental, com excepção da Bélgica e da Itália, que têm a atenuante desta afectação ser intra-regiões, pelo que ninguém do Vale d’Aosta acaba a leccionar em Nápoles, e muito menos alguém de Bruges se muda para Liège.
sendo prefessora nao sei porque gostas centralismo
Dizem os defensores (?) deste modelo que isto garante objectividade e previne cunhas. Eventualmente, mas não em Portugal. Na prática apenas torna a cunha um processo mais criativo. Não raras vezes as vagas são solicitadas à ACSS em função de uma pessoa específica que se espera vir a terminar a especialidade num determinado ano e local, e quando assim não é atribuem-se contratos nominais. Em bom rigor, isto não é exclusivo da saúde, e a academia é também terreno fértil para concursos com critérios, editais e períodos de candidatura feitos à medida de um determinado candidato. Recordemos, por exemplo, o inusitado editorial que tinha como critério preferencial a co-autoria de um livro muito específico. Coincidentemente, um dos co-autores desse livro decidiu concorrer à posição. Tudo dentro da lei, tudo fora de quaisquer padrões mínimos de ética.