As yields das treasuries a 3 anos sobem essencialmente devido ao que se espera da FED e ao que tem feito. Não são afectadas por juizos de riso de crédito (pois são uma suposta taxa sem risco). E SE o fossem (afectadas por medos quanto ao risco de crédito), então seriam negativamente afectadas (risco de crédito levaria a fraqueza económica, o que levaria a menores taxas de juro sem risco no futuro).
As taxas de juro a curto prazo (o prémio de risco por emprestar $$ a alguém) são influenciadas pela Fed que, por sua vez, sobe a taxa de referência, que é ajustada tendo por base a taxa de inflação que, de acordo com as estatísticas oficiais, encontra-se na zona alvo pretendida pela Fed. O que as taxas de juro mais longas 'prevêm' é que a inflação vai ser muito mais reduzida no futuro (elevado desemprego-> muitas oportunidades de investimento) e, como tal, a Fed terá que ajustar as taxas de referência em consonância, reduzindo-as.
Estas variações, reflectidas na tal yield curve, são a tradução do fluxo de capital: do presente (elevação das taxas de juro de curto prazo, para novos créditos a empresas e famílias -> menos capital para concessão de crédito) para o futuro (quando se espera que a economia volte a reerguer-se, supostamente depois de alguns créditos estourarem). É uma política de gestão de risco...
A 'paciência' do Powell deve-se justamente aos dados que indicavam que o crédito estava a 'secar'. Cancelando as subidas da taxa de referência e, eventualmente, com a sua redução, a Fed faz com que o fluxo de capital inverta o rumo, de novo para o presente. Ou pelos menos assim o espera...