Dá-me a ideia que, na beira do precipício, o BoJo pôs pé a fundo no acelerador e cheira-me que este seria o resultado esperado pelo BoJo, ao clarificar as posições que nos últimos meses têm empastelado o parlamento britânico. Os tories rebeldes são 'extirpados' do partido e o Corbyn é obrigado a tomar uma posição diferente do 'nem cozido, nem grelhado'. O partido do Farage ganhou as eleições europeias pelo que ao radicalizar a posição dos conservadores (e adoptar uma postura firme, totalmente oposta da de May), o BoJo recupera o eleitorado. Se o BoJo se demitir, o parlamento será chamado a formar um novo governo mas a oposição está dividida (o Corbyn quer referendo ou um acordo aduaneiro com a UE mas uma parte significativa dos trabalhistas quer Brexit; os liberais querem permanecer na UE) pelo que será provável eleições, onde os tories e o Farage poderão coligar-se. O BoJo pode ainda recusar-se, ou atrasar, o envio da legislação para a Rainha, assumindo que passará na câmara dos Lordes. O período de suspensão do parlamento não terá sido ao acaso...
A população também já deve estar farta deste circo pelo que preferirá uma saída, por mais dolorosa que seja, a adiar eternamente o que será inveitável.