Os imigrantes e até os refugiados, após algum tempo, tornam-se recursos de mão-de-obra, não os consomem. Tudo depende do grau de integração, ou até depende se eles querem ficar por cá.. Já os tripulantes talvez sim, consomem apenas, mas é uma questão de humanismo, e que eu saiba, Portugal não está no estado crítico tal que não possa receber mais alguns infectados. Criança... Tá bem tá. Enfim.
Não metas imigrantes e refugiados na mesma análise senão é impossível discutir a questão.
Além disso, quando aceitas um imigrante tens de aceitar todos os que quiserem vir, por uma questão de justiça no tratamento. Senão qual é o critério ? É quem chega primeiro ? É por origem ? É o que vem de barco (mas não de avião - como já aconteceu - ou de carro) ? E porque não ir buscar lá os que queiram vir, que até são os que nem sequer têm dinheiro para pagar a um traficante ?
E fazemos distinção no que queremos (por exemplo licenciados em áreas de que precisamos, investigadores altamente qualificados, etc.) ou vem tudo ?
Eu gostava que isto da imigração de fora da UE fosse discutido de forma lógica porque há enormes benefícios económicos potenciais, mas depois encalhamos sempre no pensamento mágico do "temos de salvar todos", cujo critério é "estar no meio do mediterrâneo" e percebe-se que ninguém quer discutir coisa alguma, só querem ficar bem na foto do pseudo-humanismo (e, além dos critério de imigração, eu não acho humanismo saber que a maioria não chega cá e não fico com a consciência mais aliviada por receber cá a minoria sabendo que a maioria fica lá na merda)
Tudo bem, separam-se as coisas: eu vejo um refugiado como aquele que foge do desespero, não precisa de estar a viver no meio de uma guerra civil declarada. Há perseguições, principalmente religiosas. Há o Boko Haram e o Daesh espalhados por África, etc. Na Líbia a coisa está complicada há muito tempo e eu sei, por razões de trabalho, que na Argélia e Marrocos as coisas já foram bem mais pacíficas. E portanto, nesse aspecto é óbvio que a grande maioria dos refugiados até fica é em locais mais próximos da origem, como o Chade e o Uganda referido pelo Reg ou no caso da Síria muitos ficaram na Jordânia e no Líbano, e até na Turquia. Mas isso não impede que os que conseguem chegar mais longe, até à Europa, seja por que motivo for, não sejam recebidos. É até injusto para com os países próximos que já receberam tantos.
Quanto aos imigrantes, e tendo em consideração o problema demográfico até que a Europa vive, acho que o foco deve ser a nível de organização e de integração, e claro de controlo, perceber o que essas pessoas querem vir fazer, se querem ficar ou se é apenas de passagem, etc. Sempre houve imigração, porque é que tantos chineses vieram para cá de avião abrir as suas lojas por todo o lado e está tudo bem, mas só porque outros só conseguem vir de bote já é para mandar de volta para trás? Ou os ricalhaços franceses e alemães e ingleses que vêm para cá viver do sol (o que é óptimo, claro, vêm gastar dinheiro para cá, apesar de inflacionarem as coisas). É esse o critério de quem é o imigrante que podemos aceitar? A cor da pele, a raça, a religião, a riqueza? Quem nos bate à porta com o objectivo de querer ficar, não vejo razão fundamental para não a abrir. Pelo menos no grau em que isso acontece em Portugal. E é importante que isto seja uma visão europeia, porque temos as fronteiras abertas. Devia haver um acompanhamento dessas pessoas, claro, devia ser evitado que se fechem em guetos impenetráveis, mas sei que isso é mais fácil de dizer ou fazer, mas para mim o foco deve ser em resolver esse problema, em vez de o evitar simplesmente. Mas gostava de ouvir algumas ideias. Porque a Europa precisa de gente, e essa gente precisa da Europa.