Eu, realmente, sou pela desigualdade social
de modo a que o mérito seja distinguido,
apreciado e premiado.
Adversativamente, entendo que todos devemos
ser tratados em igualdade perante o que a lei imponha.
Há a natureza, há a sociedade.
Uma e outra têm as suas leis.
As da natureza, invioláveis
As da sociedade, infringíveis.
O que há a zelar,
para lá de que a lei se cumpra,
- e de que seja justa e razoável! -,
é não perpetuar, infindável,
a desigualdade de «condições de partida»
de cada nova onda geracional de cidadãos.
E por aqui, alguma dificuldade técnica e política
pode levantar-se...
Sendo natural que cada um deseje o melhor para os seus,
e justo que legue à sua prole a riqueza, a educação
e a instrução que acumulou ao longo da sua vida,
já não será justo nem conveniente que esse tipo de desigualdade social
se aprofunde em detrimento da possibilidade de os mais desfavorecidos
terem também a sua oportunidade de singrarem na vida e
a melhorarem para si e para os seus.
Ora é este equilíbrio desenvolvimentista que é necessário acautelar,
permitindo que a desigualdade social de mérito e riqueza,
exista até ao ponto em que ela mais contribua
ao livre desenvolvimento de todos
sem agravar a condição de vida
dos mais desfavorecidos
socialmente.
Quanto às desigualdades naturais,
cumpre à sociedade impedir
a eliminação dos mais
fracos pelos mais
fortes,
sem no entanto, perverter
a ordenação do mérito
de cada um.