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Autor Tópico: 🦅 Um bom sítio para aprender línguas - neste caso, a língua latina  (Lida 17072 vezes)

Reg

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eu axo estam lixados  com aDN europeu

ADN  diz  portugal .....  nao tem pais independente....na europa


sul franca...  escocia.... bascos....  italia do centro!  galiza  nantes... ucrania!


nada disto tem pais independente



   so marrocos  e um pais!  LIVRE...dentro de uma ditadura!
« Última modificação: 2024-06-14 13:52:38 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Reg

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ADN europeu....de portugal

e de  paises  dentro de outros paises!



por ca nunca deram muito valor liberdade...porque sao filhos de povos dentro paises dos  outros

em liberdade so tem marrocos e ditadura



   so sobra ISRAEL ! 



do ADN de portugal para ser pais independente so sobra os judeus ! sem ser ditadura arabe


estoria judeus e ser pais  dentro imperio dos outros.....


   axo isto esta lixado

« Última modificação: 2024-06-14 13:59:58 por Reg »
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O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

I. I. Kaspov

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Sim, tb me parece q estamos todos lixados...   :(
Gloria in excelsis Deo; Qui docet, discit; Jai guru dev; There's more than meets the eye; I don't know where but she sends me there; Let's make Rome great again!
Oui, nous savons que la fin s'approche...

Reg

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somos  filhos de mae


com pai ausente de leste!


porque 3000 anos macho leste agarou femea do ocidente na iberia..em marrocos...na irlanda  e franca e italia centro  escocia


somos povo sem PAI









cor clara sao paises sem ~PAI

https://cache.eupedia.com/images/content/Haplogroup_I-borders.gif



« Última modificação: 2024-06-15 00:21:15 por Reg »
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I. I. Kaspov

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About German...
 
The Awful German Language by Mark Twain

polýMATHY

https://www.youtube.com/watch?v=9s-qWFhwM9o
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Reg

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imperio romano ocidente


e matriarcado!
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franca do sul

espanha OCIDENTAL


marrocos


tudo trocou de macho ha 3500 anos!


todos estes povos   sao deram origem portugal
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I. I. Kaspov

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Bem, se foi há 3500 anos, já foi há muitos anos!    ;D
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I. I. Kaspov

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The *Many* Languages of INDIA!

Langfocus

https://www.youtube.com/watch?v=MpPJ4Rr-5SQ
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What if Old Names for Gods had Survived into English?

Simon Roper

https://www.youtube.com/watch?v=QFj40kkLVTU
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A most curious problem...   :)

How Many Languages Are Needed To Travel Across Every Country?

LingoLizard

https://www.youtube.com/watch?v=IYTV5Q9c8k4
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What Etruscan Sounded Like - and how we know

NativLang

https://www.youtube.com/watch?v=wtzg5uEpiOI
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1 peq. texto sobre o comitativo:

«O caso comitativo é um caso gramatical que indica companhia. A preposição "com" tem uma função semelhante, mas este caso não deve ser confundido com o caso instrumental (que também corresponde à preposição "com", mas com sentido de instrumento).

No português, as únicas palavras declinadas no caso comitativo são os pronomes oblíquos "comigo", "contigo", "consigo", "connosco" (português de Portugal)/"conosco" (português do Brasil) e "convosco", e antigamente também as contrações co, coa, cos, coas, atualmente em desuso. Às formas latinas clássicas "mecum", "tecum", "secum", "nobiscum" e "vobiscum" (formadas pela sufixação da preposição "cum" ("com") ao ablativo dos pronomes) foi novamente adicionada, como prefixo, a preposição "com".»

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_comitativo
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E

«O caso instrumental (ou quinto caso) é um caso gramatical usado para indicar que um nome é o "instrumento" ou meio pelo qual ou com o qual o sujeito realiza ou efetua uma ação. No português, corresponde ao uso da preposição "com" (não se deve confundi-lo com o caso comitativo, que é formado pela mesma preposição), ou pelo verbo no gerúndio "usando" ("usando uma faca", "com uma faca"). Os pronomes oblíquos "comigo", "contigo", "consigo", "conosco" e "convosco" normalmente são usadas em sentido comitativo, mas podem também ter sentido instrumental.

Uma palavra declinada no instrumental pode ser um substantivo concreto ou abstrato. Por exemplo, na oração russa: "Я написал письмо ручкой." (escrevi a carta com uma caneta), a declinação do nome indica o seu papel instrumental – o nominativo ручка (caneta) tem a sua terminação modificada para se tornar ручкой (com/usando caneta).

O caso instrumental ocorre no sânscrito, no inglês antigo, no georgiano, no basco e nas línguas balto-eslavas. Um caso instrumental/comitativo é discutivelmente presente em turco e outras línguas altaicas, assim com em tâmil. As línguas urálicas utilizam o caso adessivo quando disponível, ou o caso locativo quando não, para indicar a mesma categoria. Como exemplo, a frase finlandesa kirjoitan kynällä não quer dizer "eu escrevo sobre uma caneta", mas sim "eu escrevo usando uma caneta", ainda que a terminação adessiva -llä seja utilizada.»

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_instrumental
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Parece haver ca. de 130 línguas europeias...   :-\


« Euroversals - Are all European languages alike?
NativLang
1,04 M de subscritores

 
705 486 visualizações  02/06/2017

Europe is full of languages! Actually, it may be full of ONE kind of language... Meet Standard Average European!


Subscribe for language: https://www.youtube.com/subscription_...

Be my patron: https://www.patreon.com/user?u=584038


~ BRIEFLY ~

First, meet Whorf. (Or meet again, for some of you...) After studying Hopi and comparing it to European languages, he's sure of two things: language shapes thought, and Europe's languages can be lumped together into a single "Standard Average European".

Is there such a thing as "S.A.E."? If so, what does it look like? Decades of debate followed over which languages belong and which don't, which languages are part of Europe's "periphery" and which are inside Europe's "core".

Debate gave way to data gathering: the EUROTYP program (ahem, sorry, programme). On the heels of that huge effort, research shifted to quantifiable efforts to identify and classify European languages against each other.

One key part of that shift was to identify features common to most European languages. Another was to identify which ones were uncommon among non-European languages. Haspelmath's work combined the two, bringing us 12 traits that defined Europe as a language area, plus a bunch of likely candidates for further traits.

We'll take a few of those traits and play a quick game of You Might Be A European! Then we'll map the 9 of the 12 features that had complete data to find out which languages counted as "Standard Average European". Which languages were revealed to be the linguistic heart of Europe? How European is English? What about Basque?

We'll wrap up with some thoughts SAE and the reasons for its existence, including a more recent note on the general scholarly opinion or trend in work on Euroversals.


~ CREDITS ~

Art, narration, animation and some music by Josh from NativLang

Doc full of sources for claims and credits for imgs, music and sfx:
https://docs.google.com/document/d/1l...»


https://www.youtube.com/watch?v=r_AJbEoArkU
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I. I. Kaspov

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Muito interessante, acerca da famosa obra:

Pliny the Elder: the Natural History

https://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Pliny_the_Elder/home.html
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I. I. Kaspov

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Um bom texto, de J. B. Pereira (de Piracicaba, SP) (https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/5092116)

«Textos Gramática e Ortografia

ORIGEM E EVOLUÇÃO DO LATIM

O latim deriva de línguas arcaicas faladas na região do Lácio antes da fundação da cidade de Roma, principalmente o osco, o umbro e o etrusco, consolidando-se gramaticalmente a partir do século III a.C. Do local de origem (Lácio = Latium, no idioma deles) provém o nome LATIM.

No apogeu do império romano, sofreu muita influência do idioma grego, predominante então na região do mediterrâneo. Teve seu período clássico entre os anos 81 a.C e 17 d.C., época dos principais escritores latinos: Cícero, César, Vergílio, Horário, Ovídio, Tito Lívio, dentre outros.

As guerras de conquistas do exército romano levaram o latim popular, falado pelos soldados romanos, para outras regiões da Europa, onde interagindo com idiomas locais, deu origem às atuais línguas neolatinas.

Como acontece em todo idioma, havia a língua gramaticalmente correta dos literatos e a língua popular, falada pelo povo de pouca instrução e sem preocupação com a correção gramatical. Foi esta última que se espalhou pela Europa e, no caldeirão dos dialetos regionais, comandou a formação das linguas neolatinas, inclusive o português.

O português foi o resultado da mistura do latim com o galego, principal lingua falada na região do Condado Portucalense, que hoje corresponde a Portugal. Foi uma das linguas derivadas do latim que mais demorou a se formar, sendo provavelmente este o motivo de ser o português tão dessemelhante ao latim, diferentemente das outras línguas neolatinas, que mais se aproximam da origem, sobretudo o romeno.

O latim literário continuou a ser adotado e utilizado durante muitos séculos pelos escritores cristãos, mesmo depois de não ser mais falado como linguagem corrente na sua região de origem. E por influência dos monges, o latim era utilizado também como idioma dos intelectuais, filósofos e cientistas, que escreviam suas obras em latim, pela facilidade de serem lidos em qualquer parte da Europa. Somente a partir do século XVII, a literatura filosófica e científica passou a ser produzida em língua vernácula.

Atualmente, o latim é a língua oficial da Igreja Católica, utilizado na produção dos documentos oficiais do Vaticano, seja da Cúria Romana, seja das entidades agregadas. As Universidades Pontifícias de Roma, por exemplo, expedem seus Diplomas em latim ainda hoje. Os documentos oficiais da Igreja Católica, originalmente escritos em latim, são imediatamente traduzidos no próprio Vaticano e distribuídos pelos diversos países já no idioma de cada país.

Para não citar apenas exemplos distantes, eu próprio, nos anos de 1969/1970, aqui no Ceará, estudei filosofia em livros escritos em latim, editados na Itália.

Fora das instituições eclesiásticas, a língua latina continua a ser adotada na notação científica dos seres vivos, além de ter uso esporádico no ambiente forense.

LIÇÃO N. 2

•   ALFABETO LATINO: COMPOSIÇÃO E PRONÚNCIA DAS LETRAS

O alfabeto latino primitivo era composto de 21 letras, ou seja, o mesmo alfabeto português atual, excluindo-se o J, o V e o Z, mas incluindo-se o K. As letras I e U tinham valores ora de consoante, ora de vogal, conforme o contexto fônico do vocábulo. Por exemplo, o I e o U tinham valor de consoante quando vinham precedendo uma vogal, em qualquer posição na palavra. Nos demais casos, tinham valor de vogal.

O sinal K foi logo no início aceito, por influência do grego. Também pela mesma influência, a fim de facilitar as transcrições literárias, foram incorporados os sinais Y e Z, sendo que o Y era sempre vogal. Mais tarde, lá pelo século XVI, foram incorporados à escrita latina também os sinais J e V, certamente por influência das próprias linguas neolatinas, então já existentes. Este assunto, no entanto, não é ponto pacífico entre os gramáticos.

Outra que é motivo de controvérsias é a pronúncia do latim. A mais difundida, na época do ensino do latim no Brasil (até a década de 60), era a pronúncia eclesiástica, com forte acento italiano, por influência dos padres da Igreja Católica.

Os estudiosos da gramática comparativa, na área de linguística, tentaram construir uma pronúncia do latim mais original, sendo esta chamada de pronúncia restaurada. Há ainda a pronúncia aportuguesada, que também foi utilizada no Brasil na época do ensino do latim nas escolas.

Essas informações têm aqui apenas caráter ilustrativo, já que não teremos condição de praticar a pronúncia. Para efeitos práticos, sugiro que se adotem os mesmos valores fonéticos das letras na pronúncia portuguesa, observando-se as seguintes particularidades:

a) as vogais mantêm sempre seu som original, em qualquer posição que ocupem no vocábulo, evitando-se pronunciar o “o” como “u” e o “e” como “i” no final das palavras;

b) os ditongos “ae” (æ) e “oe” pronunciam-se como “e”;

c) a sílaba “ti”, quando não for tônica nem precedida por “s”, será pronunciada como “ci”;

d) a letra “x” tem sempre o som de “ks”, como na palavra “fixo”;

e) o grupo “ch” tem sempre o som de “k”;

f) os conjuntos “qu” e “gu” pronunciam-se sempre como se houvesse um trema no “u”;

g) o grupo “ph” tem o som de “f”.

Não há acentos gráficos em latim, porém em alguns livros se usavam os mesmos acentos do português, a fim de facilitar a leitura. No nosso caso, usaremos quando houver necessidade para exemplificar a pronúncia. Como regra geral, atente-se para o fato de que não existem palavras oxítonas em latim, a não ser aquelas de uma sílaba só. Havendo dúvida, deve-se consultar o dicionário.

Convém observar que há divergências entre os gramáticos quanto a algumas das informações acima expostas. Vocês poderão encontrar pequenas variações, dependendo do autor da gramática que pesquisarem. Isso é bastante compreensível, uma vez que não se sabe exatamente como era pronunciado o latim, porque a pronúncia original não foi conservada, mas sofreu influências ao longo dos séculos.

LIÇÃO N. 3

•   ESTRUTURA DAS PALAVRAS

O latim é uma língua embasada fundamentalmente na sintaxe, ou seja, na função relativa que as palavras ocupam nas frases. Em razão disso, a maioria das palavras latinas são compostas de uma parte fixa (radical) e uma parte variável (terminação ou desinência), excetuados os advérbios, preposições e conjunções. A terminação ou desinência varia de acordo com a função sintática da palavra. Por isso, diz-se que o latim é declinável.

Todas as palavras variáveis (excetuados os verbos) são classificadas em cinco declinações, cada uma com seis casos. Os verbos classificam-se em quatro conjugações. Os 'casos' indicam a função sintática da palavra e a 'declinação' indica o agrupamento de palavras em torno de um tema que caracteriza a sua formação morfológica. Cada declinação tem suas desinências próprias tanto no singular quanto no plural.

Os seis casos são os seguintes:

a) nominativo – quando a palavra é sujeito ou predicado deste;

b) genitivo – é o adjunto ou complemento restritivo, em geral, regido pela preposição 'de';

c) dativo – quando a palavra é objeto indireto de um verbo;

d) acusativo – quando a palavra é objeto direto de um verbo;

e) vocativo – é um chamamento ou interpelação;

f) ablativo – é um adjunto adverbial indicando tempo, lugar, modo, causa, instrumento, quase sempre regido pelas preposições 'em', 'com', 'por'.

As declinações são identificadas pela desinência do genitivo singular, desta forma:

a) genitivo singular em 'ae' (æ) – 1a. Declinação;

b) genitivo singular em 'i' – 2a. Declinação;

c) genitivo singular em 'is' – 3a. Declinação;

d) genitivo singular em 'us' – 4a. Declinação;

e) genitivo singular em 'ei' – 5a. Declinação.

Por exemplo: no dicionário, você encontra a palavra 'águia' assim 'aquila, ae', indicando que pertence à primeira declinação. A palavra 'bom' está escrita 'bonus, i', indicando que é da segunda declinação. A palavra 'trabalho' está assim 'labor, is', indicando que é da terceira declinação. E assim por diante.

Outras observaçoes importantes:

a) em latim, não há artigos definidos ou indefinidos, contudo na hora da tradução deve-se adotar o correspondente em português, conforme o sentido;

b) além dos verbos, também alguns adjetivos e todas as preposições têm regência sobre as palavras que os acompanham, interferindo assim na sua desinência.

A seguir, apresentarei alguns exemplos práticos e exercícios.

LIÇÃO N. 4

EXEMPLOS EXPLICADOS

Do que já apresentamos até aqui, conclui-se que o “caso” indica a função sintática da palavra na frase. Vejamos alguns exemplos.

Analisemos a frase seguinte:

AQUILA VOLAT. (pronúncia: áquila vólat), Teremos:

aquila, ae – substantivo da 1a. Declinação (águia)

volat – 3a pessoa singular do verbo “volare” (voar).

Tradução: A ÁGUIA VOA.

Note que, em latim, não há artigos, mas na tradução deve-se colocar. No caso, poderia ser também UMA ÁGUIA VOA, mas em algumas situações não se pode trocar o artigo sem causar algum conflito.

Agora, uma pergunta clássica: quem voa? Resposta: a águia, portanto, águia é sujeito e sendo sujeito, fica no caso nominativo.

Outro exemplo: AQUILAM HABEO. (pronúncia: áquilam hábeo), Teremos:

aquila, ae – substantivo da 1a. Declinação (águia)

habeo – 1a pessoa singular do verbo “habere” (ter). Tradução:

Eu tenho a águia (ou uma águia).

Agora, vamos às perguntas: 1 quem tem a águia? Resposta: eu (sujeito oculto); 2. o que eu tenho? Resposta: a águia (uma águia) (objeto direto do verbo ter). Portanto, sendo águia objeto direto, vai para o caso acusativo, mudando sua desinência ou terminação para “aquilam”.

Mais um exemplo: ALA AQUILÆ (=ALA AQUILAE) (pronúncia: ála áquileh). Coloquei este 'h' no final para lembrar que o 'e' não deve ser pronunciado como 'i'. Teremos:

aquila, ae (explicado acima)

ala, ae – substantivo da 1a. Declinação (asa). Tradução:

A ASA DA ÁGUIA. A expressão “da águia” é um complemento restritivo de “asa”, regido pela preposição “de”. Por isso, fica no caso genitivo (aquilae), enquanto “ala” permanece no caso nominativo (forma original).

Examine agora a seguinte frase:

ALAM AQUILAE VIDEO. (pronúncia: álam áquileh vídeo).

Sendo “video” a 1ª pessoa singular do verbo “videre” (ver), diremos que a tradução será:

EU VEJO A ASA DA ÁGUIA. Por que? Vamos às perguntas clássicas:

pergunta 1 – quem vê? Resposta: eu (sujeito oculto);

pergunta 2 – o que eu vejo? Resposta: a asa (objeto direto);

pergunta 3 – asa de quem? Resposta: da águia (complemento restritivo);

Portanto:

eu – sujeito oculto, pode até ser omitido na tradução;

asa – objeto direto, vai para o caso acusativo (alam);

da águia – complemento restritivo, vai para o caso genitivo (aquilae)

A título de fixação, proponho os seguintes exercícios inspirados nos exemplos acima:

Faça a tradução e a análise sintática das frases seguintes:

•   Habeo mensam et cathedram.

•   Rosa pulchra est.

•   Puella habet rosam pulchram.

•   Video puellam et rosam.

•   Avia puellae cantat.

•   Puella dat rosam aviae.

•   Historia magistra vitæ est.

Glossário auxiliar:

Substantivos – mensa (mesa), cathedra (cadeira), pulchra (bela), puella (garota), avia (avó), magistra (mestra);

Verbos – est (é), habet (tem), cantat (canta), dat (dá).

LIÇÃO N. 5

•   OUTRAS CARACTERÍSTICAS GRAMATICAIS DO LATIM

a) Regência – além dos verbos, que regem seus complementos de forma direta (objeto direto - acusativo) ou indireta (objeto indireto – dativo), também as preposições possuem regência sobre as palavras a ela subordinadas. Algumas preposições regem com acusativo, outras, com ablativo, outras regem ora com acusativo, ora com ablativo.

Esta é apenas uma informação preliminar, não há necessidade de memorizar cada situação, porque os dicionários registram isso, basta consultá-los.

Importa salientar que o objeto indireto (dativo) não é preposicionado, diferentemente do que ocorre no português, onde o objeto indireto vem sempre com uma preposição.

b) Gêneros das palavras – são três os gêneros. Além do masculino e do feminino, há o gênero neutro. O neutro refere-se sempre a objetos, nunca a pessoas. Mas o masculino e o feminino podem referir-se a pessoas e objetos.

O exemplo mais característico é o dos adjetivos triformes, que têm uma forma para cada gênero. Ex: bonus (bom), bona (boa), bonum (bom ou boa, para seres do gênero neutro).

c) Número das palavras – são dois: singular e plural, igualmente ao português.

d) Categorias gramaticais – dividem-se as palavras em três categorias:

1.   conjugáveis – verbos;

2.   declináveis – substantivo, adjetivo, pronome e alguns numerais;

3.   indeclináveis – advérbios, conjunções, preposições, interjeições.

e) Observações importantes:

1.   Não há artigos.

2.   Algumas formas verbais, além de conjugáveis são também declináveis (ex: os particípios)

3.   O verbo vem, em geral, no final da frase.

4.   Quando o verbo requer dois complementos, o indireto vem antes do direto.

5.   O adjetivo que qualifica um substantivo acompanha o caso gramatical deste e o antecede.

LIÇÃO N. 6

PRIMEIRA DECLINAÇÃO

A primeira declinação em latim abrange as palavras terminadas em ‘a’ no nominativo e que no genitivo têm a desinência 'ae' (‘æ’). Isto se aplica aos substantivos, adjetivos e à forma feminina dos particípios passados dos verbos.

Exemplos:

‘insula’ (pronúncia: ínsula) = ilha;

‘incola’ (pron: íncola) = habitante;

‘rotunda’ (pron. paroxítona) = redonda;

‘deducta’ (paroxítona) = deduzida.

'laudata' (paroxítona) = louvada.

Seguindo a regra já exposta anteriormente, temos em ‘insula’ o radical ‘insul’ e a desinência ‘a’; em ‘incola’, o radical é ‘incol’ e a desinência ‘a’. Ou seja, na hora de declinar, o que vai alterar é apenas a desinência.

Casos da primeira declinação   Singular   Plural

Nominativo   insula   Insulæ

Genitivo   insulæ   Insularum

Dativo   insulæ   Insulis

Acusativo   insulam   Insulas

Vocativo   insula   Insulæ

Ablativo   insula   Insulis

Exemplos:

•   A ilha é redonda. – Insula rotunda est.

Comentários: insula = sujeito; rotunda = predicativo do sujeito; ambos, pois, vão no nominativo.

•   O habitante da floresta – Silvæ incola (ou 'incola silvae').

Comentários: não há artigos em latim; silvæ = da floresta, complemento restritivo, portanto, vai para o genitivo.

•   O agricultor dá água às filhas. – Agricola filiis aquam dat.

Comentários: filiis = às filhas, objeto indireto, vai para o dativo plural; aquam = agua, objeto direto, vai para o acusativo; agricola = agricultor, sujeito, vai no nominativo.

•   Vejo o marinheiro. - Nautam video.

Comentários: nautam = o marinheiro, objeto direto, vai para o acusativo.

•   Perigo nas ilhas. – Periculum in insulis.

Comentários: A preposição ‘in’ (em, no, na, nos, nas) sempre rege ablativo, ou seja, a palavra a ela vinculada vai para o ablativo. Daí a forma ‘in insulis’ (abl.plural).

LIÇÃO N. 7

PARTICULARIDADES DA PRIMEIRA DECLINAÇÃO

Inicialmente, convém lembrar que os gêneros das palavras em latim nem sempre corresponde ao que elas são em português. Na primeira declinação, com terminação ‘a’ no nominativo e ‘æ’ no genitivo, a maioria das palavras é do gênero feminino em latim, mas não todas.

Há também as terminadas em 'a' que são do gênero masculino, como por ex: ‘incola’ (pron: íncola) = habitante; ‘nauta’ = marinheiro; ‘athleta’ = atleta; ‘agricola’ (pron: agrícola) = agricultor; ‘pöeta’ = poeta (note-se que esta palavra tem um trema no ‘o’, para evitar que seja pronunciado ‘e’, assim como em ‘coelum’, que se pronuncia célum’).

Há ainda aquelas palavras que só existem na forma plural, não têm singular, como por ex:

‘Nuptiæ’ (pron: núpcie) = núpcias; ‘divitiæ’ (pron: divície) = riquezas; ‘Athenae’ (pron: aténe) = Atenas (a cidade grega).

Há algumas palavras que têm um sentido no singular e outro diferente no plural. Por ex: ‘copia’ (pron: cópia) = no singular, abundância; já ‘copiæ’ (pron: cópie) = no plural, tropas, exército; ‘littera’ (pron: lítera) = no singular, letra; ‘litteræ’ (pron: lítere) = no plural, carta, correspondência;

Há também dois casos excepcionais em que não se faz o genitivo em ‘æ’, como é a regra. São duas expressões do latim arcaico, que se conservaram pela tradição. São elas:

‘paterfamilias’ e ‘materfamilias’, respectivamente, pai de família e mãe de família, que são consideradas corretas ao lado de ‘pater familiæ’ e ‘mater familiæ’, as formas que seguem a regra gramatical.

É curioso notar que não há palavras do gênero neutro na primeira declinação. Só há palavras masculinas ou femininas.

É oportuno observar ainda que a língua latina é muito pródiga em exceções. Neste estudo, evitarei descer a muitos detalhes, destacando apenas algumas formas excepcionais mais usadas.

Pequeno glossário da primeira declinação:

Ancilla (f., pron: ancíla) = escrava;

Ara (f.) = altar;

Cicada (f., pron: cicáda) = cigarra;

Magistra (f.) = mestra, professora;

Ostia (f., pron: óstia) = porta;

Iracundia (f., pron: iracúndia) = cólera, indignação.

Ostiaria ancilla (pron: ostiária ancíla) = porteira;

Regina (f.) = rainha

Pirata (f.) = pirata

Fenestra (f.) = janela

Lætitia (f., pron: letícia) = alegria

Umbra (f.) = sombra

Procella (f., pron: procéla) = tempestade

Silva (f.) =floresta

Schola (f., pron: scóla) = escola

Angustiæ (f., pron: angústie, usa-se só no plural) = desfiladeiro

LIÇÃO N. 8

EXERCÍCIOS DA PRIMEIRA DECLINAÇÃO

Traduzir:

•   Historia est magistra vitae.

•   Britania est insula Europae.

•   Minerva erat dea sapientiae.

•   Victoria est semper causa laetitiae.

•   In silvis est sempre aqua.

•   Sapientia est domina et regina vitae.

•   Artemisia erat regina Cretae.

•   Rarae sunt verae amicitiae.

•   Fortuna est insana et caeca.

•   Ubi concordia, ibi victoria semper est.   GLOSSÁRIO:

Magistra – mestra

Insula – ilha

Dea – deusa

Silva – bosque, floresta

Sapientia – sabedoria

Domina – senhora

Regina – rainha

Amicitia – amizade

Caeca – cega

Ubi – onde

Ibi – ali

•   Sicilia erat patria nautarum et agricolarum

•   In silvis est copia herbarum.

•   Statuae dearum sunt aureae.

•   Uva matura non est acerba.

•   Araneae et formicae sunt sedulae.

•   Mira est patientia agricolarum.

•   Comae incolarum Africae nigrae et crispae sunt.

•   Olim medicina fuit scientia paucarum herbarum.

•   Luna et stellae sunt rotundae.

•   Magnae coronae ornant aras dearum.   Nauta – marinheiro

Agricola – agricultor, camponês

Copia – multidão, grande quantidade

Herba – erva, planta

Acerba – azeda, ácida

Aranea – aranha

Formica – formiga

Sedula – diligente, trabalhadora

Mira – admirável

Coma – cabeleira

Olim – outrora

Luna – lua

Stella – estrêla

Rotunda – redonda

Corona – coroa

Ara – altar

LIÇĂO N. 9

TÓPICOS DE MORFOLOGIA VERBAL

Antes de apresentarmos as conjugaçőes verbais propriamente ditas, será necessário entender algumas regras gerais, aplicáveis a todas elas.

A identificaçăo dos verbos nos dicionários se faz pela compreensăo dos seus tempos primitivos, que săo:

1a. pessoa do singular do indicativo presente;

2a. pessoa do singular do indicativo presente;

1a. pessoa do singular do pretérito perfeito;

supino;

infinitivo.

Esta notaçăo verbal latina tem tripla finalidade: 1. reconhecer a conjugaçăo do verbo; 2. distinguir os verbos regulares dos irregulares; 3. indicar os radicais formadores dos demais tempos e modos do verbo.

Exemplificando com um verbo regular (laudare = louvar):

laudo - 1a. pessoa do singular do indicativo presente;

laudas - 2a. pessoa do singular do indicativo presente;

laudavi - 1a. pessoa do singular do pretérito perfeito;

laudatum - supino;

laudare - infinitivo.

Exemplificando com um verbo irregular (legere = ler)

lego - 1a. pessoa do singular do indicativo presente;

legis - 2a. pessoa do singular do indicativo presente;

legi - 1a. pessoa do singular do pretérito perfeito;

lectum – supino;

legere = infinitivo.

Analisando os dois exemplos, constata-se um padrăo sequencial no primeiro caso ('laud-') em todos os tempos apresentados. Essa é uma característica dos verbos regulares. No segundo exemplo, năo há o radical padrăo ('leg-') em todos os tempos primitivos, sendo assim um verbo irregular.

Em razăo disto, quando se trata de um verbo regular, os dicionários năo repetem o radical, mostrando apenas as desinęncias, já que o radical será constante. Assim, o verbo 'laudare', no dicionário, aparece: 'laudo, as, avi, atum, are', e deste mesmo modo em todos os regulares. Quanto se trata de um verbo irregular, o dicionário apresenta a desinęncia dos tempos em que se repete o radical e dos demais, a forma inteira. No nosso exemplo, seria assim: 'lego, is, lexi, lectum, ere'.

Para melhor compreensăo, sugiro que tomem um dicionário e consultem os seguintes verbos, apontando os regulares e os irregulares, colocando os resultados na lista para conhecimento de todos:

1. MANEO; 2. MONEO; 3. LABORO; 4. CREDO; 5. PARCO; 6. SURGO; 7. DELEO; 8. LATRO; 9. DO; 10. CANO.

Um verbo irregular de largo uso corrente é o verbo ESSE (SER), cujos tempos primitivos săo: SUM, ES, FUI, ESSE. (Năo tem supino). Este verbo, por ser de ligaçăo, năo possui objetos, mas predicativos, que seguem o mesmo caso do sujeito. Os verbos transitivos podem reger um objeto direto (=acusativo) ou indireto (=dativo) ou ambos.

LIÇĂO N.10

DERIVAÇÕES VERBAIS (1)

Partindo dos tempos primitivos, estudados na lição n. 9, iremos construir os demais tempos verbais. Nesta lição, analisaremos os tempos verbais derivados do presente, tomando como referência os verbos estudados na lição anterior. Visto não haver ali nenhum verbo da 4a. conjugação, tomaremos como exemplo o verbo 'audio' (ouvir).

É necessário, inicialmente, identificar o radical do verbo, isolando-o da sua desinência. Como regra geral, diremos que o radical termina na última consoante. Por ex: moneo = radical - mon; deleo = radical - del; credo = radical - cred; audio = radical - aud. Ao radical, são acrescentadas as desinências específicas para a formação dos demais tempos, conforme explicado a seguir.

Os tempos derivados do radical do presente são os seguintes:

1. imperfeito do indicativo, acrescentando-se as desinências correspondentes às conjugações, a saber: 1a. conj - abam; 2a. conj - ebam; 3a. conj - ebam; 4a. conj - iebam. Exemplificando com um verbo de cada conjugação:

1a. conjugação - 2a. conjugação - 3a. conjugação - 4a. conjugação

labor-abam - mon-ebam - cred-ebam - aud-iebam

labor-abas - mon-ebas - cred-ebas - aud-iebas

labor-abat - mon-ebat - cred-ebat - aud-iebat

labor-abamus - mon-ebamus - cred-ebamus - aud-iebamus

labor-abatis - mon-ebatis - cred-ebatis - aud-iebatis

labor-abant - mon-ebant - cred-ebant - aud-iebant

(correspondendo, respectivamente, a trabalhava, avisava, acreditava, ouvia)

2. futuro do presente, com as seguintes desinências:

a) 1a. conj - abo, abis, abit, abimus, abitis, abunt;

b) 2a. conj - ebo, ebis, ebit, ebimus, ebitis, ebunt;

c) 3a. conj - am, es, et, emus, etis, ent;

d) 4a. conj - iam, ies, iet, iemus, ietis, ient.

(correspondendo, respectivamente, a trabalharei, avisarei, acreditarei, ouvirei)

3. presente do subjuntivo, com as seguintes desinências:

a) 1a. conj - em, es, et, emus, etis, ent

b) 2a. conj - eam, eas, eat, eamus, eatis, eant;

c) 3a. conj - am, as, at, amus, atis, ant;

d) 4a. conj - iam, ias, iat, iamus, iatis, iant.

(correspondendo a 'que eu trabalhe', avise, acredite, ouça)

4. participio presente, com as seguintes desinências:

a) 1a. conj - ans; 2a. conj - ens; 3a. conj - ens; 4a. conj - iens

(correspondendo a trabalhante (trabalhador), avisante, crente, ouvinte)

5. gerundivo, com as seguintes desinências

1a. conj - andus (masc), anda (fem), andum (neutro) = laborandus, a, um (trabalhando)

2a. conj - endus, enda, endum = monendus, a, um (avisando)

3a. conj - endus, enda, endum = credendus, a, um (crendo)

4a. conj - iendus, ienda, iendum = audiendus, a, um (ouvindo)

Os tempos correspondentes do verbo ESSE (SER, ESTAR) são:

1. imperfeito do indicativo: eram, eras, erat, eramus, eratis, erant (eu era, tu eras, ele era...)

2. futuro do presente: ero, eris, erit, erimus, eritis, erunt (eu serei, tu serás, ele será...)

3. presente do subjuntivo: sim, sis, sit, simus, sitis, sint (que eu seja, tu sejas, ele seja...)

O verbo ESSE não tem supino nem gerundivo. O participio presente ENS, ENTIS usa-se como substantivo (o ENTE).

LIÇÃO N.11

DERIVAÇÕES VERBAIS (I1)

Continuando a apresentar a derivação dos demais tempos verbais a partir dos tempos primitivos, estudados nas lições n. 9 e 10, eis os tempos derivados perfeito. Tomemos como exemplos os mesmos verbos da lição anterior.

Conforme já dissemos, é necessário identificar o radical do verbo, isolando-o da sua desinência, para assim formar os outros tempos conjugados. Nos verbos dados como exemplo, temos: laboravi (laborav+i); - monui (monu+i); credidi (credid+i); audivi (audiv+i).

Os tempos derivados do radical do perfeito são os seguintes:

1. perfeito do subjuntivo, acrescentando-se a desinência 'erim' em todas as conjugações. Exemplificando com um verbo de cada conjugação:

1a. conjugação - 2a. conjugação - 3a. conjugação - 4a. conjugação

laborav-erim - monu+erim - credid+erim - audiv+erim

laborav-eris - monu+eris - credid+eris - audiv+eris

laborav-erit - monu+erit - credid+erit - audiv+erit

laborav-erimus - monu+erimus - credid+erimus - audiv+erimus

laborav-eritis - monu+eritis - credid+eritis - audiv+eritis

laborav-erint - monu+erint - credid+erint - audiv+erint

(correspondendo, respectivamente, a 'eu tenha trabalhado', 'avisado', 'acreditado', 'ouvido')

2. mais-que-perfeito do indicativo, acrescentando em todas a desinência 'eram':

a) 1a. conj – laborav+eram, eras, erat, eramus, eratis, erant

b) 2a. conj – monu+eram, eras, erat, eramus, eratis, erant

c) 3a. conj – credid+eram, eras, erat, eramus, eratis, erant

d) 4a. conj – audiv+eram, eras, erat, eramus, eratis, erant.

(correspondendo, respectivamente, a trabalhara, avisara, acreditara, ouvira)

3. mais-que-perfeito do subjuntivo, acrescentando em todas a desinência 'issem':

a) 1a. conj – laborav+issem, isses, isset, issemus, issetis, issent

b) 2a. conj – monu+issem, isses, isset, issemus, issetis, issent

c) 3a. conj – credid+issem, isses, isset, issemus, issetis, issent

d) 4a. conj – audiv+issem, isses, isset, issemus, issetis, issent.

(correspondendo a 'eu tivesse trabalhado', avisado, acreditado, ouvido)

4. futuro composto (em latim, futuro perfeito), com a desinência 'ero' em todas:

a) 1a. conj – laborav+ero, eris, erit, erimus, eritis, erint

b) 2a. conj – monu+ero, eris, erit, erimus, eritis, erint

c) 3a. conj – credid+ero, eris, erit, erimus, eritis, erint

d) 4a. conj – audiv+ero, eris, erit, erimus, eritis, erint

(correspondendo a 'terei trabalhado', avisado, crido, ouvido)

5. infinito composto (em latim, imfinito perfeito), com a desinência 'isse' em todas:

a) 1a. conj – laboravisse = ter trabalhado

b) 2a. conj – monuisse = ter avisado

c) 3a. conj – credidisse = ter acreditado

d) 4a. conj – audivisse = ter ouvido

Os demais tempos derivados são os seguintes:

•   do supino: (laborat+um; monit+um; credit+um; audit+um)

a) particípio futuro, com a desinência 'urus, ura, urum' (masculino, femin. E neutro)

laboraturus, a, um; moniturus, a, um; crediturus, a, um; auditurus, a, um = que vai trabalhar, que vai avisar, que vai acreditar, que vai ouvir.

b) participio passado, com a desinência 'us, a, um' (masculino, femin., neutro)

laboratus, a, um; monitus, a, um; creditus, a, um; auditus, a, um = trabalhado, avisado, acreditado, ouvido;

c) supino passivo, com a desinência 'u' para todos:

laboratu – monitu – creditu – auditu = de ser trabalhado, de ser avisado, de ser acreditado, de ser ouvido)

•   do infinito (laborare, monere, credere, audire)

a) imperativo, retirando-se a desinência 're':

labora (trabalha tu), mone (avisa tu), crede (crê tu), audi (ouve tu)

b) imperfeito do subjuntivo e futuro do pretérito (em latim, se confundem), com a desinência 'm' em todos:

1a. conj – laborarem, laborares, laboraret, laboraremus, laboraretis, laborarent

2a. conj – monerem, moneres, moneret, moneremus, moneretis, monerent

3a. conj – crederem, crederes, crederet, crederemus, crederetis, crederent

4a. conj – audirem, audires, audiret, audiremus, audiretis, audirent;

correspondendo a 'se eu trabalhasse, avisasse, acreditasse, ouvisse' ou 'eu trabalharia, avisaria, acreditaria, ouviria')

c) infinito da voz passiva, trocando 'e' final por 'i', exceto na 3a. Conj, que troca 'ere' por 'i':

laborari (ser trabalhado), moneri (ser avisado), credi (ser acreditado), audiri (ser ouvido)

Nota-se que, devido ao poder de síntese da língua latina, alguns tempos verbais simples do latim têm tradução como tempos compostos com o auxiliar 'ser', em português. Observa-se também que não há uma corespondência exata entre a terminologia dos tempos verbais, mrcando a característica de cada idioma.

Terminando de apresentar os tempos verbais, seguiremos na próxima lição com exercícios práticos para fixação da aprendizagem.

Lição n. 12

EXERCICIO PRÁTICO COM PALAVRAS DA 1a. DECLINAÇÃO

Fonte: COSTA, Aída, Segundo livro de latim, Editora do Brasil, SP, 1960, pag. 28.

Traduzir:

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MINERVA

Minerva intelligentiae dea est.

Discipulae pulchras rosas violasque Minervae offerunt.

Poetae deae aram rosis et violis quoque ornant.

Numa Romam Minervam, Graecam deam, portavit.

Minerva, ab Athenarum incolis, Athena appellatur.

Minervae statua sinistra hastam et dextra victoriae statuam habet.

Minerva, Romae incolarum magna dea es.

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Glossário auxiliar:

Viola - violeta (flor);

Offerunt - do verbo 'offere', irregular da 3a. Conj. Tempos primitivos: offero, offeris, obtuli, oblatum, offerre. = oferecer

Quoque - preposição 'também'

Ornant - do verbo 'ornare', regular da 1a. Conj. (orno, ornas, ornavi, ornatum, ornare) = ornar

Numa = Numa Pompilio, um dos reis da Roma antiga.

Portavit - do verbo 'portare', regular da 1a. Conj. = levar (para algum lugar), em latim é transitivo direto.

Appellatur - voz passiva de 'appellare', regular da 1a. Conj. (no caso, = chama-se)

Sinistra - esquerda

Dextra - direita

Hasta - lança

Habet - do verbo 'havere', regular da 2a. Conj. (habeo, habes, habui, habitum, habere) = ter

LIÇÃO N. 13

SEGUNDA DECLINAÇÃO

A segunda declinação em latim abrange as palavras terminadas no nominativo em ‘er’, ‘us’ e ‘um’ e que no genitivo singular têm a desinência ‘i’. As palavras terminadas em 'er' e 'us' são do gênero masculino e as terminadas em 'um' são do gênero neutro.

Isto se aplica aos substantivos, adjetivos, numerais e aos particípios dos verbos.

Exemplos: ‘puer’ (pronúncia: púer), ‘pueri’ (gen., pron: púeri) = menino;

‘piger’ (pron: píger) ‘pigri’ (gen.pron:pígri). = preguiçoso;

‘bonus’ (pron. bónus), ‘boni’ (gen.pron:bóni) = bom;

‘verbum’ (paroxítona), ‘verbi’ (gen.pron:vérbi) = palavra.

Observa-se que há uma maior diversidade de formas do caso nominativo, porém, a desinência no genitivo singular é sempre em ‘i’. Note que algumas palavras com nominativo em ‘er’, fazem o genitivo apenas acrescentando o ‘i’, no entanto, outras trocam o ‘er’ por ‘ri’. Estes detalhes sempre aparecem nos dicionários e são facilmente perceptíveis na hora da consulta.

Casos da segunda declinação:

Singular

Nom: puer ager bonus verbum

Gen: pueri agri boni verbi

Dat: puero agro bono verbo

Acus: puerum agrum bonum verbum

Voc: puer ager bone verbum

Abl: puero agro bono verbo

Plural:

Nom: pueri agri boni verba

Gen: puerorum agrorum bonorum verborum

Dat: pueris agris bonis verbis

Acus: pueros agros bonos verba

Voc: pueri agri boni verba

Abl: pueris agris bonis verbis

Exemplos:

1. Puer bonus est. – O menino é bom.

Comentários: puer = sujeito; bonus = predicativo do sujeito; ambos, pois, ficam no nominativo.

2. Agricolæ filius piger est. = O filho do agricultor é preguiçoso.

Comentários: não há artigos em latim; agricolæ = do agricultor, possessivo regido pela preposição ‘de’, portanto, vai para o genitivo da 1a. dec; ‘filius’ e ‘piger’, respectivamente, sujeito e predicativo do sujeito, ficam no nominativo.

3. Templa Romæ video. – Vejo os templos de Roma.

Comentários: ‘templa’= templos, objeto direto, vai para o acusativo plural do neutro que, por coincidência, é igual ao nominativo plural de ‘templum’;

‘Romæ’ – de Roma, possessivo regido por ‘de’, vai para o genitivo da 1a. declinaçao.

Video (pron: vídeo)– eu vejo, 1a. pessoa do singular do verbo ver.

4. Discipulus libros Magistri portat. = O aluno (discípulo) leva os livros do Professor.

Comentários: discipulus – aluno, sujeito da frase, fica no nominativo; libros = objeto direto, acusativo plural de ‘liber’. Esta palavra significa ‘livro’, como substantivo, e ‘livre’, como adjetivo.

‘magistri’, possessivo, gen. sing. de ‘magister’ (=professor).

Portat – verbo portare (levar, carregar)

Observe-se que a ordem das palavras na frase não prejudica a compreensão, porque pela identificação das desinências, é possível saber qual a função da palavra no contexto. Por ex: ‘discipulus’ é nominativo, portanto, só pode ser sujeito; ‘libros’ é acusativo plural, portanto, é objeto direto; temos o verbo ‘portat’ (de ‘portare’ = levar), que é transitivo direto (levar algo ou alguém). Assim vemos que ‘libros’ é obj. direto, ‘Magistri’ é gen. sing. de ‘magister’ (=professor). Analisando cada palavra, chega-se à sua tradução. A tradução sempre deve ser feita em vista do contexto todo da frase.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (1a e 2a declinações)

•   Insulæ incola piger est.

•   Filii agricolarum insulas arant. (de 'arare' = arar)

•   Medicus in insula habitat. (de ‘habitare’ = habitar)

•   Filius medici et filia nautae in insula habitant.

•   Medicus ancillam reginae curat. (de ‘curare’ = curar)

•   Puerum et puellam medicus curat.

•   Agricola piger in umbra silvarum habitat.

•   Filius agricolae et filia medici in silvis insularum ambulant.(ambulare = andar)

•   Magistrum et magistram, puerum et puellam in schola video. (videre = ver)

•   Magistra discipulum laudat, quia (=porque) piger non est.

•   Magistri pigros discipulos non laudant. (laudare = louvar)

•   Insularum incolae agricolas pigros non laudant.

•   Medicus in silva ambulat et agricolam pigrum curat.

•   Laudo medicum quia ancillam reginae curat.

LIÇÃO N. 14

Fonte: GARCIA, Janete M., Introdução à Teoria e Prática do Latim, Ed. UnB)

ADJETIVOS DE PRIMEIRA CLASSE - PRONOMES

Os adjetivos em latim são divididos em duas classes, para fins de enquadramento nas declinações. Assim, denominam-se 'adjetivos de primeira classe' os que seguem a primeira declinação na sua forma feminina e seguem a segunda declinação nas formas masculina e neutra. A sua terminação no nominativo pode ser 'us, a, um' ou 'er, a, um'.

Exemplos:

Bonus, bona, bonum – bom, boa;

(bona segue a 1a. declinação; bonus e bonum seguem a 2a. declinação)

Pulcher, pulchra, pulchrum – belo, bela;

(pulchra = 1a dec, pulcher e pulchrum = 2a dec)

Dignus, a, um – digno, digna;

Jucundus, a, um – alegre;

Liber, libera, liberum – livre;

Do ponto de vista sintático, o adjetivo sempre concorda em gênero, número e grau com o substantivo ao qual se refere. Sob o aspecto estilístico, é usual o adjetivo anteceder o substantivo. Ex: Olim medicina scientia paucarum herbarum fuit. (Outrora a medicina foi uma ciência de poucas ervas). Paucarum = gen plural de 'pauca' (paucus, a, um = pouco). Visto que o substantivo 'herba' passou para o genitivo plural, pela regência da preposição 'de', o adjetivo 'pauca' acompanhou a sua sintaxe.

Por vezes, pode acontecer de vir o adjetivo em sua forma neutra desacompanhado de um substantivo. Nestes casos, deve-se sempre perceber a presença de um substantivo implícito no contexto ou oculto e indeterminado, aquilo que em português generalizamos com a palavra 'coisa'. Por ex: o adjetivo 'pulchra' (forma neutra nominativo plural), vindo desacompanhado de um substantivo, será traduzido por 'coisas belas'. Outro ex: 'omnia mea' = todas as minhas (coisas).

A mesma observação feita sobre os adjetivos de primeira classe também se aplica aos pronomes possessivos 'meus, mea, meum' (meu, minha); tuus, tua, tuum (teu, tua); suus, sua, suum (seu, sua). As formas femininas (mea, tua, sua) seguem a primeira declinação e as formas masculina e neutra seguem a segunda declinação. Não são usados no caso vocativo, a nao ser raramente.

Aproveito para apresentar neste contexto os pronomes pessoais, que têm declinação própria, nao seguindo nenhuma das declinações convencionais.

1.a pessoa 2.a pessoa 3.a pessoa

Nom.sing. Ego tu (is, ea, id; ille, illa, illud)

Gen. Sing. Mei tui sui

Dat. Sing. Mihi tibi sibi

Acus.sing. Me te se

Ablat.sing Me te se

Nom. Plu nos vos (illi, illae)

Gen. Plu nostrum vestrum sui

Dat. Plu nobis vobis sibi

Acus. plu nos vos se

Ablat.plu nobis vobis se

Observações sobre os pronomes pessoais:

•   No genitivo plural, há duas formas possíveis. A forma 'nostrum' = dentre nós; a forma 'nostri' = de nós. Do mesmo modo, 'vestrum' = dentre vós e 'vestri' = de vós.

•   Quando é necessário usar a preposição 'cum', esta se coloca após. Ex: cum + me = mecum (comigo), cum + te = tecum (contigo); cum + se = secum (consigo); cum + nobis = nobiscum (conosco); cum + vobis = vobiscum (convosco).

LIÇÃO VIRTUAL N. 15

Fonte: GARCIA, Janete M., Introdução à Teoria e Prática do Latim, Ed. UnB)

EXERCÍCIO COM PALAVRAS DA PRIMEIRA E SEGUNDA DECLINAÇÕES

ROMANI ET BELLA

Populus Romanus semper proeliis bellisque se dedicavit.

Bella intestina aut externa erant.

Romani ante pugnam in templi ara diis plantas, victimas hostiasque sacrificabant.

In castris, disciplina severa erat.

Praefectus suo imperio copias suas castigabat aut illis praemia dabat.

Romani pugnare amabant;

inimicum superabant et praefectos suos myrto coronabant.

Glossário auxiliar:

os verbos (dedicare, sacrificare, castigare, dare, pugnare, amare, superare, coronare) são todos da 1a. Conjugação e o significado é intuitivo.

proelium, i (neutro) = combate

bellum, i (neutro) = guerra

pugna, ae (feminino) = luta

Intestinus, a, um = interno

externus, a, um = externo

victima, ae (feminino) = animal levado ao sacrifício

hostia, ae (feminino) = vítima sacrificada, podendo ser tb pessoas

castra, orum (neutro plural) = acampamento

praefectus, i (masculino) = literalmente, administrador, aqui no sentido de comandante

suo imperio = expressão em ablativo absoluto = ao seu arbítrio

copiae, copiarum (fem. Plural) = tropas (obs: copia, no sing. = abundância)

praemium, ii = benefício, vantagem

myrtus, i (tb murta, ae) = murta, arbusto usado para fazer coroas de folhas.

LIÇÃO N. 16

TERCEIRA DECLINAÇÃO

A terceira declinação em latim é a que comporta maiores variações e abrange o maior número de palavras. Nela se incluem as palavras terminadas no nominativo em 'or', 'er', 'us', 'os', 'es', 'as', 'is', 'ex' 'en' , consoante mais 's', podendo pertencer aos gêneros masculino, feminino ou neutro. Portanto, há uma variedade enorme de terminações, com a única característica em comum que é no genitivo singular ter a desinência 'is'.

As duas primeiras declinações, assim como as duas últimas, que ainda veremos, têm desinências mais constantes no nominativo. Mas nesta terceira declinação, é praticamente impossível estabelecer uma regra geral. Apenas uma dica para uma provável identificação da palavra, quando esta se encontra declinada, é que ao apresentar a vogal 'i' no contexto das desinências dos casos, deve ser da terceira declinação. De outro modo, não sendo conhecida a palavra, a única alternativa é consultar o dicionário.

Exemplos:

Em 'or' - 'pastor' (pronúncia: pástor), 'pastoris' (pron: pastóris - gen.) = pastor;

Em 'er' – 'pater' (pron: páter) 'patris' (pron: pátris - gen). = pai;

Em 'us' - 'tempus' (pron. témpus), 'temporis' (pron: témporis - gen.) = tempo;

Em 'os' – 'flos', 'floris' (pron: flóris - gen.) = flor;

Em 'es' – 'vulpes' (pron: vúlpes), 'vulpis' (pron: vúlpis - gen) = raposa;

Em 'as' – 'libertas' (pron: libértas), 'libertatis' (pron: libertátis) = liberdade;

Em 'is' – 'canis' (pron: cánis), 'canis' (gen = nom) = cão, cachorro;

Em 'ex' – 'lex', 'legis' = lei;

Em 'en' – 'lumen' (pron: lúmen), 'luminis' (pron: lúminis) = luz;

Em consoante + 's' – 'mors', 'mortis' = morte; 'princeps', 'principis' (pron: ambos com tônica na 1a. sílaba) = príncipe.

Observa-se que há uma imensa diversidade de formas do caso nominativo, porém, a desinência no genitivo é sempre em 'is'. E note também que o radical a ser usado para aplicação das desinência nos demais casos segue o padrão do genitivo, e não o do nominativo.

Casos da terceira declinação:

Singular

Nom: pastor flos lex tempus

Gen: pastoris floris legis temporis

Dat: pastori flori legi tempori

Acus: pastorem florem legem tempus

Voc: pastor flos lex tempus

Abl: pastore flore lege tempore

Plural:

Nom: pastores flores leges tempora

Gen: pastorum florum legum temporum

Dat: pastoribus floribus legibus temporibus

Acus: pastores flores leges tempora

Voc: pastores flores leges tempora

Abl: pastoribus floribus legibus temporibus

Nos exemplos citados, apenas a palavra 'tempus' é do gênero neutro. Convém não esquecer que os gêneros das palavras em latim nem sempre correspondem ao que as palavras são em português. Na dúvida, é necessário consultar um dicionário.

A título de indicação, apresento alguns exemplos de como as palavras aparecem nos dicionários, para facilitar a compreensão e a localização delas.

No dicionário, encontra-se: dolor, oris – significa que o genitivo de 'dolor' (pron: dólor) é 'doloris' (pron: dolóris); pater, tris – significa que o genitivo de 'pater' é 'patris'; mulier, eris – significa que o genitivo de 'mulier' (pron: múlier) é 'mulieris' (pron: mulíeris). E assim sucessivamente.

Labor, laboris = trabalho;

Uxor, uxoris = esposa;

Mulier, mulieris = mulher;

Dolor, doloris = dor;

Frater, fratris = irmão;

Iter, itineris = caminho;

Custos, custodis = guardião;

Nepos, nepotis = neto, sobrinho ou descendente familiar;

Mos, moris = costume;

Miles, militis = soldado;

Pes, pedis = pé;

Sermo, sermonis = sermão, discurso;

Fortitudo, fortitudinis = fortaleza;

Ratio, rationis = razão;

Civitas, civitatis = cidade;

Laus, laudis = louvor;

Judex, judicis = juiz;

Urbs, urbis = cidade;

Grex, gregis = rebanho

Nomen, nominis = nome;

Caput, capitis = cabeça;

Flumen, fluminis = rio;

Virtus, virtutis = virtude;

Bos, bovis = boi;

Pecus, pecoris = rebanho;

Avis, avis = ave;

Canis, canis = cachorro;

Nobilis, nobilis = nobre;

Sapiens, sapientis = sábio;

Felix, felicis = feliz;

Corpus, corporis = corpo.

Estes exemplos bem demonstram a variedade de que se compõe a terceira declinação. Sugiro, como exercício de fixação das desinências, que se tomem estas palavras ou algumas delas e as declinem em todos os casos, no singular e no plural, seguindo os exemplos apresentados.

Lição n. 17

PARTICULARIDADES DA TERCEIRA DECLINAÇÃO

A terceira declinação é a que apresenta maior complexidade, maior quantidade e variedade de palavras e também a que comporta mais exceções.

Convém sempre lembrar que o latim é uma língua muito pródiga em exceções. Na abordagem que estou fazendo, procuro evitar ao máximo estas referências a exceções, porém, termina sendo inevitável falar sobre elas.

Vejamos, pois, algumas informações. Primeiro, há uma distinção entre as dois grupos de palavras da terceira declinação:

Parassilábicas - aquelas que têm o mesmo número de sílabas no nominativo e no genitivo. Ex: panis, is (pão), civis, is (cidadão), navis, is (navio), ignis, is (fogo), sedes, is (sé ou sede, no sentido de local);

Imparassilábicas - aquelas que têm número de sílabas no genitivo maior que no nominativo. Ex: labor, laboris (trabalho), gutur, guturis (obs: sílaba tônica em 'gu' nas duas, =garganta), opus, operis (obra), fraus, fraudis (dano).

Por que esta distinção? Pelo seguinte: as parassilábicas fazem o genitivo plural em 'ium', enquanto as imparassilábicas fazem o genitivo plural em 'um', conforme explicado na lição anterior. Por ex: 'civis' fica 'civium', 'navis' fica 'navium'; porém 'gutur' fica 'guturum', 'opus' fica 'operum'.

Mas até nesta particularidade há exceções. Por ex: 'lis, litis' (processo), embora seja imparassilábico, faz o genitivo plural em 'ium' (litium). E há também o oposto, ou seja, parassilábicas que fazem o genitivo plural em 'um', por ex: 'canis' fica 'canum', 'pater' fica 'patrum'. Há ainda algumas palavras que admitem as duas possibilidades. Por ex: 'apis' (abelha) pode ficar no genitivo plural 'apium' ou 'apum', 'mensis' (mês) pode ficar 'mensium' ou 'mensum', 'vates' (adivinhador) pode ficar 'vatium' ou 'vatum'. Não há, pois, uma regra monolítica.

Faço esta observação não para confundir os colegas, mas apenas para que ninguém se espante ao se deparar num texto com esta forma do genitivo plural de algumas palavras.

Há ainda aquelas palavras que fazem o acusativo singular em 'im' e o ablativo singular em 'i', ao invés de acusativo 'em' e ablativo 'e', que é a regra. Por ex: 'sitis' (sede, necessidade de água) fica 'sitim' no acusativo e 'siti' no ablativo singular; 'tussis' (tosse), fica 'tussim' e 'tussi', respectivamente; 'febris' (febre) fica 'febrim' e 'febri'. São apenas alguns exemplos.

Para tranquilizar alguns mais apressados, aviso que o uso de uma gramática é sempre necessário para se estudar latim. Não há como memorizar tantas excepcionalidades.

Também há aquelas palavras empregadas apenas no plural, embora em português o seu uso seja admitido, às vezes, no singular. Ex: maiores, um = antepassados; cervices, um = nuca; parentes, um = pais; verbera, um = açoites; moenia, um = muralhas.

Lição n. 18

QUARTA E QUINTA DECLINAÇÕES

Tomarei a um só tempo a quarta e a quinta declinações por terem regras mais uniformes e por possuirem um menor número de vocábulos.

a) Quarta Declinação

Na quarta declinação estão as palavras terminadas em ‘us’, que fazem o genitivo também em ‘us’. Apenas para esclarecer, há palavras terminadas em ‘us’, que fazem o genitivo em ‘i’; estas pertencem à segunda declinação. Para saber se a palavra terminada em ‘us’ fará o genitivo em ‘us’ (4a.) ou em ‘i’ (2a.), temos que recorrer a um dicionário. Não há regra para isto.

Casos da quarta declinação: (tomaremos uma palavra feminina – manus e uma palavra neutra – cornu)

Singular

Nom: manus (pron: mánus - mão) cornu (pron: córnu - chifre)

Gen: manus cornus

Dat: manui cornui

Acus: manum cornu

Voc: manus cornu

Abl: manu cornu

Plural:

Nom: manus cornua (pron: córnua)

Gen: manuum cornuum

Dat: manibus cornibus

Acus: manus cornua

Voc: manus cornua

Abl: manibus cornibus

Temos, portanto, dois grupos de exemplos. O primeiro se aplica às palavras masculinas e femininas; o segundo se aplica às do gênero neutro. Exemplos: fructus, (masculino, fruto), exercitus (m., exército), senatus (m, senado), arcus (m., arco), specus (m, caverna), portus (m., porto), magistratus (m., magistrado), acus (f., agulha), domus (f., casa), genu (neutro, joelho).

b) Quinta Declinação

A quinta declinação reúne as palavras terminadas em ‘es’, que fazem o genitivo em ‘ei’. Quase todas são femininas, devendo ser feita uma ressalva à palavra ‘dies’ (dia), que é feminina, quando se trata de um dia determinado, uma data, mas é masculino, quando se trata de um dia indeterminado. Há raras palavra masculinas e nenhuma do gênero neutro.

Casos da quinta declinação:

Singular

Nom: dies (pron: díes)

Gen: diei (pron: diêi)

Dat: diei

Acus: diem (pron: díem)

Voc: dies

Abl: die

Plural:

Nom: dies

Gen: dierum (pron: diérum)

Dat: diebus (pron: diébus)

Acus: dies

Voc: dies

Abl: diebus

A quinta declinação contém poucas palavras. Exemplos: res (coisa), fides (fé), spes (esperança), meridies (meio-dia).

Deste modo, encerro a apresentação das cinco declinações. A seguir, farei uma apresentação dos adjetivos de segunda classe.

Lição n. 19

ADJETIVOS DE SEGUNDA CLASSE

Os adjetivos em latim são divididos em duas classes, para fins de enquadramento nas declinações. Assim, os adjetivos terminados em “us, a, um” (ex: bonus, bona, bonum) seguem as duas primeiras declinações, ou seja, a forma feminina segue a primeira declinação e as formas masculina e neutra seguem a segunda e são considerados adjetivos da primeira classe. (Veja Lição n. 18)

Os adjetivos que seguem a terceira declinação em todas as suas formas são considerados de segunda classe. Estes adjetivos podem ser uniformes, biformes ou triformes, dependendo de terem uma única forma para todos os gêneros, ou de terem a mesma forma para o masculino e o feminino e uma outra forma para o neutro ou então terem uma forma para cada gênero.

Exemplos de adjetivos uniformes:

Sapiens, sapientis – sábio, sábia; (masculino, feminimo e neutro)

Velox, velocis – veloz – assumem a mesma forma no masculino, no feminino e no neutro;

Exemplos de adjetivos biformes:

Communis, commune – comum; (a primeira forma – communis - corresponde ao masculino e feminino; a outra – commune - é o neutro)

civilis, civile – civil; (civilis = masculino e feminino; civile = neutro)

Omnis, omne – todo, toda. (omnis = masculino e feminino; omne = neutro)

Exemplos de adjetivos triformes:

Celeber, celebris, celebre – célebre, famoso; (masculino, feminino e neutro)

Terrester, terrestris, terrestre – terrestre.

Exemplos dos três casos, usando as palavras 'vir' (subs. Masc. - homem), 'mulier' subs. Femin. - (mulher) e bellum (subs. Neutro – guerra)

vir communis = homem comum; mulier communis = mulher comum; bellum commune – guerra comum;

omnis vir – todo homem; omnis mulier – toda mulher; omne bellum = toda guerra;

vir celeber – homem célebre; mulier celebris – mulher célebre; bellum celebre – guerra célebre;

vir terrester – homem terrestre; mulier terrestris – mulher terrestre; bellum terrestre – guerra terrestre.

Vir velox – homem veloz; mulier velox – mulher veloz; bellum velox – guerra veloz.

CASOS ESPECIAIS

1 - Os particípios presentes dos verbos em latim terminam sempre em ‘ns’ e são conjugados como adjetivos de segunda classe, seguindo a terceira declinação.

Exemplos:

Docens, docentis – docente, aquele que ensina;

Discens, discentis – discente, aquele que aprende;

Laborans, laborantis – aquele que trabalha, o trabalhador;

Dicens, dicentis – dizente, aquele que diz;

Dormiens, dormientis – aquele que dorme.

2 – Quase sempre, os adjetivos desta classe são empregados também como substantivos.

3 – Ao adjetivo empregado na forma neutra plural, desacompanhado de substantivo, na tradução para o português, faz-se necessário acrescentar a palavra ‘coisa’, que em latim fica subentendida.

Exemplos:

Omnia viventia – todas as [coisas] vivas (seres vivos);

Bona iuvant. – as [coisas] boas agradam;

Mirabilia laudo semper. – Louvo sempre as [coisas] admiráveis.

Lição n. 20

GRAUS DOS ADJETIVOS NA LÍNGUA LATINA

Os adjetivos em latim admitem três graus: o normal, o comparativo e o superlativo, da mesma forma como se usa na língua portuguesa. A diferença está no seguinte fato: em português, ao mudar de grau, o adjetivo em geral não muda de forma, recebendo apenas algumas palavras complementares.

Exemplos dos graus dos adjetivos:

Grau normal: O filósofo é sábio.

Grau comparativo: O filósofo é mais sábio do que o marinheiro;

Grau superlativo: O filósofo é o mais sábio de todos os homens.

Conforme se observa, o adjetivo ‘sábio’ não sofreu nenhuma alteração mórfica, recebendo o acréscimo do advérbio ‘mais’ para indicar a mudança de grau. Em latim, porém, o próprio adjetivo sofrerá modificações.

FORMAÇÃO DO GRAU COMPARATIVO EM LATIM

A passagem dos adjetivos para o grau comparativo em latim se faz com o acréscimo do sufixo ‘IOR’ para o marculino e feminino, e ‘IUS” para o neutro. O procedimento para adicionar este sufixo é o mesmo adotado para mudança das desinências nas declinações dos diversos casos, conforme já foi explicado anteriormente, ou seja, encontra-se o radical da palavra e acrescenta-se a terminação ‘ior’ ou ‘ius’, de acordo com o caso.

Exemplos:

O adjetivo ‘pulcher, pulchra, pulchrum’ (belo, bela) segue a segunda declinação nas formas masculina e neutra (nominativo – pulcher, pulchrum, genitivo – pulchri) e a primeira declinação na forma feminina, sendo portanto, adjetivo de primeira classe.

No caso do grau comparativo (mais belo, mais bela), torna-se ‘pulchrior’ (masculino e feminino) e ‘pulchrius’ (neutro).

O adjetivo ‘jucundus, a, um’ (alegre) é também de primeira classe.

Para formar o grau comparativo (mais alegre) transforma-se em ‘jucundior’ (masculino e feminino) e 'jucundius' (neutro).

O adjetivo ‘sapiens’ (sábio, sábia) segue a terceira declinação (sapiens, sapientis), sendo portanto de segunda classe.Do mesmo modo, o adjetivo 'mortalis, mortale'.

Na formação do grau comparativo 'sapiens' fica ‘sapientior’ (mais sábio) – masculino e feminino; sapientius (neutro). Já 'mortalis, mortale' fica 'mortalior' (masc. E fem) e 'mortalius' (neutro).

FORMAÇÃO DO GRAU SUPERLATIVO EM LATIM

Os adjetivos são lançados no grau superlativo com o acréscimo da terminação ‘issimus, issima, issimum’, para o masculino, feminino e neutro. Em português, admitem-se duas modalidades do grau superlativo: o sintético (felicíssimo) e analítico (o mais feliz); porém, em latim, os adjetivos no grau superlativo terão sempre a forma sintética.

Exemplos:

Gravis – gravissimus, gravissima, gravissimum (masculino, feminino e neutro).

Jucundus – jucundissimus, jucundissima, jucundissimum.

Sapiens – sapientissimus, sapientissima, sapientissimum.

Outros exemplos de comparativo e superlativo:

Velox, velocis (veloz) – velocior (comparativo) – velocissimus (superlativo).

Celeber, celebris (célebre, famoso) – celebrior (comparativo) – celebrissimus (superlativo).

Nobilis, nobilis (nobre) – nobilior (comparativo) – nobilissimus (superlativo).

Felix, felicis (feliz) – felicior (comparativo) – felicissimus (superlativo)

Sanctus, sancti (santo) – sanctior (comparativo) – sanctissimus (superlativo).

CASOS ESPECIAIS

1 - Os adjetivos terminados em ‘er’ no masculino, adotam a terminação ‘errimus’ em vez de ‘issimus’ no superlativo.

Exemplos:

Pulcher – pulchrior (comparativo) – pulcherrimus (superlativo).

Niger – nigrior (comparativo) – nigerrimus (superlativo).

2. Alguns adjetivos terminados em ‘ilis’ fazem o superlativo com ‘limus’.

Exemplos:

Facilis, facilis (fácil) – facilior (comparativo) – facillimus (superlativo). OBS: dobra o ‘L’.

Humilis, humilis (humilde) – humilior (comparativo) – hu
« Última modificação: 2024-06-22 04:18:44 por I. I. Kaspov »
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